CAPITAL SOCIAL, CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO: A EXPERIÊNCIA DE UM COLETIVO NA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

Author(s):  
Cristiane Lourenço
Internext ◽  
2022 ◽  
Vol 17 (1) ◽  
pp. 01-21
Author(s):  
Gislene Cordeiro da Silva Diniz ◽  
Liliane de Oliveira Guimarães ◽  
Roberto Pessoa de Queiroz Falcão ◽  
Eduardo Picanço Cruz

Objetivo: O objetivo deste trabalho é analisar como redes étnicas apoiam e influenciam na criação de novos negócios. Método: Pesquisa de natureza qualitativa e método estudo de casos múltiplos. Entrevistas em profundidade com 24 refugiados sírios, estabelecidos na cidade do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e região metropolitana. As entrevistas foram realizadas entre agosto de 2017 a maio de 2019. Principais resultados: Os resultados apontam que as redes étnicas influenciaram e disponibilizaram recursos que contribuíram com o processo empreendedor. Constatou-se a importância da atividade empreendedora para a geração de renda dos refugiados, principalmente em negócios relacionados à sua cultura de origem. Os achados confirmaram que as estruturas sociais, são detentoras de um volume significativo de capital social, que permite o acesso a diversos tipos de recursos que promovem o processo empreendedor. Relevância/originalidade: Este artigo contribui para o debate do empreendedorismo imigrante realizado por refugiados em solo brasileiro, apontando para a importância e os efeitos das redes sociais e do capital social no desenvolvimento de novos negócios Contribuições teóricas/metodológicas: Maior compreensão sobre dinâmica local do empreendedorismo imigrante, redes sociais e capital social. Amplia os modelos conceituais e teóricos estabelecidos no estudo do processo empreendedor Imigrante. Contribuições sociais: Importância da atividade empreendedora de imigrantes na geração de renda e no desenvolvimento da economia local. Os achados revelam a necessidade de políticas públicas que apoiem o empreendedorismo imigrante no Brasil.


2018 ◽  
Vol 25 (2) ◽  
pp. 54-59
Author(s):  
Livia Rangel Lopes Borgneth ◽  
Alice Yuriko Shinohara Hassano ◽  
Luciane Gaspar Guedes ◽  
Márcia Gonçalves Ribeiro

Discussão a partir de dados extraídos da pesquisa “Estudo da oferta e análise de programas de reabilitação para a população infanto-juvenil com deficiência no Município do Rio de Janeiro”. Objetivo: Ampliar o conhecimento sobre as instituições que oferecem reabilitação para a população de crianças e adolescentes com deficiência. Método: Estudo descritivo tipo inquérito, por questionário, especificamente preparado para este fim. Resultados: A amostra composta por 7 (12,6%) instituições de ensino, 16 (29,6%) instituições pertencentes ao Sistema Único de Saúde (SUS) e 31 (57,41%) representam: 11 organizações não governamentais, 15 filantrópicas e 5 privadas conveniadas com o SUS e/ou Sistema único de Assistência Social (SUAS), mostrando que a maior parte dos atendimentos não ocorre na rede pública. Este dado sugere rotatividade de profissionais por falta de estabilidade e consequente descontinuidade de tratamento. Maioria das organizações, fora a rede pública, tem convênio com o SUAS, cuja missão é regular e organizar serviços, programas e benefícios socioassistenciais, o que pode levar ao não aproveitamento de avanços técnicos na área da saúde. Avaliações médicas especializadas e recursos como óculos, cadeira de rodas, andadores, mostraram não ser de fácil obtenção. Considerações sobre dificuldade para reabilitação são levantadas. Conclusão: O fato de que esta população quando reabilitada tem ampliada sua condição para participação ativa na sociedade, com consequente redução de custo e aumento do capital social é uma realidade. Ampliar conhecimentos sobre a gestão em reabilitação está se tornando cada vez mais premente, visto que avanços científicos e tecnológicos aliados a constantes conquistas sociais viabilizam, cada vez mais, inserção de pessoas que antes estariam restritas a uma vida de exclusão social.


2021 ◽  
pp. 127-152
Author(s):  
Ludmila Gonçalves da Matta ◽  
Sebastião De Melo Fonseca

O Norte Fluminense possui o segundo maior PIB entre as regiões do estado do Rio de Janeiro. Esse feito se deve, primordialmente, à presença de um conjunto de atividades produtivas de alto valor agregado e especializado alavancado pela indústria de Exploração e Produção de Petróleo e Gás. Na esteira dessa atividade, o setor de serviço tem se desenvolvido na região com uma ampla rede de saúde, de comércio e educação, entre outras. O polo  educacional que se formou na região possui reconhecimento nacional e é responsável por uma expressiva produção científica. Todavia, o que chama atenção na região é o fato de, apesar da presença de atividades econômicas e produtivas de alto valor agregado, de um conjunto evidente de atividades de serviço, de um polo educacional reconhecido, os indicadores sociais ficarem  na esteira do estado e do País. Tendo como baliza essa constatação, levantamos o seguinte questionamento: a produção científica  (capital científico) construída nas instituições de ensino tem sido convertida em capital social e contribuído para o desenvolvimento da Região Norte Fluminense? A partir desse questionamento, tivemos como objetivos mapear as instituições de ensino e pesquisa instaladas no Norte Fluminense; levantar  a produção  científica por meio de teses e dissertações com  o “Norte Fluminense” no título; e analisar o potencial dessa produção em se converter em capital social com capacidade de gerar desenvolvimento regional. A pesquisa tem caráter exploratório e utiliza o método qualitativo, fazendo uso de dados socioeconômicos e do levantamento das dissertações e teses. Como resultado, encontramos uma vasta produção científica com capacidade de contribuir para o desenvolvimento regional, contudo, essa conversão depende da relação entre os demais atores da sociedade, da cooperação mútua, da apropriação do conhecimento gerado pelas instituições de ensino pela sociedade, o que não tem se mostrado efetivo.


2009 ◽  
pp. 175-196 ◽  
Author(s):  
Alba Zaluar ◽  
Ana Paula Alves Ribeiro

Recente pesquisa de vitimização no Rio de Janeiro, metrópole com altas taxas de homicídios e outros crimes violentos, revela que os moradores dos subúrbios cariocas apresentam os menores percentuais de desconfiança ou desconhecimento de vizinhos, abaixo de 20%. A boa convivência tem proporções maiores nas áreas em que vivem os pobres, sendo que a mais antiga, populosa e vinculada à história do movimento sindical e às manifestações culturais populares, corresponde aos subúrbios da cidade onde ficam as favelas mais violentas. Por que tal convivência sociável é maior nos subúrbios que apresentam as maiores proporções de vitimização, embora careçam hoje de áreas de lazer e de bons serviços públicos, especialmente os de segurança pública? Como explicar este paradoxo? À luz da discussão sobre capital social, eficácia coletiva e as três ordens sociais - privada, paroquial e pública -, novas interpretações sobre a alta taxa de criminalidade no Rio de Janeiro são lançadas.


Plural ◽  
2016 ◽  
Vol 23 (2) ◽  
pp. 33
Author(s):  
Gregory Mitchell

Durante a preparação para a Copa do Mundo de 2014, setores da mídia, ONGs e o Estado contribuíram para criar um pânico crescente sobre a prostituição. Incursões policiais violentas em locais lícitos de comércio sexual aumentaram e a polícia convidou a imprensa para transmitir o fechamento do local de turismo sexual de maior visibilidade no dia da abertura da Copa. Na verdade, a prostituição não aumentou no Rio de Janeiro e não houve casos confirmados de tráfico sexual associados ao evento na cidade. A “limpeza” das zonas de prostituição foi uma apropriação das terras com o objetivo de promover a limpeza social e a “renovação urbana” em Copacabana (Rio de Janeiro). Este artigo analisa como atores estatais e não-estatais construíram imagens de “gringos” – frequentemente como invasores predatórios –, criando um pânico moral para promover suas próprias agendas. Baseando-se em trabalho de campo etnográfico realizado com profissionais do sexo e clientes antes, durante e depois da Copa, a pesquisa analisa as fantasias projetadas sobre os “gringos” por vários atores – profissionais do sexo, setores da mídia, cristãos evangélicos e feministas, entre outros. Argumenta-se que os clientes “gringos” durante a Copa podem ser entendidos como turistas sexuais atípicos, que possuem uma agência limitada e que vivenciaram diferenças importantes no capital social e na competência cultural. A crença nas ideias preconcebidas sobre a masculinidade do “gringo” gerou consequências sociais imprevistas, incluindo a marginalização ainda maior das mulheres vulneráveis que trabalham na economia sexual do Rio.


2002 ◽  
Vol 7 (3) ◽  
pp. 537-547 ◽  
Author(s):  
Maria Eliana Labra ◽  
Jorge St. Aubyn de Figueiredo

No Brasil, a democratização e a descentralização abriram espaço para inúmeras experiências de participação popular em arenas de decisão de políticas públicas. O setor saúde se destaca no país e na América Latina pelo funcionamento de mais de 5.500 conselhos de saúde, nos quais a representação da sociedade civil organizada é compartilhada de forma paritária com autoridades setoriais, prestadores profissionais e institucionais e trabalhadores do setor. Este trabalho apresenta resultados de pesquisa que buscou traçar um perfil sociopolítico dos representantes dos usuários nos conselhos de saúde do Estado do Rio de Janeiro. A exposição aborda elementos teóricos relativos a temas como democracia, associativismo e cultura cívica, examina a democratização brasileira, a reforma do sistema de saúde e os conselhos de saúde, e analisa os dados da investigação. Entre as considerações finais, postula-se que a participação nos conselhos de saúde fomenta um círculo virtuoso caracterizado pelo envolvimento dos cidadãos em questões de interesse geral, pela acumulação de capital social e pelo despertar de uma cultura cívica, contribuindo, em última instância, para o fortalecimento da democracia.


2014 ◽  
Vol 1 (2) ◽  
pp. 54
Author(s):  
Camila Daniel

Este artigo tem como objetivo refletir sobre o gênero como elemento que estrutura o fluxo internacional de pessoas, tendo como estudo de caso o/as peruano/as que moram no Rio de Janeiro. Caracterizado como a forma  que as sociedades distinguem o masculino e o feminino a partir da diferença sexual (NILCHONSON, 2000), o gênero se constitui também uma importante categoria para compreendermos a dinâmica das mobilidades internacionais. Este artigo se baseia no trabalho etnográfico realizado de julho de 2011 a dezembro de 2012 com peruano/as que chegaram no Rio de Janeiro principalmente como trabalhadores informais e como estudantes universitário/as. Refletiremos como o gênero afeta as oportunidades das mulheres peruanas de ir para o exterior, se inserir no Brasil, lidar com a vida familiar e a esfera pública- principalmente o trabalho e a educação superior.  Na esfera privada, mesmo quando recebem apoio dos maridos, as peruanas ainda são consideradas as principais responsáveis pelo cuidado dos filhos e, portanto, elas se encarregam de decidir qual estratégia colocarão em prática para lidar com a maternidade no contexto migratório. Estas estratégias são elaboradas segundo um conjunto de fatores como a condição econômica, a relação dela com o pai do seu filho, as redes de relações e o capital social que elas dispõem. Já no campo da educação superior, no Rio de Janeiro, as áreas ciências exatas e tecnológicas se destacam pela grande presença de peruanos, principalmente homens, que chegam ao Rio de Janeiro para cursar a pós-graduação. No Peru, estas são áreas em que predomina a presença de homens, enquanto as mulheres se inserem mais em áreas de humanas, que, no Brasil, apresentam menor presença de estrangeiros. Estes casos nos mostram como o gênero atua como um classificador que estrutura as relações sociais transnacionalmente.


Author(s):  
Leonardo Viana ◽  
Fabiane Proba

O presente artigo propõe abordar como a aplicação do Marketing Digital estratégico pode contribuir na tentativa de reduzir a resistência sobre a Educação a Distância (EaD), identificada por autores como Gomes (2008), Moore (2007) e Belloni (1999). Tal resistência é fruto de uma percepção negativa sobre esta modalidade de ensino, como ocorre na América Latina. Foi utilizado como objeto de estudo as ações de Marketing Digital da Fundação Cecierj – Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (instituição governamental brasileira, referência em EaD), em seu Facebook (facebook.com/cecierj), na tentativa de reduzir a resistência ao ensino a distância. Referências bibliográficas em Marketing e EaD foram utilizadas como metodologia para abordar a importância do estudo de estratégias para a toma- da de decisões em Facebook corporativo, assim como a relevância da observação histórico-cultural quando identificada necessidade institucional de aceitação de uma ideia. O Marketing atua na formação do pensamento coletivo (Moscovici, 2002) e o Facebook, rede social amplamente utilizada na América Latina, como ferramenta, tem o potencial de formar opinião, o que justifica sua abordagem neste trabalho no mecanismo de difusão de ideias e formação de capital social (Kotler, 2010). A finalidade da pesquisa não é confirmar se houve mudança na percepção da Educação a Distância por parte do público do Facebook do Cecierj, a partir das ações estratégicas de Marketing Digital, e sim fundamentar sua aplicação na tentativa de alcançar a redução da resistência à EaD.


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