Aumento do estresse oxidativo em estudantes de medicina após consumo agudo de álcool em festas
Objetivos: Existem poucos dados sobre as alterações orgânicas após uma ingestão aguda de álcool por estudantes, de modo que o objetivo do presente estudo foi verificar se há alterações nas enzimas hepáticas e nos marcadores renais, assim como avaliar o estresse oxidativo após a ingestão aguda de álcool em estudantes de medicina após festas. Métodos: Duas amostras de sangue foram coletadas antes e após o consumo de álcool em 74 estudantes do 1º ao 8º semestre do curso de medicina. Marcadores de estresse oxidativo TBARS (substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico) e TEAC (capacidade antioxidante), hepáticos (AST, ALT e GGT) e renais (creatinina e ureia) foram dosados por espectrofotometria. A ingestão média de álcool nas festas foi de 102,4 ± 70,0 g. Resultados: Não houve diferença significante nas concentrações sorológicas nos estudantes após a ingestão de álcool, quanto ao ALT, AST, GGT, creatinina e ureia. Porém, a ingestão de álcool reduziu a capacidade antioxidante no soro (p=0,042), mas não houve diferença na concentração de TBARS. Conclusões: O consumo agudo de álcool em festas não modifica parâmetros de função hepática e renal em estudantes de medicina. Entretanto, uma diminuída capacidade antioxidante é observada, o que sugere que o consumo agudo de álcool leva ao estresse oxidativo nesta população, com potencial dano hepático. Dessa forma, a longo prazo, é necessário avaliar os danos orgânicos e no desempenho acadêmico dos alunos em função desse consumo intermitente de álcool.