O argumento central deste artigo é de que, no Rio Grande do Sul, as transformações no campo afrorreligioso estão acompanhadas por processos de modulação do axé. Estes podem ser observados a partir do universo material e possibilitam que certos objetos atuem de diferentes formas, a partir de múltiplos avatares. Isso só é possível devido as dinâmicas de diferenciação, atualização e individuação das forças que atuam no mundo, próprias do universo religioso afro-brasileiro, situadas em um “constante jogo dialético entre o mesmo e o outro” (Augras, 2008, p.21). Como consequência, tal como buscarei argumentar, surgem processos miméticos - mimetismos afro-brasileiros - que se mostram como desafios de pesquisa e que podem ser observados em controvérsias que eclodem no campo afrorreligioso. Para abordar tais questões, atento para a circulação e movimento dos tambores no campo afro-gaúcho. Por fim, considero que este artigo contribui para um debate mais amplo, acerca das materialidades religiosas afro-brasileiras.