scholarly journals Predation of leaf-cutter ants Atta opaciceps Borgmeier, 1939 by the white-tufted marmoset Callithrix jacchus (Linnaeus, 1758): study case and review

Author(s):  
Patrício Adriano da Rocha ◽  
Stephen Francis Ferrari ◽  
Raone Beltrão-Mendes

<p>Embora conspícuos, alguns eventos de alimentação de pequenos primatas podem ser raros e sazonais. Neste breve relato, descrevemos um grupo de saguis de tufos brancos (<em>Callithrix jacchus</em>) predando formigas cortadeiras. O evento ocorreu em uma área peri-urbana na Mata Atlântica no Nordeste do Brasil. O grupo (um par adulto e dois juvenis) foi observado predando formigas aladas (<em>Atta opaciceps</em>) à medida em que emergiam do formigueiro para seus voos nupciais. Os saguis desciam ao chão para capturar as formigas, retornando aos seus poleiros em uma árvore próxima (a uma altura aproximadamente de 2 metros) para se alimentarem de suas presas. Todo o evento durou aproximadamente 80 minutos. Enquanto altamente oportunista e presumivelmente limitado a períodos específicos do ano, esse tipo de comportamento pode ser tão frequente quanto os voos nupciais realizados pelas formigas, eventualmente fornecendo uma fonte adicional de alimento, destacando a plasticidade da ecologia alimentar dos saguis. Além disso, de acordo com os dados disponíveis, as interações ecológicas (predação, e associação de forrageamento) entre calitriquídeos e formigas parecem desempenhar um papel importante, principalmente em ambientes degradados, enfatizando a habilidade dos calitriquídeos de explorar uma ampla gama de recursos. Adicionalmente, o presente relato também evidencia a raridade desses eventos, necessariamente associados ao voo nupcial das formigas, assim como a importância de registrar esses comportamentos oportunistas para que haja uma compreensão mais completa das adaptações ecológicas de <em>C. jacchus</em> e dos demais calitriquídeos às mudanças de habitat.</p><p><strong></strong><strong>Palavras chave</strong>: Callitrichidae, sagui comum, ecologia alimentar, Hymenoptera.</p>

2007 ◽  
Vol 24 (3) ◽  
pp. 709-716 ◽  
Author(s):  
Rachel M. de Lyra-Neves ◽  
Maria A.B. Oliveira ◽  
Wallace R. Telino-Júnior ◽  
Ednilza M. dos Santos

As observações ocorreram no período de dois anos, monitorando grupos marcados de sagüis durante oito horas por dia. Foram registrados seis tipos de eventos: predação de sagüis; predação de aves, disputa de área de forrageio e recurso alimentar; compartilhamento de área de forrageio e recurso alimentar; perseguição branda e utilização de ninho de ave como local de pernoite dos sagüis. Os eventos agrupados obtiveram diferenças significativas entre as estações do ano e os estratos ocupados.


2008 ◽  
Vol 1 (1) ◽  
pp. 57
Author(s):  
Sérgio Roberto Moura Leal ◽  
Rochana Campos de Andrade Lima Santos ◽  
Tereza Cristina Calado

A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Santa Tereza localiza-se na microrregião da mata alagoana no município de Atalaia, Estado de Alagoas. Sua área é de 100,3 hectares. No ano de 2003 foi reconhecida com posto avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. O objetivo deste estudo foi realizar um inventário sobre o potencial ecoturístico da RPPN, mapear os espaços potenciais para prática do ecoturismo, identificar trilhas com potenciais faunisticos e florísticos, e os atrativos naturais e sugerir opções de visitação ordenada à reserva. O inventário levou em consideração os níveis de atratividade e singularidade da área, identificadas através de excursões feitas às localidades do entorno e à área da RPPN, como também pesquisa bibliográfica; visitação aos locais com potencial ecoturístico; visitação à cidade de Atalaia; demarcação de trilhas com o auxilio de GPS e trena; levantamento de infra-estrutura turística; levantamento fotográfico; avaliação das condições em que se encontram os atrativos; e entrevistas com pessoas que trabalham na RPPN Fazenda Santa Tereza. A atratividade para o ecoturismo na RPPN está distribuída em quatro trilhas: a da Copiuba, da Barragem, da Mineral e das Piscinas. Apenas a trilha da Copiuba não dispõe de recursos hídricos. Constatou-se que a RPPN dispõe de um rico acervo natural representado pela fauna, a exemplo de aves como a Penelope superciliaris alagoensis (Jacupemba) e a Diopsittaca nobilis (Maracanã-pequena), de mamíferos, como o Callithrix jacchus (Sagui-de-tufos-brancos) e a Dasyprocta prymnolopha (Cutia) e de répteis como o Tupinambis merianae (Tejo). Estes animais foram encontrados nas 04 trilhas existentes na RPPN. Foi realizado também o cálculo de Capacidade de Carga Real (CCR) das trilhas. O resultado mostrou que a RPPN só poderá receber 72 pessoas por dia com o objetivo de utilização das trilhas. Atualmente a RPPN Fazenda Santa Tereza não dispõe de um parâmetro para definir a quantidade de pessoas que poderão acessar as trilhas da RPPN, neste sentido a CCR servirá para ordenar o acesso à área da RPPN. Portanto, a área dispõe de um acervo diversificado que reúne potencialidade e singularidade à infra-estrutura local, confirmando a tendência da RPPN para a prática do ecoturismo.


2020 ◽  
Vol 9 (11) ◽  
pp. e5039119927
Author(s):  
Raniery José Fernandes ◽  
Érica Rezende Pereira ◽  
Vanessa Chiaparini Martin Coelho Pires ◽  
Fabiana Cristina Silveira Alves de Melo ◽  
Fabiano Rodrigues de Melo ◽  
...  

Alouatta belzebul é uma espécie de bugio, da família Atelidae e gênero Alouatta, conhecido por guariba-de-mãos-vermelhas. É endêmico no Brasil, ocorrendo em duas populações: na Amazônia e na Mata Atlântica do litoral do Nordeste. A anatomia deste gênero apresenta variações entre os primatas, como o desenvolvimento atípico da laringe. Estas variações ocorrem principalmente por fatores comportamentais, defesa de alimentos e território. O objetivo deste estudo foi estabelecer dados comparativos das estruturas do sistema respiratório de A. belzebul com a de outros primatas humanos e não humanos e mamíferos. Foram usados para este estudo sete espécimes de A. belzebul onde observou-se na laringe a presença de musculatura, membranas e ligamentos, em consonância às estruturas observadas em primatas humanos, e um osso hioide bastante evidente. A traqueia do Alouatta belzebul é constituída de 11 a 12 anéis cartilagíneos incompletos. Nas estruturas pulmonares, notou-se um quarto lobo no pulmão direito, no esquerdo apresenta somente dois lobos, que se assemelharam com outros primatas não humanos, como sagui-de-tufos-brancos (Callithrix jacchus) e macaco-prego (Sapajus libidinosus), mamíferos domésticos, como canídeos e felinos e mamíferos silvestres, como jaguatirica (Leopardus Pardalis) e raposa (Cerdocyon thous). O estudo contribuiu para discussão sobre aspectos evolutivos do sistema respiratório e atuação clínica e cirúrgica do médico veterinário.


2017 ◽  
Vol 37 (11) ◽  
pp. 1341-1344 ◽  
Author(s):  
Brunna M.R. Falcão ◽  
José R.S. Santos ◽  
Ana Y.F. de La Salles ◽  
Artur N. Carreiro ◽  
João A.R.A. Diniz ◽  
...  

RESUMO: O sagui-de-tufos-brancos (Callithrix jacchus) é um pequeno primata que habita florestas arbustivas da Caatinga e a Mata Atlântica do Nordeste brasileiro. Essa espécie de sagui é muito comum e de fácil adaptação ao cativeiro, aspecto que estimula a captura clandestina desses animais, os quais são vítimas de maus tratos que causam lesões. A falta de conhecimento da anatomia de saguis e outros animais silvestres dificulta a aplicação segura de procedimentos clínicos, cirúrgicos e terapêuticos. O plexo braquial tem sido descrito em algumas espécies animais, porém até o momento não existia descrição em saguis-de-tufos-brancos (Callithrix jacchus). Para estudar o plexo branquial desses animais foram dissecados dez cadáveres de saguis-de-tufos-brancos (Callithrix jacchus) adultos sendo cinco machos e cinco fêmeas. Em todos os animais o plexo braquial originou- se dos nervos espinhais C5, C6, C7, C8 e T1, com poucas variações na origem e nas contribuições dos nervos, em ambos os antímeros, formando três troncos: cranial (C5 e C6), médio (C7) e caudal (C8 e T1).


IRRIGA ◽  
2012 ◽  
Vol 17 (1) ◽  
pp. 85 ◽  
Author(s):  
Kelly Cristina Tonello ◽  
José Teixeira Filho

2019 ◽  
Vol 21 (2) ◽  
pp. 205-217
Author(s):  
Nádson Ricardo Leite de Souza ◽  
Vanessa Vasconcelos da Silva ◽  
Edson Henrique Almeida de Andrade ◽  
Valéria Raquel Porto de Lima

A Mata do Buraquinho consiste no maior remanescente de Mata Atlântica em área urbana do país, é cortada pelo Rio Jaguaribe, um dos afluentes do Rio Paraíba e maior rio urbano de João Pessoa/PB que, represado, forma o Açude do Buraquinho, de onde provém parte da água potável da capital paraibana. O local é declarado uma Área de Preservação Permanente desde 1989, devido à importância ambiental e, desde o ano de 2000, abriga o Jardim Botânico Benjamin Maranhão, que ocupa mais de 65% da área total, criado com a missão de fortalecer as ações de preservação e promover a intensificação dos estudos no representativo ambiente, todavia, a existência de trilhas em seu interior possibilita maior vulnerabilidade à degeneração ecossistêmica, somada aos efeitos de borda no contato com a densa urbanização do entorno. Com o objetivo de analisar os impactos ambientais negativos ocasionados por tais bordas, foram realizadas observações in loco, por meio de inventariações de parcelas concretizadas ao longo das trilhas mais frequentadas, onde se apurou diversos indicativos de degradação florestal. A partir disso, confirmou-se a autenticidade das teorias empregadas sobre os impactos ambientais negativos e a degeneração das espécies habituais, resultantes das ações de caráter antrópico, concluindo-se que a propagação dos efeitos de borda originada pela abertura de trilhas que favorecem o avanço da degradação e fazem-se necessárias ações de conservação mais rigorosas do que as em vigor, mesmo se tratando de uma área legalmente protegida.Palavras-chave: Efeitos de borda; Degeneração ecossistêmica; Mata do Buraquinho. ABSTRACTMata do Buraquinho is the largest remnant of Mata Atlântica in an urban area of the country. It is cut by the Jaguaribe River, - one of the tributaries of the Paraíba River and the largest urban river of João Pessoa/PB – which was dammed up forming the Açude do Buraquinho, from where comes part of the potable water of the capital of Paraíba. The place has been declared a Permanent Preservation Area since 1989. Due to its environmental importance and, since the year of 2000, it has sheltered the Benjamin Maranhão Botanical Garden, which occupies more than 65% of the total area. This garden was created with the mission of strengthening actions of preservation and to promote the intensification of studies in the representative environment. However, the existence of trails inside of it, allows greater vulnerability to the ecosystem degeneration, and combined with effects of border in the contact with the dense urbanization of the surrounding area. In order to analyze the negative environmental impacts caused by such edges, some observations were made in loco, through inventories of concretized plots along the most frequented trails, where several indications of forest degradation were obtained. From this, the authenticity of the theories used on the negative environmental impacts and the degeneration of the habitual species was confirmed. And resulting from actions of anthropic character, it was concluded that the propagation of the edge effects originated by the opening of tracks, favors the advance of the degradation and becomes necessary conservation actions more stringent than those in force, even in the case of a legally protected area. Keywords: Edge effects; Ecosystem Degeneration; Mata do Buraquinho. RESUMENLa “Mata do Buraquinho” es el testimonio más grande del bosque Atlántico en el área urbana de Brasil, es cortado por el Río Jaguaribe, uno de los tributarios del Río Paraíba, además, es el río urbano más grande de João Pessoa/PB, que forma la presa del “Buraquinho”, de donde proviene el suministro de agua potable para la capital del Estado de Paraíba. Esta zona es declarada un Área de Preservación Permanente desde 1989, debido a su importancia ambiental, y desde el año 2000, acoge el Jardín Botánico Benjamin Maranhão, que ocupa más de 65% del área total, creado con la misión de fortalecer las acciones de preservación y promover la intensificación de los estudios en el representativo de ambiente, sin embargo, la existencia de rutas en el interior aumenta la vulnerabilidad a la degeneración ecosistémica, añadidos a los efectos de borde que tienen contacto directo con la densa urbanización de los alrededores. Con el propósito de analizar los impactos ambientales negativos ocasionados por estos bordes, han sido realizadas observaciones "In loco", a través de inventariaciones de parcelas implementadas a lo largo de las rutas más frecuentadas, donde se ha detectado indicios de degradación forestal. Con eso, se ha confirmado la autenticidad de las teorías utilizadas sobre los impactos ambientales negativos y la degeneración de especies habituales, resultantes de acciones antrópicas, se concluye que la propagación de los efectos de borde originada por la apertura de rutas ha favorecido el avance de la degradación, con eso, son necesarias acciones de conservación todavía más estrictas de que las que existen, aún que ya sea un área protegida por la ley.Palabras-clave: Efectos de borde; Degeneración ecosistémica; Mata do Buraquinho.


IAVS Bulletin ◽  
2016 ◽  
Vol 2016 (4) ◽  
pp. 8-23
Author(s):  
Monika Janišová ◽  
Ladislav Mucina ◽  
Manoel Cláudio Da Silva Júnior ◽  
Giselda Durigan ◽  
Gabriel Pavan Sabino ◽  
...  

2014 ◽  
Vol 26 (1) ◽  
pp. 79-82
Author(s):  
Dilze Argôlo Magalhães ◽  
Edna Dora Martins Newman Luz ◽  
Marcos Vinícius Oliveira dos Santos ◽  
Larissa Argôlo Magalhães ◽  
José Luiz Bezerra

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