O poeta Felippe D’Oliveira foi uma figura marcante na sociedade fluminense do início do século XX. Além de atleta versátil e diretor da Laboratórios Daudt, Oliveira Cia, Felippe transitou pelos diferentes círculos da cultura local e, nesse tempo, publicou dois livros: Vida Extinta, de 1911 e, Lanterna Verde, de 1926. No entanto, a despeito de seu entusiasmo pela literatura, o poeta não se distanciou das causas sociais e políticas de seu tempo. Entre os anos de 1928 e 1930, o poeta atuou nas ações de cunho articulatório que culminaram com a tomada do poder pelos parlamentares integrantes da Aliança Liberal, liderados por Getúlio Vargas. O grupo conspiratório, autodenominado Tríade Indissolúvel, era formado por Felippe e seu irmão João Daudt e pelo deputado federal João Neves da Fontoura. O círculo manteve contato frequente, via cartas, durante o período e se concentrou, também, em estabelecer uma comunicação efetiva com outros membros da aliança. Desse modo, este trabalho, circunscrito à pesquisa de pós-doutorado, da linha de pesquisa Literatura, Comparativismo e Crítica Social, visa apresentar a natureza teórica e epistemológica da pesquisa em andamento, ressaltando: a) o papel desempenhado por Felippe D’Oliveira na Revolução de 1930 e b) de que forma o tema político se relaciona com a sua obra. Para tanto, lançaremos mão de teóricos oriundos da sociologia e da história, como Sevcenko, Hobsbauwn e Le Goff, para a análise desses documentos e do material artístico do autor.