Este artigo versa sobre um recorte de nossa pesquisa cartográfica, advinda de uma memória escolar vivenciada no ensino fundamental: o experimento que se propunha acompanhar o processo de germinação do feijão em um recipiente com algodão umedecido. A realização deste experimento provocou atravessamentos que causaram incômodos e nos mobilizaram a construir nossa escrita tomando esta memória como a potência da qual partem as reflexões em torno da noção de experiência (a partir dos escritos de Jorge Larrosa). Pensando nos atravessamentos que esta memória vem produzindo em nosso estar-sendo professoras, propomos como objetivo deste estudo acompanhar os processos de produção de memórias docentes, que visem expressar professoralidades no campo, considerando as entrevistas narrativas, articuladas a imagens visuais, como dispositivos para “fazer ver e fazer falar”, tomando Gilles Deleuze como inspiração. Neste artigo, chamamos à conversa uma professora de uma escola no campo, a fim de acompanhar a produção de diferenças que permeiam nossas professoralidades, por meio de nossas memórias e dos acontecimentos que nos atravessam. Compreender a diferença como base do nosso processo de (trans)formação professoral, nos permitiu refletir sobre o fato de que ela é responsável pelos acordos e tensionamentos estabelecidos nos docentes por meio da experiência, que é o mote deste plantio cartográfico. Através da partilha de experiências, pudemos perceber que há muito de coletivo em nossos atravessamentos pessoais, afetando nossas professoralidades, ainda que de maneiras distintas.