Diversidade Religiosa
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Published By Portal De Periodicos UFPB

2317-0476

2019 ◽  
Vol 9 (1) ◽  
pp. 265
Author(s):  
Emmanuel Ramalho

Desde a introdução da noção de magia no ocidente, no século VI a.C., esta tem sido usada como uma ferramenta de exclusão e controle social em que certos grupos étnicos, religiosos, políticos dominantes têm a utilizado para marginalizar e estigmatizar ideias, crenças, práticas ou comportamentos de outros grupos adversários ou considerados desviantes. Este fenômeno se denomina discurso polêmico antimágico (DPA). Tal discurso esteve presente na formação da socioantropologia no século XIX e na construção de suas teorias da magia. A presença do DPA nessas teorias põe sob suspeita o conhecimento socioantropológico produzido acerca da magia, pois, desta forma, a produção científica se confunde com reprodução ideológica. Assim, o objetivo desta pesquisa é analisar como e em que medida o discurso polêmico antimágico se insere naquele que foi o primeiro grande empreendimento teórico sobre magia na socioantropologia, a teoria intelectualista da magia dos britânicos Edward Tylor e James Fazer. A fundamentação teórico-metodológica da pesquisa é a análise do discurso e dos discursos polêmicos de Norman Fairclough e Wouter Hanegraaff, respectivamente. Esta tese argumenta que o DPA está inserido de maneira estruturante nas teorias da magia de Tylor e James, demarcando suas fontes, definições, escolha de objetos de pesquisa. O alvo do discurso polêmico na teoria intelectualista – e que tem suas ideias, crenças, práticas ou comportamentos estigmatizados – é, predominantemente, a figura do selvagem. O DPA na teoria intelectualista cumpre, em particular, as funções político-ideológicas de, primeiro, construir, em contraste com a identidade estigmatizada do primitivo, a identidade do indivíduo moderno, ocidental e civilizado, e, segundo, de legitimar o processo de colonização/imperialismo europeu.


2019 ◽  
Vol 9 (1) ◽  
pp. 173-187
Author(s):  
Celia Daniele Moreira de Souza ◽  
Cristiane Vieira Ribeiro de Oliveira

O Islã surgiu como uma fé monoteísta de linhagem abraâmica no seio da Península Arábica no séc. VII e desde sua fundação se manteve indissociável e profundamente imbricado com a identidade árabe. Não só pela língua da revelação corânica, o livro sagrado dos muçulmanos, ser o árabe, mas pela própria ligação que a religião terá com a noção de pertencimento a uma cultura, a um povo, que transcenderá as fronteiras peninsulares e se difundirá como que inerente à própria condição de ser muçulmano. Até hoje há uma confusão entre o que é ser árabe e o que é ser muçulmano, pois ambas as identidades se entremearam na constituição da fé islâmica. Contudo, a identidade árabe anterior ao Islã estava calcada em uma fé politeísta autóctone, religiosidade esta que regia aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos de então, mas sobretudo a própria noção de conexão e pertencimento das tribos árabes ao seu meio. Dessa maneira, a proposta deste artigo é argumentar em que medida o Islã romperia totalmente com essa religiosidade e se o mesmo ao abarcar a cultura árabe como sua identificação, não teria trazido para si elementos do politeísmo pré-islâmico.


2019 ◽  
Vol 9 (1) ◽  
pp. 142-154
Author(s):  
Ivanessa Sanches Mancio

O presente artigo analisará a obra A Escrava Isaura, do escritor Bernardo Guimarães, a qual foi escrita em meados do século XIX no Brasil, mais precisamente na época em que Dom Pedro II governava o país. Este período ficou conhecido na história por ter várias revoluções sociais e revoltas a favor da abolição da escravatura. Objetiva-se estudar e analisar os pontos de religiosidade na obra, apresentando momentos relevantes de religiosidade na figura da personagem Isaura. Para isso, está fundamentado nos estudos de Coutinho, Carmo e De Nicole, para demonstrar a religiosidade da personagem principal. Assim, conclui-se que Isaura demonstra ser uma pessoa religiosa, que acredita em uma divindade protetora (Senhor Deus), dentro dos preceitos religiosos do Catolicismo, o que é confirmado em alguns trechos de suas falas.


2019 ◽  
Vol 9 (1) ◽  
pp. 236-251
Author(s):  
Kelly Fabíola Viana dos Santos

Aspectos mágicos, sobrenaturais e sagrados atribuídos aos diversos tipos de arte desde os primórdios fazem eco com a arte e a literatura contemporânea. Em certas ocasiões, algumas manifestações artísticas revestem-se de sacralidade e sacramentam também o artista que as criou. Nesse sentido, literatura e outras artes são consideradas, portanto, via de acesso ao sagrado, mas também ao profano. A fim de verificarmos a manifestação da sacralidade arcaica na literatura contemporânea, analisamos o romance histórico “O enteado”, do autor argentino Juan Jose Saer (2002), por seus aspectos antropofágicos e de manifestação do sagrado. Impactos numinosos sofridos pela humanidade por meio da arte e sua ressonância sobre o artista, são analisados a partir do texto referido. Não obstante as implicações sociais, psicológicas e filosóficas dessa sacralidade, refletimos, neste trabalho, a respeito dos símbolos da sacralidade arcaica presentes na arte e na literatura contemporânea, à luz dos fundamentos teóricos de René Girard, “A violência e o Sagrado” (1998); Mircea Eliade, “O sagrado e o profano” (1992) e Emile Durkheim, “As formas elementares de vida religiosa” (2008).


2019 ◽  
Vol 9 (1) ◽  
pp. 252-264
Author(s):  
Elenilson Delmiro dos Santos
Keyword(s):  

O presente ensaio tem por objetivo apresentar algumas considerações a respeito dos avanços da espiritualidade pentecostal sobre os indígenas Tabajara na Paraíba. Colocamos na centralidade desse texto a aldeia Vitória, situada no município do Conde, Zona Sul da Paraíba. Justifica nossa análise um relato proferido pelo cacique dessa aldeia, Ednaldo dos Santos Silva. Fundamentado em uma observação de campo e na perspectiva teórica sobre a espiritualidade de Leonardo Boff, consideramos que os avanços dos grupos religiosos pentecostais sobre as sociedades indígenas, que se encontram em curso, merecem ser vistos não de forma geral, mas de acordo com o caso particular de cada aldeia.


2019 ◽  
Vol 9 (1) ◽  
pp. 03-32
Author(s):  
Fábio L. Stern
Keyword(s):  

Esse estudo empírico discute a ressignificação do termo xamanismo quando de sua apropriação em um contexto urbano, tomando como estudo de caso o bacharelado em na-turologia da Universidade do Sul de Santa Catarina. 19 naturólogos que declararam trabalhar com xamanismo foram entrevistados. O método de coleta de dados desse estudo foi a entrevista semiestruturada. A análise do material coletado demonstra que a definição de xamanismo oferecida pelos naturólogos se aproxima muito mais das definições novaeristas sobre xamanismo do que das definições acadêmicas vigentes sobre xamanismo. Nas definições novaeristas de xamanismo é enfatizado um singular monolítico para a categoria, em oposição a uma concepção pautada nas particularidades étnicas promovido pelos cientistas das religiões e antropólogos. Dessa forma, esse estudo indicou que a categoria xamanismo, quando apropriada por um curso da área da saúde como a naturologia, reforça a concepção da suposta existência de um ethos da Nova Era que permeia a sociedade geral mais ampla.


2019 ◽  
Vol 9 (1) ◽  
pp. 59-72
Author(s):  
Brunella Lago Velloso

Este estudo traz a discussão da utilização da internet como recurso de comunicação católico. A partir de um levantamento bibliográfico que identifica as formas como o catolicismo tem ocupado os espaços das novas mídias, levando em consideração os esforços da Igreja e também de seus seguidores, analisamos os modelos de usos e apropriações do ciberespaço pelos católicos. O trabalho objetiva perceber se há transformações nos protocolos das sociabilidades, ritualidades e materialidades do sagrado e refletir sobre as mudanças que os usos do ciberespaço potencializam para uma nova vivência do religioso por parte dos fiéis da Igreja Católica. Além de destacar autores dos estudos da sociologia da religião, a metodologia se ancora principalmente na revisão bibliográfica de artigos escritos em língua portuguesa, que abordam exemplos de como seguimentos católicos tem utilizado a internet para mediarem suas vivências religiosas. Optamos por dar destaque a pesquisas recentes, como forma de percebermos as tendências acadêmicas atuais no que tange as pesquisas sobre religião e os meios de comunicação digitais. Como resultado, este trabalho visa fazer a ponte entre dois campos que fundamentalmente precisam dialogar, contribuindo para as discussões atuais comuns às ciências das religiões e da comunicação.


2019 ◽  
Vol 9 (1) ◽  
pp. 73-93
Author(s):  
Moyses Naftali Leal Quitério

O presente artigo busca analisar os aspectos positivos da teologia da prosperidade dentro do pentecostalismo. Nesse sentido, temos a tendência de perguntar e responder o que é esta teologia, porém esquecemos o seu significado para o indivíduo. Assim, na corrente leitura é realizada uma distinção entre os “vendedores e os consumidores”. O texto tem por base um diálogo com o professor Dr. Paul Freston e uma pesquisa bibliográfica a respeito deste tema, tendo como ponto central a riqueza do ouvinte subjacente, onde o fatalismo econômico é implacável. O texto têm resultados positivos que vão desde o efeito das mulheres ouvintes da teologia da prosperidade à esperança e dignidade de ouvintes pobres.


2019 ◽  
Vol 9 (1) ◽  
pp. 155-172
Author(s):  
Marcus Vinicius Leão

O trabalho analisa a existência de relações entre o Código de Direito Canônico e o atual Código de Direito Civil Brasileiro, através da evolução histórica da legislação canônica e da legislativa civil brasileira. O trabalho aborda o surgimento histórico e as modificações legislativas de ambos os códigos, propondo ressaltar suas semelhanças e diferenças, evidenciando, desta forma, a influência da Igreja Católica Apostólica Romana no desenvolvimento normativo da legislação matrimonial brasileira. O artigo também examina algumas divergências e entendimentos existentes em ambos os códigos, como a permissão da união de pessoas do mesmo sexo, o divórcio e a segunda união. A pesquisa foi desenvolvida dentro de uma abordagem bibliográfica, tendo como campo de investigação livros e jurisprudências. Neste sentido, ela concluiu que o Código Civil exibe influências da normativa canônica no ato matrimonial, herança adquirida pelo longo período em que a Igreja Católica Apostólica Romana era responsável pela coordenação, pratica e manutenção dos matrimônios realizados no Brasil.


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