Mistura de herbicidas na cultura do amendoim

1 1 A mistura de herbicidas em cultivos agrícolas é uma estratégia de manejo de plantas daninhas que já vem sendo empregada há muitos anos em todo o país. No entanto, é uma prática que foi regulamentada recentemente e, por isso, muitas vezes tem sido empregada de forma indiscriminada e inapropriada. Este trabalho teve como objetivo avaliar a seletividade de misturas de herbicidas aplicadas em pré-emergência na cultura do amendoim, cultivar Granoleico. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, tendo como tratamentos 13 misturas de herbicidas aplicadas em pré-emergência e uma testemunha (sem tratamento químico), com 4 repetições. Foram realizadas avaliações semanais de intoxicação do amendoim dos 7 aos 84 dias após a aplicação das misturas. Ao final do ciclo do amendoim (140 dias após a semeadura) foi determinada a produtividade de vagens e os dados extrapolados para kg ha-1. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste F, e as médias, comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Dentre os tratamentos e parâmetros avaliados, verificou-se que a mistura de flumioxazina + clorimuron, sulfentrazone + imazetapir e sulfentrazone + clomazone proporcionaram reduções significativas de todos os parâmetros. De posse dos resultados levantados neste estudo, concluiu-se que as misturas dos herbicidas diclosulan + s-metolachlor, diclosulan + trifluralina, diclosulan + imazetapir, flumioxazina + imazetapir e flumioxazina + imazapic foram seletivas para a cultura do amendoim. Nas doses, tipo de solo e condições edafoclimáticas estudadas, as misturas de flumioxazina + trifluralina. flumioxazina + s-metolachlor, fomesafen + s-metolachlor, diclosulan + imazapic, imazetapir + flumioxazina, sulfentrazone + imazetapir, flumioxazina + clorimuron e sulfentrazone + clomazone não são seletivos para cultura, podendo causar redução de até 56% na produtividade do amendoim.

Biofertilizantes pulverizados nas folhas e no sulco de semeadura na cultura do amendoim

Os biofertilizantes são insumos importantes para obtenção de altas produtividades na cultura do amendoim, pois contribuem para reduzir os estresses bióticos e abióticos, bem como estimulam a simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio e outros microorganismos benéficos. Com objetivo de estudar o efeito do biofertilizante Vorax® e inoculante Atmo® sobre algumas características agronômicas dos cultivares de amendoim IAC OL-3 e IAC-503, foram instalados ensaios de campo em LATOSSOLO Vermelho eutroférrico, textura argilosa, situado no IAC em Ribeirão Preto/SP. Com delineamento blocos casualizados com quatro repetições, na safra 2019/20, foram estudados 5 tratamentos na cultivar IAC OL-3: controle (T1); 50 mL ha-1 de Vorax® pulverizados aos 25 (T2); aos 25 e 50 (T3), 25, 50 e 80 dias após a semeadura (T4), bem como o biofertilizante na dose de 30 mL ha-1 pulverizado em conjunto com os fungicidas a partir dos 45 DAS (T5). Na safra 2020/21, o ensaio com mesmo delineamento, testou 07 tratamentos na cultivar IAC 503: controle (T1); Atmo® (300 mL ha-1) no sulco de semeadura + Synflex® 150 mL ha-1 (T2); T2 + MQL007 (50 mL ha-1) no sulco de semeadura (T3); T3 + MQL007 (50 mL ha-1) pulverizado aos 25 DAS (T4); MQL007 (50 mL ha-1) pulverizado aos 25 DAS (T5); Vorax® (50 mL ha-1) pulverizado aos 25, 50 e 80 DAS (T6); T6 + pulverização aos 100 DAS (T7). Conclui-se para as condições dos experimentos que: três pulverizações de Vorax® (50 mL ha-1) proporcionaram aumentos significativos na ordem de 27% e 24%, respectivamente para os cultivares IAC OL-3 e IAC 503, bem como a aplicação no sulco do inoculante Atmo® + Synflex® associado com bioestimulante MQL007 proporcionou ganhos de 27% na produtividade de vagens do IAC 503.

Análise do cenário produtivo da cultura do amendoim e sua relação com os indices de produção para as regiões e estados brasileiros

A cultura do amendoim faz parte das principais culturas oleaginosas do mundo, fornecendo vários produtos a partir de seus grãos como óleo, proteínas e vitaminas. Objetivo: organizar as regiões e os estados brasileiros, em função dos indicadores de produção, usando técnicas de estatística descritiva e a análise multivariada de agrupamentos. Para a análise regional, realizaram as estatísticas descritivas em relação ao aumento ou redução das variáveis estudadas para as safras de 2018/2019 e 2019/2020. Os dados foram adquiridos na base do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola para área plantada, área colhida e produção, por ano da safra e produto das lavouras, onde foram selecionados os dados da safra de 2018/2019 e 2019/2020 e analisados por meio da análise exploratória da técnica multivariada de agrupamentos, pelo método hierárquico. Os grupos foram separados em relação à diminuição, constância ou aumento dos indicadores de produção, resultando nos seguintes grupos: Grupo 1 = Tocantins (TO); Grupo 2 = Alagoas (AL); Grupo 3 = São Paulo (SP), Mato Grosso do Sul (MS), Paraná (PR), Sergipe (SE), Ceará, (CE), Piauí (PI); Grupo 4 = Pará (PA), Maranhão (MA), Pernambuco (PE), Bahia (BA), Minas Gerais (MG), Mato Grosso (MT), Goiás (GO); Grupo 5 = Rondônia (RO), Acre (AC), Santa Catarina (SC), Rio Grande do Sul (RS). A região Sudeste apresentou a maior área, produção e produtividade do país, já as regiões Norte e Nordeste foram as que apresentaram os menores índices como um todo. No Brasil foi observada uma grande variação com relação aos indicadores de produção e o estudo multivariado mostrou que pode ser muito importante para os produtores, pois pode colaborar nas tomadas de decisões sobre os investimentos e ajudar no entendimento do processo de avanço ou retrocesso da cultura do amendoim no território brasileiro.

Infestação de ácaros após aplicações sequenciais de inseticidas para controle do tripes em amendoim

No cultivo do amendoim, Arachis hypogaea, visando o controle de uma das principais pragas que infestam as lavouras, o tripes Enneothrips flavens, são realizadas pulverizações calendarizadas de inseticidas pelos produtores, o que pode afetar a maior ou a menor incidência de ácaros no ambiente. O objetivo deste trabalho foi avaliar a infestação de ácaros ao final do ciclo da cultura, após aplicações sequenciais de inseticidas para o controle do tripes. O experimento foi realizado na cidade de Planalto, localizada no estado de São Paulo, na safra 2020/21. O delineamento utilizado foi o em blocos casualizados composto por 16 tratamentos (15 inseticidas e uma testemunha) e quatro repetições cada. Como resultado foi observado com maior presença o Mononychellus planki e o Tetranychus urticae, sobretudo o primeiro. Entre os inseticidas avaliados, o Benevia, nas condições que foram realizadas o experimento, foi o que contribuiu para o aumento da população do ácaro-verde no fim do ciclo da cultura do amendoim.

Desempenho de cultivares e novas linhagens de amendoim na região central do Tocantins

O estado do Tocantins é um importante produtor de grãos da região Norte do Brasil, que tem potencial para a produção de amendoim de elevada qualidade, visando atender à crescente demanda por este produto nos mercados interno e externo. Este trabalho teve o objetivo de avaliar seis linhagens de amendoim do tipo Runner alto oleico (1253 OL, 1952 OL, 2055 OL, 2101 OL, 2133 OL e 2136 OL) na área experimental da Embrapa, em Palmas-TO. As cultivares BRS 421 OL e BRS 423 OL foram utilizadas como testemunhas. Foi utilizado o delineamento em blocos casualizados com quatro repetições, sendo avaliadas seis linhagens na safra 2019/20 e quatro linhagens na safra 2020/21. O manejo das áreas seguiu as recomendações para produção comercial de amendoim, incluindo controle químico de plantas daninhas e doenças foliares. Os dados foram submetidos à análise estatística por meio de modelos mistos (REML/BLUP) utilizando o software Selegen. A significância dos efeitos de tratamentos foi testada por meio da análise de variância. Não houve diferença estatísticas entre os tratamentos (cultivares e linhagens), nos dois anos de avaliação. Porém, a média geral do experimento na safra 2019/20 (3.676,0 kg.ha-1) foi menor que a da safra 2020/21 (5.895,6 kg.ha-1). Em 2019/20, foi observado amarelecimento geral das plantas, embora não houvesse deficiência de nitrogênio ou outro fator associado ao manejo; amostras de sementes com deformações, manchas, rachaduras e avermelhamento da película também foram observados. Estes sintomas são muito semelhantes aos sintomas causados por mancha anelar, uma doença de etiologia virótica detectada em amendoim nos estados de São Paulo e Goiás. Com isso, é importante continuar a avaliação de novas linhagens, visando desenvolver cultivares mais produtivas e adaptadas ao cultivo em Tocantins, como também elucidar a etiologia dos sintomas observados na área experimental na safra 2019/20.

Seminário como uma prática pedagógica a partir do sexto ano do Ensino Fundamental

As escolas apresentam diversas estratégias de ensino e aprendizagem e uma delas é o seminário. Por isso, o foco temático deste estudo é apresentar o seminário como uma estratégia de ensino ativa que pode ser utilizada a partir do sexto ano do Ensino Fundamental. O objetivo foi refletir no seminário como estratégia didática formativa para os estudantes/indivíduos e para isso, o entendimento de teóricos acerca do uso do seminário, uns com defesas do seminário como desenvolvimento cognitivo, enquanto outros lhe veem como mais uma preparação para o mundo do trabalho. Seja como for, o debate de ideias é interessante para ver o quão plural é o uso dessa metodologia. Trata-se de um trabalho teórico, com um viés no relato de experiência em que minha experiência docente foi invocada na intercessão desta metodologia para o desenvolvimento de várias áreas cognitivas e sociais dos indivíduos. Desta forma, conclui-se que é essencial a utilização do seminário, com orientação e supervisão a partir do sexto ano.

Emergência e desenvolvimento inicial de plântulas de amendoim submetidas ao uso de extrato pirolenhoso

O extrato pirolenhoso (EP), produto proveniente da queima da madeira, conhecido como ácido pirolenhoso ou vinagre de madeira, tem sido estudado em diversas culturas como milho, feijão, arroz, capazes de exercer efeitos na germinação e vigor das sementes. A cultura do amendoim tem importância socioeconômica nas regiões de sua produção e sempre busca inserir novas tecnologias. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar a influência do extrato pirolenhoso na emergência e desenvolvimento inicial de plântulas de amendoim. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2x5, com duas cultivares de amendoim: IAC 503 e Granoleico; e cinco doses de EP: T1- 10,0 mL de água deionizada kg-1 de sementes; T2- 2,5 mL EP + 7,5 mL de água deionizada kg-1 de sementes; T3- 5,0 mL EP + 5,0 mL de água deionizada kg-1 de sementes; T4- 7,5 mL EP + 2,5 mL de água deionizada kg-1 de sementes e; T5- 10,0 mL EP kg-1 de sementes, com 4 repetições. A semeadura foi realizada em vasos de polietileno de 11 dm³, sendo avaliados os parâmetros de porcentagem de emergência (E%), índice de velocidade de emergência (IVE), comprimento da parta aérea (CPA), da raiz (CPR) e massa de matéria seca de plântula (MS). Os dados foram submetidos à análise de variância, pelo teste de F (p>0,05) e os tratamentos pela análise de regressão. Não foram observadas interações significativas entre os efeitos simples, entretanto para a variedade Granoleico quando adicionado EP na dose 5 mL Kg-1 sementes, houve um incremento para a porcentagem de emergência, índice de velocidade de emergência e massa seca plântulas-1. Já com relação ao comprimento tanto da parte aérea, como raízes (cm plântulas-1), maiores valores foram evidenciados para o de 7,5 mL de EP Kg-1, também para a cultivar Granoleico. Pode-se concluir que extrato pirolenhoso na dose 5 mL Kg-1, conferiu um melhor desempenho para cultivar Granoleico nos parâmetros de E%, IVE e CPA, enquanto para a cultivar IAC 503 apenas para o parâmetro de %E, quando comparado às demais dosagens, para a referida cultura.

Avaliação agronômica e mercadológica de genótipos de amendoim em Santo Antônio do Leste-MT

O presente trabalho teve como objetivo a avaliação das características agronômicas e mercadológica de genótipos de amendoim na mesorregião Nordeste do estado do Mato Grosso. O experimento foi desenvolvido no ano agrícola 2020/21 com semeadura no dia 05 de novembro de 2020, na Fazenda Santo Antônio, em Santo Antônio do Leste-MT. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com quatro repetições. Os tratamentos foram dez genótipos de amendoim rasteiro, uma cultivar: BRS 421 OL e oito linhagens: 1968 OL, 2091 OL, 1965 OL, 2259 OL, 2133 OL, 2010 OL, 1253 OL e 1973 OL, desenvolvidos pelo PMA da Embrapa. As parcelas eram compostas por duas linhas de três metros de comprimento, espaçamento de 0,90 m, intervalo entre parcelas de dois metros e parcela de 5,4 m2. Foram avaliados grãos quebrados, massa de 100 grãos, rendimento, produtividade de vagens e granulometria. Os rendimentos dos genótipos não diferiram entre si. A cultivar BRS 421 OL e as linhagens 1973 OL, 2091 OL e 2010 OL apresentaram as menores porcentagens de grãos quebrados. Além disso, a BRS 421 OL obteve a maior massa de 100 grãos e produtividade de vagens. Contudo, todas as demais linhagens obtiveram níveis produtivos acima de 5.500 kg.ha-1. Houve diferença quanto as granulometrias nas diferentes peneiras, podendo atender aos diferentes nichos mercadológicos.

Produtividade do amendoim sob efeito residual da rochagem em área de reforma de canavial

A técnica de rochagem é um processo sustentável na produção agrícola, tratando do manejo do solo com produto de fonte natural, como o pó de rocha basáltica. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar a produtividade do amendoim sob efeito residual de pó de rocha basáltica Coplan (PRB) em área de reforma de canavial na safra 2020/21. O experimento foi disposto em faixas (split pots), com comprimento de 60,0 m e largura de 10,8 m, contemplando três tratamentos: T1 - sem PRB; T2 - 2,5 t ha-1 de PRB e; T3 - 5,0 t ha-1 de PRB, para cada faixa, com 10 pontos de coleta (repetições), distribuídos a 6 m cada, obtendo-se após análise de variância, as médias, que foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade e regressão polinomial para o efeito das doses. Após caracterização do PRB, procedeu-se a aplicação por meio de distribuidor de corretivos e fertilizantes tratorizado, cobrindo a largura das faixas, realizada 10 dias após o corte da cana soca na safra 2019/20, em setembro. Após a colheita da dessa cana, em outubro de 2020, a área passou por preparo de solo convencional e o plantio do amendoim ocorreu em novembro de 2020, com a cultivar IAC 503, sem correção e adubação do solo. Foram realizados os tratos culturais conforme recomendações para a cultura. Após 160 dias de plantio realizou-se o arranque, inversão e colheita das leiras, em abril de 2021, de forma mecanizada, obtidos na área útil de cada ponto (6,0 m x 3,60 m), dentro das faixas, por tratamento e, posteriormente, transformou-se o peso coletado em produtividade, dada por quilos e sacas por hectare. Foram observados que o tratamento sem PRB apresentou valores médios de produtividade igual a 5.602,32 kg ha-1 e 224,10 sc ha-1 e, que as doses de 2,5 e 5,0 t ha-1 apresentaram os valores médios de produtividade de 7.354,63 e 7.421,76 kg ha-1, com 294,19 e 296,87 sc ha-1, respectivamente, com um aumento de 24,51% da produtividade.

Introgressão assistida por marcadores de genes de resistência às cercosporioses em linhagens de amendoim

As cercosporioses estão entre as principais doenças foliares do amendoim, comprometendo a produtividade das lavouras. O controle químico com fungicidas é a principal tática de manejo desta doença, uma vez que a resistência, quando encontrada no amendoim cultivado, é apenas moderada. Entre as espécies silvestres com maiores níveis de resistência, Arachis cardenasii tem tido destaque, gerando linhagens e cultivares resistentes em diversos países, embora A. batizocoi e A. magna também possam contribuir para elevar os níveis atuais de resistência. Este trabalho teve como objetivo avaliar a resistência às cercosporioses de 45 progênies e linhagens derivadas de A. batizocoi e A. magna combinadas com A. cardenasii, sendo testemunhas as cultivares BRS 421 OL e IAC OL3. Foi empregado o delineamento em blocos incompletos, em dois ensaios: primeiro ensaio composto por 12 genótipos avaliados em blocos completos casualizados com três repetições; segundo ensaio sem delineamento, composto por 35 genótipos. A severidade foi avaliada em campo, sob alta pressão de cercosporioses, sem controle com fungicidas, por meio de escala de notas. Os dados foram analisados como delineamento em blocos incompletos-grupos de experimentos por meio de modelos mistos (REML/BLUP). Foi observada resistência completa às cercosporioses (nota 1) na linhagem F4 2020-3108. Outras seis linhagens tiveram valores de severidade inferiores ou iguais a 2. Todas estas linhagens de pré-melhoramento foram selecionadas na safra 2019-20 em progênies interespecíficas e genotipadas com marcadores moleculares ligados a QTLs associados à resistência oriunda de A. cardenasii. No entanto, características agronômicas como tamanho das sementes, ciclo e hábito de crescimento ainda não são adequadas para o cultivo comercial, havendo a necessidade de novo ciclo de hibridação com cultivares e linhagens produtivas, visando ao desenvolvimento de cultivares com maiores níveis de resistência. Foram identificadas seis linhagens de pré-melhoramento com altos níveis de resistência às cercosporioses, provenientes das espécies A. cardenasii, A. magna, e A. batizocoi.