Revista Dissertatio de Filosofia
Latest Publications


TOTAL DOCUMENTS

328
(FIVE YEARS 0)

H-INDEX

2
(FIVE YEARS 0)

Published By Universidade Federal De Pelotas

1983-8891

Author(s):  
Flavio Williges

Apesar do racismo ser um fenômeno social amplo, seu estudo filosófico ainda está longe de constituir uma tradição de pesquisa no Brasil. Esse ensaio pretende contribuir para a superação desse estado de coisas a partir de uma análise filosófico-moral do racismo. Partindo da identificação das reações emocionais relatadas em entrevistas por jogadores de futebol brasileiros e da análise da obra Recordações do Escrivão Isaías Caminha do escritor Lima Barreto, eu identifico um conjunto de emoções comuns em contextos de ofensa racial, discuto sua natureza e avalio seu significado moral. Argumentarei que emoções como a raiva e indignação são relevantes para as vítimas de racismo para sinalizar a si mesmo e aos outros a inadmissibilidade de certas ações e comportamentos que envolvem ofensa racial; também defenderei que essas emoções podem servir como uma importante fonte de motivação para fazer algo em relação à ofensa sofrida. Por outro lado, emoções como o perdão e o arrependimento, também comuns nesses contextos, manifestam um tipo de solução pessoal com caráter político duvidoso, embora sejam moralmente importantes para evitar a vingança e promover reconciliação.


Author(s):  
Eduardo Vicentini De Medeiros
Keyword(s):  

O artigo argumenta por um paralelismo entre o surgimento de teorias híbridas na Metaética e novas propostas de categorização para estados mentais que tomam como base conceitos da folk psychology. São discutidos três propostas de teorias híbridas (Copp 2001, Boisvert 2008 e Kriegel 2012) e três propostas de categorizações (besires, aliefs e in-between beliefs). Esse paralelo não é acidental, antes indica uma direção profícua para a solução do confronto entre cognitivismo e não cognitivismo, desde que os novas categorizações propostas estejam integradas em teorias da psicologia ou neurociências que apresentem suporte de evidência empírica.  


Author(s):  
César Schirmer Dos Santos

O expressivismo sobre autoatribuição de estados mentais tem respostas aos desafios semânticos que costumam ser aglomerados de “o ponto de Geach”? Nossa proposta, nesse artigo, é empregar o princípio de caridade interpretativa para apresentar o expressivismo como uma posição maximamente plausível. A partir dessa postura, esperamos dar evidências suficientes de que o expressivismo tem uma explicação plausível para o acesso que cada um tem aos seus próprios estados mentais conscientes presentes. 


Author(s):  
Rogério Corrêa

O expressivismo puro divide as expressões entre as que possuem apenas conteúdo descritivo e as que possuem apenas conteúdo expressivo. As primeiras, mas não as segundas, são aptas à verdade e à falsidade. Hedger aplica esta distinção às injúrias e, como resultado, elas são consideradas termos com conteúdo puramente expressivo. O seu argumento geral baseia-se no teste de projeção de comportamento de injúrias e em quatro evidências. Nesse sentido, se é verdade que injúrias raciais não são expressões com conteúdo puramente descritivo, então, elas são expressões com conteúdo puramente expressivo. É verdade que injúrias raciais não são expressões com conteúdo puramente descritivo. Portanto, elas são expressões com conteúdo puramente expressivo. Neste artigo, apresento um contraexemplo à tese expressivista pura. Desse modo, argumento que não é o caso que injúrias são semanticamente diferentes de termos descritivos, pois elas são analisáveis semanticamente.


Author(s):  
Jônadas Techio

Seguindo os passos de Stanley Cavell e de Stephen Mulhall, argumentarei neste artigo que o cinema pode oferecer contribuições genuínas para a filosofia. Para tanto procurarei mostrar que os principais obstáculos para considerar o cinema como capaz de fazer filosofia derivam de pontos de vista bastante restritivos sobre a natureza da racionalidade, da cognição, do significado - e, finalmente, da filosofia e do cinema eles mesmos. Apresentarei alguns desses obstáculos e indicarei formas de removê-los, adotando uma interpretação mais ampla dessas noções. A compreensão resultante será então elaborada em mais detalhes por meio da leitura de um filme específico - Rashomon, de Akira Kurosawa - que considero uma obra exemplar de ficção cinematográfica capaz de refletir filosoficamente sobre a natureza da realidade e de nossa própria existência. Essa leitura será enriquecida por meio de um "interlúdio heideggeriano" que trata da importância dos estados de ânimo para nos sintonizar com o mundo. Finalmente, e com essas considerações em mãos, concluirei minha análise de Rashomon e farei um balanço dos resultados.


2017 ◽  
Vol 46 ◽  
pp. 3
Author(s):  
Filipe Campello
Keyword(s):  

Com o enfoque na apropriação da psicanálise no contexto da teoria crítica, o presente artigo discute possíveis ambivalências na conexão entre conceitos psicanalíticos e a teoria social. Para tanto, desdobro a exposição em quatro passos. Inicialmente, pretendo mostrar como Adorno, ao mesmo tempo que encontra em Freud as vantagens de uma perspectiva de descentramento do sujeito, também expõe a crítica a um possível inflacionamento de categorias psicanalíticas no âmbito da sociologia (1). A partir dessa breve reconstrução, discuto em que medida o vínculo entre categorias psicanalíticas e sociais pode permanecer produtivo, considerando o problema do estatuto epistemológico da psicanálise (2). Em um terceiro passo, apresento, de forma sucinta, a recente interlocução com a psicanálise proposta por Axel Honneth, sugerindo que conceitos como reconhecimento e patologia social apontam para um sentido específico de limites à uma teoria social (3). Concluo sugerindo uma distinção entre três sentidos de sofrimento e terapia, cuja tipologia exemplifica de maneira paradigmática uma delimitação recíproca entre psicanálise e teoria social (4).


2017 ◽  
Vol 46 ◽  
pp. 173
Author(s):  
Lucas Angioni

Tradução: METAFÍSICA DE ARISTÓTELES  LIVRO V (DELTA), 9-18


2017 ◽  
Vol 46 ◽  
pp. 130 ◽  
Author(s):  
Fernando Rodrigues Montes D'Oca

Este estudo trata da escravidão negra nos sécs. XVI-XVII, a partir do contexto intelectual da Escolástica Barroca, e apresenta o discurso antiescravista sobre o tráfico de escravos africanos elaborado por Epifânio de Moirans OFMCap (1644-1689) na obra Servi Liberi (“Servos Livres”). Na primeira seção, apresenta-se uma contextualização sobre as discussões e os sistemas da teologia moral dos sécs. XVI-XVII e explica-se que o tema do tráfico se inseriu nessas discussões porque as compras de escravos consistiam nos casos de consciência duvidosa de que se ocupava a teologia moral. A segunda seção trata especificamente do discurso de Moirans sobre o tráfico de escravos. Nesta seção, apresenta-se a condenação de Moirans à escravidão negra a partir do tráfico e explica-se que essa condenação decorre substancialmente do rechaço a alegações, nascidas no interior das discussões da teologia moral, que serviam como salvaguarda das consciências dos envolvidos no tráfico, bem como autorização para a manutenção da compra e venda de escravos.


2017 ◽  
Vol 46 ◽  
pp. 93
Author(s):  
Fabiano Veliq
Keyword(s):  

A crítica que Freud faz à religião permeia toda a sua obra de forma que podemos afirmar que a questão religiosa se mostra uma grande questão para ele. No entanto, percebe-se que a visão que Freud tem da religião é bastante reducionista e isso fica bastante claro em diversos textos desse autor. Oskar Pfister se coloca como um grande debatedor da questão religiosa no início do movimento psicanalítico evidenciando as diversas lacunas na visão freudiana da Religião. Esse artigo se propõe a mostrar a crítica feita por Pfister à concepção freudiana de Religião visando com isso trazer elementos para o debate entre psicanálise e religião. 


2017 ◽  
Vol 46 ◽  
pp. 105
Author(s):  
Sergio Luís Rizzo Dela-Savia

Este artigo pretende pôr em evidência a expressão conceitual que adquire a figura do cidadão no quadro da filosofia política hegeliana seguindo a exposição político-especulativa dos Princípios da Filosofia do Direito. Veremos que o movimento de figuração da cidadania – mediador das relações entre vida privada/vida pública, sociedade civil/Estado, direitos/deveres – evidencia um dos pontos fortes da ética hegeliana, a saber, que toda ordem política – é indissociavelmente ligada, ao mesmo tempo, aos costumes da sociedade e à atividade lúcida dos indivíduos. A partir dessa perspectiva de análise compreendemos melhor como os Princípios da Filosofia do Direito trazem à maturidade um elemento central do pensamento político moderno: a ideia de que a realização do bem comum repousa sobre a força e a estabilidade das instituições políticas.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document