O presente artigo procura investigar as imagens de resistência às formas de violência no romance A Ocupação (2019), de Julián Fuks, que mescla três narrativas concomitantes, cujas experiências das personagens apresentam diversos sentidos de ocupação e resistência. Dentre os vários temas propostos neste romance escolheu-se o problema do sintoma como ocultamento de certas imagens que retornam muito tempo depois na condição de fantasmas à consciência. Utilizaremos o aporte teórico de Aby Warburg e Georges Didi-Huberman sobre o caráter fantasmático das imagens, bem como a noção de espectropoética, de Jacques Derrida. Os resultados dessa leitura evidenciam que a relação entre o que está perdido de maneira irremediável e o fantasma imagético da perda traz à tona as muitas maneiras em que a vida, e o circuito dos afetos que a envolve, pela política do passado e do presente, pode ser percebido como um modo de sublimação.