Gragoatá
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Published By "Pro Reitoria De Pesquisa, Pos Graduacao E Inovacao - Uff"

2358-4114, 1413-9073

Gragoatá ◽  
2021 ◽  
Vol 26 (56) ◽  
pp. 1018-1051
Author(s):  
Rogério Back ◽  
Ana Paula Marques Beato Canato ◽  
Marcel Alvaro de Amorim

Neste artigo, temos o objetivo de discutir a literatura indígena e apresentar alguns aspectos a serem considerados visando atender a Lei de número 11.645/2008 (BRASIL, 2008), que exige o trabalho e a valorização das questões étnico-raciais em instituições escolares. Para melhor contemplar o olhar sobre a identidade plural dos diferentes povos originários latino-americanos na contemporaneidade, buscamos apoio nas legislações específicas que versam sobre questões étnicas. Pautando-se em recentes estudos sobre literatura e ensino (AMORIM; SILVA, 2019; MARTIN, 2015) e da literatura indígena (WERÁ, 2017; MUNDURUKU, 2012), descrevemos uma possibilidade de inserção de etno-histórias no âmbito escolar de forma a atender às suas especificidades. Para tal, trazemos apontamentos para o trabalho com a literatura indígena, expondo desde o processo de eleição das obras até a leitura em sala de aula, e ilustramos nossa proposta com o texto poético Pé no chão, de Gustavo Caboco (2018). Mais do que fomentar o atendimento da legislação, por meio das produções literárias, visamos fomentar o trabalho com questões étnico-raciais de modo não estereotipado, compreendendo o sujeito indígena como um ser social que vê na sua literatura um caminho para sua visibilidade e a manutenção da história coletiva. Ainda, esperamos colaborar com a ressignificação da luta e do imaginário sobre os diferentes povos indígenas e a compreensão da impossibilidade de ficcionalização completa das obras.


Gragoatá ◽  
2021 ◽  
Vol 26 (56) ◽  
pp. 876-911
Author(s):  
Lynn Mario Trindade Menezes de Souza ◽  
Ana Paula Martinez Duboc

Departing from the premise that decoloniality is growing in popularity within contemporary Brazilian Applied Linguistics studies, this paper claims in favor of a more performative decolonial praxis so as to prevent decoloniality from universality. In doing so, the text begins with some theorizations on decolonial thought with an emphasis on the triad fundamental in any decolonial exercise, that is to Identify-Interrogate-Interrupt coloniality. The paper, then, claims in favor of thinking communication otherwise which, along with the notions of bringing back the body and marking the unmarked, constitute the necessary decolonial strategies if one wishes to interrupt coloniality. A critical examination of The falling Sky: words of a Yanomami shaman, co-authored by Kopenawa and Albert (2013), is brought to the fore as illustrative of a decolonial pedagogy which attempts to help language teacher educators and researchers to become attentive to socially-just-oriented educational agendas that claim to be culturally-sensitive whereas, in fact, they may be serving the purposes of a still prevailing colonial project.


Gragoatá ◽  
2021 ◽  
Vol 26 (56) ◽  
pp. 857-875
Author(s):  
Luciana Maria Almeida de Freitas ◽  
Maria Paula Meneses

Presentación


Gragoatá ◽  
2021 ◽  
Vol 26 (56) ◽  
pp. 1085-1114
Author(s):  
André Marques do Nascimento
Keyword(s):  

As reflexões propostas neste trabalho situam-se no âmbito das atividades desenvolvidas no curso de Licenciatura em Educação Intercultural da Universidade Federal de Goiás, cujo objetivo principal é formar docentes indígenas em nível superior para a atuação nas escolas de suas comunidades. Fundada nos princípios da interculturalidade crítica (TUBINO, 2004; WALSH, 2009a; 2018), da transdisciplinaridade (CASTRO-GOMÉZ, 2007; MAX-NEEF, 2004; SILVA; HERBETTA, 2018) e da decolonialidade (MIGNOLO, 2010; 2011; WALSH, 2018), a proposta pedagógica do curso busca fomentar e implementar a emergência de bases epistemológicas que foram/são descartadas pela Modernidade/Colonialidade e potencializá-las como fundamentos para práticas pedagógicas mais sensíveis às formas de existências indígenas na contemporaneidade (UFG, 2020). Neste contexto, o presente trabalho tem como principal objetivo apresentar reflexões de cunho etnográfico em sala de aula (BLOOME; GREEN, 2015; PENTEADO, 2010a; 2010b) que se originam numa experiência pedagógica de educação linguística desenvolvida no referido curso a partir da abordagem da cultura Hip Hop. Assumida como um lócus epistemológico fronteiriço fundado em histórias e corpos marginalizados pela Colonialidade, cujo poder de comunicação atravessa fronteiras e cria redes de coalizão contestatória, essa cultura possibilita que grupos subalternizados se apropriem da enunciação historicamente negada e desafiem a hegemonia de projetos globais desde suas histórias locais, marcadas pela violência e pela exclusão. A partir desta experiência pedagógica situada, é possível reconhecer o alto grau de adesão de docentes indígenas em formação superior ao potencial contestatório antirracista do Rap que se manifesta em diferentes níveis, incluindo as temáticas das composições que denunciam as variadas formas de violência a que estão sujeitos os povos indígenas na contemporaneidade, assim como o enfrentamento de ideologias modernas de linguagem expresso no uso de recursos das línguas indígenas nas composições.


Gragoatá ◽  
2021 ◽  
Vol 26 (56) ◽  
pp. 1052-1084
Author(s):  
Daniel Mazzaro

Com base nos estudos queer, que interrogam as construções de gênero e sexualidade, este texto se propõe a discutir a necessidade de subverter os processos de ensinar e aprender línguas no espaço escolar por meio de uma educação linguística queer. Para tanto, são trazidos à baila conceitos e percursos históricos desses estudos, salientando o que se entende por “crítico” nesse contexto e trazendo as perspectivas decoloniais no campo da educação e do gênero para enriquecer o debate. Além disso, propõe-se uma concepção de educação linguística que seja capaz de abarcar os objetivos dos estudos queer que se encontram nos campos de saber da Pedagogia, Linguística, Linguística Aplicada e Literatura.


Gragoatá ◽  
2021 ◽  
Vol 26 (56) ◽  
pp. 985-1017
Author(s):  
Beatriz Feres

Segundo Boaventura de Sousa Santos (2020), as sociologias das ausências e das emergências situam-se no cerne da resistência contra o pensamento hegemônico ocidentalocêntrico a fim de não só identificar as formas por meio das quais são produzidas a não existência, a invisibilidade radical e a irrelevância de grupos sociais oprimidos, mas também de valorizar simbólica e politicamente os saberes das minorias advindos da luta, da experiência, do sofrimento injusto, da corporalidade e do “corazonar”, isto é, da racionalização “quente”, afetiva. Este artigo está direcionado, em particular, para as sociologias das emergências, com a pretensão de contribuir para a instrumentalização de mediadores críticos de leitura, preocupados com a resistência a um imaginário coletivo preconceituoso em relação às minorias sociais. Assim, o objetivo desta reflexão é problematizar o conto ilustrado – bem cultural destinado preferencialmente às crianças em estágio inicial de socialização e, portanto, mais susceptíveis à inculcação de valores –, analisando sua constituição verbo-visual singular em relação ao contrato de comunicação a que se vincula, a fim de avaliar sua potencialidade como recurso para uma pedagogia libertadora. Parte-se do pressuposto de que a configuração híbrida do conto ilustrado permite uma complexa implicitação de sentidos e sentimentos bastante propícia para o tratamento estético de temas relacionados às sociabilidades, sem que se perca a poeticidade, em um movimento aparentemente afinado ao “corazonar” defendido pelas epistemologias do Sul. Para isso, a análise dos contos ilustrados selecionados estará sustentada, prioritariamente, pela Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, sobretudo naquilo que tange à construção dos imaginários sociodiscursivos.


Gragoatá ◽  
2021 ◽  
Vol 26 (56) ◽  
pp. 1207-1240
Author(s):  
Rodrigo Corrêa Martins Machado ◽  
Douglas Vinicius Souza Silva

O que se entende por “democracia” e por “direitos humanos” quando se defende uma educação literária democrática? E quando se defende a democratização das artes, em especial, da literatura? Partindo de um incômodo com algumas respostas a essas questões, cristalizadas na crítica literária e nas práticas de ensino de literaturas, este artigo tem o objetivo de problematizar e refletir sobre as concepções de democracia e de direitos humanos que embasam o ensino de literaturas no Brasil, propondo uma guinada a partir das teorias decoloniais. Para isso, revisitamos a obra “O direito à literatura”, de 1988, de Antonio Candido (2011), que se tornou referência básica em crítica, teoria, didática e ensino de literaturas até os dias de hoje, demonstrando como sua teoria se concentra na classe econômica e na apresentação dos bens culturais nacionais-universais em via de mão única para os estudantes desprivilegiados. Posteriormente, ainda que reconheçamos a relevância histórica da teoria de Candido, buscamos demonstrar, a partir da leitura de hooks (2017; 2019), Walsh (2009), Melo (2020) e outros autores, sua insuficiência para lidar com a realidade contemporânea dos jovens dentro e fora da escola. A partir daí, refletimos sobre a necessidade de um ensino de literaturas democrático, em direitos humanos, que se construa em diálogo e negociação não apenas com os grupos subalternos pertencentes a classes econômicas inferiores, mas também com os grupos subalternizados pela etnia, raça, gênero, sexualidade, localização geográfica etc., isto é, um ensino que se construa inclusive através da escuta.


Gragoatá ◽  
2021 ◽  
Vol 26 (56) ◽  
pp. 1115-1147
Author(s):  
Lívia Márcia Tiba Rádis Baptista

Neste texto, a partir de uma perspectiva decolonial (BALLESTRIN, 2013; BERNARDINO-COSTA; MALDONADO Torres; grosfoguel 2019) e consoante com as epistemologias do Sul (SANTOS, 2019; 2010; 1995; MENESES, 2008), defendemos o lócus de enunciação (BERNARDINO-COSTA; GROSFOGUEL, 2016; FIGUEIREDO; GROSFOGUEL, 2010; GROSFOGUEL, 2006; 2010) como crucial para a definição de práticas e atitudes decoloniais. Neste sentido, argumentamos que o lócus de enunciação materializa uma práxis contrária à ordem hegemônica estabelecida, tornando-se um espaço de práticas e ações que impulsionam pedagogias decoloniais (WALSH, 2013; MOTA NETO; STRECK, 2019). Em primeiro lugar, apresentamos nosso entendimento acerca do lócus de enunciação, enfatizando-o como um espaço catalizador e potencializador de discursos e práticas de linguagem que reconfiguram o espaço enunciativo do Sul Global com reverberações sob a forma de práticas decoloniais. Posteriormente, tornamos mais visíveis as práticas de linguagem que se projetam desde o lócus enunciativo, particularizando o cenário da fronteira Norte do México e, em concreto, o coletivo Batallones Femeninos que, por meio de um conjunto de práticas de linguagem disseminadas em mídias diversas, fazem frente as múltiplas colonialidades do ser, poder e saber (QUIJANO, 2005).


Gragoatá ◽  
2021 ◽  
Vol 26 (56) ◽  
pp. 912-934
Author(s):  
João Paulo Xavier

This work, which is a fragment of a research that has been discussed in lectures and presented separately in other journals and books, examines through the lens of critical racial literacy, the discrimination, tension, and racism experienced by Afro-Brazilian persons due to the aesthetics of their phenotypic traits. The theoretical framework draws on Critical Race Theory (LADSON-BILLINGS, 1998; FERREIRA, 2014) and Epistemologies of the South (SANTOS, 2014) which provided the basis for data analysis. The methodology for data gathering was autobiographical narratives provided by the informants, who were selected due to their experiences of the subject. The primary research instrument was an online questionnaire, voluntarily and anonymously, answered by the participants. The results show that black people in Brazil face issues of race and racism in their own homes, at schools and universities as students, as well as in their working environments. The discussion is pertinent to the field of Applied Linguistics and Education as it highlights the paramount importance of developing a critical racial literacy at schools, which can address these issues and overcome racism from a variety of perspectives.


Gragoatá ◽  
2021 ◽  
Vol 26 (56) ◽  
pp. 1148-1176
Author(s):  
Antonio Andrade ◽  
Patricia Araujo Fernandes
Keyword(s):  

Neste artigo, dedicamo-nos a refletir sobre a inflexão pedagógica decolonial do discurso zapatista, trazendo à discussão o papel simultaneamente político e educacional que a apropriação de um texto narrativo literário indicia nesse contexto de militância. Para tanto, analisamos o comunicado do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) – movimento de resistência indígena mexicano – intitulado La historia de los colores, escrito pelo Subcomandante Marcos. Para a elaboração do dispositivo teórico-analítico deste trabalho, articulamos, de maneira transdisciplinar, a perspectiva dos estudos discursivos (ORLANDI, 2001; FOUCAULT, 1988), as indagações advindas das ciências sociais a respeito das epistemologias do Sul (SANTOS, 2018) e o debate relacionado à pedagogia decolonial (WALSH, 2013; CANDAU, 2010).


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