Tematicas
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Published By Universidade Estadual De Campinas

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Tematicas ◽  
2021 ◽  
Vol 29 (57) ◽  
pp. 347-369
Author(s):  
Henrique Pereira Braga ◽  
Ivan Zanatta Kawahara
Keyword(s):  

As transformações sociais e econômicas de grande envergadura que têm ocorrido na sociedade capitalista desde os anos de 1970 desafiam a teoria social crítica contemporânea a compreender a natureza dessa mudança e explicar seus variados desdobramentos na vida social. Esse artigo aborda uma dimensão dessa transformação: a temporalidade capitalista. Para tanto, o artigo se concentra nos argumentos de Moishe Postone sobre a natureza do tempo no capitalismo, que são elaborados a partir de sua leitura da teoria madura de Karl Marx – com especial atenção para o Grundrisse e O Capital. A conclusão dessa leitura é a de que, para Postone, a dualidade da forma mercadoria constitui uma relação entre uma dimensão temporal concreta (de valores de uso) e uma dimensão temporal abstrata (valor) que implica um específico tempo histórico que é crescentemente denso, veloz e instável.


Tematicas ◽  
2021 ◽  
Vol 29 (57) ◽  
pp. 245-267
Author(s):  
Karim Helayel ◽  
Maria Caroline Marmerolli Tresoldi

Elide Rugai Bastos é uma das principais sociólogas do Brasil contemporâneo. Nessa conversa, concedida por videochamada em maio de 2021, temos uma visão da trajetória e da obra da professora, orientadora, pesquisadora e intérprete do país. Além de contar sobre seu percurso de pesquisa na área de Pensamento Social no Brasil, Elide Rugai Bastos faz um balanço da área no quadro mais amplo das Ciências Sociais e destaca a atualidade de alguns intérpretes e de certos temas e problemas para uma reflexão sobre os dilemas do país.


Tematicas ◽  
2021 ◽  
Vol 29 (57) ◽  
pp. 183-207
Author(s):  
Gabriel Delphino Fernandes de Souza ◽  
Thiago Campos da Silva

O artigo tem como objetivo identificar se as ideias do pastor Ronilso Pacheco e do rapper Emicida dialogam com as chaves interpretativas do pensamento social negro. Para tal, serão mobilizados livros do pastor, assim como entrevistas concedidas por Emicida ao jornal Le Monde Diplomatique Brasil em 2018 e ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, em 27 de julho de 2020, buscando identificar a relação que ambos estabelecem com o pensamento negro brasileiro e suas reflexões sobre o Brasil contemporâneo. Quanto à metodologia adotada, serão realizadas discussões bibliográficas nos dois segmentos iniciais do trabalho, além de uma análise de discurso para as entrevistas de Emicida. Com isso, visa-se destacar novos horizontes de interpretação da realidade, contribuindo para a formulação de diferentes possibilidades analíticas e investigativas sobre a sociedade brasileira, fazendo emergir e ressoar as vozes de sujeitos historicamente invisibilizados e marginalizados pelas narrativas oficiais e hegemônicas. Procuramos demonstrar as interlocuções entre os autores selecionados e o fazer social, entendendo a necessidade de “enegrecer” as políticas públicas e de pautar a compreensão do mundo social a partir de perspectivas descolonizadas e fundadas na e a partir da experiência negra.


Tematicas ◽  
2021 ◽  
Vol 29 (57) ◽  
pp. 269-299
Author(s):  
Juliana Sousa

Este artigo discute as relações de trabalho doméstico remunerado no Brasil contemporâneo, partindo da proposta analítica de compreender o entrelaçamento das relações sociais de gênero, raça e classe. Associando-se à persistente divisão sexual do trabalho, o racismo estrutural e a luta de classes têm produzido um quadro de acentuada desigualdade social. Como uma das expressões mais sensíveis desta desigualdade, a existência de um contingente que ultrapassava as 6 milhões de trabalhadoras domésticas no país, em 2019, das quais 61,6% são mulheres negras e somente 28,2% contavam com o registro na carteira de trabalho. A partir de dados estatísticos das últimas décadas, o estudo aponta um perfil do trabalho doméstico remunerado, como a expansão da modalidade de diarista, mantida à margem das recentes conquistas no plano normativo, estabelecidas na Emenda Constitucional nº 72/2013 e na Lei Complementar nº 150/2015.


Tematicas ◽  
2021 ◽  
Vol 29 (57) ◽  
pp. 300-327
Author(s):  
Tatiana Vasconcelos Fleming Machado ◽  
Silvinha Pinto Vasconcelos

O mercado de produção cinematográfica brasileira passou por movimentações nos últimos anos e o desafio dos produtores independentes em alcançar a plataforma comercial tradicional (salas de cinema) cresceu na mesma proporção. Neste contexto, algumas desvantagens relativas deste segmento fazem-se notar quando consideradas as firmas rivais que estabelecem um nicho comercial altamente lucrativo. Mas, paradoxalmente, produtores do cinema nacional permaneceram no mercado, competindo lado a lado com grandes produtores estrangeiros. A constatação de tal permanência motivou a realização deste estudo, o qual visa compreender a lógica de decisão de localização em termos de tipo de filme a ser produzido, dentre um continuum de possíveis tipos de filmes mais ou menos comerciais. Para tanto, e estrutura de mercado foi considerada, bem como foi feita uma análise estratégica das decisões de diferenciação com base no modelo da cidade linear de Hotelling. Concluiu-se que há possibilidade de os produtores independentes coexistirem com os comerciais neste mercado.


Tematicas ◽  
2021 ◽  
Vol 29 (57) ◽  
pp. 149-182
Author(s):  
Alan Osmo
Keyword(s):  

Quase cem anos separam a Guerra de Canudos (1896-1897) e o massacre do Carandiru (1992). Entretanto, é possível fazer aproximações entre esses episódios marcantes da história do Brasil. Ambos foram crimes cometidos pelo Estado, a partir de ordens de governantes, e contaram com enorme aparato repressivo. Simbólico também que ambos passaram por uma tentativa por parte do Estado de um esquecimento oficial da violência cometida, por meio da destruição dos espaços palcos dos massacres: Canudos sendo inundada para fazer o açude Cocorobó em 1969, e a penitenciária do Carandiru sendo implodida para fazer o Parque da Juventude, a partir de 2002. A proposta deste trabalho é a de discutir nesses casos de massacres a importância que obras literárias tiveram em relação à memória desses crimes. No caso do Massacre de Canudos: Os sertões, de Euclides da Cunha; no caso do Massacre do Carandiru: “Diário de um detento”, de Racionais MC’s. A discussão sobre essas obras para a memória se torna ainda mais relevante quando levamos em conta que o Brasil tem sistematicamente falhado em julgar crimes cometidos pelo próprio Estado. Sem desconsiderar as diferenças significativas entre o livro de Euclides da Cunha e a canção dos Racionais MC’s, proponho discutir como a literatura foi convocada, nesses casos, a se posicionar diante da história brasileira, denunciando crimes cometidos pelo Estado que corriam, e ainda correm, o risco de serem silenciados e apagados.


Tematicas ◽  
2021 ◽  
Vol 29 (57) ◽  
pp. 328-346
Author(s):  
Gabriel Cardozo de Lima

A escrita de J.G. Ballard (1930-2009) abre-se a um conjunto de discussões que são fundamentais para os campos da Antropologia e da Literatura. Considerado um dos grandes nomes da literatura inglesa, o autor se divide entre os gêneros da escrita autobiográfica e ficção científica. Neste artigo, analiso um conjunto diverso de obras que se conectam pelo que se denominou paisagem narrativa, conceito inspirado nas teorias do antropólogo Tim Ingold (2015). A análise pormenorizada das obras, do contexto histórico e pessoal do autor trazem à baila discussões referentes à memória, trauma e modernidade, ensejando em um mapeamento das principais questões da civilização ocidental na segunda metade do século XX. Os objetivos consistem em produzir, através das narrativas ficcionais, imagens e leituras do mundo social, tomando a obra literária como elemento em constante relação com este. Conclui-se que as ficções ballardianas são experimentos com as dimensões sociais e individuais da memória, observando a leitura crítica sobre o período pós-guerra e os efeitos colaterais do projeto burguês de civilização capitalista.


Tematicas ◽  
2021 ◽  
Vol 29 (57) ◽  
pp. 208-234
Author(s):  
Valmir Moratelli

Este trabalho discute a construção da narrativa de ficção televisiva sob o ponto de vista da invisibilidade da representação de personagens negros idosos. A partir do apontamento de elementos sociais e contemporâneos, analisa-se por que a temática da velhice dos negros é praticamente inexistente nas telenovelas da TV Globo. Ao se trazer aspectos da narrativa do folhetim, típica das telenovelas brasileiras, pretende-se debater de que forma é construída a anulação dos discursos de identidade a respeito de negros idosos e sua relação com aspectos da vida social.


Tematicas ◽  
2021 ◽  
Vol 29 (57) ◽  
pp. 9-37
Author(s):  
Karim Helayel ◽  
Beatriz Malcher ◽  
Maria Caroline Marmerolli Tresoldi

Nessa apresentação, procuramos discutir, em dois momentos, algumas questões suscitadas ao longo do processo de construção do dossiê “Interpretações do Brasil e dilemas contemporâneos”. O primeiro se refere à noção de “interpretações do Brasil”, de modo a ressaltar sua relevância teórica na contemporaneidade e discutir o estatuto da área de Pensamento Social no Brasil na atualidade. Em um segundo momento, tratamos mais diretamente alguns dilemas da contemporaneidade, tendo em vista o desafio de articulação de questões contemporâneas a autores considerados clássicos, que pensam o capitalismo e a modernidade a partir da periferia. Após essas considerações de ordem mais geral, realizamos uma breve apresentação dos artigos que compõem o presente dossiê.


Tematicas ◽  
2021 ◽  
Vol 29 (57) ◽  
pp. 117-148
Author(s):  
Douglas Vinícius Souza Silva
Keyword(s):  

A quem serve o discurso de que o racismo no Brasil é velado ou de que o racismo inexiste neste país formado pela miscigenação? Esse discurso se faz presente na sociedade brasileira, é difundido pela mídia e por líderes políticos, e ganhou espaço em polêmicas recentes. Partindo dessa questão, o artigo propõe uma análise qualitativo-interpretativista de quatro tweets de um representante político e de falas e textos veiculados nos meios midiáticos nacionais, buscando compreender as raízes desse discurso e suas implicações na sociedade brasileira. Para isso, parto de uma revisão bibliográfica histórica sobre intérpretes do Brasil, como Sílvio Romero, Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Euclides da Cunha, Antonio Candido, entre outros, que desempenharam um papel significativo na consolidação do discurso da miscigenação como elemento nuclear da identidade nacional e na popularização dessa concepção. Em diálogo com a conjuntura atual, percebem-se “revozeamentos” e rupturas nas polêmicas discursivas e interesses em torno dos discursos hegemônicos sobre raça e miscigenação.


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