scholarly journals Perfil de tratamento com psicofármacos de usuários de um centro de atenção psicossocial infanto-juvenil

2020 ◽  
Vol 46 (1) ◽  
Author(s):  
Fernanda Daiana dos Santos Borges ◽  
Caroline Henz Pretto ◽  
Vanessa Adelina Casali Bandeira ◽  
Christiane Fátima Colet

A presente pesquisa objetiva analisar o perfil de tratamento com psicofármacos de usuários de um Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil (CAPSi). Delineamento transversal, documental, quantitativo e analítico, realizado em um CAPSi do Noroeste do Rio Grande do Sul. Foram coletadas informações sobre idade, sexo, tratamento medicamentoso, diagnóstico e tempo de atendimento de 208 prontuários de usuários, com idade menor ou igual a 18 anos, ambos os sexos e cadastro ativo no período da pesquisa. Medicamentos classificados Anatomical Therapeutic Chemical Classification System e interações medicamentosas a partir da base de dados Micromedex® Solutions. Análise de dados com Qui-quadrado de Pearson, Odds ratio (OR) e Mann-Whitney. Identificou-se idade média dos usuários de 12,34±3,59 anos, 63,9% do sexo masculino, 82,2% em tratamento medicamentoso, desses 95,5% com ação sobre o sistema nervoso central. Os antidepressivos e antiepiléticos foram utilizados com maior frequência, 31,5% e 29,6% respectivamente. O sexo feminino apresentou quase três vezes mais chance de usar medicação e pacientes previamente hospitalizados de ambos os sexos quase quatro vezes mais. Entre os usuários, 71,6% estão expostos a pelo menos uma interação medicamentosa potencial, destas 54,9% graves. Verificou-se elevado consumo de psicofármacos e potenciais interações medicamentosas entre os usuários estudados. Evidencia-se a necessidade de novos estudos que orientem a prática clínica nessa população a fim de garantir qualidade de vida, reabilitação psicossocial e reintegração à comunidade.

2005 ◽  
Vol 39 (6) ◽  
pp. 924-929 ◽  
Author(s):  
Liziane Maahs Flores ◽  
Sotero Serrate Mengue

OBJETIVO: Descrever o uso de medicamentos por idosos, avaliar a presença de polifarmácia, os efeitos de características sociodemográficas e as condições de saúde no uso da medicação. MÉTODOS: Pesquisa de estudo transversal, realizado em 2001 e 2002, em Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, em uma amostra de 215 idosos. Os dados sobre o uso de medicamentos foram coletados por meio de um questionário preenchido durante visita domiciliar. Os medicamentos foram classificados de acordo com Anatomical-Therapeutical-Chemical Classification System. RESULTADOS: Dos entrevistados, 141 (66%) eram mulheres; 117 (54%) na faixa etária entre 60 e 70 anos, 157 (73%) brancos, 115 (53%) tinham companheiros(as) e 145 (67%) cursaram até o ensino fundamental. A prevalência de uso de medicação foi de 91% (n=195). Na semana anterior à entrevista foram utilizados 697 medicamentos, com média de 3,2 (DP=2,5) medicamentos por pessoa. Do total da amostra, 187 (87%) haviam realizado no mínimo uma consulta médica no último ano, 71 (33%) pessoas usavam medicamento sem prescrição médica e em 57 (27%) casos foi caracterizada polifarmácia. CONCLUSÕES: Constatou-se padrão elevado de uso de medicamentos entre pessoas de faixa etária igual ou superior a 60 anos que vivem na comunidade, com pequenas variações conforme as condições de saúde e características sociodemográficas.


2021 ◽  
pp. 1-46
Author(s):  
Fabiola Sulpino Vieira

O objetivo deste texto é analisar a contribuição dos principais indutores do gasto direto do Ministério da Saúde (MS) em medicamentos que integram a lista dos componentes da assistência farmacêutica (AF) no período de 2010 a 2019. Foram utilizados dados de aquisições constantes do Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (Siasg). Os medicamentos foram categorizados segundo o sistema de classificação ATC/DDD (Anatomical Therapeutic Chemical Classification System/defined daily doses) da Organização Mundial da Saúde (OMS). As unidades físicas de compra dos produtos foram transformadas em número de doses diárias definidas (DDD) para cada fármaco e o preço unitário foi convertido para preço por DDD. Com o suporte do software RStudio versão 1.3.1056 e do pacote estatístico IndexNumR, mensurou-se a contribuição dos principais indutores do gasto em medicamentos: preço, quantidade e resíduo (escolhas terapêuticas). Os resultados mostram grande variação do gasto do MS em medicamentos da lista dos componentes da AF no período de 2010 a 2019, com maior ou menor contribuição de cada indutor principal na oscilação observada. Contudo, chama a atenção a redução do gasto em alguns anos, induzida principalmente pela diminuição da quantidade de medicamentos adquirida em dois anos consecutivos, o que pode resultar em queda da disponibilidade desses produtos no Sistema Único de Saúde (SUS).


2013 ◽  
Vol 16 (4) ◽  
pp. 691-704 ◽  
Author(s):  
Annelisa Farah da Silva ◽  
Cassiano Rodrigues de Oliveira Abreu ◽  
Elaine Maria Silva Barbosa ◽  
Nádia Rezende Barbosa Raposo ◽  
Elizabeth Lemos Chicourel

OBJETIVO: Identificar os principais problemas de saúde, o perfil de utilização de medicamentos e os problemas relacionados aos medicamentos (PRMs) envolvidos no tratamento de idosos fragilizados da Zona da Mata Mineira. MÉTODOS: Foram avaliados prontuários de 260 idosos atendidos pelo Centro Mais Vida, Juiz de Fora-MG, entre agosto e setembro de 2010. As doenças foram agrupadas de acordo com a Classificação Internacional de Doenças - 10ª revisão, os medicamentos de acordo com o Anatomical Therapeutic Chemical Classification System e os PRMs de acordo com o Método Dáder. RESULTADOS: Observou-se que 73,8% dos idosos eram do sexo feminino e 42,7% possuíam entre 60 e 69 anos. Foram constatadas 1.300 doenças, sendo 31,07% do aparelho circulatório, 19,85% endócrinas, nutricionais e metabólicas e 13,46% do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo. Dos 1.737 medicamentos, os mais prevalentes foram os do sistema cardiovascular (42,8%), seguidos pelos do trato alimentar e metabolismo (23,7%) e pelos do sistema nervoso (18,2%). Do total de medicamentos, 53,9% apresentaram algum PRM, sendo o PRM 1 (não utilização da medicação necessária) o mais frequente (37,4%). CONCLUSÃO: Os resultados evidenciam a necessidade da revisão dos esquemas terapêuticos dos idosos, visando o uso racional e efetivo dos medicamentos. Os dados apontam, ainda, a necessidade de aprofundar estudos de avaliação de riscos de PRM nessa população.


2021 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
Author(s):  
Adriana Mary MESTRINER Mestriner Felipe DE MELO ◽  
Edilene Alves DOS SANTO ◽  
Marcos Ávalos BERNDT ◽  
Luis Arthur CASTILHO

O estudo do uso correto e seguro de medicamentos é sempre importante, especialmente durante a gestação. O objetivo desta pesquisa foi conhecer os medicamentos prescritos para gestantes em ambiente hospitalar da cidade de Dourados (MS). Analisou-se 33 prontuários de gestantes entre a faixa etária de 18 a 29 anos. Os medicamentos foram divididos por classe terapêutica (Anatomical Therapeutic Chemical Classification System - ATC) e quanto aos critérios de risco da Food and Drug Administration (FDA). O total de medicamentos utilizados foram 89, com média de 2,7 drogas por gestante. As classes terapêuticas mais utilizadas foram os para distúrbios gastrointestinais – A03 (24,7%), analgésicos – N02 (14,6%), anti-histamínicos de uso sistêmico– R06 (10,1%) e vitaminas – A11 (8,9%) e antiemético/antinauseante – A04 (5,6%). Pela classificação da FDA, 6,7% estão na categoria de risco A, 40% na B, 45% na C, 2% na D e nenhum na X. Os dados pertinentes à posologia estavam completos nos prontuários analisados. Os medicamentos mais prescritos entre 33 gestantes atendidas em uma unidade hospitalar de Dourados foram para distúrbios gastrointestinais, analgésicos, anti-histamínicos de uso sistêmico e antiemético/antinauseante. O dado mais preocupante foi relacionado aos medicamentos classificados com o risco C. Desta forma, existe a necessidade de uma prescrição criteriosa para evitar riscos fetais ocasionados por fármacos por se tratarem de medicações sem informações para um uso seguro em gestantes.


2008 ◽  
Vol 24 (9) ◽  
pp. 2081-2090 ◽  
Author(s):  
Durval Martins Pontes Junior ◽  
Vera Lúcia Edais Pepe ◽  
Claudia Garcia Serpa Osorio-de-Castro ◽  
Elisa Prestes Massena ◽  
Margareth Crisóstomo Portela ◽  
...  

A Política Nacional de Medicamentos tem como importante diretriz a qualidade dos medicamentos oferecidos à população. Objetivou-se definir prioridades para análise pelo Programa Nacional de Verificação da Qualidade de Medicamentos. Como critério, utilizou-se a presença do medicamento em, no mínimo, três Programas de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde. Critérios adicionais foram a presença na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais de 2002 (RENAME) e a indicação para as vinte principais causas de Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade (DALY). Informações do Ministério da Saúde e legislação foram fontes da pesquisa. Classificaram-se os medicamentos segundo o Anatomical Therapeutic Chemical Classification System (ATC) da OMS. Nos 13 programas de assistência farmacêutica, existiam 893 produtos classificados em 449 diferentes códigos ATC. Foram considerados prioritários 28 fármacos, 26 constantes na RENAME e 12 indicados nas causas de DALY. Recomenda-se, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária e à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, estabelecer estratégia integrada para garantia de qualidade integral desses medicamentos, abrangendo qualidade laboratorial, registro, boas práticas de fabricação e informações para profissionais de saúde e população.


2018 ◽  
Vol 36 (2) ◽  
pp. 123-131
Author(s):  
Patricia Gomes de Souza ◽  
Andrey Moreira Cardoso ◽  
Clemax Couto Sant’Anna ◽  
Maria de Fátima Bazhuni Pombo March

RESUMO Objetivo: Descrever o perfil clínico e o tratamento realizado nas crianças da etnia Guarani menores de cinco anos hospitalizadas por infecção respiratória aguda baixa (IRAB), residentes em aldeias nos estados do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul. Métodos: Das 234 crianças, 23 foram excluídas (dados incompletos), sendo analisadas 211. Os dados foram extraídos dos prontuários por meio de formulário. Com base no registro de sibilância e padrão radiológico, a IRAB foi classificada em: bacteriana, viral e viral-bacteriana. Foi utilizada regressão multinomial para análise bivariada. Resultados: A mediana de idade foi de 11 meses. Do total da amostra, os casos de IRAB foram assim distribuídos: viral (40,8%), bacteriana (35,1%) e viral-bacteriana (24,1%). Verificou-se que 53,1% das hospitalizações não possuíam evidências clínico-radiológico-laboratoriais que as justificassem. Na análise de regressão multinomial, ao comparar a IRAB bacteriana com a viral-bacteriana, a chance de ter tosse foi 3,1 vezes maior na primeira (intervalos de 95% de confiança - IC95% 1,11-8,70) e de ter tiragem 61,0% menor (Odds Ratio - OR 0,39, IC95% 0,16-0,92). Na comparação da IRAB viral com a viral-bacteriana, a chance de ser do sexo masculino foi 2,2 vezes maior na viral (IC95% 1,05-4,69) e de ter taquipneia, 58,0% menor (OR 0,42, IC95% 0,19-0,92) na mesma categoria. Conclusões: Identificou-se maior proporção de processos virais do que processos bacterianos, bem como a presença de infecção viral-bacteriana. A tosse foi um sintoma indicativo de infecção bacteriana, enquanto a tiragem e a taquipneia apontaram infecção viral-bacteriana. Parte da resolubilidade da IRAB não grave ocorreu em âmbito hospitalar; portanto, propõe-se que os serviços priorizem ações que visem à melhoria da assistência à saúde indígena na atenção primária.


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