Apoiado no testemunho de artistas e historiadores, o artigo argumenta que o objeto artístico pode atuar tanto para reforçar quanto para contestar tradições incrustadas na memória coletiva das nações. Nesse sentido, analisa o papel da arte visual como tão importante quanto o de documentos escritos da história e da literatura. A título de exemplo, focalizam-se diferentes formas de representação do negro em sociedades escravocratas, começando com a pintura oitocentista de Jean-Baptiste Debret. Segue-se a análise da função da fotografia, que, inventada no mesmo século, mostrou-se igualmente enredada nos fatos sociais. Nas artes contemporâneas, o trabalho destaca a atuação contestadora de Fred Wilson, artista e historiador norte-americano, de Adriana Varejão e dos poetas Márcio Barbosa e Oliveira Silveira.