O início do século XIX foi um período de intensas mudanças políticas, econômicas e socioculturais no Brasil, decorrentes de uma nova mentalidade de desenvolvimento da Colônia, posta em curso após a chegada da família Real Portuguesa. Com essa nova perspectiva, a Capitania do Espírito Santo despontou no cenário nacional e, em 1813, foi fundada a Colônia Agrícola de Viana, na qual foram fixados imigrantes portugueses naturais das Ilhas dos Açores. As famílias açorianas, além de buscarem sucesso econômico e social, também trouxeram em suas bagagens culturais a Festa do Divino Espírito Santo. O debate, em questão, objetiva a descrição e a análise do processo de povoamento do qual participaram os açorianos estabelecidos na cidade de Viana-ES. Diferente do que ocorre em outras localidades do Brasil (especialmente na Região Sul), a produção de pesquisas e de trabalhos acadêmicos sobre o assunto ainda é restrita e bastante recente. Contudo, pouco a pouco, os açorianos têm sido incluídos na configuração do mosaico identitário capixaba. O marco teórico-metodológico deste artigo está fundamentado na revisão crítica de fontes bibliográficas sobre os açorianos, no contexto do Espírito Santo.