O presente artigo analisou de que forma o espaço e as relações escolares foram representadas nos retratos escolares produzidos pelo estúdio fotográfico Foto Bianchi (1913-2001), em Ponta Grossa-PR, durante sua primeira geração de fotógrafos – período correspondente aos anos entre 1913-1943. Para este momento, o que se propôs foi refletir de que forma os retratos escolares analisados pela pesquisa se apresentam enquanto artefatos da cultura material escolar, cujas representações fotográficas desempenharam funções simbólicas e materiais. Para isso, a análise se deteve nos retratos de normalistas produzidos pelo fotógrafo no espaço interno do estúdio entre os anos de 1936-1938, um pequeno corpo documental, composto por dez retratos, que suscitou a problemática acerca das poses, técnicas, usos, consumo e circulação desses retratos. Diante disso, o trabalho encontrou respaldo teórico nas discussões da História Cultural articulada à Cultura Visual e à História da Educação, uma vez que compreendeu os retratos fotográficos como representações e artefatos visuais que nos dão indícios sociais/culturais de seu contexto de produção e dos sentidos na escola no período. Por fim, a metodologia empregada consistiu na iconografia/iconologia revisada (KOSSOY 2009, 2014) em diálogo com as formas de expressão e conteúdo (MAUAD, 1996), tendo em mente as discussões acerca do circuito social da fotografia (MAUAD, 1996).