CASA Cadernos de Semiótica Aplicada
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Published By Casa: Cadernos De Semiotica Aplicada

1679-3404

2016 ◽  
Vol 14 (1) ◽  
pp. 13 ◽  
Author(s):  
Vinicius Romanini

Charles Sanders Peirce (1839-1914) deu importantes contribuições para a filosofia, para a matemática e para a lógica. Mas foi principalmente para esta última que a maior parte de seus estudos se voltou. Sua teoria geral dos signos, ou semiótica, foi desenvolvida como uma tentativa de descobrir a lógica que fundamenta as nossas concepções do real e como o conhecimento cresce a partir do compartilhamento e debate de opiniões no interior de uma comunidade.  Por isso, o pragmatismo – seu maior legado para a filosofia – foi por ele definido como um método para clarear nossas ideias a partir da análise dos possíveis efeitos que a adoção de um conceito (uma crença) poderia produzir. A partir de 1905, Peirce passou a considerar o signo como o meio para a transmissão das formas que fundamentam os conceitos, e a comunicação como a mais elevada dos vários tipos de ação do signo. Na semiose, os símbolos se mantêm falíveis e em contínua transformação porque essa é sua natureza: crescer e se desenvolver num universo inteligível e repleto de sentido. Nesse realismo semiótico baseado numa teoria social do conhecimento, a estética fundamenta a ética, e estas fornecem a base para a lógica – compreendida agora como uma teoria geral da comunicação.


2016 ◽  
Vol 14 (1) ◽  
pp. 129
Author(s):  
Ekaterina Vólkova Américo ◽  
Edelcio Américo
Keyword(s):  

A partir do conceito de “texto da cidade“, formulado nos trabalhos de Iúri Lotman e Vladimir Toporov, no âmbito dos estudos empreendidos pela Escola Semiótica de Tártu-Moscou nos anos 1970-1980, o artigo aborda a presença, na cultura russa, de São Petersburgo como uma capital criada artificialmente por um capricho do Imperador Pedro, o Grande no século XVIII, e a possibilidade de traçar algumas semelhanças com a cidade de Brasília na cultura brasileira, como, por exemplo, na crônica “Nos primeiros começos de Brasília”, de Clarice Lispector, que registrara as primeiras impressões da escritora sobre a capital recém-construída.


2016 ◽  
Vol 14 (1) ◽  
pp. 83
Author(s):  
Eliane Soares de Lima

Partindo de uma análise de base lexical, orientada pelos parâmetros teórico-metodológicos da semiótica de linha francesa, em sua interpretação tensiva, a intenção deste artigo é a de examinar os pontos de semelhança, mas sobretudo os de divergência, na emergência do sentimento de compaixão ou piedade. Para isso, iniciaremos com uma investigação pautada pelas definições dicionarizadas de diferentes línguas neolatinas, para delas depreender os semas constituintes de cada um desses núcleos passionais, bem como os elementos do seu processo de configuração discursiva. Interessa, ao desdobrar a estrutura sintáxica subjacente a cada um dos lexemas-afetos, compreender o que, a partir de uma mesma cena predicativa, determina dois modos de interação afetiva distintos: um mais sensível, próprio a um “sentir com”, outro mais inteligível, típico de um “sentir por”.


2016 ◽  
Vol 14 (1) ◽  
pp. 241
Author(s):  
Silvia Maria De Sousa

O trabalho discute, à luz da semiótica do discurso, os conceitos de transmidiação e intermidialidade, buscando descrever estratégias enunciativas e modos de interação derivados da “convergência” (JENKINS, 2008) entre TV e internet. Elege-se como objeto de investigação telenovelas da Rede Globo e conteúdos a elas relacionados, disponibilizados no portal GShow (http://gshow.globo.com).  A partir da formulação de uma “semiótica das práticas” (FONTANILLE, 2005; 2008), as denominadas narrativas transmidiáticas são tomadas como textos construídos em face da congregação de diferentes mídias: TV, computador, celular, livro, e-book, câmera fotográfica etc. Postula-se que esses textos condensam diferentes práticas semióticas e se expandem por meio de estratégias que envolvem múltiplas plataformas.


2016 ◽  
Vol 14 (1) ◽  
pp. 179
Author(s):  
Edison Gomes ◽  
Elizabeth Harkot-de-la-Taille

Revendo a relação entre corpo, cultura e linguagem (iniciada em Sémiotique des Passions, 1991), Jacques Fontanille procura estabelecer, na teoria semiótica francesa, um diálogo entre o sensível e o inteligível, a partir de um novo ângulo: assumindo um corpo biopsíquico como importante entidade na construção do sentido, responsável por unir expressão e conteúdo, e presente no texto como vestígio da experiência, transformado em semiótica-objeto, plano de imanência e figura. No livro Corps et Sens (2011), o semioticista entrelaça arcabouços teóricos oriundos das ciências humanas e naturais, com conceitos de ordem semiolinguística, propondo uma abordagem do sentido que relaciona a propriocepção, a enunciação, a figuração, os campos sensoriais, os vestígios materiais e a percepção de fenômenos, buscando uma relação entre corpo, discurso e práticas semióticas. Nesse artigo, pretende-se demonstrar facetas desse tipo de abordagem em relação ao texto literário. O romance escolhido, Os androides sonham com ovelhas elétricas? (1968), é um famoso texto de Philip K. Dick, autor norte-americano de ficção científica conhecido por produzir mundos distópicos e personagens que estão sempre à volta com questões sobre a identidade e os seus corpos.


2016 ◽  
Vol 14 (1) ◽  
pp. 265
Author(s):  
Ana Maria Pereira Cardoso ◽  
Rodrigo Fonseca e Rodrigues
Keyword(s):  

O artigo levanta alguns problemas relacionados à concepção de interfaces para os Digital Audio Workstations (DAWs). A abordagem teórica utiliza os conceitos de semiose e das três fases da experiência da Semiótica peirceana. A tese da metacomunicação, apresentada pela Engenharia Semiótica, também é estudada e se refere à singularidade do diálogo entre designers e usuários. Como consequência, diferentes estratégias de comunicação são requeridas, levando-se em conta que tal conversação não ocorre num tempo sincrônico. Os DAWs Sonar (CakeWalk, 2010) e o GarageBand (Apple, 2013) foram eleitos como corpus empírico porque seus projetos almejam balancear a performance do sistema com as habilidades mnemônicas e intuitivas sob diferentes arquétipos culturais, técnicos e afetivos de seus potenciais utilizadores: pessoas com expectativas singulares diante de um dispositivo de gravação sonora. Acredita-se que as concepções do design, além de perseguirem novas funcionalidades, poderiam procurar oferecer aos usuários dos DAWs possibilidades de exploração do sistema a partir de suas próprias performances regulares. Desse modo, o compositor seria convidado a repensar seus métodos de criação musical e suas singularidades insuspeitadas de escuta.


2016 ◽  
Vol 14 (1) ◽  
pp. 7
Author(s):  
Jean Cristtus Portela

2016 ◽  
Vol 14 (1) ◽  
pp. 151
Author(s):  
Fabiane Villela Marroni ◽  
Ana Claudia de Oliveira
Keyword(s):  

A Belle Époque foi um período de mudanças políticas, econômicas e socioculturais. Teve origem na França, no final do século xix, iluminada pelos ideais da Revolução Francesa e pela Revolução Industrial. Transformações, progresso e liberdade formam o tema central de um percurso em busca da civilidade, num discurso de modernidade. Uma visão de mundo que se enunciava com marcas de um outro, em um período eufórico, de alterações no modo de vida da sociedade. Em razão disso, propõe-se neste trabalho a análise do modo de vida da sociedade pelotense e a sua visibilidade por meio dos bens de consumo, divulgados em reclames da mídia impressa local em um período caracterizado como a sua Belle Époque. Como objeto de estudo, optou-se pela revista Illustração Pelotense, que se manteve em atividade entre os anos de 1919 e 1925. Justifica-se essa escolha pela expressiva circulação de suas edições, o que demonstra o interesse de seus leitores. Como base teórica e metodológica, utilizou-se a teoria da semiótica discursiva, a partir de Barros (1990), Landowski (1992) e Oliveira (1997).


2016 ◽  
Vol 14 (1) ◽  
pp. 57
Author(s):  
Renata Coelho Marchezan

Considerando a pertinência das pesquisas que tratam das fontes e do contexto histórico e intelectual das reflexões do chamado Círculo de Bakhtin, examinam-se, aqui, os estudos de Craig Brandist, organizados nos seguintes itens: (1) identificação das diferentes fontes de M. Bakhtin, V. N. Volochínov e P. Medviédev; (2) exame dos escritos bakhtinianos de diferentes épocas, com demarcação de diferentes períodos das produções; (3) relativização do papel de Bakhtin como mentor do grupo; (4) indicação da filosofia alemã como a principal fonte dos estudiosos do grupo. Ao longo da reflexão, assim organizada, busca-se apresentar e problematizar as contribuições do estudioso inglês para a compreensão da obra do Círculo, especialmente, em relação às diferenças de autoria e às influências que recebe.


2016 ◽  
Vol 13 (2) ◽  
pp. 397
Author(s):  
Erivaldo Pereira do Nascimento

Neste artigo, refletimos sobre o ensino do fenômeno da argumentação na Educação Básica, com o objetivo de demonstrar como trabalhar a argumentatividade nos processos de leitura e de análise linguística, a partir de uma concepção linguístico-discursiva desse fenômeno da linguagem humana. Trata-se, portanto, de um trabalho reflexivo e propositivo, fundamentado em duas correntes teóricas: A Teoria da Argumentação no Discurso, proposta por Perelman (1999), e a Teoria da Argumentação na Língua, de Ducrot e seus colaboradores (1987, 1988, 1994). Neste trabalho, de maneira mais específica, mostraremos como, a partir de alguns gêneros textuais, é possível trabalhar habilidades e estratégias argumentativas, na sala de aula, considerando, entre outras coisas, as estratégias argumentativas retóricas e linguísticas mais frequentes no gênero e a relação entre conteúdo e argumentatividade. Mostraremos, ainda, atividades de análise linguística em que se observa o funcionamento de determinadas estratégias argumentativas presentes na estrutura da língua.


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