os sertoes
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2022 ◽  
Vol 31 (1) ◽  
pp. 53-64
Author(s):  
Júlio César Suzuki ◽  
Gilvan Charles Cerqueira de Araújo ◽  
Karina Marques
Keyword(s):  

Os sertões brasileiros estão presentes na história da formação territorial do país. As fronteiras do interior possuem inúmeras paisagens, diferentes regionalizações, formas de vida e costumes dos mais singulares. Pelos caminhos dos sertões encontramos o Brasil em sua diversidade essencial, um objeto de fascínio e exploração para autores em suas expressões geopoéticas e geoliterárias. O presente artigo propõe a refletir sobre o duplo papel dos sertões, o histórico e geográfico, juntamente com sua potência e riqueza geopoética e geoliterária. Estabelece-se tanto uma revisão bibliográfica dos preceitos e fundamentos geográficos como a apresentação de expressões literárias dos sertões a partir de seu advento geográfico essencial, diversificando-o em múltiplas singularidades socioculturais e naturais. Assim, é possível tomar os sertões como ponto de partida e de chegada para o debate da formação e da composição das identidades e fronteiras interiores do Estado nacional brasileiro.


Author(s):  
Ana Luiza Fernandes ◽  
João Queiroz
Keyword(s):  

Os Sertões de Euclides da Cunha são um projeto intermidiático e multimodal. Sua "tecnografia própria", como Euclides a projeta em carta a José Veríssimo, "corporifica-se" numa "transgressão de gêneros" (cf. Haroldo de Campos), e requer o uso de mapas e fotografias. Como fotolivro de literatura brasileira, trata-se de nosso mais notável experimento de "literatura expandida", híbrida. Há, em Os Sertões, ao menos dois níveis de descrição que não devem ser confundidos nas análises. Sua macroestrutura, concebida como um projeto intermidiático, que intercala, ao longo de mais de 600 páginas, imagens de cartógrafos-engenheiros, e fotos do acervo de Flávio de Barros. Essa arquitetura depende da microestrutura de interação local texto-imagem, uma propriedade que chamamos de co-localização. Nosso foco, neste artigo, concentra-se na macroestrutura da obra. Cinco edições foram diretamente comparadas (1902, 1903, 1905, 1933, 2016).


Author(s):  
Otávio Ávila
Keyword(s):  

O artigo tem por objetivo refletir sobre o estatuto da estrangeiridade do sertanejo na obra máxima de Euclides da Cunha. Utilizando conceitos de teóricos das migrações, discute-se a contribuição que a obra dá ao tema a partir das próprias contradições existentes nela sobre a alteridade, a pureza e a nacionalidade construídas a partir do pensamento positivista que dominava os intelectuais desse período e refletia nas formas midiáticas da imprensa. Ao fim, é feita uma reflexão dos rumos da “grande imprensa” nos dias de hoje e as novas formas de representação popular.


2021 ◽  
Vol 14 (1) ◽  
pp. e39582
Author(s):  
Victoria Broadus

This article examines filmmaker Paulo Gil Soares’s early work with a particular focus on the documentary O Homem de Couro (1969/70), in the context of Brazil’s military dictatorship (1964-85), the documentary-film initiative known as the “Farkas Caravan,” and 1960s-era Brazilian documentary more broadly. I argue that Soares’s O Homem de Couro represents an audiovisual renewal and revision of Euclides da Cunha’s portrayal of the northeastern vaqueiro in Os Sertões (1902). In the film, Soares’s depiction of the vaqueiro served as both a tribute to these national folk heroes and a reminder to viewers that da Cunha’s scathing turn-of-the-century portrait of the northeastern social order should not be considered a relic of the past. Timeless northeastern verses drive the narrative, reinforcing that message. In this way, Soares made a film that was both beautiful and denunciatory without resorting to pedagogical voiceovers or orthodox dogma. He meanwhile updated key elements of Os Sertões for the 1960s and ‘70s. Soares offered subjectivity that was lacking in da Cunha’s account, discrediting da Cunha’s nineteenth-century biological and geographical determinism. He also documented inauspicious shifts in this labor market that threatened the vaqueiro’s future. In the early 1970s, Soares would go on to found the influential documentary-journalism program Globo Repórter. By focusing on his work with the Farkas Caravan, this article contributes a new perspective on a key but previously overlooked element in the formation of the Brazilian school of documentary film and journalism, and on the enduring legacies of da Cunha’s work.


2021 ◽  
Vol 10 (1) ◽  
pp. 434-457
Author(s):  
Noemia Dayana De Oliveira
Keyword(s):  

As Casas de Caridade foram instituições educacionais e de acolhimento religioso que funcionou nos sertões do Norte Imperial de 1860 a 1883, sob a organização do padre José Antônio de Maria Ibiapina. Essas casas, também entendida como “asilos”, tornaram-se conhecidas na Corte imperial devido o trabalho do irmão Ignacio, que foi designado a recolher esmolas, por ocasião da vulnerabilidade material causada pela seca de 1877. Dito isto, objetivamos analisar as sátiras do jornal Revista Illustrada a respeito dos asilos do beato, que tomou proporções consideráveis a partir da propaganda feita por esta gazeta, que resolveu enviar um correspondente para os sertões, com o propósito de averiguar a existência dos “asilos” ou determinar o fanatismo religioso daquela região.


Author(s):  
Adriana Michele Johnson

The War of Canudos was fought in the northeastern desert-like backlands (sertão) of Brazil at the end of the 19th century between the community of Belo Monte/Canudos and Brazil’s recently established republican government. The leader of Canudos, a charismatic man known as Antônio Conselheiro, was considered a holy man by his followers and exemplified many of the beliefs and practices of folk Catholicism in the region. While he wandered the backlands for many years, rebuilding churches, pronouncing sermons, and living a deeply ascetic life, he entered into conflict with authorities following the passage from monarchy to republic in 1889, a secular form of government that lacked authority in his eyes. Once Conselheiro settled in a hamlet in 1893, baptizing it Belo Monte, the settlement became a center of attraction and grew quickly, draining labor and threatening the power of neighboring landowners. After two small Bahian expeditions sent to fight with the inhabitants of Belo Monte (called Canudos by outsiders) were routed, news of the community and its leader spread like wildfire in both the Bahian press as well as newspapers in the country’s center of power in the southeast. The failure of a third and larger military expedition sent by the federal government turned Canudos into a media event, leading to songs, caricatures, conspiracy theories, and even carnival costumes. While the community did not arguably pose any real threat to the still nascent republic, it became symbolized as such in the media. A fourth and much larger military expedition finally destroyed the community after months of siege. While the war continued to exert an outsized presence in a variety of media, including poems, memoirs, novelizations, and testimonials, its status as a singular and epic event in Brazilian history was cemented with the publication of Euclides da Cunha’s Os Sertões four years after the end of the conflict, a book based on the author’s experience as a war correspondent for a São Paulo newspaper. The consecration of Os Sertões as one of the foundational texts of Brazilian nationality, however, poses a challenge for understanding the War of Canudos outside the optics and intelligibility established by da Cunha’s text.


Tematicas ◽  
2021 ◽  
Vol 29 (57) ◽  
pp. 149-182
Author(s):  
Alan Osmo
Keyword(s):  

Quase cem anos separam a Guerra de Canudos (1896-1897) e o massacre do Carandiru (1992). Entretanto, é possível fazer aproximações entre esses episódios marcantes da história do Brasil. Ambos foram crimes cometidos pelo Estado, a partir de ordens de governantes, e contaram com enorme aparato repressivo. Simbólico também que ambos passaram por uma tentativa por parte do Estado de um esquecimento oficial da violência cometida, por meio da destruição dos espaços palcos dos massacres: Canudos sendo inundada para fazer o açude Cocorobó em 1969, e a penitenciária do Carandiru sendo implodida para fazer o Parque da Juventude, a partir de 2002. A proposta deste trabalho é a de discutir nesses casos de massacres a importância que obras literárias tiveram em relação à memória desses crimes. No caso do Massacre de Canudos: Os sertões, de Euclides da Cunha; no caso do Massacre do Carandiru: “Diário de um detento”, de Racionais MC’s. A discussão sobre essas obras para a memória se torna ainda mais relevante quando levamos em conta que o Brasil tem sistematicamente falhado em julgar crimes cometidos pelo próprio Estado. Sem desconsiderar as diferenças significativas entre o livro de Euclides da Cunha e a canção dos Racionais MC’s, proponho discutir como a literatura foi convocada, nesses casos, a se posicionar diante da história brasileira, denunciando crimes cometidos pelo Estado que corriam, e ainda correm, o risco de serem silenciados e apagados.


Caracol ◽  
2021 ◽  
pp. 1016-1039
Author(s):  
María de los Angeles Mascioto

El presente artículo analiza las estrategias de recorte y escritura mediante las cuales un conjunto de textos tomados del libro Os Sertões de Euclides Da Cunha adquirieron el estatus de relatos independientes en la Revista Multicolor de los Sábados (1933-1934). En este suplemento ilustrado de literatura del diario argentino Crítica dirigido por los escritores Jorge Luis Borges y Ulyses Petit de Murat, la poética del recorte -inclusión de fragmentos de textos provenientes de otros soportes y la recontextualización junto con otros contenidos- oxigenó la literatura al mismo tiempo que fomentó la experimentación y la manipulación.


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