REFLEXÕES SOBRE O CARÁTER FORMADOR E POLÍTICO DA ARTE NA SOCIEDADE CAPITALISTA
Vivenciamos nos dias atuais uma realidade marcada pela fluidez das relações e, sobretudo, uma modificação da própria condição humana que nos tornou meramente consumidores. Inevitavelmente, a arte e a educação também se modificaram adquirindo um caráter técnico e mecanicista. Segundo a visão aristotélica, assim como a arte, a educação deve visar a emancipação humana, cabendo aos educadores, e também aos artistas, preparar o sujeito para o enfrentamento do mundo real, panorama que acabou sendo perdido com o desenvolvimento do capitalismo. Partiremos dos pressupostos, levantados a partir de nossas vivências no exercício docente e artístico, de que a arte e a educação se tornaram meramente produtos a serem vendidos, alimentando um desejo imediato de consumo e de lucro. Como é possível conferir um novo sentido à arte na vigência do capitalismo? Como resgatar seu caráter emancipador e político? Para responder a essas e outras questões, utilizaremos como aporte teórico os filósofos Aristóteles e Herbert Marcuse e o teatrólogo Augusto Boal