Mariel – Revista de Literatura y Arte foi fundada em 1983, em Miami, por escritores cubanos exilados nos Estados Unidos durante o exílio massivo de Mariel (1980), e circulou até 1985 nos Estados Unidos, América Latina e Europa. O projeto editorial coletivo era oposicionista ao regime revolucionário cubano e declarava-se anticomunista, antitotalitário, defensor da democracia e das liberdades individuais, possuindo pujante caráter de denúncia. Em nosso estudo, analisamos como os intelectuais que colaboraram com a revista debateram a literatura, a homossexualidade e a identidade nacional. Nossa proposta central é compreender como o projeto editorial constituiu uma oposição política ao governo revolucionário cubano durante o exílio nos Estados Unidos, por meio de disputas pelas memórias da Revolução e da intelectualidade cubana. Dessa forma, investigamos a seção Confluencias da revista, que estabelecia um “contra-cânone” combativo da literatura cubana, com foco no escritor Virgilio Piñera.