Campos - Revista de Antropologia
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Published By Universidade Federal Do Parana

2317-6830

2021 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 220
Author(s):  
Maria Fernanda Carneiro Pinheiro

O ensino de Antropologia em “outros cursos” – aqueles que não são as graduações em Ciências Sociais nem as pós-graduações em Antropologia – é uma preocupação da Associação Brasileira de Antropologia por mais de sessenta anos, no sentido de compreender como ela é ensinada para alunosque não serão antropólogos. Assim, o presente trabalho apresenta as perspectivas observadas para o ensino de Antropologia no curso de Design de Moda e Estilismo da Universidade Federal do Piauí, em Teresina. Com este objetivo, foram estudados legislação pertinente e documentos institucionais,observadas dezenas de aulas e entrevistados coordenadores, professores e alunos. Como resultado, o artigo reúne informações sobre unidades curriculares, conteúdos abordados, referencial teórico e docentesresponsáveis pelo ensino relacionado à Antropologia neste curso.


2021 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 153
Author(s):  
Andréa Pavão

Neste artigo trabalhamos uma categoria nativa específica de pesquisa mais ampla sobre o papel do laço social entre orientadores e estudantes de graduação no desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso. Compreendemos que o manejo da cultura escrita depende de mediação social, e os modos diferenciais de sua apropriação reproduzem relações de poder entre seus usuários. Os professores se ressentem dos baixos níveis de proficiência de leitura e escrita dos estudantes. Compreende-se, entretanto, que o domínio da cultura escrita seja indispensável tanto para sua formação quanto atuação profissional. Como desenvolver essas habilidades na graduação? O desafio de produzir um TCC, sob orientação, parece estratégico. Entretanto, as condições materiais para o desenvolvimento desta empreitada não costumam ser atraentes. Neste ensaio nos detemos no trabalho improvável de certos atores sociais que, resistindo à lógica produtivista, reconhecem as dificuldades dos alunos e se dedicam a esta tarefa pouco valorizada profissionalmente. Estes professores são representados pelo termo nativo comprometidos.


2021 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 320
Author(s):  
Marcio Moises de Souza Barbosa
Keyword(s):  

Resenha da coletânea The Real Economy - Essays in Ethnographic Theory, organizada por Federico Neiburg e Jane Guyer, publicada em 2019.


2021 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 51
Author(s):  
Maria Zenaide Gomes de Castro

A categoria professor-liderança é enunciada constantemente entre os Huni Kuin, povo indígena que habita uma extensa faixa territorial entre o Brasil e o Peru. Emergem, assim, questionamentos a respeito desse sujeito como mediador essencial entre a escola, aldeia e instituições estatais representantes da educação. O objetivo deste artigo é analisar esses contextos em que os professores indígenas Huni Kuin estão inseridos e, principalmente, as relações que constituem nesse universo, com Secretarias de Educação (Municipal e Estadual), ONGs (Organizações Não Governamentais), e suas respectivas comunidades.


2021 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 28
Author(s):  
Paula Colares

Este artigo, desenvolvido a partir de um trabalho etnográfico junto aos Ashaninka do rio Amônia, trata do lugar da escola na produção contínua da “vida em comunidade”, novidade recentenas dinâmicas da socialidade ashaninka, e que se opõe diretamente ao seu passado imediatamente anterior, quando se vivia no “tempo dos patrões”. Busco apresentar o papel que a escola desempenhou na atração dos núcleos familiares e a maneira como as mantém na “Apiwtxa”, traduzível por “nós juntos”, que dá nome tanto à comunidade, quanto à associação indígena. Afirmo que viver em comunidade, em torno de uma escola, se traduz na produção de uma força que pretende impedir ativamente o retorno à exploração pelos patrões e, portanto, um meio de reconstruir sua autonomia.


2021 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 11
Author(s):  
Juliane Bazzo ◽  
Eva Scheliga

Nesta terceira e última parte do dossiê Etnografias em contextos pedagógicos, discorremos sobre as contribuições dos artigos a duas frentes de pesquisa tidas por clássicas na Antropologia da Educação realizada no Brasil: a escolarização intercultural indígena, bem como a formação para docência no Ensino Básico de maneira sensível à alteridade como questão. Adicionalmente, apresentamos textos com aportes aos debates sobre ensino da Antropologia em nível superior no país, um domínio investigativo que, embora não seja novo, vem revelando singular frescor, como consequência de reviravoltas empíricas na contemporaneidade. Dentre estas, assinalamos a interiorização do Ensino Superior, as interpelações por uma educação decolonial e a efervescência da prática da etnografia em universos pedagógicos formais.


2021 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 268
Author(s):  
Patricia Carvalho Rosa

Para interlocutores Ticuna casar e constituir conjugalidade são formas particulares de expressar as relações entre pessoas e suas capacidades agentivas, fazendo aparecer domínios generizados de socialidades através dos quais observamos operar regimes complexos de saberes, estruturas de troca e de etiquetas políticas. Ao examinar o processo matrimonial de Constância, este texto lança luzes sobre modos ticuna de administrar relações de parentesco, especificamente aquelas mobilizadas pelas capacidades predatórias femininas relacionadas à domesticação de uma categoria de afinidade potencial interétnica em um genro verdadeiro. A partir dessa situação etnográfica apresenta-se uma formulação inicial sobre práticas femininas de consanguinização de pontos de vista outros, acompanhando, para isso, os sentidos contidos nas ações de amansar marido, alterando antigos inimigos em bons esposos.Palavras-chaves: mulheres ticuna; predação familiarizante; gênero; aliança


2021 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 176
Author(s):  
Luiz Couceiro
Keyword(s):  

Entre julho de 2014 e janeiro de 2015, lecionei Laboratório de Ensino de Ciências Sociais no município de Codó (MA), pelo Programa de Formação de Professores para Educação Básica (Profebpar) existente na Universidade Federal do Maranhão. Ao saberem que era antropólogo, contudo, osalunos pediram que fizesse um “resumo de antropologia”, pois alegavam que não “haviam entendido” essa disciplina. De improviso, como estratégia pedagógica, abordei processos de construção de classificação social através de discussões entre natureza e cultura, costurando vários autores-exemplares de tipos de antropologia. Os alunos riram das interpretações de Clifford Geertz sobre briga de galos, e foi quando descobri que eram familiarizados com esse universo. Nesse texto, analiso qual foi o lugar das experiências dos alunos nas suas leituras pragmáticas dos textos, influenciando as dinâmicas de ensino-aprendizagem de antropologia.


2021 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 132
Author(s):  
Aline Adriana de Oliveira ◽  
Carolina Dos Anjos de Borba

Este artigo propõe uma reflexão acerca de etnografia realizada entre 2018 e 2019 em uma turma de formação de docentes de uma escola pública de Curitiba (PR). A pesquisa teve como objetivo compreender como jovens autodeclaradas negras, futuras professoras, articulavam suas identidades naquele espaço escolar. Entendemos identidades enquanto construções sociais, realizadas mediante a diferença e envolvendo disputas de legitimidade. A perspectiva que orienta a etnografia é a decolonialidade do poder-saber. No texto, é discutida a realização do trabalho etnográfico na escola, pensando os elementos que foram decisivos na aproximação com as interlocutoras. Também são debatidas as potencialidades e especificidades da etnografia na educação. Como resultado, foi possível depreender as estratégias de legitimação da identidade racial na escola; as disputas pigmentocráticas; a percepção de desconfiança e aceitação da presença da pesquisadora em campo e as reações dela provenientes, bem como a centralidade da identidade de raça/cor nesse processo.


2021 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 76
Author(s):  
Vanessa Coelho Moraes

Os Kiriri são do contexto etnológico do Nordeste, vivem no município de Banzaê-BA, e possuem um território demarcado de 12.320 hectares. Após passarem por um longo processo que culminou no fato de não saberem mais falar sua língua, apenas algumas palavras, iniciam um processo de afirmação identitária e de retomada territorial que envolveu sua língua e rituais. A ampliação dos seus conhecimentos linguísticos, seja por meio do registro do que os idosos sabem, seja do que aprendem sobre seu idioma no toré, efetiva a relação com seus antepassados e constitui os Kiriri no presente. Com base na pesquisa etnográfica realizada junto aos Kiriri em 2019, destaco como as escolas assumem lugar central na definição dos termos da política étnica, tornando-as espaços centrais na afirmação identitáriae na produção de saberes específicos. Neste artigo, as disputas e os desafios em torno do ensino das disciplinas Língua Indígena e Cultura e Identidade são o foco da análise.


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