O presente artigo tem como objetivo trazer considerações sobre a arte na cidade, tendo como recorte de estudo o território afetivo à beira mar do Rio Vermelho, bairro de Salvador, onde ocorrem diversos encontros culturais, considerando a relação sagrada e profana presentes no dia 2 de fevereiro, dia de Iemanjá, e a sua representação imaginária e simbólica no inconsciente coletivo para o povo baiano. Busca-se, através de uma pesquisa qualitativa e estudo de campo realizado através da performance, analisar como a arte se manifesta sendo um “caminho do meio”, assim como perceber as relações entre a cidade, a arte e o sujeito. A arte à beira mar do Rio Vermelho revela as relações do indivíduo que se interpela pela arte, e se influencia pela identidade territorial do espaço e suas narrativas que configuram uma representação para o bairro em épocas festivas. É diante dessa perspectiva que a performance é entendida aqui como uma obra de arte capaz de apreender o olhar do que é ver e ser visto. Nota-se, assim, que através da performance podemos afirmar que a arte é o caminho do meio entre o território e as territorialidades, e ainda elemento oxigenador da realidade através de diferentes perspectivas de olhares que se constituem de maneiras diferentes.