scholarly journals INCREMENTO, INGRESSO, MORTALIDADE EM UM REMANESCENTE DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA EM TRÊS BARRAS - SC

2016 ◽  
Vol 26 (3) ◽  
pp. 889
Author(s):  
Rafael Cubas ◽  
Luciano Farinha Watzlawick ◽  
Afonso Figueiredo Filho

A dinâmica foi estudada em um remanescente de Floresta Ombrófila Mista, localizado na Floresta Nacional de Três Barras, município de Três Barras, estado de Santa Catarina, em um período de cinco anos (2004-2009). Em 2004 foram instaladas e medidas 26 parcelas permanentes de 1 hacada, sendo que as mesmas foram subdivididas em unidade de 10 mx 50 m(500 m²). Todas as árvores com DAP > 10 cm foram numeradas e mensuradas para a análise do número de espécies, gêneros, famílias botânicas, o incremento periódico anual (DAP e área basal), o ingresso e a mortalidade. Em 2009, todas as parcelas foram remedidas para avaliar as mudanças entre os dois períodos, sendo os resultados apresentados para toda a floresta (26 ha) e para as 10 espécies mais importantes. Em 2004, afloresta apresentou 721 árvores/ha passando em 2009 para 709 árvores/ha, distribuídas nas duas ocasiões, em 72 espécies, 29 famílias e 53 gêneros. Houve incremento diamétrico anual (0,27 cm/ano) e da área basal (0,28 m²/ha/ano) para a floresta como um todo e entre as 10 espécies mais importantes, sendo Ilex theezans Mart. ex Reissek e Piptocarpha angustifolia Dusen ex Malme as espécies com menor (0,08 cm) e maior incremento diamétrico (0,83 cm), respectivamente. Considerando-se todas as espécies presentes na área de estudo, a área basal teve um acréscimo de 0,47 m²/ha/ano, indicando um contínuo crescimento em busca de atingir seu estoque completo. A taxa média anual de mortalidade foi de 2,14% e a taxa de ingresso foi de 2,01%. Ilex paraguariensis A. St. Hil. apresentou a maior taxa de mortalidade (1,86%/ano) e Cupania vernalis Cambess. a maior taxa de ingresso (2,18%/ano). Ao serem consideradas as 10 espécies mais importantes, Ocotea porosa (Ness) Barroso apresentou maior incremento anual em diâmetro (0,43 cm/ano) e Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze com maior incremento em área basal (0,1874 m²/ha/ano). De forma geral, no período de cinco anos, os resultados apontaram para pequenas alterações na dinâmica da floresta e para as 10 espécies mais importantes. Certamente, isso se deve ao estágio de sucessão avançado da floresta avaliada.

FLORESTA ◽  
2011 ◽  
Vol 41 (1) ◽  
Author(s):  
Larissa Rolim Borges ◽  
Sônia Maria Noemberg Lazzari ◽  
Ida Chapaval Pimentel ◽  
Lívia Cardoso Bueno de Camargo ◽  
Lílian Mattos Kalinoski

O controle da broca-da-erva-mate, Hedypathes betulinus, limita-se ao emprego de práticas silviculturais e catação manual dos insetos adultos, não sendo permitido o uso de inseticidas químicos na cultura. Esta pesquisa teve por objetivos verificar a presença natural de Beauveria bassiana no solo de plantio em monocultura de erva-mate, determinar a persistência de B. bassiana no solo após duas e três aplicações do fungo e averiguar a influência de fatores abióticos na estabilidade do fungo no solo. O estudo foi conduzido em um erval no município de Campo Alegre, Santa Catarina, Brasil, onde foram coletadas amostras de solo em duas áreas, para avaliação da presença natural de inóculos do fungo B. bassiana, procedendo-se à contagem, isolamento e identificação.Não foi detectada a ocorrência natural do fungo no solo em nenhuma das duas áreas. Após essa confirmação, foram realizadas pulverizações com B. bassiana em ambas as áreas, sendo que em uma ocorreram duas e na outra três aplicações. Após a última pulverização, realizada em fevereiro/2006, verificou-se que os inóculos do fungo persistiram por 90 dias na área com duas aplicações e 120 dias na área com três aplicações. A temperatura afetou a persistência do fungo no solo em ambas as áreas, mas a umidade relativa não mostrou influência sobre os inóculos em campo.Palavras-chave: Broca-da-erva-mate; controle biológico; epizootia; fungo entomopatogênico. AbstractPersistence in soil of inoculum of Beauveria bassiana used to control Hedypathes betulinus in yerba maté plantation, Ilex paraguariensis. Control measures of Hedypathes betulinus are restricted to agricultural practices and hand picking of adult insects. No chemical control is allowed in yerba maté cultivation areas. The objectives of this research were to verify the natural occurrence of the entomopathogenic fungus Beauveria bassiana in the soil of yerba maté in monoculture; to determine the persistence of inoculums in the soil after applications of the fungus; and to evaluate the influence of abiotic factors on fungus stability in the soil. The soil samples were taken from two experimental areas in a yerba maté plantation in the county of Campo Alegre, Santa Catarina, Brazil. The samples were analyzed in order to count, isolate and identify inoculums of B. bassiana and other fungi. After the confirmation that B. bassiana was not present in the soil, a suspension of the fungus was applied, twice in one of the areas and three times in the other. After the last application in February/2006, the inoculum persisted for 90 and 120 days, in the area with two and three applications, respectively. The temperature affected the persistence of B. bassiana in soil; however, the relative humidity did not.Keywords: Biological control; epizooty; entomopathogenic fungus; wood borer. 


2002 ◽  
Vol 32 (4) ◽  
pp. 583-587 ◽  
Author(s):  
Mario Angelo Vidor ◽  
César Pérez Ruiz ◽  
Santiago Vázquez Moreno ◽  
Paulo Alfonso Floss

A Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S.A) possui uma das maiores coleções brasileiras de erva-mate (Ilex paraguariensis St.Hil.). A partir de ensaios agronômicos preliminares, apresentaram destaque as procedências Barão de Cotegipe e Água Doce. O objetivo deste trabalho foi o de caracterizar geneticamente a variabilidade existente nos germoplasmas oriundos destas procedências. A técnica utilizada foi a de marcadores moleculares para amplificar o DNA, do tipo RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA). Os resultados indicaram não ser possível diferenciar geneticamente as procedências entre si. Em função da distância genética, foi formado um grupo com quatro materiais ou germoplasmas e outro com os demais. Os diferentes materiais das duas procedências estudadas apresentaram similaridade superior a 80% entre eles.


Rodriguésia ◽  
2013 ◽  
Vol 64 (2) ◽  
pp. 201-210 ◽  
Author(s):  
André Luís de Gasper ◽  
Lucia Sevegnani ◽  
Alexander Christian Vibrans ◽  
Marcos Sobral ◽  
Alexandre Uhlmann ◽  
...  

Este estudo é resultado da amostragem sistemática da flora da floresta ombrófila mista em Santa Catarina, realizada em 155 pontos amostrais em toda a sua extensão e permite atualizar o conhecimento sobre a ocorrência de espécies. Foram registradas 925 espécies de espermatófitas, distribuídas em 439 gêneros e 116 famílias botânicas. A família com a maior riqueza específica foi Asteraceae (119 espécies), seguida por Myrtaceae (88), Fabaceae (58) e Solanaceae (52). Dentre as famílias restantes, 34 apresentaram somente uma e outras 27 tiveram duas espécies registradas. Os gêneros com maior número de espécies foram Solanum (31 espécies), Baccharis (27), Eugenia (23), Ocotea (21) e Myrcia (19). Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc., Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer e O. porosa (Nees & Mart.) Barroso são as espécies ameaçadas de extinção registradas. Entre todas as espécies do componente arbóreo ou arbustivo/subarbóreo, 56,5% são comuns a ambos os componentes e dentre as 194 espécies arbóreas citadas para o planalto catarinense, 157 foram amostradas pelo IFFSC. O levantamento florístico extra registrou 474 espécies de angiospermas a mais do que o levantamento nas unidades amostrais do IFFSC. O IFFSC amostrou um conjunto significativo das espécies do Domínio Floresta Atlântica. Estas coletas georreferenciadas e realizadas com uma amostragem sistemática e consistente, representam um importante avanço e atualização do conhecimento da flora de Santa Catarina. Inventários sistemáticos desta natureza são necessários às demais regiões no Sul do Brasil, para que se possa compor um banco de dados consistente e atualizado e possibilitar a implantação de políticas de conservação e manejo.


2018 ◽  
Vol 12 (03) ◽  
pp. 449-457 ◽  
Author(s):  
André Felipe Hess ◽  
◽  
Ana Claudia da Silveira ◽  
Sandra Mara Krefta ◽  
Diego Vinchiguerra dos Santos ◽  
...  

2017 ◽  
Vol 27 (3) ◽  
pp. 853 ◽  
Author(s):  
Ronan Felipe de Souza ◽  
Sebastião Do Amaral Machado ◽  
Franklin Galvão ◽  
Afonso Figueiredo Filho

Fitossociologia da Vegetação Arbórea do Parque Nacional do Iguaçu - O Parque Nacional do Iguaçu está inserido no Bioma Mata Atlântica, sendo considerado o maior Parque extra-amazônico brasileiro. Apesar de sua importância e expressiva área de superfície florestal, poucos são os estudos científicos relacionados à sua vegetação. Com o objetivo de atender esta demanda foi realizado inventário fitossociológico da vegetação arbórea por meio de parcelas instaladas em diferentes condições ambientais, buscando a máxima representatividade ambiental possível. Na classificação da vegetação por meio da TWINSPAN as florestas foram separadas inicialmente em ambientes montanos e submontanos. Uma região de transição entre as florestas estacionais e ombrófilas foi observada no ambiente montano, com altitude acima de 700 m. A Floresta Estacional Montana foi observada em altitudes entre 600 a 700 m e a Floresta Estacional Submontana, imediatamente abaixo, foi separada em duas subformações devido às variações fisionômicas regidas pela geomorfologia e variabilidade hídrica existente. A vegetação arbórea do Parque Nacional do Iguaçu é, de acordo com os resultados encontrados, um remanescente de grande relevância para a preservação das espécies florestais no sul do Brasil, entre as quais, se destacam Aspidosperma polyneuron Müll. Arg., Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, Euterpe edulis Mart. e Ilex paraguariensis A. St.-Hil.


1996 ◽  
Vol 6 (1) ◽  
pp. 27 ◽  
Author(s):  
Silvana Lucia Caldato ◽  
Paulo Alfonso Floss ◽  
Dorli Mário Da Croce ◽  
Solon Jonas Longhi

Este estudo foi realizado na Reserva Genética Florestal de Caçador, no Estado de Santa Catarina no período de agosto de 1995 a janeiro de 1996. Para o estudo da regeneração natural foram instaladas 10 parcelas de 250 m² (10m x 25m). No interior das mesmas foram coletados a camada de solo juntamente com a serapilheira em até 3cm de profundidade em 40 pontos amostrais de 0,5m x 0,5m para a análise do banco de sementes no solo, e instalados 20 coletores com área de 0,5 m x 0,5 m para a avaliação da chuva de sementes. Os resultados mostram que apesar da Araucaria angustifolia ser a espécie dominante no estrato superior da floresta não apresenta indivíduos na regeneração natural e a Mimosa scabrella foi a espécie arbórea mais importante presente no banco de sementes no solo. As relações entre os três parâmetros avaliados evidenciam uma distribuição irregular das espécies na área de estudo.


2005 ◽  
Vol 13 (1) ◽  
pp. 73 ◽  
Author(s):  
Frederico Dimas Fleig ◽  
Paulo Renato Schneider ◽  
César Augusto Guimarães Finger

Este trabalho apresenta aspectos da morfometria de erveiras reflorestadas. A área de estudos localiza- -se no estado de Santa Catarina, no município de Catanduvas. As plantas avaliadas apresentam idade aproximada de 14 anos, e estão dispostas em um arranjo fatorial com espaçamentos de 3, 4 e 5 m nas entrelinhas e 2, 3 e 4 m nas linhas. Dividiram-se as erveiras em dois grupos, sendo o primeiro podado em setembro, e o segundo, em janeiro respectivamente, quando as copas atingiram 24 e 28 meses de idade. A totalidade das erveiras avaliadas apresentam-se bifurcadas na proximidade da base, assim, o perímetro ao nível do solo apresenta-se com correlação não-significativa com a biomassa da copa. Pela comparação das áreas basais e número de troncos obtidos a 0,3, 06 e 0,9 m de altura, constatou-se que a altura ideal de avaliação do tronco é a 0,60 m de altura em relação ao nível do solo. A área basal por planta, a essa altura, foi positivamente influenciada pelos espaçamentos nas entrelinhas e nas linhas (Prob<0,05). O número de troncos à altura de 0,6 m (Nt6) da planta foi significativamente influenciado pela distância entre plantas na linha, na qual a de 2 m foi menor e divergente das demais. Os espaçamentos entre erveiras influenciaram as dimensões das copas, sendo o diâmetro da copa (Dc8) significativamente influenciado pelo espaçamento nas linhas, com superioridade para os maiores espaçamentos. O comprimento da copa (Cc) e a altura total (ht) foram significativamente influenciados pelas distâncias na linha e na entrelinha. O grau de copa (Cc/ht) só apresenta diferença significativa para o fator linha. Já o grau de cobertura (Dc8/ht) apresentou diferença significativa para o fator distância entrelinhas. O formal de copa (Dc8/Cc) atingiu valores próximos à unidade, pois as erveiras apresentam copas com diâmetro proporcional ao seu comprimento.


2001 ◽  
Vol 11 (2) ◽  
pp. 9 ◽  
Author(s):  
Leif Nutto

Neste trabalho, foi analisado o potencial do crescimento diamétrico de Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze. em diferentes sítios, com o objetivo de obter informações para o manejo dessa espécie em florestas heterogêneas inequiâneas, visando à produção de madeira de alta qualidade em árvores pré-selecionadas. O material usado constitui-se de 400 árvores de florestas nativas e plantios, crescendo sob condições e tratamentos variáveis nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. O método usado para investigar a relação entre a largura da copa e o dap foi baseado na projeção horizontal da copa da árvore individual. Usando 16 amostras de 25 árvores, foram estudados vários estágios de desenvolvimento. Para cada amostra, foi feito um mapa de distribuição das árvores e das projeções das copas para avaliar o efeito da competição. O estudo mostra que existe uma estreita relação entre a largura da copa e o dap, que pode ser usada para o desenvolvimento de novas ferramentas de decisão aplicáveis em árvores individuais para o manejo de araucária em florestas heterogêneas inequiâneas ou para a produção de madeira de alta qualidade com árvores pré-selecionadas. Também, mostrou-se uma estreita correlação entre o crescimento de diâmetro e a qualidade do sítio, pois a expansão máxima da copa depende da qualidade deste, indicando que ele deve ser considerado como fator limitante para o manejo do crescimento.


2009 ◽  
Vol 33 (6) ◽  
pp. 1109-1121 ◽  
Author(s):  
Giovani Festa Paludo ◽  
Adelar Mantovani ◽  
Carine Klauberg ◽  
Mauricio Sedrez dos Reis

Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze é considerada espécie ameaçada de extinção, e faltam informações sobre sua ecologia para a elaboração de técnicas eficazes para manejo e conservação. Nesse sentido, foi estudada uma população natural na Reserva Genética Florestal de Caçador, com o objetivo de gerar informações sobre a estrutura demográfica da espécie. A população estudada foi dividida em quatro classes: regeneração, juvenis, masculinas e femininas. Foram analisadas a estrutura diamétrica e de altura, a razão sexual e o padrão espacial. A regeneração natural foi baixa, e a razão sexual não diferiu de 1, de acordo com o esperado para a espécie. Na análise do padrão espacial, a agregação apareceu em todas as classes. A regeneração não esteve espacialmente associada com árvores adultas. A regeneração natural da espécie sob a floresta existe, apesar de ocorrer com baixa densidade.


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