História Natural de Nasua nasua (Linnaeus, 1766) em um remanescente de Mata Atlântica (Serra do Japi), no Estado de São Paulo  

Author(s):  
Marcos Almir Polettini
2009 ◽  
Vol 9 (3) ◽  
pp. 173-184 ◽  
Author(s):  
Paulo Afonso Hartmann ◽  
Marília Teresinha Hartmann ◽  
Marcio Martins

O objetivo deste estudo foi obter informações sobre a história natural e a ecologia de uma taxocenose de serpentes na Mata Atlântica do alto da Serra do Mar, no Núcleo Santa Virgínia do Parque Estadual da Serra do Mar, nordeste do Estado de São Paulo, Brasil. Os principais aspectos estudados foram riqueza, abundância relativa, padrões de atividade diária e sazonal, utilização do ambiente e dieta. Também são fornecidas informações adicionais sobre outros aspectos da história natural das espécies. Um total de 148 indivíduos, de 27 espécies, 19 gêneros e quatro famílias foi encontrado dentro dos limites do Núcleo Santa Virgínia. As espécies mais frequentemente encontradas foram Bothrops jararaca, Xenodon neuwiedii e Liophis atraventer. A maior parte das espécies é predominantemente diurna e terrícola. Dentre os fatores abióticos analisados para a área de estudo, o mais relacionado à abundância das serpentes foi a temperatura mínima, seguido da temperatura média e da pluviosidade. A maioria das espécies encontradas apresenta dieta concentrada em uma categoria de presa ou restrita a poucos tipos de itens alimentares. Aparentemente, anfíbios anuros são o principal recurso alimentar para as taxocenoses de serpentes da Mata Atlântica do alto da Serra do Mar. Os nossos resultados indicam que a estrutura da taxocenose de serpentes do Núcleo Santa Virgínia reflete principalmente as características ecológicas da linhagem mais representada na taxocenose.


2021 ◽  
Vol 42 (2) ◽  
pp. 201
Author(s):  
Daniel Contieri Rolim

Estudos sobre diversidade e história natural de anfíbios são de extrema importância para o conhecimento sobre os padrões de distribuição geográfica e biologia das espécies delineando os fatores que influenciam nessa distribuição, o que contribui para a elaboração de projetos de conservação mais realistas e efetivos. Este estudo visou identificar a riqueza, abundância, distribuição espacial e temporal das espécies de anfíbios da região de Bauru, estado de São Paulo, Brasil, e comparar a composição de espécies com outras regiões de Cerrado e Mata Atlântica do estado de São Paulo. Oito localidades foram amostradas entre os anos de 2009 e 2012. Foram registradas 37 espécies de anfíbios, as quais representam 15,61% das espécies do estado de São Paulo. Em comparação com outras regiões do estado, Bauru se assemelha à Região Noroeste do estado e à Estação Ecológica de Assis na composição de espécies. A comunidade de anfíbios da região estudada é regulada pelas condições morfoclimáticas, heterogeneidade ambiental e estado de conservação dos recursos naturais, que refletem diretamente na composição, na abundância e nos padrões de distribuição espacial e temporal das espécies de anfíbios presentes na região. A riqueza de anfíbios da região de Bauru é significativa para o estado de São Paulo e contribui com a manutenção de ambientes com condições para a ocorrência de Proceratophrys moratoi, considerada em risco de extinção. Este estudo contribui com o preenchimento de lacunas no conhecimento de anfíbios do estado de São Paulo.


2007 ◽  
Vol 7 (2) ◽  
pp. 27-36 ◽  
Author(s):  
Renato Augusto de Moraes ◽  
Ricardo J. Sawaya ◽  
Walter Barrella

A Mata Atlântica é caracterizada pela elevada riqueza e endemismo de espécies, e é um dos 25 hotspots de biodiversidade mundiais. Apresentamos informações sobre a composição e diversidade de espécies de anfíbios anuros em dois ambientes com diferentes graus de perturbação no Parque Estadual Carlos Botelho, SP, uma área de Mata Atlântica no sudeste do Brasil. Amostramos um açude em área alterada e uma lagoa em área preservada, através de procura auditiva e encontros ocasionais em 36 noites de observação em cada ambiente. As duas áreas foram comparadas em relação à composição, riqueza, dominância e abundância relativa de espécies. Apesar de próximos, cerca de 400 m, apenas duas espécies foram comuns aos dois ambientes. Na área alterada registramos 10 espécies (N = 518) e dominância de 46,7% de Hypsiboas albopunctatus, e na área preservada 11 espécies (N = 656) e dominância de 36,0% de Dendropsophus giesleri. A riqueza não foi significativamente diferente nos dois ambientes. A dominância estimada por rarefação na área preservada foi significativamente menor em relação à observada na área alterada. A capacidade das populações de algumas espécies em colonizar a área alterada, tolerâncias fisiológicas distintas entre as espécies e a dependência de microambientes específicos para a reprodução são possíveis fatores responsáveis pelos padrões observados. Sugerimos que alterações adicionais da cobertura original de Mata Atlântica na reserva poderão resultar em um decréscimo na diversidade alfa, devido a eliminação de espécies ecologicamente dependentes de ambientes florestais, e um conseqüente aumento na diversidade beta, resultante da colonização de espécies de área alterada ecologicamente mais generalistas. A riqueza ligeiramente maior e principalmente a menor dominância observada na área preservada indicam ser esta uma área que apresenta maior diversidade de espécies. Assim, a presença de florestas pouco perturbadas e/ou conservadas na reserva é fundamental para a manutenção da diversidade da anurofauna local.


2010 ◽  
Vol 10 (1) ◽  
pp. 185-192 ◽  
Author(s):  
Vinícius Lourenço Garcia de Brito ◽  
Mardiore Pinheiro ◽  
Marlies Sazima

O conhecimento das interações entre plantas e seus polinizadores tem-se destacado como ferramenta na biologia da conservação de ambientes degradados, como a Mata Atlântica e no estudo da evolução de características morfológicas que medeiam estas interações. Neste estudo são apresentadas informações sobre a biologia reprodutiva e as interações com os visitantes florais de Sophora tomentosa e Crotalaria vitellina (Fabaceae), espécies comuns em áreas de restinga na Mata Atlântica no Núcleo Picinguaba, Parque Estadual da Serra do Mar, Ubatuba - São Paulo. Estas espécies são sincronopátricas, possuem flores amarelas dispostas em racemos e oferecem néctar como principal recurso. Ambas as espécies são autocompatíveis, mas dependem de polinizadores para formação de frutos e sementes. Xylocopa brasilianorum e Megachile sp.1 foram os polinizadores de S. tomentosa, ao passo que C. vitellina, além destas espécies, também foi polinizada por Bombus morio, Centris labrosa e mais duas espécies de Megachile. Estas espécies de abelhas possuem comprimento da língua compatível com as dimensões das câmaras nectaríferas, acessando o néctar por visitas legítimas. As inflorescências de S. tomentosa foram mais visitadas (0,62 visitas/inflorescência/dia) do que as de C. vitellina (0,37 visitas/inflorescência/dia). Entretanto, em condições naturais, a frutificação em S. tomentosa (33%) é semelhante à de C. vitellina (42%), provavelmente devido às diferenças na eficiência de cada polinizador. Espécies de Trigona e de Augochlora não têm acesso ao néctar em visitas legítimas, pois não possuem comprimento da língua compatível com as dimensões das câmaras nectaríferas. Portanto, as dimensões das câmaras nectaríferas de S. tomentosa e C. vitellina funcionam como barreira seletiva às espécies de abelhas com língua curta, assegurando maior oferta de néctar aos polinizadores. Ainda, os polinizadores destas leguminosas são comuns na restinga e atuam como vetores de pólen de diversas espécies neste ecossistema. Portanto a manutenção destas leguminosas é importante para a diversidade da fauna de abelhas e essencial para a comunidade de plantas.


2005 ◽  
Vol 5 (2) ◽  
pp. 235-247 ◽  
Author(s):  
Ricardo da Silva Ribeiro ◽  
Gabriel Toselli Barbosa Tabosa do Egito ◽  
Célio Fernando Baptista Haddad

A Área de Proteção Ambiental Jundiaí, na Serra do Japi, é uma importante reserva ambiental situada entre duas metrópoles - São Paulo e Campinas - do estado de São Paulo. Trata-se de uma área de grande interesse para a conservação e a pesquisa científica, por se tratar de uma região de transição entre a Mata Atlântica Ombrófila e a Mata Atlântica Estacional Semidecídua do Planalto Ocidental Paulista, abrigando uma grande diversidade de espécies representativas de ambos os ecossistemas. Apesar de ser objeto de estudos desde meados da década de 80, não há nenhuma chave de identificação das espécies da anurofauna disponível para a área até o momento. Trinta e uma espécies de anuros de seis famílias diferentes já foram registradas na vertente do Município de Jundiaí. Apresentamos aqui uma chave dicotômica ilustrada de identificação para os anfíbios anuros da vertente do rio Jundiaí na Serra do Japi.


2011 ◽  
Vol 11 (suppl 1) ◽  
pp. 631-655 ◽  
Author(s):  
Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca ◽  
Isabel Alves-dos-Santos ◽  
Pérsio de Souza Santos-Filho ◽  
Wolf Engels ◽  
Mauro Ramalho ◽  
...  

Para este trabalho, foram considerados os resultados de quatro estudos que amostraram abelhas nas flores nos dois principais biomas do Estado de São Paulo: Mata Atlântica (3 localidades) e cerrado (4 localidades). Foram coletadas 276 espécies de abelhas, pertencentes a 88 gêneros: 207 espécies e 78 gêneros na Mata Atlântica e 105 espécies e 40 gêneros no cerrado. Apidae foi a família mais representada nos dois biomas. Nas áreas amostradas, as abelhas visitaram 433 espécies de plantas: 361 na Mata Atlântica e 75 no cerrado.


2001 ◽  
Vol 15 (2) ◽  
pp. 255-270 ◽  
Author(s):  
Sandra Regina Visnadi ◽  
Daniel Moreira Vital

Foram inventariadas 61 espécies de briófitas. Chiloscyphus subviridis (Hook. f. & Taylor) J.J. Engel & R.M. Schust. e Lejeunea autoica R.M. Schust. são citadas pela primeira vez para o país e Lejeunea phyllobola Nees & Mont. ex Mont, pela primeira vez para o Estado de São Paulo. Os maiores números de táxons foram registrados para as maiores ilhas com vegetação de Mata Atlântica e, os menores, para as menores ilhas com vegetação formada por árvores esparsas da Mata Atlântica ou arbustos esparsos e expostos a condições adversas. A maior parte das espécies estão restritas a uma determinada ilha. Alcatrazes e Bom Abrigo assemelham-se quanto à flora de hepáticas; Castilho assemelha-se a esse primeiro grupo de ilhas devido à flora de musgos, enquanto Casca possui a brioflora mais distinta dentre as quatro ilhas. As rochas e as cascas dos hospedeiros arbustivo-arbóreos são os substratos mais disponíveis para as briófitas. Rocha é o substrato mais disponível para determinadas espécies em Alcatrazes e Castilho e, provavelmente, o preferido por essas plantas em Bom Abrigo e Casca.


2004 ◽  
Vol 38 (2) ◽  
pp. 315-322 ◽  
Author(s):  
Yeda L Nogueira

OBJETIVOS: Nenhum estudo de base populacional foi realizado para mostrar o uso potencial de diagnóstico virológico do vírus rábico. O estudo realizado teve por objetivo estimar parâmetros de acurácia para o isolamento de vírus rábico em célula McCoy, como um método alternativo, e comparar com o uso da célula N2A, considerada método de referência. MÉTODOS: Foi realizado um inquérito em 120 morcegos coletados aleatoriamente, na Mata Atlântica, no Estado de São Paulo. Utilizou-se a reação de imunofluorescência para a detecção do vírus rábico isolado no cérebro desses morcegos, avaliado nos dois sistemas de cultivos celulares. Dois bancos de dados foram formados com os resultados. A análise foi feita com o programa Computer Methods for Diagnosis Tests (CMDT), utilizando a técnica de two-graph-receiver operating characteristic (TG-ROC) para obter os parâmetros de sensibilidade e especificidade, além de outros indicadores, tais como eficácia, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e razão de verossimilhança. RESULTADOS: A célula N2A apresentou 90% de sensibilidade e especificidade, enquanto que a célula McCoy obteve 95% para os mesmos parâmetros. Os valores foram baseados em pontos de cortes otimizados para cada uma das células. CONCLUSÕES: Observou-se que a célula McCoy permite obter estimativas de acurácia superiores aos resultados observados com a célula de N2A, representando um método alternativo eficaz no isolamento do vírus rábico.


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