scholarly journals Comunidade de abelhas (Hymenoptera, Apidae) e plantas associadas em área de mata atlântica em São Francisco do Sul, Santa Catarina, Brasil

2015 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
Author(s):  
Denise Monique Dubet da Silva Mouga ◽  
Paulo Nogueira-Neto ◽  
Manuel Warkentin ◽  
Vanessa Feretti ◽  
Enderlei Dec

A comunidade de abelhas nativas em uma área de mata atlântica no sul do Brasil foi estudada no período 2001-2003, utilizando-se rede entomológica em plantas floridas. Foram amostrados 1.519 indivíduos de 80 espécies e 4 subfamílias de abelhas. Houve predomínio de espécies de Apinae não corbiculadas e Halictinae e de indivíduos de Apinae corbiculados e Halictinae. As plantas associadas totalizaram 124 espécies de 46 famílias, das quais as mais visitadas foram Asteraceae, Fabaceae, Lamiaceae e Melastomataceae. Foram amostradas 11 espécies de abelhas não assinaladas para Santa Catarina. As abelhas mais amostradas foram Apis mellifera, Trigona spinipes, Bombus morio, Dialictus sp., Augochloropsis sp. 07, Trigona braueri, Augochlora (Oxystoglossella) sp. 05 e Tetragonisca angustula. A quantidade de indivíduos amostrados por mês, ao longo do período de coleta, evidencia um padrão bivoltino (maio e setembro-novembro). Algumas espécies de plantas foram visitadas apenas por Apis mellifera. Os índices de diversidade e equabilidade ficaram em 2,315 e 0,528, respectivamente. A curva de acumulação mostrou-se crescente. Os estimadores de riqueza apontam mais espécies. A riqueza e a abundância evidenciam um padrão de atividade de clima temperado. A composição da apifauna demonstrou maior similaridade com formação de floresta ombrófila densa de terras baixas.

Rodriguésia ◽  
2017 ◽  
Vol 68 (2) ◽  
pp. 557-567
Author(s):  
Thiago Machado Greco ◽  
Ana Zannin

Resumo O trabalho apresenta o levantamento das espécies de Olyreae na Ilha de Santa Catarina, inserida no domínio da Mata Atlântica, no litoral do estado de Santa Catarina, sul do Brasil. A tribo compreende os bambus herbáceos e está distribuída nas florestas tropicais e subtropicais, especialmente nos Neotrópicos. É caracterizada por apresentar espiguetas unissexuadas, frequentemente dimórficas, unifloras, sem extensão da ráquila e células epidérmicas com corpos silicosos em forma de cruz na zona costal e crenados na zona intercostal. Foram realizadas coletas entre maio de 2011 e março de 2013. Procedeu-se a análise morfológica de estruturas vegetativas e reprodutivas e a realização de microfotografias de antécios pistilados de coleções de herbário. Foram reconhecidos três gêneros e cinco espécies, todas da subtribo Olyrinae: Olyra glaberrima, O. humilis, O. latifolia, Parodiolyra micrantha e Reitzia smithii. A maioria das espécies está presente apenas em alguns pontos da Ilha, em populações reduzidas, em áreas de vegetação mais preservada ou em regeneração. Parodiolyra micrantha é a espécie mais comum e amplamente distribuída na Ilha e Reitzia smithii a de distribuição mais restrita, recoletada após 34 anos no estado de Santa Catarina. São apresentadas descrições, ilustrações, uma chave de identificação e comentários para cada espécie.


Estrabão ◽  
2021 ◽  
Vol 2 ◽  
pp. 1-11
Author(s):  
Gracianne Melo ◽  
Eduardo Ribeiro

Este trabalho aborada uma reflexão sobre os mapas de vegetação, produto de síntese que mostram a localização, extensão e distribuição dos tipos de vegetação de uma dada região. Entendemos a necessidade de discutir as metodologias que permitam identificar os estágios da floresta com o desafio de integrar dados geoespaciais a partir do levantamento oficial do governo brasileiro. A metodologia empregada foi uma revisão téorica sobre quais são os limites e quais são as oportunidades para o avanço do mapeamento da vegetação nos útlimos 5 anos. Os resultados encontrados ajudaram a formular uma proposta de pesquisa na RPPN Reserva Volta Velha - Pe. Piet van der Aart em em Itapoa, Santa Catarina, Brasil. Esta reserva florestal está inserida no bioma da Mata Atlantica - Floresta Ombrófila Densa.


2004 ◽  
Vol 38 (1) ◽  
pp. 133-135 ◽  
Author(s):  
Uéslei Paterno ◽  
Carlos Brisola Marcondes

Como os trabalhos sobre Culicidae em Santa Catarina foram restritos a anofelíneos e a Culex quinquefasciatus, pela ocorrência, no passado, de malária e de filariose, a fauna de mosquitos em áreas de mata é pouco conhecida. Assim, foi realizado um levantamento dos culicídeos que atacam o homem pela manhã em trilha situada numa unidade de conservação da Mata Atlântica na Ilha de Santa Catarina, freqüentada por estudantes e turistas. Foram coletados 358 exemplares de 22 espécies, das quais 14 são relatadas pela primeira vez no Estado. Runchomyia reversa e Ochlerotatus scapularis foram as espécies predominantes, com grande diversidade de espécies de Wyeomyia (Phoniomyia).


2010 ◽  
Vol 10 (1) ◽  
pp. 185-192 ◽  
Author(s):  
Vinícius Lourenço Garcia de Brito ◽  
Mardiore Pinheiro ◽  
Marlies Sazima

O conhecimento das interações entre plantas e seus polinizadores tem-se destacado como ferramenta na biologia da conservação de ambientes degradados, como a Mata Atlântica e no estudo da evolução de características morfológicas que medeiam estas interações. Neste estudo são apresentadas informações sobre a biologia reprodutiva e as interações com os visitantes florais de Sophora tomentosa e Crotalaria vitellina (Fabaceae), espécies comuns em áreas de restinga na Mata Atlântica no Núcleo Picinguaba, Parque Estadual da Serra do Mar, Ubatuba - São Paulo. Estas espécies são sincronopátricas, possuem flores amarelas dispostas em racemos e oferecem néctar como principal recurso. Ambas as espécies são autocompatíveis, mas dependem de polinizadores para formação de frutos e sementes. Xylocopa brasilianorum e Megachile sp.1 foram os polinizadores de S. tomentosa, ao passo que C. vitellina, além destas espécies, também foi polinizada por Bombus morio, Centris labrosa e mais duas espécies de Megachile. Estas espécies de abelhas possuem comprimento da língua compatível com as dimensões das câmaras nectaríferas, acessando o néctar por visitas legítimas. As inflorescências de S. tomentosa foram mais visitadas (0,62 visitas/inflorescência/dia) do que as de C. vitellina (0,37 visitas/inflorescência/dia). Entretanto, em condições naturais, a frutificação em S. tomentosa (33%) é semelhante à de C. vitellina (42%), provavelmente devido às diferenças na eficiência de cada polinizador. Espécies de Trigona e de Augochlora não têm acesso ao néctar em visitas legítimas, pois não possuem comprimento da língua compatível com as dimensões das câmaras nectaríferas. Portanto, as dimensões das câmaras nectaríferas de S. tomentosa e C. vitellina funcionam como barreira seletiva às espécies de abelhas com língua curta, assegurando maior oferta de néctar aos polinizadores. Ainda, os polinizadores destas leguminosas são comuns na restinga e atuam como vetores de pólen de diversas espécies neste ecossistema. Portanto a manutenção destas leguminosas é importante para a diversidade da fauna de abelhas e essencial para a comunidade de plantas.


2018 ◽  
Vol 5 (1) ◽  
Author(s):  
Cleiton Valentim ◽  
Denise Monique Dubet Da Silva Mouga

Visando complementar dados sobre a avifauna urbana de Joinville, foram realizados, de outubro de 2016 a maio de 2018, caminhamentos dentro da área do campus da Universidade da Região de Joinville, com identificação das espécies por visualização, registros fotográficos e playback. Foram levantadas 107 espécies (mais de 17% do total de espécies de Santa Catarina). As famílias Tyranidae e Thraupidae apresentaram a maior riqueza. Nove espécies encontram-se em algum nível de ameaça, 12 são consideradas endêmicas do Brasil e, destas, três são endêmicas de mata atlântica. Verificaram-se espécies migratórias das famílias Accipitridae, Hirundinidae, Motacillidae, Tyrannidae e Vireonidae. Observou-se nidificação das espécies Gallinula galeata e Tyrannus savana, além de indivíduos imaturos de Herpsilochmus rufimarginatus e Pyrocephalus rubinus. Foi registrada a ocorrência de indivíduos de Fluvicola nengeta, espécie rara em Santa Catarina, e de duas espécies exóticas: Estrilda astrild e Passer domesticus. Notou-se a ausência de Sporophila frontalis, apontada para a área em estudos anteriores. Predominaram espécies insetívoras, onívoras e frugívoras, decrescentemente. Os índices de diversidade e equabilidade mostraram valores relevantes. A curva de acumulação de espécies e os estimadores de riqueza indicam maiores valores de diversidade. Áreas de conservação próximas ao campus podem explicar a riqueza avifaunística.


2018 ◽  
Vol 1 ◽  
pp. 61-80
Author(s):  
Martin Stabel Garrote ◽  
Vanessa Dambrowski ◽  
Gilberto Friedenreich Dos Santos ◽  
Jaqueline Gonçalves Amaro

No Brasil o processo de ocupação e uso do solo causou uma drástica redução da cobertura florestal do Bioma Mata Atlântica. A principal política de conservação foi a criação de Unidades de Conservação (UCs). A pesquisa analisou o processo de criação das UCs no Vale do Itajaí, Santa Catarina, Brasil. Identificaram-se 27 UCs, 3 na esfera federal, 3 estaduais e 21 municipais. Destas 5 antecederam a ECO 92. As UCs foram criadas com objetivos específicos por questões locais, como no caso da Reserva Biológica da Canela Preta (1980) e do Sassafrás (1977), para proteger espécies exploradas e ameaçadas, e a Floresta Nacional de Ibirama (1965) para a produção e distribuição de mudas nativas e exóticas para reposição das florestas exploradas. Após a ECO 92 foram criadas 22 UCs no Vale do Itajaí, convergindo com as políticas nacionais de conservação.


2019 ◽  
Vol 29 (1) ◽  
pp. 63 ◽  
Author(s):  
Ricardo Bittencourt ◽  
Felipe Steiner ◽  
Cristina Silva Sant'Anna ◽  
Tiago Montagna ◽  
Caio Darós Fernandes ◽  
...  

Podocarpus lambertii (Podocarpaceae) é conhecido popularmente como pinheiro-bravo. Ocorre em várias formações florestais da Mata Atlântica, principalmente na Floresta Ombrófila Mista. Devido à intensa exploração madeireira sofrida pela espécie, ela está presente na categoria “Quase ameaçada” da Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da IUCN. Diante disso, este estudo teve por objetivo caracterizar a diversidade e estrutura genética de 12 populações no Estado de Santa Catarina, a fim de gerar informações para fundamentar estratégias de conservação para a espécie. Foram coletadas folhas de 50 indivíduos adultos em cada população. Para acessar os níveis e a distribuição da diversidade genética, utilizaram-se 10 sistemas enzimáticos. As frequências alélicas, a porcentagem de locos polimórficos (P100%), as heterozigosidades observada (HO) e esperada (HE), o índice de fixação (f) e a divergência genética (FST) foram calculados com auxílio do programa FSTAT. Os 10 sistemas enzimáticos analisados revelaram 11 locos com um total de 32 alelos (A= 1,8). As populações de Podocarpus lambertii apresentaram baixa diversidade genética (P100% = 52,7; HO = 0,049; HE = 0,079). As frequências alélicas das populações apresentaram desvios significativos das esperadas em Equilíbrio de Hardy-Weinberg, evidenciando um deficit de heterozigotos (f = 0,374). A presença de alelos raros nas populações e uma divergência genética significativa (FST = 0,303) evidenciam um baixo fluxo gênico histórico e um grande risco de perda de diversidade. Os resultados obtidos indicam a necessidade de conservação in situ das várias populações de Podocarpus lambertii e de um aumento da conectividade entre as populações remanescentes.


2016 ◽  
Vol 22 ◽  
Author(s):  
Karoline Ceron ◽  
Marina De Oliveira Olivo ◽  
Rodrigo Ávila Mendonça ◽  
Fernando Carvalho ◽  
Jairo José Zocche

São apresentados os resultados de um inventário de anfíbios, lagartos e serpentes registrados em uma área de Mata Atlântica na Reserva Biológica Estadual do Aguaí (REBIO do Aguai), município de Nova Veneza, sul de Santa Catarina. O estudo foi realizado entre maio de 2013 e janeiro de 2014, com quatro campanhas sazonais de cinco a seis dias cada, totalizando 23 dias de amostragem. Para captura dos indivíduos foram utilizadas armadilhas de interceptação e queda (pitfall), busca ativa por tempo limitado, busca em sítios reprodutivos e encontros visuais e auditivos. Com esforço amostral de 11.520 horas armadilhas por campanha (pitfall) e 182 horas (busca ativa por tempo limitado) foram registradas 20 espécies, das quais 11 pertencentes à ordem Anura e nove à ordem Squamata. Houve diferença significativa da diversidade entre as estações do ano. A combinação de métodos de amostragem permitiu o registro de seis novas ocorrências de anfíbios para a Rebio, evidenciando a necessidade de amostragens complementares de longo prazo. A presença das espécies com distribuições restritas e enquadradas nas listas de fauna ameaçada reforçam a necessidade da conservação dos remanescentes de Mata Atlântica, assim como a importância da REBIO para a conservação da biota. Palavras-chave: anfíbios, répteis, conservação, inventário, sul catarinense.


2019 ◽  
Vol 38 ◽  
Author(s):  
Maria Luiza Schwarz ◽  
Ilanil Coelho

Resumo A Mata Atlântica impressionou os viajantes pela diversidade de ecossistemas e pela maior riqueza de plantas e de animais, se comparada aos ecossistemas de onde viriam os estrangeiros ao Brasil no século XIX. Este artigo analisa os escritos produzidos entre os anos de 1851 a 1890 de viajantes e estudiosos sobre Joinville (Santa Catarina, Brasil), dando ênfase à análise dos valores que os autores atribuíram à biodiversidade da região, articulando-os ao contexto e aos objetivos da escrita de cada um. Problematiza também as relações entre cultura, humanidade e natureza estabelecidas pelos autores. A interpretação dos relatos nos permitiu compreender o caráter predominantemente dominador e utilitarista sobre as paisagens e os territórios prospectados ao empreendimento imigratório, colonizador e/ou comercial no sul do Brasil, bem como apontar os valores atribuídos à natureza a partir de suas descrições sobre as espécies da flora e da fauna então existentes.


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