Mnemosine
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Published By Universidade De Estado Do Rio De Janeiro

1809-8894

Mnemosine ◽  
2021 ◽  
Vol 17 (2) ◽  
Author(s):  
Iván Sánchez-Moreno ◽  
Daniel Salvador
Keyword(s):  

A cidade de Gotham é mais um personagem nas aventuras do Batman. Não serve apenas como palco e reflexo da degradação da cidade, mas seus prédios, suas ruas e sua distribuição permitem que Batman exerça seu controle sobre a urbe. Gotham é um lugar especialmente isolacionista, em parte devido ao alto fluxo de crimes que ali reside. Por essa e outras razões, Gotham segue o padrão dos dispositivos panópticos que Michel Foucault analisou para definir e descrever as relações de poder e vigilância nas instalações prisionais. Com esse motivo em mente, nos aprofundaremos no efeito das heterotopias em neutralizar a resistência dos cidadãos contra uma normalização vigente, e investigaremos como um novo corpo é construído de poder corporificado em um vigilante mascarado por meio da legitimação da população civil.


Mnemosine ◽  
2021 ◽  
Vol 17 (2) ◽  
Author(s):  
Ricardo George de Araújo Silva
Keyword(s):  

Ao tratar da biopolítica em Hannah Arendt tem-se por objetivo demonstrar que a autora, mesmo sem ter usado o sintagma em questão, o mobilizou em suas considerações teóricas, sobretudo no que concerne a uma administração da vida ou, dito de outra maneira, na perspectiva de uma forma de governo que determinava quem podia viver e quem deveria morrer. Em nosso entendimento, isso foi flagrantemente observável no totalitarismo, sobretudo nos campos de concentração. Desse modo, mostraremos que a noção de política em Arendt visa a liberdade. Esta noção se encontra em oposição à vida reduzida a mera administração. Elegemos como metodologia a exegese textual já consagrada nos estudos em filosofia.


Mnemosine ◽  
2021 ◽  
Vol 17 (2) ◽  
Author(s):  
Arthur Arruda Leal Ferreira ◽  
Marcus Vinícius do Amaral Gama Santos ◽  
Mateus Thomaz Bayer ◽  
Raphael Thomas Pegden ◽  
Heliana De Barros Conde Rodrigues

Apresentação do Dossiê -  Biopolítica: a proliferação de um conceito raroO conceito de biopolítica tem sua estreia em 1974 em terras brasileiras, em conferência no Instituto de Medicina Social da UERJ (FOUCAULT, 1981 [1974]); desponta no início de 1976 em duplo nascimento, na conclusão da História da Sexualidade (FOUCAULT, 1988 [1976]) e do curso Em defesa da sociedade (2010 [1975-1976]) e praticamente desaparece no início de 1978 no curso Segurança, Território, População (FOUCAULT, 2006b [1977-1978]), tendo seu réquiem em 1979 no curso Nascimento da Biopolítica (FOUCAULT, 1997 [1979]; 2007 [1978-1979]). Apesar da sua curta existência e dos rápidos trânsitos de sentido em sua breve passagem, este conceito se tornou crucial nas diversas leituras que fazemos hoje em dia do legado de Foucault. Este conceito se tornou chave em vários domínios, sendo utilizado ainda nos dias de hoje por vários autores na abordagem dos mais variados fenômenos: da existência das ciências humanas e médicas, passando pela medicalização e chegando às pandemias recentes (para este último caso, cf. Tirado et alii, 2012; 2015).Cada vez mais em certos campos, como na Psicologia, é quase imediata a associação de Foucault ao conceito de biopolítica (seguramente tema dos mais diversos trabalhos e derivados). Ainda que a criação do neologismo não seja sua (de acordo com Esposito, 2011), é com este autor que o conceito tem seu máximo reconhecimento. Teses, dissertações, monografias e uma enorme quantidade de artigos, coletâneas e livros de comentadores carregam esse conceito como marco central do trabalho do pensador francês. Numa rápida consulta ao Google, ao acionarmos o item “Biopolítica”, são disparados mais de 641000 resultados imediatos. Igualmente importantes são as apropriações pelas quais esse conceito passou com outros pensadores, como Gilles Deleuze (1992), Nikolas Rose (2011), Giorgio Agamben (2002), Peter Pal Pelbart (2003), Achille Mbembe (2018), Byung-Chul-Han (2018) e Roberto Esposito (2011): sociedade de controle, molecularidade, vida nua, biopotência, necropolítica, psicopolítica, bíos -  todos esses conceitos têm alguma derivação da proposta de biopolítica.Diante desta enorme expansão, o que dizer mais da biopolítica? O esforço aqui seria tentar ampliar ainda mais sua virtualidade, ao abrir outras leituras no campo da loucura (Raphael Pegden e os códigos penais no Brasil; Victoria Sedkowski e uma análise do Hospital Mental de Barcelona), de novos temas (o Self Científico com Diego Gonzales e Francisco Tirado; o Panoptismo de Gotham com Daniel Salvador e Iván Moreno Sanchez), na relação com interlocutores (Ricardo George e o diálogo com Hanna Arendt) e  no entendimento da própria biopolítica (Arthur Leal Ferreira e Marcus Vinícius Santos com o percurso temporal do conceito nos cursos e Mateus Bayer com a discussão de conceitos próximos entrelaçados, como os de guerra, transgressão e dissidência). Nesta proposta, o dossiê funcionaria como uma espécie de acordeom, ampliando o uso do conceito para outros campos (e produzindo derivas dele na sua extensão), mas favorecendo recolocações das suas próprias proposições, supondo-o mais raro, e estranho a qualquer definição mais pacífica e consensual (o efeito dicionário). É nestas provas que envolvem esta sístole e diástole que queríamos trazer discussões junto ao conceito. Provas a que o próprio Foucault o submeteu no trânsito deste em sua curta existência. Pois, como destaca Goldman, (2001), é neste aspecto estratégico e no calor das batalhas que devemos entender a produção dos conceitos foucaultianos, sempre em sintonia com as questões e lutas contemporâneas. É algo deste movimento estratégico que gostaríamos de trazer à cena neste dossiê.Arthur Arruda Leal Ferreira; Marcus Vinícius do Amaral Gama Santos; Mateus Thomaz Bayer; Raphael Thomas Pegden  ReferênciasAGAMBEN, G. Homo Sacer. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. (Trabalho originalmente publicado em 1995).DELEUZE, G. Post-scriptum sobre as sociedades de controle. In: DELEUZE, G. Conversações. São Paulo: Editora 34, 1992.ESPOSITO, R. Bíos: Biopolítica e filosofia. Buenos Aires/ Madri: Amorrortu, 2011.FOUCAULT, M. O nascimento da medicina social. In: MACHADO, R. (Org.). Microfísica de Poder. Rio de Janeiro: Graal, 1982. [Conferência pronunciada em 1974].________. As malhas do poder. In: Barbárie números 4/5, 1981/1982. [Conferências pronunciadas em 1976].________. História da Sexualidade I. A vontade de Saber. Rio de Janeiro: Graal, 1988. [Livro originalmente publicado em 1976].________. Préface, in Folie et Déraison. Histoire de la folie à l’agê classique. In: DEFERT, D. e EWALD, F. (Orgs.). Dits et Ecrits I. Paris: Gallimard, 1994 [Prefácio retirado em 1972, mas escrito junto com o corpo da tese em 1961].________. 1978-1979: Nascimento da biopolítica. In: FOUCAULT, M. Resumo dos cursos. Rio de Janeiro:  Zahar, 1997. [Resumo publicado originalmente em 1979].________. O poder psiquiátrico: curso no Collège de France (1973-1974). Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2006a. [Curso ministrado originalmente de novembro de 1973 a fevereiro de 1974].________. Seguridad, Territorio y Población. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2006b. [Curso original de 1977-1978].________. Nacimiento de la biopolítica. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2007. [Curso original de 1978-1979].________. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (1975-1976). São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010. [Curso ministrado originalmente de janeiro a março de 1976].GOLDMAN, M. Objetivação e Subjetivação no último Foucault. Em: CASTELO BRANCO, G. & NEVES, L. F. B. (Orgs.). Michel Foucault: da arqueologia do saber à estética da existência. Rio de Janeiro & Londrina:  Nau & CEFIL, 1998.HAN, Byung-Chul. Psicopolítica: O neoliberalismo e as novas técnicas de poder. Tradução de Maurício Liesen. Belo Horizonte: Editora Âyiné, 2018.MBEMBE, A. Necropolítica. São Paulo: n-1, 2018.MACHADO, R. Ciência e Saber: a trajetória arqueológica de Michel Foucault. Rio de Janeiro: Graal, 1982.PÉLBART, P.P. Vida Capital. São Paulo: Iluminuras, 2003.ROSE, N. The politics of life itself: biomedicine, power, and subjectivity in the twenty-first century. Princeton: PUP, 2007.TIRADO, F. et alii. Movimiento y regímenes de vitalidad. La nueva organización de la vida en la biomedicina. Política y Sociedad, Vol. 49. 3: 571-590, 2012.________. et alii. The global condition of epidemics: Panoramas in A (H1N1) influenza and their consequences for One World One Health program. Social Science& Medicine 129: 113-122, 2015.VEYNE, P. Foucault revoluciona a história. In: Como se escreve a história? Brasília: Universidade de Brasília, 1980.***Os estágios de pós-doutoramento têm constituído, nos últimos anos, um dos raros espaços-tempos em que se pode respirar e eventualmente conspirar; ou seja, no belo “achado” guattariano, respirar junto...A produção textual associada a esses estágios, contudo, não costuma ter ampla divulgação: os escritos resultantes, eventualmente longos, encontram pouca acolhida nos periódicos científicos que, mesmo quando virtuais, insistem em uma (dispensável) padronização do número máximo de páginas.A salvo de tais restrições – ao menos ainda a salvo delas –, Mnemosine publica, no presente número, um trabalho longo e intenso que, sugestivamente, fala do silêncio imposto pela psicanálise à voz e à escrita de Reich.Além disso, a seção Biografia, sempre heterodoxa, traz um ensaio que poderíamos chamar de “biografia do comum” e, nesse intuito, conta com referências biobibliográficas; já Deleuze comparece, cuidadosamente traduzido, por meio da última aula do curso sobre a subjetivação em Michel Foucault.Há mais, é claro, na Parte Geral, e as conexões com o dossiê Biopolítica são múltiplas.Que elas nos ajudem a re(x)istir na mesma medida em que editores associados, autores, pareceristas, secretária, UERJ... nos auxiliam a publicar. Obrigada pela parceria e amizade.Até breve, saúde.Heliana de Barros Conde Rodrigues


Mnemosine ◽  
2021 ◽  
Vol 17 (2) ◽  
Author(s):  
Gilles Deleuze
Keyword(s):  

Tradução de DELEUZE, G. Recapitulación del curso. 3 de junio de 1986. Em: La subjetivación. Curso sobre Foucault, tomo III, 2ª edición. Buenos Aires: Cactus, 2020.Tradutores: Gabriel Lacerda de Resende e Danichi Hausen Mizoguchi


Mnemosine ◽  
2021 ◽  
Vol 17 (2) ◽  
Author(s):  
Victoria Sedkowski Nowak
Keyword(s):  

Este trabalho apresenta uma revisão da técnica disciplinar do exame que o autor Michel Foucault desenvolveu em sua obra Vigiar e Punir (1975) e a relaciona com o conceito de “estatística” de que trata o curso Segurança, Território, População entre 1977 e 1978. Será dada especial ênfase à inclusão do indivíduo em um “campo documental” produzido pelo exame, exemplificando-o com os registros documentais dos anos 1855-1936 do antigo Instituto Mental de la Santa Cruz y San Pablo da cidade de Barcelona, assim como com as mudanças legislativas em matéria de saúde mental que aconteceram entre esses anos.


Mnemosine ◽  
2021 ◽  
Vol 17 (2) ◽  
Author(s):  
Diego Arthur Lime Pinheiro ◽  
Ana Lúcia Coelho Heckert ◽  
Lucas Xavier Silva ◽  
Lucas De Souza Lopes

Este artigo se propõe a estudar como os modos de vida da população em situação de rua têm sido abordados no âmbito das produções acadêmicas. Neste trabalho, focalizamos o mapeamento da produção de dissertações e teses defendidas no Brasil no período de 2010 a 2016, destacando a produção acadêmica realizada no Estado do Espírito Santo. A metodologia utilizada para produzir os dados foi o Estado do Conhecimento, usando como procedimento a pesquisa bibliográfica. A partir do material levantado, efetuamos uma análise do modo como a população de rua configura campos problemáticos nessas produções. O resultado apontou a reduzida produção de conhecimento acadêmico acerca dos modos de vida deste grupo populacional, o que tem interferido negativamente na elaboração de políticas públicas e na formação de profissionais que atuam com este segmento populacional. Espera-se fornecer subsídios para ampliação da produção de conhecimentos e das redes de garantia de direitos no Espírito Santo.


Mnemosine ◽  
2021 ◽  
Vol 17 (2) ◽  
Author(s):  
Arthur Arruda Leal Ferreira ◽  
Marcus Vinícius do Amaral Gama Santos

Este artigo tem como objetivo chamar a atenção para a efemeridade do conceito de “Biopolítica” nos escritos de Foucault. Valendo-nos do procedimento detetivesco da historiadora Mary Henle, investigamos a emergência, a ascensão, as transformações, o declínio e o desaparecimento deste conceito, principalmente nos cursos Em Defesa da Sociedade (1975-76), Segurança, Território, População (1977-78) e Nascimento da Biopolítica (1978-79). Constatamos que, apesar de sua grande repercussão atual, tal conceito tem vida curta, tendo sua primeira aparição em 1974, sua primeira formulação mais elaborada em 1976 e seu desaparecimento parcial a partir de 1978 e quase total a partir de 1979. Entretanto, longe de desprezar tal conceito por sua curta duração cronológica, o comparamos com o personagem brasileiro Heleno de Freitas - apelidado Gilda - que deixou uma marca intensa na história, apesar de sua breve vida. A partir dessa comparação, concluímos tecendo considerações acerca do estatuto dos conceitos foucaultianos, atentando, principalmente, para seu caráter trágico, estratégico e bélico.


Mnemosine ◽  
2021 ◽  
Vol 17 (2) ◽  
Author(s):  
Raphael Thomas Ferreira Mendes Pegden ◽  
Arthur Arruda Leal Ferreira
Keyword(s):  

No presente artigo pretendemos apresentar as críticas de Michel Foucault aos modos de articulação entre psiquiatria e poder a partir das análises que se estendem do período de 1973 até 1976, incluindo, principalmente, a obra História da sexualidade: a vontade de saber (1976) e os cursos O poder psiquiátrico (1973-74), Os anormais (1974-75) e Em defesa da sociedade (1975-76). Pesquisando sobre o modo pelo qual a psiquiatria do século XIX e do início do século XX relacionou instinto e hereditariedade a partir da teoria da degenerescência, Foucault pôde conceber essa forma de saber como uma tecnologia biopolítica inserida nas relações de poder próprias do racismo de Estado.


Mnemosine ◽  
2021 ◽  
Vol 17 (2) ◽  
Author(s):  
Marcia Cavalcanti Raposo Lopes ◽  
Cristina Maria Toledo Massadar Morel
Keyword(s):  

Este artigo analisa como os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) desenvolvem suas atividades educativas e quais experiências estimulam processos de questionamento e aprimoramento destas atividades. Promove-se uma discussão sobre onde eles buscam referências para realizarem estas atividades; em que medida os serviços de saúde favorecem este processo e como aprendem, apreendem e aprimoram seu trabalho. Estas reflexões tomaram por base a análise de entrevistas dialogadas realizadas com nove ACS atuantes no estado do Rio de Janeiro há mais de dois anos. Observou-se como estes trabalhadores, mesmo sem as condições adequadas de trabalho, produzem sentidos para os eventos de seu dia a dia, se reinventando. Entretanto, identificou-se a importância de um espaço de formação para eles. Tal espaço pode ser enriquecedor e promover a construção de práticas educativas potentes para a transformação, não de hábitos, mas de sujeitos - trabalhadores e usuários - na luta por condições de saúde e vida melhores.


Mnemosine ◽  
2021 ◽  
Vol 17 (2) ◽  
Author(s):  
Marcio José de Araujo Costa

Partindo de uma intuição da vida como multiplicidade de forças imanentes, traça-se uma leitura literal do Tempo e da História como produção do intempestivo, a novidade, que emerge contemporaneamente como guerrilha dos modos de vida minoritários. Cartografam-se algumas linhas psicossociais desse pensamento emergente, chamado super-humano, concebido a partir do pensamento filosófico e indígena.


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