scholarly journals Estrutura, composição florística e similaridade na Floresta Ombrófila Densa Atlântica, em áreas do Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Caraguatatuba

2021 ◽  
Vol 16 (2) ◽  
pp. 177-202
Author(s):  
Edson Junior Ferreira Stefani ◽  
Jorge Yoshio Tamashiro ◽  
Carlos Alfredo Joly

É necessário compreender a diversidade da Mata Atlântica para monitorar possíveis impactos das mudanças climáticas e mitigar o desaparecimento deste hotspot de biodiversidade. Apresentamos dados do Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Caraguatatuba (NCR), com objetivo principal do conhecimento florístico, fitossociológico e similaridade das áreas florestais. Os dados foram coletados em parcelas permanentes de 1 ha, incluindo espécies com diâmetro ≥ 15 cm (PAP; 1,30 m de altura do solo), para conhecimento das áreas e para testes de similaridade entre as parcelas dos núcleos Picinguaba e Santa Virgínia, de mesma cota altitudinal. São apresentados tabelas florísticas das áreas, análise de UPGMA e teste de Mantel, para verificar o agrupamento das áreas. As famílias com maior índice de valor de importância foram Euphorbiaceae, Myrtaceae, Rubiaceae, Lauraceae, Arecaceae e Fabaceae, na parcela do NCR Submontana 1, e Myrtaceae, Sapotaceae, Monimiaceae, Nyctaginaceae, Lauraceae, Arecaceae e Rubiaceae, na parcela do NCR Montana 1. Através dos testes, foi possível verificar similaridades entre as áreas. Em alguns casos, ocorreu dissimilaridade, que estaria ligada a possíveis fatores ambientais e antrópicos, os quais não foram testados para afirmação, sugerindo estudos futuros a médio e longo prazo.

Rodriguésia ◽  
2017 ◽  
Vol 68 (4) ◽  
pp. 1411-1429
Author(s):  
João Afonso Martins do Carmo ◽  
André Olmos Simões

Resumo Este estudo teve como objetivos realizar o levantamento florístico da família no município de Camanducaia, Serra da Mantiqueira, extremo sul de Minas Gerais, onde extensos remanescentes de Mata Atlântica são encontrados, e elaborar uma Chave Interativa de Entradas Múltiplas (CIEM) para a identificação das espécies. O levantamento florístico foi realizado através de viagens de coleta e análise dos seguintes herbários: BHCB, ESA, HRCB, IAC, ICN, MBM, SP e UEC. Rubiaceae está representada em Camanducaia por 35 espécies, duas subespécies e duas variedades, classificadas em 17 gêneros. Borreria, Manettia e Psychotria foram os gêneros mais diversos (cinco espécies cada). Nove espécies, uma subespécie e uma variedade são endêmicas da Mata Atlântica. Duas espécies (Galianthe vaginata e Psychotria beyrichiana) são endêmicas da Serra da Mantiqueira e Serra do Mar. Psychotria beyrichiana é registrada pela primeira vez em Minas Gerais. Através da utilização da CIEM aqui proposta, a maioria dos táxons puderam ser identificados utilizando-se somente caracteres vegetativos.


2010 ◽  
Vol 10 (1) ◽  
pp. 185-192 ◽  
Author(s):  
Vinícius Lourenço Garcia de Brito ◽  
Mardiore Pinheiro ◽  
Marlies Sazima

O conhecimento das interações entre plantas e seus polinizadores tem-se destacado como ferramenta na biologia da conservação de ambientes degradados, como a Mata Atlântica e no estudo da evolução de características morfológicas que medeiam estas interações. Neste estudo são apresentadas informações sobre a biologia reprodutiva e as interações com os visitantes florais de Sophora tomentosa e Crotalaria vitellina (Fabaceae), espécies comuns em áreas de restinga na Mata Atlântica no Núcleo Picinguaba, Parque Estadual da Serra do Mar, Ubatuba - São Paulo. Estas espécies são sincronopátricas, possuem flores amarelas dispostas em racemos e oferecem néctar como principal recurso. Ambas as espécies são autocompatíveis, mas dependem de polinizadores para formação de frutos e sementes. Xylocopa brasilianorum e Megachile sp.1 foram os polinizadores de S. tomentosa, ao passo que C. vitellina, além destas espécies, também foi polinizada por Bombus morio, Centris labrosa e mais duas espécies de Megachile. Estas espécies de abelhas possuem comprimento da língua compatível com as dimensões das câmaras nectaríferas, acessando o néctar por visitas legítimas. As inflorescências de S. tomentosa foram mais visitadas (0,62 visitas/inflorescência/dia) do que as de C. vitellina (0,37 visitas/inflorescência/dia). Entretanto, em condições naturais, a frutificação em S. tomentosa (33%) é semelhante à de C. vitellina (42%), provavelmente devido às diferenças na eficiência de cada polinizador. Espécies de Trigona e de Augochlora não têm acesso ao néctar em visitas legítimas, pois não possuem comprimento da língua compatível com as dimensões das câmaras nectaríferas. Portanto, as dimensões das câmaras nectaríferas de S. tomentosa e C. vitellina funcionam como barreira seletiva às espécies de abelhas com língua curta, assegurando maior oferta de néctar aos polinizadores. Ainda, os polinizadores destas leguminosas são comuns na restinga e atuam como vetores de pólen de diversas espécies neste ecossistema. Portanto a manutenção destas leguminosas é importante para a diversidade da fauna de abelhas e essencial para a comunidade de plantas.


Author(s):  
Marcos Cabrerisso Hilario ◽  
Marcelo Teixeira César de Oliveira

O Parque Estadual da Serra do Mar (PESM) foi criado pelo Decreto nº 10.251, de 30/08/77, ampliado pelos decretos nº 13.313, de 06/03/79 e nº 19.448, de 30/08/82 e tombado pelo CONDEPHAAT pela resolução de nº 40 de 06/06/1985. Possui uma área de 315.390,69 ha com terras em diversos municípios do estado de São Paulo e com diversos Núcleos Administrativos (Caraguatatuba, Cunha, Curucutu, Itutinga-Pilões, Itarirú, Picinguaba, Santa Virgínia e São Sebastião). Integra o grande corredor de biodiversidade de Mata Atlântica, sendo constituído também por biomas como os manguezais. O presente estudo foi realizado no Núcleo Picinguaba, no município de Ubatuba e com uma área 47.500,00 ha, próximo a divisa com o estado do Rio de Janeiro sendo o único núcleo ao nível do mar. Tem sobreposição de parte de sua área com o Parque Nacional da Serra da Bocaina. Dentro do parque encontram-se cinco vilas de caiçaras que mantém a tradição da cultura praticando a pesca artesanal e cultivo de subsistência. O objetivo deste trabalho foi o de realizar a avaliação preliminar da infra-estrutura de uso público e de pessoal, verificando suas condições, adequação e atividades. O trabalho foi iniciado com pesquisa bibliográfica, webgráfica e complementada com o levantamento de campo através de observação, anotações, fotografias, relatos dos administradores e de monitores executado durante o primeiro semestre de 2009. Possui hospedagem para receber grupos compostos por 30 a 40 pessoas com pré-agendamento com marcação bastante concorrida. Possui centro de visitantes com sala para 120 lugares equipado com telão, data show, mapa de todo o PESM, sanitários, bebedouros, sala de exposições com painéis explicativos dos biomas existentes no núcleo, animais empalhados, conchas, rochas e outros materiais, biblioteca, mapoteca e videoteca abertas aos visitantes. A Praia da Fazenda, próxima a sede do núcleo é a única aberta à visitação livre. São dez as trilhas abertas ao público e são feitas em grupos de no máximo 20 visitantes orientados por monitores moradores da região com capacitação oferecida pela Secretaria do Meio Ambiente. Os percursos são todos sinalizados indicando locais de paradas para observação de espécies de flora, fauna e particularidades de cada ambiente, além dos avisos de proibição de acessos. Os monitores foram acompanhados em três trilhas e demonstraram conhecimento da região fornecendo informações das características naturais dos biomas, a fauna e a flora durante o trajeto. A área estudada apresenta infra-estrutura boa para visitação e hospedagem, bem como fornece informações adequadas sobre o local no centro de visitantes, completadas com as palestras e acompanhamento nas trilhas, no entanto, falta material informativo que possa ser entregue aos visitantes com fins de difusão do conhecimento apresentado sobre a área conservada e que poderia servir para aprofundá-lo e colaborar na multiplicação do mesmo para completar o trabalho de interpretação ambiental.


2010 ◽  
Vol 10 (1) ◽  
pp. 101-105 ◽  
Author(s):  
Leandro Muller Gomiero ◽  
Gilberto Aparecido Villares Junior ◽  
Francisco Manoel de Souza Braga

Foram analisados a relação peso-comprimento e o fator de condição de Oligosarcus hepsetus no Rio Grande do Parque Estadual da Serra do Mar - Núcleo Santa Virgínia, São Paulo. A relação peso-comprimento foi estimada para imaturos, fêmeas e machos, através da expressão P = aCb. Os parâmetros a e b foram estimados após transformação logarítmica dos dados de peso e comprimento e subsequente ajuste de uma linha reta aos pontos pelo método dos mínimos quadrados. Para fêmeas e machos foram obtidas as equações da relação peso-comprimento por período do ano (outono, inverno, primavera e verão), utilizando o peso total e o peso sem as gônadas. O fator de condição dos imaturos foi mais alto do que para machos e fêmeas, possivelmente, devido ao gasto energético com o desenvolvimento dos ovócitos e em menor grau dos espermatozóides. Esta espécie apresentou maiores valores de fator de condição no outono devido ao acúmulo de gordura e nas demais estações estes valores diminuíram devido ao longo período reprodutivo. As condições ambientais da Mata Atlântica parecem ser primordiais para o desenvolvimento das estratégias reprodutivas apresentadas por Oligosarcus hepsetus.


2012 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
pp. 125-145 ◽  
Author(s):  
Carlos Alfredo Joly ◽  
Marco Antonio Assis ◽  
Luis Carlos Bernacci ◽  
Jorge Yoshio Tamashiro ◽  
Mariana Cruz Rodrigues de Campos ◽  
...  

Este trabalho resume os dados de florística e fitossociologia de 11, das 14 parcelas de 1 ha, alocadas ao longo do gradiente altitudinal da Serra do Mar, São Paulo, Brasil. As parcelas começam na cota 10 m (Floresta de Restinga da Praia da Fazenda, município de Ubatuba) e estão distribuídas até a cota 1100 m (Floresta Ombrófila Densa Montana da Trilha do rio Itamambuca, município de São Luis do Paraitinga) abrangendo os Núcleos Picinguaba e Santa Virgínia do Parque Estadual da Serra do Mar. Na Restinga o solo é Neossolo Quartzarênico francamente arenoso, enquanto que na encosta o solo é um Cambisolo Háplico Distrófico argilo-arenoso, sendo que todas as parcelas apresentaram solo ácido (pH 3 - 4) com alta diluição de nutrientes e alta saturação de alumínio. Na Restinga e no sopé da encosta o clima é Tropical/Subtropical Úmido (Af/Cfa), sem estação seca, com precipitação média anual superior a 2.200 mm e temperatura média anual de 22 ºC. Subindo a encosta mantêm-se a média de precipitação, mas há um gradativo resfriamento, de forma que a 1.100 m o clima é Subtropical Úmido (Cfa/Cfb), sem estação seca, com temperatura média anual de 17 ºC. Destaca-se ainda que, quase diariamente, a parte superior da encosta, geralmente acima de 400 m, é coberta por uma densa neblina. Nas 14 parcelas foram marcados, medidos e amostrados 21.733 indivíduos com DAP > 4,8 cm, incluindo árvores, palmeiras e fetos arborescentes. O número médio de indivíduos amostrados nas 14 parcelas foi de 1.264 ind.ha-1 (± 218 EP de 95%). Dentro dos parâmetros considerados predominaram as árvores (71% FOD Montana a 90% na Restinga), seguidas de palmeiras (10% na Restinga a 25% na FOD Montana) e fetos arborescentes (0% na Restinga a 4% na FOD Montana). Neste aspecto destaca-se a FOD Terras Baixas Exploradas com apenas 1,8% de palmeiras e surpreendentes 10% de fetos arborescentes. O dossel é irregular, com altura variando de 7 a 9 m, raramente as árvores emergentes chegam a 18 m, e a irregularidade do dossel permite a entrada de luz suficiente para o desenvolvimento de centenas de espécies epífitas. Com exceção da FOD Montana, onde o número de mortos foi superior a 5% dos indivíduos amostrados, nas demais fitofisionomias este valor ficou abaixo de 2,5%. Nas 11 parcelas onde foi realizado o estudo florístico foram encontradas 562 espécies distribuídas em 195 gêneros e 68 famílias. Apenas sete espécies - Euterpe edulis Mart. (Arecaceae), Calyptranthes lucida Mart. ex DC. e Marlierea tomentosa Cambess (ambas Myrtaceae), Guapira opposita (Vell.) Reitz (Nyctaginaceae), Cupania oblongifolia Mart. (Sapindaceae) e as Urticaceae Cecropia glaziovii Snethl. e Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini - ocorreram da Floresta de Restinga à FOD Montana, enquanto outras 12 espécies só não ocorreram na Floresta de Restinga. As famílias com o maior número de espécies são Myrtaceae (133 spp), Fabaceae (47 spp), Rubiaceae (49) e Lauraceae (49) ao longo de todo gradiente da FOD e Monimiaceae (21) especificamente nas parcelas da FOD Montana. Em termos de número de indivíduos as famílias mais importantes foram Arecaceae, Rubiaceae, Myrtaceae, Sapotaceae, Lauraceae e na FOD Montana, Monimiaceae. Somente na parcela F, onde ocorreu exploração de madeira entre 1960 e 1985, a abundância de palmeiras foi substituída pelas Cyatheaceae. O gradiente estudado apresenta um pico da diversidade e riqueza nas altitudes intermediárias (300 a 400 m) ao longo da encosta (índice de Shannon-Weiner - H' - variando de 3,96 a 4,48 nats.indivíduo -1). Diversas explicações para este resultado são apresentadas neste trabalho, incluindo o fato dessas altitudes estarem nos limites das expansões e retrações das diferentes fitofisionomias da FOD Atlântica durante as flutuações climáticas do Pleistoceno. Os dados aqui apresentados demonstram a extraordinária riqueza de espécies arbóreas da Floresta Ombrófila Densa Atlântica dos Núcleos Picinguaba e Santa Virgínia do Parque Estadual da Serra do Mar, reforçando a importância de sua conservação ao longo de todo o gradiente altitudinal. A diversidade desta floresta justifica também o investimento de longo prazo, através de parcelas permanentes, para compreender sua dinâmica e funcionamento, bem como monitorar o impacto das mudanças climáticas nessa vegetação.


2016 ◽  
Vol 26 (3) ◽  
pp. 773
Author(s):  
Matheus Fischer Danelli ◽  
Simey Thury Vieira Fisch ◽  
Simone Aparecida Vieira

Os padrões de distribuição e estoque do carbono em áreas manejadas de Mata Atlântica ainda são pouco conhecidos. Visando compreender o papel destas áreas na fixação de carbono, procurou-se caracterizar a estrutura florestal e estimar a biomassa acima do solo em áreas de colheita de frutos de juçara (Euterpe edulis Mart.). O trabalho foi realizado em áreas alteradas nas quais foi introduzido o manejo de frutos de juçara, no Parque Estadual da Serra do Mar - SP e no seu entorno, abrangendo as fitofisionomias Floresta Submontana e Floresta Montana. Para representar todas as diferentes situações em que é praticado o manejo, foram selecionadas oito áreas e em cada uma foi alocada uma parcela de 10 x 100 m dividida em subparcelas de 10 x 10 m, nas quais foram inventariados todos os indivíduos arbóreos (árvores, juçaras, bananeiras e pteridófitas) com DAP (diâmetro a altura do peito) > 4,8 cm. As áreas estudadas foram caracterizadas como Florestas Secundárias e como sistemas de Consórcio de Banana e Juçara. A biomassa encontrada nas parcelas estudadas variou de 47,9 a 279,9 Mg ha-1. As Florestas Secundárias apresentaram maior biomassa que os sistemas de cultivo em Consórcio de Banana e Juçara, sendo as árvores responsáveis pela maior parte dessa biomassa. O manejo dos frutos da palmeira juçara para a produção de polpa alimentar representa uma alternativa sustentável à extração ilegal do palmito na região, diversificando os cultivos de banana existentes, agregando valor às florestas e aumentando o estoque de carbono em áreas de Mata Atlântica com sistemas agroflorestais.


2016 ◽  
Vol 38 ◽  
Author(s):  
Jorge Calvimontes ◽  
Lúcia Da Costa Ferreira

O histórico da relação entre os moradores e os gestores do Núcleo Picinguaba do Parque Estadual da Serra do Mar (PESM), localizado no litoral norte do Estado de São Paulo, está caracterizado pelos conflitos relacionados aos direitos de permanência e de uso dos recursos naturais. Criado em 1977, o PESM permaneceu no papel até inícios dos anos 1980, quando começaram os primeiros contatos com os moradores. Estes moradores, trabalhadores do campo e pescadores, viram, então, deslegitimados seus direitos ao trabalho e à continuação de suas atividades produtivas e culturais. Desde então, passaram a ser considerados clandestinos, ilegais ou, segundo suas próprias palavras, “bandidos”, devido a que a legislação proíbe a presença permanente de moradores neste tipo de áreas.  O objetivo desta pesquisa foi analisar os conflitos, as estratégias e a organização dos diversos atores sociais vinculados ao Núcleo Picinguaba a respeito do uso dos recursos naturais e do acesso à terra e, finalmente, refletir se esta dinâmica influencia positivamente nos processos sociais associados à conservação da biodiversidade. Este conflito originou novas formas de organização no PESM: lideranças locais surgiram e se formaram associações comunitárias. Ao longo dos últimos anos, o diálogo entre gestão e moradores tem se intensificado e novos espaços de discussão e negociação, assim como novos atores com seus próprios interesses, têm aparecido. Três questões são transversais a este conflito: a questão da terra, a questão da identidade e a própria questão do uso e da conservação dos recursos naturais. Assim, os moradores têm se organizado em torno da luta pelo direito à terra, recorrendo para isso a estratégias identitárias e a categorias como populações tradicionais, quilombolas e caiçaras. Tudo isto em um contexto de uma UC de Proteção Integral, localizada em uma região não só altamente biodiversa, mas com um forte histórico de uso dos recursos naturais e de ocupação humana.


2013 ◽  
Vol 13 (1) ◽  
pp. 176-182
Author(s):  
Carmen Júlia d Figueiredo ◽  
Rogério Rosa da Silva ◽  
Catarina de Bortoli Munhae ◽  
Maria Santina de Castro Morini

Este estudo teve como objetivo avaliar a composição da fauna de formigas que forrageia abaixo da superfície do solo de áreas de Floresta Atlântica em estágio avançado de regeneração. Foram estudadas duas áreas similares em relação às características abióticas do solo, sendo uma localizada na Serra do Mar e a outra na Serra do Itapeti, ambas no Estado de São Paulo, Brasil. Em cada área foram distribuídos, a cada dois meses, 20 conjuntos de três armadilhas subterrâneas, contendo iscas atrativas, em buracos de 30 cm de profundidade, e equidistantes 20 m um do outro. As armadilhas permaneceram no campo por 24 horas. Foram registradas no total sete subfamílias, 16 gêneros e 42 morfoespécies/espécies. Três destas espécies, Acanthostichus quadratus, Labidus coecus e L. mars, podem ser consideradas criptobióticas. A riqueza observada não difere em relação aos meses de coleta e, independentemente da época do ano, as comunidades são similares. Houve registro de uma espécie nova pertencente ao gênero Megalomyrmex, além de táxons normalmente pouco coletados, como Acanthostichus. Os resultados demonstram a importância de estudos sobre a fauna que forrageia abaixo da superfície do solo para a taxonomia, dado seu potencial para revelar novas espécies ou pouco representadas em coleções.


2021 ◽  
Vol 14 (34) ◽  
Author(s):  
Viviane de Almeida Duarte de Oliveira ◽  
Yasmim Calixto Carvalho da Silva ◽  
Patrícia Regina Chaves Drach

As vilas Dois Rios e do Abraão, localizadas na Ilha Grande, uma região costeira de Angra dos Reis, integram a Costa Verde do estado do Rio de Janeiro. Por suas características naturais importantes, como a presença da Mata Atlântica, do relevo definido pela Serra do Mar e dos consideráveis corpos hídricos (79 bacias), trata-se de uma área de preservação ambiental e sociocultural histórica. O conjunto paisagístico-urbano é um atrativo turístico que faz com que a região receba um grande contingente de visitantes durante o ano. A diversidade cultural e do ecossistema, presentes na Ilha Grande, torna a região um pólo de atração para pesquisadores e estudantes vinculados ou não à universidade e centros de pesquisa que estão presentes na região. O objetivo deste trabalho é entender a ocupação urbana na região e sua evolução a partir das grandes transformações que ocorreram no local. Dentre elas pode ser apontado o fechamento do Instituto Penal Cândido Mendes – IPCM, o posterior crescimento do interesse de visitantes e os novos moradores na região. Através do levantamento efetuado e dos mapas desenvolvidos para entender essa ocupação, foi possível observar que apesar de não ter ocorrido uma importante expansão do contorno do núcleo urbano, observa-se no interior do conjunto, majoritariamente na Vila do Abraão, uma ocupação desordenada para atender ao aumento da população.


2005 ◽  
Vol 22 (4) ◽  
pp. 891-897 ◽  
Author(s):  
Sonia M. N. Lazzari ◽  
Crisleide M. Lazzarotto

Dentre as 130 espécies de afídeos registradas para o Brasil, a maioria é exótica com origem em regiões temperadas. O objetivo desta pesquisa foi o estudo das espécies de afídeos que ocorrem em diferentes altitudes no ecossistema rico em diversidade da Mata Atlântica. Onze pontos de coleta foram amostrados em um gradiente altitudinal de -10 a 1000 m s.n.m. na Serra do Mar, no estado do Paraná com armadilhas amarelas de água e coletas nas plantas no decorrer de um ano. Um total de 87 espécies de afídeos foi coletado em armadilhas e em plantas. O maior número de espécies foi encontrado em áreas de transição ou ecótone definidos pela sobreposição de comunidades diferentes de plantas. Aphis spiraecola Patch, 1914 foi a espécie mais abundante registrada em todos os locais amostrados. O pico populacional ocorreu, principalmente, no mês de setembro quando as plantas estavam em brotação. Não foi observado um padrão altitudinal na distribuição dos afídeos na Serra do Mar, porém algumas espécies foram registradas em altitudes específicas. Condições climáticas, além de outros fatores bióticos e abióticos, afetam a flutuação populacional dos afídeos, porém não foi possível estabelecer uma correlação entre a ocorrência dos insetos com a temperatura e precipitação.


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