Revista Internacional Interdisciplinar INTERthesis
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Published By Universidade Federal De Santa Catarina

1807-1384, 1807-1384

2021 ◽  
Vol 18 (1) ◽  
pp. 1-22
Author(s):  
Guilherme Grané Diniz ◽  
Alex de Campos Moura

É uma marca de boa parte do pensamento do séc. XX, tanto na literatura quanto na filosofia, a recepção da obra do Marquês de Sade. De fato, já no séc. XVIII, Sade formulara uma série de questões e propusera certos modos de pensar cuja relevância só viria a ser plenamente incorporada no pensamento contemporâneo. Nesse sentido, o pensamento do Marquês de Sade e a literatura e filosofia do séc. XX podem se esclarecer reciprocamente. Neste texto, queremos mostrar a recepção de um tema específico – o antidualismo – em duas instâncias: a poesia surrealista de Roberto Piva e o pensamento queer de Paul Preciado. Mais especificamente, trata-se de analisar como Sade foi recebido – direta ou indiretamente – tanto na literatura quanto na filosofia, por autores e autoras cujo projeto consistia em denunciar os aspectos excludentes ou mesmo potenciais autoritários em visões de mundo dualistas. Buscamos, assim, além de comentar e elucidar aspectos da obra de Sade, de Roberto Piva e de Paul Preciado, mostrar aspectos de uma passagem na história da filosofia contemporânea: a incorporação da filosofia do Marquês de Sade na formulação de um pensamento que enxerga no corpo sexuado e na reflexão filosófico-literária sobre a sexualidade humana uma possibilidade de renovação de aspectos fundantes de uma experiência cultural que encontra, no séc. XX, impasses políticos significativos.


2021 ◽  
Vol 18 (1) ◽  
pp. 1-19
Author(s):  
Diana Siqueira Liberatti ◽  
Márcio Antonio Gatti
Keyword(s):  

O presente trabalho tem como tema principal a abordagem de textos que produzem sentidos sobre a condição humana na contemporaneidade, mais especificamente durante a Pandemia da Covid-19, investigando como a linguagem enquanto discurso pode colaborar na constituição do sujeito contemporâneo. O gênero discursivo elencado foi a charge da cartunista brasileira Laerte, veiculada em mídias sociais (Instagram). Para isso, o recorte para análise foi realizado a partir do corpus coletado no primeiro trimestre do isolamento social imposto pelo período de quarentena, compreendido entre os meses de março e maio de 2020. A partir de uma perspectiva interdisciplinar que abarca os preceitos da análise do discurso de linha francesa e questões pertinentes às disciplinas da área de humanidades, com contribuições teóricas de Maingueneau (2007), Appadurai (2019), Orlandi (2007), Romualdo (2000), entre outros, nos debruçamos sobre o objeto de análise, investigando sua relação com a materialidade histórica, assim como o quanto foi por ela afetado. Ao olhar para os discursos e suas condições de produção, e propor uma análise, verificamos que as charges podem existir com múltiplas funções, desde a expressão ideológica até a denúncia social. Nesse sentido, elas constituem-se enquanto possibilidades de potência para a discussão da condição humana na contemporaneidade, e ao final deste processo, esperamos compreender as relações estabelecidas entre os discursos e os sujeitos, assim como qual a dimensão da relação que a materialidade sócio-histórica incide nesta produção.


2021 ◽  
Vol 18 (1) ◽  
pp. 1-19
Author(s):  
André Luiz Machado das Neves ◽  
Izaura Rodrigues Nascimento ◽  
Breno Ferreira de Oliveira ◽  
Munique Therense ◽  
Dorli João Carlos Marques ◽  
...  
Keyword(s):  

O Brasil foi o primeiro país a registrar casos de Covid-19 na América Latina e, com o avanço rápido da transmissão comunitária, muitas pessoas continuam expostas a riscos não somente biológicos, mas sociais e institucionais, que ganham relativa especificidade entre os marcadores de desigualdades no país. Com isso, o presente artigo teve o objetivo de analisar três políticas de estado, no contexto do Amazonas, orientadas para prevenção da infecção do novo coronavírus, a partir de uma etnografia multissituada em redes sociais, aplicativos de mensagens e portais de notícias entre os meses de março a setembro de 2020. Foram utilizadas as categorias biopolítica, liberdade e judicialização para embasar reflexões sobre as relações de controle. Fizeram parte das análises a “Operação Fique em casa”, o “Disk Aglomeração – Disk 129” e a “Lei do uso obrigatório de máscaras”, e podem-se identificar formas específicas de resistência, seja em primeiro ou segundo plano.


2021 ◽  
Vol 18 (1) ◽  
pp. 1-20
Author(s):  
Thaís Mayumi Pinheiro ◽  
Cássia C. R. D. de Deus ◽  
Diana de Souza Pinto

Este artigo aborda o incêndio do Museu Nacional/RJ como um desastre que representa um marco na história do país, devido à destruição de patrimônios científicos e culturais da humanidade. Suscita reflexões acerca da construção da memória do incêndio e pós-incêndio da instituição a partir dos vínculos conceituais entre memória, lugares de memória e patrimônio. Aponta o trabalho de resgate, que consiste na recuperação e tratamento dos fragmentos e peças dos acervos recuperados nos escombros do Paço de São Cristóvão, sede do Museu, como uma das primeiras atividades de retomada de suas atividades logo após o incêndio e, sobretudo, como um símbolo de resistência. Analisa as narrativas da campanha “Mulheres do Resgate”, publicada nas redes sociais do Museu Nacional, com o propósito de observar como as pesquisadoras enunciam o incêndio e o resgate, observando quais são seus desdobramentos nos âmbitos pessoal, profissional e para o futuro do Museu Nacional. Apresenta os resultados da análise em cinco eixos temáticos (rotina institucional, incêndio, pós-incêndio, resgate e renascimento), ancorados na análise do discurso sociointeracionista e no campo da memória social. Com base no corpus de narrativas, aponta que a atuação do grupo “Mulheres do Resgate” opera na passagem discursiva do luto para a esperança. Finalmente, conclui que o Resgate é impulsionado pelo forte engajamento das envolvidas em reconstruir o Museu Nacional para a sociedade, destacando que as narrativas enunciadas integram a construção social de sua memória institucional.


2021 ◽  
Vol 18 (1) ◽  
pp. 1-21
Author(s):  
Maria Helena Santana Cruz ◽  
Vera Núbia Santos
Keyword(s):  

A violência contra pessoas idosas é um fenômeno dentro do atual processo de envelhecimento, ocorre de diferentes formas, e, por isso mesmo, sua identificação torna-se difícil dependendo do contexto cultural em que esteja inserida.  O assunto que move o presente artigo reside em tornar visível as logicas e motivações presentes na violência de gênero praticadas contra mulheres idosas inseridas nos centros de referência da assistência social (CRASs) em Aracaju. A pesquisa de natureza qualitativa teve seu desenvolvimento mediante a parceria entre teve seu desenvolvimento mediante a parceria entre o Núcleo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares sobre a Mulher e Relações de Gênero (NEPIMG) e o Conselho Municipal dos direitos da Mulher (CMDM). Diferentes fontes documentais e empíricas subsidiaram os resultados, priorizando-se sessões de grupo focal com as idosas, visando a contribuir para a avaliação de políticas e programas relacionados ao atendimento de pessoas idosas. Os tipos de violência doméstica contra idosos são a psicológica, a física e a patrimonial, os cuidados com a saúde, medo da pedra do convívio familiar, entre outros aspectos, contribuem para inibir denúncias de episódios de violência doméstica. O arcabouço normativo registra que os cuidados com os idosos são de responsabilidade da família, da sociedade e do Estado, o que sugere atentar para a centralidade da família, tendo o Estado como apoio.


2021 ◽  
Vol 18 (1) ◽  
pp. 1-15
Author(s):  
Kamila Costa

Trata-se da articulação teórico-conceitual contemporânea entre corpo, memória e gênero, tendo como objeto de análise as obras da artista plástica Adriana Varejão. Dessa maneira, esta proposta pretende indicar a concepção do corpo inserida nas dinâmicas das relações de poder, sob a perspectiva da teoria política contemporânea. Pela aproximação metodológica transdisciplinar, buscou-se o aporte, na esteira do pensamento foucaultiano, de uma autora como Judith Butler e suas noções de gênero e inscrição sociopolítica. E nas formulações do próprio Michel Foucault, no que diz respeito às relações corporais nos espaços, e sua analítica do poder. Já por meio das modulações de Pierre Nora, será possível compreender a ideia de lugar de memória como uma outra proposta arquivística para o corpo.  Visou-se, portanto, apontar esta corporeidade também como arquivo vivo de resistência. O corpo concebido como arquitetura de gozo.  


2021 ◽  
Vol 18 (1) ◽  
pp. 1-6
Author(s):  
Debora Rickli Fiuza

Trata-se de uma resenha crítica da obra de Patrícia dos Santos Lages Prata Lima para discutir o cenário do abuso sexual infantil a partir da transmissão psíquica através de gerações. O livro chamado “Abuso sexual infantil através de gerações” (2020) apresenta-se como uma obra corajosa dentro do círculo acadêmico e que, inegavelmente, desperta a curiosidade de estudiosos deste fenômeno complexo, sobretudo, por encarar um tema de difícil acesso que é o abuso sexual na infância por uma perspectiva teórica exclusivamente psicológica.


2021 ◽  
Vol 18 (1) ◽  
pp. 1-6
Author(s):  
Lucía Belmes

La reseña se propone una lectura crítica del ensayo cuírlombismo literário. poesia negra lgbtqi desorbitando o paradigma da dor de tatiana nascimento, para reflexionar respecto de los modos en los cuales la autora reúne las potencias creativas y las formas de resistencia de las disidencias sexuales y raciales en el campo de la literatura brasileña.


2021 ◽  
Vol 18 (1) ◽  
pp. 1-18
Author(s):  
Aline Gomes Tavares Matias ◽  
María Antonella Barone ◽  
Alexsandro Rodrigues

Como efeito de reflexões inspiradas pelo processo de pesquisa de mestrado e doutorado das autoras, parimos este artigo. Nele, problematizamos o dispositivo da maternidade com seus efeitos sobre nossos corpos e subjetividades. Perseguimos trilhas e tensionamentos daqueles que extrapolam a condição mulher e as lógicas binárias e identitárias. Num exercício crítico do pensamento, buscamos fazer ruir o dispositivo da maternidade, compreendendo as dimensões históricas da maternidade hegemônica, sua relação com a expansão do capitalismo e com os discursos de verdade legitimados pelas ciências. Mas, principalmente, pelas narrativas de vidas, práticas e táticas de corpos que, ainda que atravessados pelo dispositivo da maternidade, cotidianamente criam desvios, engendram outras múltiplas possibilidades de ser e existir. O campo, como dimensão de análises, se faz acontecer permeado por memórias, encontros, e fragmentos de narrativas distribuídos nos meios de comunicação. A aposta política deste artigo se faz acontecer, à medida que compreende que o dispositivo da maternidade atinge a todes nós, ainda que não nos encontremos no exercício de cuidar e maternar outro corpo.


2021 ◽  
Vol 18 (1) ◽  
pp. 1-22
Author(s):  
Cleber Sales Pereira ◽  
Guilherme Augusto Souza Prado

O termo POC remonta à década de 1970 quando era utilizado para se referir pejorativamente aos homossexuais do sexo masculino com performance e traços afeminados. A expressão passou por um período de remissão e voltou recentemente a ser utilizada nas redes digitais de comunicação, sendo apropriada e ressignificada pela população LGBTQIA+ em um processo que a coloca em proximidade com os estudos/ativismo Transviados. O presente trabalho busca analisar o podcast POC de Cultura a partir de algumas ferramentas da abordagem foucaultiana da Análise do Discurso, entendendo o podcast como um dispositivo de auto-enunciação política no qual podemos mapear a emergência e criação de novos modos de agir, fazer, consumir, desejar e de novas verdades. Assim, nos atentamos às maneiras pelas quais a positivação do termo POC e a militância empreendida no programa resultam em efeitos ético-políticos. Partimos da noção de corpos abjetos em uma série de processos de ressignificações e ativismo POC.


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