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Published By University Of Minho

2184-1284

Vista ◽  
2021 ◽  
pp. e021017
Author(s):  
Alcidesio Oliveira da Silva Junior

Em meio ao agreste pernambucano no nordeste do Brasil, um corpo macho se coloca em trânsito no pleno movimento de um território de intensidades, o que provoca abalos nos modos como são construídas as identidades de gênero e de sexualidade. Com o objetivo de cartografar os processos de subjetivação das masculinidades que escapam aos modelos hegemônicos e inspirado nas contribuições da filosofia da diferença, da cultura visual e da teorização pós-crítica da educação, lanço meus olhos e dou espaço ao meu “corpo vibrátil” (Rolnik, 1989) para ler algumas cenas de Boi Neon (2015), filme dirigido por Gabriel Mascaro e um dos representantes do novo cinema pernambucano, que narra a história de Iremar, um vaqueiro que sonha em se tornar estilista. O argumento desenvolvido no texto é o de que uma experiência-cinema é potente para a promoção de encontros que nos dessubjetivam, fazendo-nos provar existências mais afirmativas. Como considerações finais, entendo que o boi neon, figura mágica que surge na narrativa do filme, simboliza o próprio Iremar, que em meio aos retalhos coloridos e aos destroços do lixão da moda, emerge com sua potência transformadora de mundos cotidianos, ainda que resguardados na localização de uma existência lida como insignificante. Iremar é o boi neon do agreste pernambucano, aquele que por meio do corpo bruto, da couraça aparentemente inquebrável, revela a sensibilidade e a ternura de um modo de vida masculino em seu devir-mulher.


Vista ◽  
2021 ◽  
pp. e021016
Author(s):  
Michelle Sales
Keyword(s):  

Este texto expande, aprofunda e comenta o ensaio “As Práticas Artísticas Contemporâneas no Contexto Ibero-Americano e o Pensamento Pós-Colonial e Decolonial” (Sales & Cabrera, 2020), onde comentamos a obra dos artistas Yonamine, Grada Kilomba, Jota Mombaça e Daniela Ortiz. No texto citado, trabalhamos a problemática da discussão em torno do surgimento de um campo de pensamento denominado “pós-colonial”, bem como um projeto decolonial e a maneira como se configuram no espaço ibero-americano práticas poéticas interessadas na discussão em torno do legado colonial. A partir de uma abordagem histórica, neste artigo, tentamos perceber a forma como os estudos pós-coloniais produzem influência no Brasil, assim como o giro e o pensamento decolonial que se consolida na América Latina, a fim de compreender as formas de produzir respostas do campo da arte brasileira para questões que envolvem a descolonização. Nos estudos pós-coloniais e também no projeto decolonial, a descolonização da arte está relacionada com o questionamento da matriz de pensamento eurocêntrico a partir de seus esquemas de representação de mundo racializados e subalternizados, e também está profundamente relacionada com o caráter performativo daquele ou daquela que narra. Ou seja, a descolonização da arte e do pensamento, assim como dos modos de ser e de estar no mundo não estão dissociados do aparecimento de artistas, escritores e intelectuais que disputam o direito de autorepresentação, de auto-apresentação e de criação de narrativas e imagens não coloniais ou completamente fora do imaginário e da cosmovisão euro-centrada. No texto que agora se apresenta, firmamos um interesse aprofundado no contexto brasileiro, apropriando-nos da discussão importante em torno da constituição de um campo de pensamento decolonial, analisando a obra de artistas brasileiros contemporâneos como Jota Mombaça, Juliana Notari, Michelle Mattiuzzi e Paulo Nazareth.


Vista ◽  
2021 ◽  
pp. e021014
Author(s):  
Roberta Gobbi Baccarim ◽  
Angie Gomes Biondi

O presente texto propõe uma reflexão sobre as imagens do corpo feminino através dos ensaios visuais de três artistas brasileiras contemporâneas: Karka Keiko, Fiamma Viola e Maria Luísa Andrade. Os apontamentos tecidos às imagens estão interligados por três notas principais: a primeira discute as tematizações do corpo feminino que figuram nos contextos midiáticos, artísticos e culturais compondo uma agenda de pesquisa propriamente feminista; a segunda observa como as artistas emprestam seus corpos explantados, submetidos aos procedimentos cirúrgicos, para a construção de um trabalho de elaboração criativa e narrativa de si através das imagens; e a terceira traça os pontos de ruptura estético-políticos provocados pelas imagens ensaísticas indicando o recurso poético como um gesto de resistência em uma sociedade inundada por selfies. Ao desenvolver a discussão, é possível observar como este tipo de conteúdo circula tanto nas elaborações visuais e artísticas das galerias e museus, quanto na forma de postagens, através de conhecidos sites de redes sociais, de modo a adquirir maior alcance do olhar público. Capazes de instaurar a criação de uma cena enunciativa voltada para as telas, os corpos das mulheres submetidos ao explante mamário propõem refletir acerca das novas formas de vínculos do olhar sobre o corpo feminino.


Vista ◽  
2021 ◽  
pp. e021015
Author(s):  
Sabrina Marques Parracho Sant'Anna ◽  
Débora da Silva Suzano ◽  
Vitória Ferreira Dias Barenco ◽  
Bianca Vidal Durães
Keyword(s):  

Esta contribuição busca apresentar o breve resumo de uma longa pesquisa baseada nos acontecimentos das últimas décadas na cidade do Rio de Janeiro. Este artigo percorre um trajeto que busca prioritariamente compreender o uso de aparelhos culturais e artísticos como ferramentas para um complexo processo de mudanças e perspectivas na cidade. Mudanças estas impulsionas pelo fato da cidade do Rio ter sediado dois megaeventos, a Copa do Mundo FIFA (2014) e as Olimpíadas (2016), com forte impacto nas áreas centrais e/ou turísticas da cidade. A zona portuária figura como o principal campo desta pesquisa, desde a ideia de área abandonada a centro de um polo cultural, com drásticas mudanças visuais, estruturais e simbólicas, tendo como principais exemplos a construção do Museu de Arte do Rio e do Museu do Amanhã. Uma retrospectiva da vida política da cidade assim como suas gestões municipais constroem a ideia de que a instrumentalização da arte e seu uso como ferramenta para “revitalizar” áreas da cidade parte de um projeto antigo que encontrou na vinda dos grandes eventos o momento exato para ser posto em prática. Em contrapartida, pequenos coletivos culturais autônomos surgiram na região durante esse processo, inserindo na discussão novos conceitos e significados para o uso da arte, tornando a discussão em torno da zona portuária e seus agentes ainda mais complexa. Por fim, ao analisarmos o cenário político recente da cidade, foi possível perceber a ofensiva a instituições culturais decorrente de perspectivas políticas conservadoras, o que novamente redefine o uso da arte e da cultura na cidade.


Vista ◽  
2021 ◽  
pp. e021013
Author(s):  
Anna Amorós-Pons ◽  
Nuria Gómez-Otero

Este artigo centra-se no estudo da banda sonora musical do compositor Hans Erdmann, feita para o filme alemão Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens (Nosferatu, o Vampiro; 1922) pelo realizador Friedrich Murnau. A metodologia combina a técnica qualitativa do estudo de caso com abordagens recentes na análise musicológica de bandas sonoras de filmes. Esta investigação destaca os elementos estilísticos, recursos estruturais, influências musicais, referências de compositores e orquestração instrumental da partitura. A criação romântica de Erdmann é também influenciada pelo estilo barroco, classicismo e impressionismo. Este artigo constitui um novo contributo na área, uma vez que não foram encontrados estudos musicais ou cinematográficos com o tratamento aqui oferecido.


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2021 ◽  
pp. e021012
Author(s):  
Eduardo Prado Cardoso
Keyword(s):  

O artigo descreve três obras artísticas audiovisuais (@ Ilusão, Bustagate e Eu Não Sou Pilatus, produzidas respectivamente pelos artistas Vitória Cribb e Welket Bungué, entre 2019 e 2020) para debater como elas tratam, cada uma à sua maneira, o tema da repetição da violência contra corpos negros no ambiente numérico das redes; invocando uma análise qualitativa e estética dos procedimentos empregados nos vídeos e também dos locais em que eles foram disponibilizados, explora-se a hipótese, seguindo Hui (2021), de que a arte joga luz sobre a irracionalidade do racismo viabilizado por algoritmos e assim pode constituir uma necessária aproximação ao sublime, ao não-racional. Ao exercitar tal movimento, os criadores propiciam mais que discussões de temática escapista da realidade, pois instauram perspectivas essencialmente antirracistas, ao denunciar a irracionalidade explícita da violência, como em Bungué, ou ao modelar a deformidade dos sistemas algorítmicos, como em Cribb. É na recursividade transformada em artefato que as possibilidades de interpretação de fenômenos como espancamentos e execuções bárbaras ganham complexidade: as repetições do social encontram materialidade no audiovisual, em novos discursos sobre o espalhamento digital. Além de se apontar para responsabilizações daqueles que permitem violências e replicam suas representações — dentro e fora das redes —, conclui-se que as implicações sociais derivadas do uso das redes, a perpetuar certas violências, são apropriadas pelos artistas em forma e conteúdo, e assim podem habitar espaços mais abertos à reflexão e ao diálogo.


Vista ◽  
2021 ◽  
pp. e021011
Author(s):  
Cláudia M. Botelho ◽  
Moisés de Lemos Martins
Keyword(s):  

Propomo-nos fazer a análise semiótica da capa da revista noticiosa The Economist, de novembro de 2020, intitulada “Suddenly, Hope” (De Repente, a Esperança). Sendo este o nosso objetivo, partimos da conceção triádica do signo, de inspiração peirceana (Peirce, 1960), assim como da demonstração, realizada por Saussure (1916/2006), de que cada signo está vinculado à estrutura que significante e significado compõem, pelo que estas dimensões não podem ser consideradas isoladamente. Mas o ponto de vista que privilegiámos é o de que a produção de sentido ocorre sempre em condições concretas de tempo, espaço e interlocução. Sendo este o ponto de partida para a análise, identificámos a cor da imagem retratada na capa do The Economist como o principalelemento de análise. Foi Goethe (1810/1840) quem apresentou a cor como oprincipal elemento da perceção humana, com capacidade para induzir um efeito significativo na alma do recetor da mensagem, ou seja, no interpretante, para utilizarmos a conceção do signo, proposta por Peirce (1960). A análise da imagem presente na capa do The Economist remete para o contexto social atual de pandemia, causada pelo vírus SARS-CoV-2. A imagem de capa do The Economist conduz-nos, ainda, à teoria da liminaridade, de Victor Turner (1969/1974). Essa sugestão decorre da ideia formulada, no sentido de a sociedade atravessar o túnel, como quem empreende um rito de passagem para uma sociedade melhor.


Vista ◽  
2021 ◽  
pp. e021009
Author(s):  
Sally Santiago

Vista ◽  
2021 ◽  
pp. e021008
Author(s):  
Daniel Paiva de Macêdo Júnior ◽  
Elian Castro de Machado

Vista ◽  
2021 ◽  
pp. e021006
Author(s):  
Sílvio Marcus de Souza Correa
Keyword(s):  

No início de setembro de 1948, a Missão Antropológica de Moçambique (MAM) esteve em António Enes (atual Angoche). Nessa localidade, o chefe da MAM, Joaquim Rodrigues dos Santos Júnior, foi informado sobre a anomalia de um jovem. O interesse de Santos Júnior pelo caso do pequenino Atomane se inscreve numa teratologia colonial que deu azo para uma espetacularização científica dos corpos dos "indígenas". A anomalia de Atomane é apenas uma de várias outras registadas durante as campanhas das missões antropológicas a Guiné, Angola, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Timor, realizadas entre 1936 e 1959. As fotografias do pequeno Atomane e outros materiais do espólio da MAM formam o corpus documental para a análise dos limites da comunicação intercultural em contexto colonial. A partir de novos aportes em cultura visual, faz-se uma leitura crítica de fotografias do arquivo colonial da MAM.


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