dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda
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Published By Dobras

2358-0003, 1982-0313

Author(s):  
Agnes de Sousa Arruda

Apesar de a gordofobia ser entendida como o preconceito contra as pessoas gordas, tal preconceito é experimentado de maneira muito mais visceral entre as mulheres. O estigma do peso na sociedade contemporânea e as representações midiáticas das mulheres gordas atuam em uma espécie de cabo de força, ora tensionando mais para um lado, ora para outro. Ao estudar tais representações em uma pesquisa que combina revisão de literatura e análise de conteúdo em uma perspectiva complexa, entendeu-se que a ideia que se tem das corporeidades gordas perpassa justamente pela forma como elas são representadas na mídia, incluindo nesse contexto suas vestes e relações com as mesmas. Este artigo apresenta, além de alguns dos mecanismos de ação da gordofobia na relação do peso com a mídia, uma forma de desconstrução desse preconceito a partir da própria representação midiática não estigmatizada do corpo gordo, tendo como exemplo o clipe de Jenifer, canção na voz de Gabriel Diniz, cuja interpretação da personagem principal ficou por conta da atriz Mariana Xavier, uma mulher gorda. São abordadas questões referentes aos padrões de beleza no que diz respeito ao tamanho do corpo feminino em contextos culturais distintos em um estudo que extrapola as interrelações entre gordura, raça e classe e cujo objetivo é não só inscrever a gordofobia como objeto de estudos na área da comunicação e das artes, como também promover a reflexão de que a desconstrução desse preconceito e a (re)apropriação e ressignificação desse corpo passa necessariamente pela representatividade da mulher gorda das mais diversas formas e nos mais diversos espaços.


Author(s):  
Aliana Aires
Keyword(s):  

Quando fui convidada para organizar um dossiê sobre moda e corpos gordos na Dobra[ s], mal podia imaginar que estaria escrevendo esta apresentação em meio à comoção por uma grande tragédia nacional: a morte da cantora sertaneja Marília Mendonça e de mais quatro pessoas, após a queda de um avião que os transportava para a cidade de Caratinga em Minas Gerais. [...]


Author(s):  
Caroline Roveda Pilger ◽  
Ana Gruszynski

O objetivo é analisar a inclusão das mulheres gordas nas capas da revista Donna, cuja temática é a moda a partir da interseccionalidade, que pensa gênero atravessado pelas categorias de raça, classe, sexualidade, faixa etária, estética e deficiência. O corpus é formado por dez capas de Donna publicadas em vinte e sete anos. Como principais constatações estão o fato de que há, também, no universo de representação das mulheres gordas, a obediência a um padrão estético, reproduzindo o que já é naturalizado no universo das mulheres magras: as gordas são brancas, jovens, com corpos menores. Pensar lugar de fala é imprescindível para compreender o espaço autorizado pela revista para que as gordas ocupem e sobre o que é permitido que falem. As análises revelam que, em 80% das capas, o lugar de fala de mulher gorda implicou a maneira com que ela foi retratada sendo motivo para sua presença, ou seja, a mulher gorda estava pelo fato de ser gorda e foi relacionada à moda em três aspectos principais: (a) regras de moda específicas para seus corpos, orientando sobre o que se pode ou não usar; (b) mercado de moda plus size, quando há a quebra de regras anteriores relacionadas à moda tradicional e uma celebração das mulheres gordas na moda; (c) por fim, temáticas relacionadas à autoaceitação e amor-próprio, sem mencionar moda plus size, há também a quebra de regras; porém, a centralidade não são as gordas nem a moda, esta última aparece como auxiliar importante no processo de autoestima.


Author(s):  
Artemisia Lima Caldas ◽  
Nelymar Gonçalves do Nascimento

Este trabalho tem uma relação direta com a temática da pesquisa de Doutoramento sobre “Adequação do Vestuário da Idosa Dependente de Cuidados, Considerando a sua Modificação Anatômica”, realizada em 2017 na Universidade do Minho, em Portugal. O estudo tem como objetivo apresentar sugestões adaptáveis ao vestuário, destacando as características do conforto para adequação às condições físicas e posturais da mulher idosa de tamanho grande. O termo “tamanho grande” é usado neste artigo como referência aos corpos de mulheres idosas que apresentam sobrepeso ou obesidade, de acordo com a classificação médica. Foram observados a postura, o movimento e o tempo de permanência na posição sentada da idosa de tamanho grande. Tais observações poderão contribuir de forma significativa para as sugestões de materiais e de adaptações do vestuário, ponderando as características do conforto sensorial, termofisiológico, psicológico e, mais especificamente, ergonômico. A pesquisa é de natureza descritiva e qualitativa, com levantamentos conceituais, destacando Hoff, 2016; Li, 2001; Saltzman, 2004; Aldrich, 2015; Gill, 2011; Romeo, 2013; Aires, 2019, entre outros, que reforçam o estudo com as sugestões de materiais, de métodos e de técnicas que promovam o conforto do produto, com destaque para a relevância do assunto no momento atual.


Author(s):  
Bruna Salles
Keyword(s):  

Este artigo tem como objetivo analisar a evolução da moda plus size na capital paulista nos últimos anos. São discutidas as dificuldades que pessoas gordas enfrentam ao comprarem roupas na cidade de São Paulo. Discorre-se sobre a moda plus no município a partir do surgimento de três polos, quais sejam: a rua Domingos de Moraes, a rua José Paulino e suas mediações e a região do Brás. A partir das pesquisas feitas nessas localidades, foi possível perceber que o tratamento dispensado pelos funcionários com o público que veste acima do 48 não é o adequado. Nesse sentido, foi iniciada a terceira parte da pesquisa, descrevendo a feira de moda Pop Plus e a importância daesse espaço para pessoas gordas, tanto para aquelas que vão para consumir os produtos, quanto para as que procuram esse local para estabelecer socialização, afeto e trocas. Ademais, é mencionado também o surgimento de outras feiras de moda plus size em outras cidades – sejam ou não do Estado de São Paulo –, feiras estas que foram concebidas a partir do advento do Pop Plus.


Author(s):  
Carina Borges Rufino

A última edição de 2021 da dObra[s], de número 33, chega no momento em que o Brasil se despede de um de seus talentos. Marília Mendonça, cantora e compositora, conhecida por traduzir em suas letras, sentimentos e anseios femininos, cantados por sua voz potente e entoados como se falasse com amigas espalhadas por todo o país. [...]


Author(s):  
Luís Mauro Sá Martino ◽  
Ângela Cristina Salgueiro Marques
Keyword(s):  

A emergência dos chamados “fat studies” permite tratar as questões relacionadas ao corpo a partir de categorias políticas associadas à formas de vida e reivindicações sobre um modo de presença. Este artigo delineia alguns aspectos das intersecções entre moda plus size e as representações dos corpos em grupos virtuais de troca e páginas de lojas especializadas na rede social Facebook. A partir da análise dos descritivos de 16 “fanpages” ou grupos voltados a essa temática, foi possível delinear três discursos de dissenso a partir (1) da afirmação da beleza do corpo plus size e do direito de se vestir bem; (2) do reconhecimento e da denúncia de um discurso normativo prévio e (3) da crítica não apenas ao padrão vigente, mas ao arbitrário de qualquer padrão. Esses pontos são discutidos a partir de perspectivas que aproximam política e identidade.


Author(s):  
Suzana Ferreira Paulino

O presente artigo apresenta o percurso sócio-histórico da renda renascença e a sua relevância econômico-cultural para a inclusão social na cidade de Poção-PE, no nordeste brasileiro. Abordou-se o processo de ensino-aprendizagem e elaboração da renda renascença, a exclusividade do trabalho e o papel social que ela desempenha no desenvolvimento local e empoderamento socioeconômico das rendeiras. A pesquisa foi bibliográfica e exploratória. A renascença fortalece a integração social e as políticas públicas em prol dos processos de organização e gestão social, bem como inclusão produtiva e comercial das rendeiras. Reconhecer o papel da renda renascença como geradora de renda e o papel da mulher como promotora desse processo é reconhecer a identidade cultural e promover o fortalecimento identitário dos sujeitos sociais locais para a superação da pobreza.


Author(s):  
Christopher E. Forth ◽  
Aliana Aires

Quando fui convidada para organizar o dossiê “Fat Fashion: Perspectivas Culturais”, tive a ideia de fazer uma entrevista com algum estudioso fora do Brasil, cujas obras e estudos não estivessem traduzidos para o português. Imaginei que esta pudesse ser uma forma de conhecermos alguns dos excelentes estudos a que tive acesso quando morei em Nova York fazendo Doutorado Sanduiche na Parsons. [...]


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