scholarly journals DE PROUST A BARTHES: A BUSCA PELA LITERATURA

Author(s):  
Carla Cavalcanti e Silva

<p><span style="font-family: Times New Roman; font-size: medium;">Em seu ensaio "Durante muito tempo, fui dormir cedo", publicado em o </span><em><span style="font-family: Times New Roman; font-size: medium;">Rumor da língua</span></em><span style="font-family: Times New Roman; font-size: medium;">, Barthes ressalta uma das características mais importantes da obra proustiana: não se trata nem de Romance, nem de Ensaio, mas de uma terceira forma. Essa forma seria a única possível a dar estrutura ao romance proustiano, que destaca, dentre outros elementos, a busca do próprio narrador por tornar-se escritor. Ao discorrer sobre essa nova lógica proustiana, Barthes se identifica com Marcel Proust, pois naquele momento, o crítico busca uma nova forma de escrever (a literatura) tendo como ponto de partida seu estado de luto, ou para usarmos um termo barthesiano, de acedia. O intuito desta comunicação é percorrer os escritos barthesianos que discorrem notadamente sobre Marcel Proust para analisar a importância do escritor francês na produção crítica e na escrita de Roland Barthes. Para tanto, propomos comentar fundamentalmente as obras: </span><em><span style="font-family: Times New Roman; font-size: medium;">Novos ensaios críticos</span></em><span style="font-family: Times New Roman; font-size: medium;">, </span><em><span style="font-family: Times New Roman; font-size: medium;">O rumor da língua</span></em><span style="font-family: Times New Roman; font-size: medium;"> e </span><em><span style="font-family: Times New Roman; font-size: medium;">A</span></em><em><span style="font-family: Times New Roman; font-size: medium;">Preparação do romance</span></em><span style="font-family: Times New Roman; font-size: medium;">.</span></p>

Rumores ◽  
2012 ◽  
Vol 6 (11) ◽  
pp. 269
Author(s):  
Flávio Augusto Queiroz e Silva
Keyword(s):  

<span style="color: #333333; font-size: 12px; line-height: 24px; text-align: justify;">Entrevista com o professor francês Daniel Bougnoux, filósofo e atualmente professor emérito em Ciências da Comunicação na Universidade Stendhal de Grenoble (França). A entrevista foi cedida após palestra do professor na Universidade de Brasília, onde falou da importância dos clássicos para o estudo da comunicação. Nesse sentido, recupera o legado teórico do semiólogo Roland Barthes para analisar os fenômenos midiáticos, em uma reflexão que se pretende atual e rigorosa.</span>


2012 ◽  
Vol 31 (1-2) ◽  
pp. 95-115
Author(s):  
João Gonçalves Vilela Leandro

Os conceitos de “trapaça da linguagem” e o de “véu” presentes, respectivamente, na Aula de Roland Barthes e no ensino de Jacques Lacan, parecem-nos fornecer elementos para melhor compreensão da modernidade do gênero ensaio como uma forma de escritura que joga com o leitor, valendo-se, fundamentalmente, de uma suposta experiência vivida pelo narrador que se anuncia em uma primeira pessoa - je. Nesse sentido, procuro nesse artigo, a partir de momentos esparsos da escritura de Marcel Proust, observar como ela se enleia ao gênero ensaístico a partir de um jogo enunciativo de um je que se serve de uma suposta experiência a fim de convencer seu leitor, mas que se alicerça na própria ficção.


Author(s):  
Cristiano Bedin Costa
Keyword(s):  

<p><span style="font-size: medium;">Em </span><em><span style="font-size: medium;">Roland Barthes por Roland Barthes</span></em><span style="font-size: medium;">, recebemos a seguinte indicação de leitura: “Tudo isso deve ser considerado como dito por um personagem de romance”. A frase, ao introduzir aquilo que Eric Marty define como um jogo carnavalesco em que o “eu”, o “ele” e o “vós” alternam-se constantemente, desorganiza o discurso autobiográfico regulado pelas prescrições modernas, fazendo da obra um verdadeiro patchwork: re-escrituras, acréscimos, obliterações em meio aos livros, aos temas, às lembranças, de modo que essa nova enunciação não permite saber se é do presente ou do passado que se fala, tampouco se é mesmo da vida daquele que escreve que se diz. Para Françoise Gaillard, isso se deve ao fato de que a biografia Barthesiana não toma o </span><em><span style="font-size: medium;">bios</span></em><span style="font-size: medium;"> enquanto representante do vivido, mas sim da vida no que tem de mais orgânico: o corpo em suas constantes dilatações e invenções. De fato, em Barthes, o corpo é sempre atópico, incapaz de ser apreendido em sua totalidade. Nele, há sempre um excesso, um rasto insignificante, um mais além de todo sentido. Escrevê-lo, portanto, é participar de uma dispersão: em meio à música, à literatura, à fotografia, ao cotidiano. Esse excesso, essa mistura anti-hierárquica de linguagens e afectos compondo uma anatomia palimpsesticamente impura, é o que aqui deverá nos interessar.</span></p>


Author(s):  
Max Hidalgo

<p><span style="font-size: medium;">El artículo explora un caso (práctica e imagen) de la crítica moderna a través del análisis de la escritura barthesiana y de la posición de campo ocupada por el autor. En Barthes, la legitimidad de la crítica, reivindicada desde su ausencia de autoridad, va ligada a un ejercicio de desplazamiento y de transformación de los discursos existentes. El estudio de su recorrido permite ver cómo la transformación del campo intelectual de los años setenta y su entrada en el <em>Collège de France</em> supondrán un antes y un después en las estrategias de intervención del crítico.</span></p>


Author(s):  
Paulo Procópio Ferraz

<p><span style="font-size: medium;">Em </span><em><span style="font-size: medium;">Sobre Racine</span></em><span style="font-size: medium;">, de Roland Barthes, a imagem da alquimia aparece associada à crítica universitária tradicional, acusada de fazer uma interpretação “mágica” da criação literária. Apoiando-se nos trabalhos de Gaston Bachelard, Barthes fala em uma visão “substancialista” do mundo, própria à burguesia, que buscaria encontrar a interioridade dos objetos e das pessoas. Contudo, ao tentar uma análise estrutural das tragédias de Racine, o crítico acaba reencontrando o pensamento substancialista nas peças do autor, e fala em uma </span><em><span style="font-size: medium;">química </span></em><span style="font-size: medium;">para caracterizar </span><em><span style="font-size: medium;">Britânico, </span></em><span style="font-size: medium;">que é descrita com termos próximos aos usados para falar em alquimia. As figuras da química e da alquimia, que reaparecem com frequência nos textos do autor, são indícios que podem nos ajudar a compreender a posição ambígua que Barthes assume para pensar a tragédia clássica.</span></p>


Author(s):  
Samara Geske

<p><span style="font-size: medium;">A referência ao nome de Barthes juntamente com o de Camus se faz normalmente pelos primeiros escritos do crítico que tinham como cerne a primeira narrativa de Camus (</span><em><span style="font-size: medium;">O estrangeiro</span></em><span style="font-size: medium;">), assim como pela polêmica dos anos cinquenta em torno da publicação de </span><em><span style="font-size: medium;">A peste</span></em><span style="font-size: medium;">. Superada tanto essa fase mais marxista no primeiro, quanto o ciclo de obras sobre a revolta no segundo, em seus últimos anos, ambos confluem para o tema do amor. Essa confluência permite que de alguma forma eles se reconciliem depois do embate de ideias que os distanciou. Embora com percursos diversos e vivendo em épocas diferentes (Camus morre em 1960), a última fase de suas carreiras se revela muito semelhante. O objetivo deste artigo é “ler” esta convergência a partir das reflexões de Barthes no curso “La préparation du roman I et II” juntamente com o manuscrito inacabado do romance </span><em><span style="font-size: medium;">O primeiro homem</span></em><span style="font-size: medium;"> de Camus. Essa aproximação nos mostra que ambos tinham a impressão de estar entrando em uma </span><em><span style="font-size: medium;">Vita Nova</span></em><span style="font-size: medium;">, que significava também a descoberta de uma nova prática de escritura: o romance, cujos grandes modelos seriam </span><em><span style="font-size: medium;">Guerra e paz</span></em><span style="font-size: medium;"> de Tolstói e </span><em><span style="font-size: medium;">Em busca do tempo perdido</span></em><span style="font-size: medium;"> de Proust. E principalmente, ambos desejavam dizer aqueles a quem amavam por meio da escritura. Embora com pontos de partida parecidos, cada um chegaria a um resultado distinto do outro (como deixam entrever alguns manuscritos), mas ao final, é o amor que permite reconciliá-los e é a partir deste tema que gostaríamos de reaproximá-los.</span></p>


2020 ◽  
Vol 12 (27) ◽  
pp. 105
Author(s):  
Janete Ribeiro Nhoque ◽  
Adair De Aguiar Neitzel
Keyword(s):  

<p><span><span style="font-family: Arial; font-size: small;">Este artigo apresenta uma proposta de análise metodológica de textos narrativos em pesquisas acadêmicas que busca ampliar as possibilidades interpretativas do pesquisador, tendo como palimpsesto a análise progressiva do texto literário, proposta por Barthes (1999). O objetivo é exemplificar a utilização dessa metodologia a partir de dados construídos em uma pesquisa mais ampla, envolvendo narrativas de leitores do literário. Foi possível constatar que a utilização dessa metodologia coloca em foco o processo de escuta do pesquisado, no qual o pesquisador é um articulador, um mediador entre a narrativa e os sentidos que nela emergem. A análise progressiva da narrativa apresenta-se como outra possibilidade metodológica de pesquisas que envolvam as artes, no campo das Ciências Humanas, em especial o da Educação.</span></span></p><p> </p>


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document