Anais do Museu Paulista História e Cultura Material
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0101-4714, 0101-4714

Author(s):  
ELIANE MORELLI ABRAHÃO
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RESUMO É possível dizer que uma coleção de cardápios evidencia as práticas alimentares e a rede de sociabilidades de personagens públicas? Este artigo aborda esta questão a partir da Coleção Washington Luís Pereira de Souza, que compõe o acervo do Museu Republicano “Convenção de Itu” do Museu Paulista da Universidade de São Paulo. Os cinquenta e sete cardápios preservados pelo ex-presidente da república (1926-1930), as numerosas fotografias que registraram estas celebrações em torno da mesa de jantar, além das notícias publicadas nos jornais, descortinam as escolhas alimentares, os locais, os formatos das reuniões, os motivos dessas celebrações e os convidados, seja por meio dos autógrafos nos menus, seja por conta da descrição dos participantes nos periódicos. Consegue-se, portanto, de forma original compreender aspectos importantes das práticas alimentares, da sociabilidade e do engendramento político no Brasil Republicano.


Author(s):  
FLÁVIA OLEGÁRIO PALÁCIOS ◽  
YASMIM SILVA DE ALMEIDA ◽  
MARCELA CRISTIANE SOUSA RAIOL ◽  
YASMIN CALDAS MORAES
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RESUMO Durante o fim do século XIX e início do XX, Belém (Pará, Brasil) passou por várias transformações em sua estrutura urbana, arquitetônica e social em função do ciclo da borracha. Também conhecido como belle époque, o período foi marcado pelas importações majoritariamente europeias, que modificaram a arquitetura da cidade. Uma das fábricas estrangeiras que exportou intensamente foi a escocesa W. MacFarlane & Co., com bens arquitetônicos em ferro fundido de modelos e funções bem diversas, que até hoje estão na cidade, em especial os dutos verticais, inseridos em várias fachadas ecléticas. No entanto, tais dutos correm o risco de desaparecer, seja por mau funcionamento, substituições ou furtos, mesmo sendo um importante testemunho histórico, tecnológico e arquitetônico. Nesse sentido, este trabalho pretende documentar os dutos verticais de sete bairros de Belém, do centro histórico e entorno, no que tange a quantidade, padrões e formas de alterações dos remanescentes, discutindo as transformações e permanências dos dutos que ainda fazem parte da paisagem urbana de Belém. Foram desenvolvidos levantamentos in loco que geraram fichas documentais de 408 dutos verticais da W. MacFarlane & Co., distribuídos em 223 edificações nos sete bairros estudados, o que permitiu identificar uma grande variedade de padrões. Os resultados desta pesquisa serão utilizados para subsidiar a salvaguarda de tais dutos (que vêm desaparecendo ao longo dos anos) como parte dos elementos metálicos históricos provenientes da industrialização em Belém, a fim de continuar a pesquisa desses dutos verticais na restauração científica.


Author(s):  
KAREN PESSOA FREIRE
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RESUMO Abrigando um expressivo número de quilombos ao longo do século XVIII, a zona entre os rios Grande, São Francisco e Paranaíba era conhecida como sertão do Campo Grande, tendo em seu entorno importantes núcleos de exploração mineradora e agropecuária das capitanias de Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Com o objetivo de dilatar seus domínios, o Estado português organizou campanhas militares para conquistar esse planalto fértil habitado por quilombolas e ameríndios inimigos. Neste artigo abordamos a expedição liderada por Ignacio Correya Pamplona em 1769, analisando as estratégias usadas por essa campanha para a expansão territorial luso-americana por meio do combate aos quilombolas e da apropriação de suas terras. Para isso, examinamos um conjunto de documentos produzidos pelos próprios expedicionários que conta com relatos escritos, desenhos do interior de quilombos e um mapa da região explorada. Na análise documental e na tradução do mapa sertanista para a cartografia recente, verificamos que os quilombos destruídos (que possuíam roças, pilões, manufaturas e diversificadas organizações sociopolíticas) foram usados como base para o estabelecimento da estrutura colonial luso-americana, por meio da instalação de estradas, ranchos para descanso e abastecimento de tropas, demarcação de fazendas e povoados destinados aos súditos da coroa Bragança. O estudo desse episódio da guerra entre quilombolas e luso-americanos revela que, involuntariamente, tais quilombos foram elementos pioneiros na formação da malha territorial nessa região que atualmente integra o Triângulo Mineiro.


Author(s):  
Nádia Mendes de Moura

RESUMO O ouro foi o grande catalizador da povoação da Capitania de Goiás no século XVIII, ocupando parte dos sertões e criando uma rede de arraiais mineradores e estradas que conectavam a região central da colônia aos portos do litoral e à fronteira a oeste. Ao longo desse século, a busca pelo metal precioso redesenhou o vasto território, entrecortado por serras, planaltos e planícies, irrigado por rios, recoberto de matas e cerrado, terra originária de diversas etnias indígenas. Dos rios e das serras brotava o ouro, ao passo que surgiam novas povoações. Porém, o ouro não ficava nos arraiais - uma vez extraído, era despachado para longe, sem que lhes dessem tempo para imprimir nos núcleos urbanos os sinais promissores da riqueza. A queda da produção aurífera, durante o século XIX, acarretou uma nova configuração econômica que teria acometido a Capitania com o fantasma da decadência. Neste artigo, pretendemos quebrar alguns paradigmas sobre esse tema e avaliar o peso da decadência em quatro núcleos urbanos da Capitania de Goiás: Vila Boa, Pilar, Meia Ponte e Natividade. Escolhidos para o estudo por possuírem a mesma gênese mineradora, esses núcleos apresentam trajetórias distintas e características próprias que evidenciam essa diversidade, rebatidas na sua materialidade e conformação social. Com a análise e espacialização dos dados da Décima Urbana, podemos visualizar no intraurbano os reflexos da crise do ouro, além de revelar aspectos importantes ligados à sociotopografia desses núcleos.


Author(s):  
CAROLINA GONÇALVES NUNES ◽  
IVONE SALGADO
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RESUMO Este trabalho discute a formação dos “bairros rurais” de Bragança Paulista utilizando as modificações na economia local ao longo do tempo como um dos principais elementos explicativos para o avanço da ocupação territorial da freguesia/vila. Procuramos reconstituir o processo de ocupação territorial de Bragança acompanhando a distribuição de sesmarias, número de fogos, número de habitantes, localização geográfica e desenvolvimento dos “bairros rurais” que se formaram. Foi adotada uma metodologia que se insere num conjunto de estudos sobre o processo de urbanização no Brasil que utilizam o método de leitura da paisagem e da cultura material e que procuram analisar dinâmicas e lógicas de enraizamento da população no território. O foco da análise foi a formação de “bairros rurais” em Bragança e sua decisiva influência na consolidação da localidade, de forma que foi possível perceber seu papel no fortalecimento de uma rede de abastecimento das Minas Gerais e da capital de São Paulo nos séculos XVIII e XIX além do processo de formação da microrrede urbana regional. Utilizou-se documentação cartográfica e documentação primária diversa, em especial de caráter censitário, com destaque para as listas nominativas e documentos manuscritos (a princípio anuais) que contêm a relação nominal dos habitantes de diversos municípios da capitania/província de São Paulo, nos quais são descritos por fogos (unidades domiciliares/produtivas) algumas características relacionadas aos moradores, como estado conjugal e idade, entre outras.


Author(s):  
JOSÉ CARLOS VILARDAGA

RESUMO Este texto busca apresentar uma análise, em conjunto, dos assentamentos urbanos coloniais desaparecidos ou trasladados ao longo do primeiro século e meio de colonização da América Meridional, especificamente na região platina, que compreende aqui as jurisdições espanholas do Paraguai, Rio da Prata e Tucumã, e a Capitania de São Vicente, no Brasil. Para além, ou aquém, dos debates sobre ordenamento europeu ou morfologia urbana, a proposta é refletir sobre os assentamentos surgidos nestes espaços de fronteira colonial, marcados pela precariedade, mobilidade e porosidade, e por uma intensa e essencial relação com as populações indígenas contíguas. Busca-se, aqui, sobretudo, entender o papel desses assentamentos na conformação do território colonial platino e na constituição de experiências americanas compartilhadas.


Author(s):  
JORGE PIMENTEL CINTRA ◽  
ALEXANDRE PIMENTEL CINTRA
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RESUMO Ensaio de reconstituição histórica do sítio pelo qual passou D. Pedro I no dia 7 de setembro de 1822, em que analisamos não só o caminho que ele percorreu, mas também os locais destacados, no sítio do Ipiranga, tendo em conta as diversas reformas ao longo do tempo. Realizamos uma revisão crítica das diversas tentativas de demarcar o lugar onde aconteceu a Independência do Brasil: nota-se que houve uma série de enganos ao longo do tempo e muita confusão nas explicações. Foi feito um esforço para desenvolver uma narrativa linear e esclarecer pontos obscuros ou confusos. Para isso servimo-nos da iconografia histórica: telas, fotos e mapas. Estes últimos, com a ajuda de programas de cartografia digital, puderam ser superpostos a mapas atuais para a determinação dos pontos de interesse. Ao longo do texto e ao final, são feitas considerações sobre o sentido de determinar esse local, com maior ou menor precisão.


Author(s):  
JULIANA SCHMITT
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RESUMO A Casa das Fazendas Pretas foi um estabelecimento comercial localizado no Rio de Janeiro, entre a segunda metade do século XIX e a primeira do século XX. Anunciando em sua publicidade ser a “única no seu gênero”, era especializada em tecidos e artigos para o luto e o meio-luto. Ao reconstituir sua história, é possível observar o desenvolvimento deste tipo de comércio próprio do Oitocentos em meio à modernização do centro da capital carioca, a preocupação com a etiqueta lutuosa e o lugar social que essas regras ocupavam na vida da elite e das classes médias naquele período. Com esse objetivo, as fontes primárias usadas para este estudo foram revistas femininas e de variedades, acessadas através da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, e documentos sob guarda do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.


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