Aspectos epidemiológicos, diagnóstico e tratamento para febre maculosa brasileira

2021 ◽  
Vol 10 (16) ◽  
pp. e447101623710
Author(s):  
Juan Domingos Muchon ◽  
Giullia Vitória Forte ◽  
Luciana Dorneles Siqueira ◽  
Jalsi Tacon Arruda ◽  
Raquel Loren dos Reis Paludo

A febre maculosa é uma doença febril incomum e foi caracterizada pela primeira vez na América do Norte, por volta do final do século XIX. Essa doença é causada pela picada do carrapato-estrela, da espécie Amblyomma cajennense, infectado com a bactéria gram-negativa Rickettsia rickettsii. Esse vetor, o carrapato pertence à família Ixodidae, são artrópodes hematófagos, tendo preferência por animais silvestres, em especial equinos e roedores, como as capivaras. A incidência da febre maculosa é maior durante a estação de inverno e nos primeiros dias da primavera. Portanto, moradores de áreas mais próximas as matas e jardins com presença de animais possivelmente portadores de carrapato devem tomar cuidado para não se contaminarem com a febre maculosa. Para que o contágio por essa bactéria é necessário ocorrer o contato de longa duração entre o carrapato e o homem. Essa doença cursa com vários sinais e sintomas que podem aparecer em um intervalo de 2 dias até 2 semanas depois da picada do carrapato infectado com Rickettsia. O tratamento deve ser iniciado em até 5 dias após o surgimento dos sintomas e é realizado através de antibioticoterapia, com o intuito de evitar complicações mais graves que poderiam surgir sem o início do tratamento. O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa sobre a febre maculosa, com objetivo de caracterizar a doença e seus aspectos sobre a epidemiologia, diagnóstico e tratamento.

2016 ◽  
Vol 24 (3) ◽  
pp. 339-346 ◽  
Author(s):  
Rachel Paes de Araújo ◽  
Marli Brito Moreira de Albuquerque Navarro ◽  
Telma Abdalla de Oliveira Cardoso

Resumo Febre maculosa é uma doença infecciosa caracterizada por febre, com formas leves e atípicas até formas graves, e, quando não tratada adequadamente, pode apresentar taxa de letalidade de 85%. Causada pela Rickettsia rickettsii, é transmitida por meio da saliva de carrapato. No Brasil, o vetor mais importante é o Amblyomma cajennense. Discute-se o número de óbitos por Rickettsia no Brasil, projetando a necessidade de ampliação e disseminação do conhecimento sobre a possibilidade de ocorrência da febre maculosa brasileira (FMB), além de debater sintomas, diagnóstico diferencial e dados epidemiológicos. A metodologia consistiu na identificação dos óbitos por Rickettsia no Brasil entre 2005-2010, utilizando-se o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Foram estudados 75 casos. Observou-se taxa de letalidade de 24,8% e uma concentração de óbitos nas regiões Sudeste e Sul do país. Os resultados obtidos contribuem para a sensibilização dos profissionais sobre a necessidade de união dos dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais, facilitando o reconhecimento da doença e o tratamento precoce.


2005 ◽  
Vol 100 (8) ◽  
pp. 841-845 ◽  
Author(s):  
Elizângela Guedes ◽  
Romário C Leite ◽  
Márcia CA Prata ◽  
Richard C Pacheco ◽  
David H Walker ◽  
...  

Author(s):  
Rafael André Werlang ◽  
Diego Rodrigo Torres Severo ◽  
Soraya Regina Sacco Surian ◽  
Teane Milagres Augusto Gomes

Riquetsioses são zoonoses causadas por bactérias da Família Rickettsiaceae, especialmente aspertencentes aos gêneros Rickettsia que causam a doença denominada febre maculosa. NoBrasil, Rickettsia rickettsii é o principal agente da febre maculosa brasileira, sendo o carrapatotrioxeno Amblyomma cajennense o principal vetor. A capivara (Hydrochoerus capybara) éincriminada como reservatório de Rickettsia spp. na natureza, pois tem capacidade de mantero agente circulante em seu organismo, sem apresentar sinais clínicos da doença. Porém, abaixa especificidade parasitária permite que ocorra a troca de hospedeiros dos carrapatos dogênero Amblyomma durante seu ciclo biológico. Além disso, a capacidade de transmissão deRickettsia spp. transestadial e transovariana, associada a coabitação de javalis e capivaras nanatureza, sugerem a possibilidade de javalis estarem participando do ciclo epidemiológico dafebre maculosa. O objetivo deste trabalho foi classificar os carrapatos colhidos de suídeosasselvajados, abatidos legalmente para controle populacional no estado de Santa Catarina eavaliar, através da técnica de PCR convencional, a prevalência de R. rickettsii nestes vetores.Foram acompanhados abates legalmente autorizados de 61 javalis durante o período deoutubro de 2017 a novembro de 2018 em várias cidades de Santa Catarina, para coleta eclassificação taxonômica de carrapatos no IFC - Campus Concórdia. Ao total, 27 carrapatosem diferentes estágios de desenvolvimento foram colhidos aderidos à pele de nove animais(14,75%) abatidos, sendo que o maior grau de parasitemia foi observado no mês de novembrode 2018. Destes, três foram classificados como Dermacentor sp. e 24 como A. cajennense,que foram destinados à pesquisa de Rickettsia. A extração do DNA foi realizada em doiscarrapatos, sendo estes triturados e extraídos pela técnica de isotiocianato de guanidina,clorofórmio e isopropanol. A qualidade do DNA extraído foi testado por eletroforese em gelde agarose a 1,5%, para a observação das bandas do material genético, sendo que as bandasesperadas foram observadas. Para a PCR, foi preparado, em um tubo, uma mistura contendoSupermix®, dois iniciadores, Taq polimerase e o DNA extraído. Os iniciadores utilizados naprimeira reação amplificam gene conservado em todas as espécies do gênero Rickettsia. APCR foi realizada com termociclador e o produto submetido à eletroforese em gel de agarosecom brometo de etídio, em cuba horizontal de corrida. A visualização das bandas foi realizadacom um transiluminador ultravioleta. Ambas as amostras testadas foram negativas, o quedemonstra que os dois carrapatos não apresentavam infecção por Rickettsia spp. Em seguida,dois iniciadores específicos para R. rickettsii foram desenhados neste trabalho com softwarePrimer-BLAST, utilizando a sequência genômica do agente disponível no NCBI. Assequências senso e anti-senso dos iniciadores criados foram 5’-ACCGCTACTCGGTTGCATAA-3’ e 5’-ACAGATGTCACACCGTAGTCA-3’,respectivamente. Para a conclusão do projeto, os demais 25 carrapatos armazenados serão futuramente testados, bem como será de extrema importância a utilização de um controlepositivo para validar a PCR para Rickettsia isoladas na região de Santa Catarina.


2015 ◽  
Vol 23 (4) ◽  
pp. 354-361 ◽  
Author(s):  
Rachel Paes de Araújo ◽  
Marli Brito Moreira de Albuquerque Navarro ◽  
Telma Abdalla de Oliveira Cardoso

Resumo Febre maculosa é uma doença infecciosa caracterizada por febre, leves e típicas até graves, a qual, quando não tratada adequadamente, pode apresentar taxa de letalidade de 85%. Causada pela Rickettsia rickettsii, é transmitida através da saliva de carrapato. No Brasil, o vetor mais importante é o Amblyomma cajennense. Discute-se o número de óbitos por rickettsia no Brasil projetando a necessidade de ampliação e disseminação do conhecimento sobre a possibilidade da ocorrência da Febre Maculosa Brasileira, debatendo-se sintomas, diagnóstico diferencial e dados epidemiológicos. A metodologia consistiu na identificação dos óbitos por rickettsia, no Brasil, entre 2005 e 2010, utilizando-se o Sistema de Informação sobre Mortalidade. Foram estudados 75 casos. Observou-se a concentração de óbitos no Sudeste e Sul do país e uma taxa de letalidade de 24,8%. Os resultados obtidos contribuem para a sensibilização dos profissionais sobre a necessidade de união dos dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais, facilitando o reconhecimento da doença e o tratamento precoce.


1999 ◽  
Vol 32 (6) ◽  
pp. 613-619 ◽  
Author(s):  
Luiz Tadeu Moraes Figueiredo ◽  
Soraya Jabur Badra ◽  
Luiz Eloy Pereira ◽  
Matias Pablo Juan Szabó

Specimens of ticks were collected in 1993, 1996, 1997, and 1998, mostly from wild and domestic animals in the Southeast and Mid-West regions of Brazil. Nine species of Amblyommidae were identified: Anocentor nitens, Amblyomma cajennense, Amblyomma ovale, Amblyomma fulvum, Amblyomma striatum, Amblyomma rotundatum, Boophilus microplus, Boophilus annulatus, and Rhipicephalus sanguineus. The potential of these tick species as transmitters of pathogens to man was analyzed. A Flaviviridade Flavivirus was isolated from Amblyomma cajennense specimens collected from a sick capybara (Hydrochaeris hydrochaeris). Amblyomma cajennense is the main transmitter of Rickettsia rickettsii (=R. rickettsi), the causative agent of spotted fever in Brazil. Wild mammals, mainly capybaras and deer, infested by ticks and living in close contact with cattle, horses and dogs, offer the risk of transmission of wild zoonosis to these domestic animals and to man.


Author(s):  
Bruno Zappalá Santos ◽  
Bruno Silva Milagres ◽  
Felipe Krawczak ◽  
Eduardo Enrique Carvalho Grade Vallejo ◽  
Enzo D'Angelo Arruda Duarte

A Febre Maculosa Brasileira é uma doença causada por bactérias do gênero Rickettsia, transmitidas através de carrapatos contaminados ao hospedeiro. As riquétsias mais associadas são a Rickettsia rickettssii e a Rickettsia sp. Cepa Mata Atlântica, a primeira relacionada a casos graves da doença, mais comumente encontrado nas regiões Sul e Sudeste, e a segunda, presente no Sul, Sudeste e Nordeste, causa uma forma mais branda da doença. Os principais carrapatos vetores da Febre Maculosa Brasileira são Amblyomma cajennense, Amblyomma aureolatum, Amblyomma dubitatum e Amblyomma ovale, mas qualquer espécie pode ser um reservatório de Rickettsia rickettssi. Os cães são considerados importantes sentinelas para riquetsioses, tal fato se justifica, pois a soroprevalência para Rickettsia rickettsii em cães de determinadas áreas geográficas se aproxima da encontrada em seres humanos. Além disso, existem relatos de casos de infecção em cães e seres humanos ocorrendo simultaneamente, podendo ser explicado pela proximidade que os humanos têm com animais que são hospedeiros de ectoparasitas e da bactéria simultaneamente. O objetivo da pesquisa foi descrever a epidemiologia da Febre Maculosa no Brasil, entre os anos 2014 e 2016, e a sorologia dos cães no Distrito Federal. Foi realizado um estudo descritivo, retrospectivo, do cenário dos casos de Febre Maculosa registrados no Brasil, os quais foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação e publicados em boletins do Ministério da Saúde e artigos da área médica. Com relação aos aspectos éticos, por se tratar de um estudo baseado em dados secundários e havendo a doação do material biológico, a aprovação no Comitê de Ética animal não foi necessário. Das 50 amostras de soro de cães doadas, foram feitos exames sorológico através de Imunofluorescência Indireta para identificaranticorpos específicos para riquetsioses mais comuns. Em 20% dessas amostras, apresentaram resultado positivo, dentre os positivos 80% foi identificado a Rickettsia amblyommatis cepa Ac37, 10% foi identificado a Rickettsia parkeri cepa Mata Atlântica e 10% não foi possível identificar qual Rickettsia. Nos anos de 2014 a 2016 ocorreram 457 casos de Febre Maculosa no Brasil, sendo 0,9% na região norte, nenhum óbito relatado; 1,3% no nordeste, letalidade 17%; 72,2% no sudeste, letalidade 54%; 23% no sul letalidade 2%; e 2,6% no centro-oeste letalidade 8%. Acometendo principalmente a faixa etária de 20 a 59 anos, por estarem mais expostos a ambientes silvestres, predominantemente em homens com aproximadamente 64% dos casos, tendo o pico entre agosto e janeiro, temporada de temperaturas mais elevadas, o que faz todas as fases de vida do carrapato se acelerar, logo seu tamanho é reduzido e sua população aumentada. Concluindo que a melhor forma de prevenção é o uso de calças, camisas de manga comprida e botas, de preferencia brancas ou tons claros, aliado com o repelente do vetor


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