O sagrado e as mulheres quilombolas: experiência religiosa e rezadeiras da comunidade do Baixão - BA

O artigo pretende compreender a experiência religiosa de mulheres rezadeiras da Comunidade Quilombola do Baixão, localizada na região Sudoeste da Bahia. A pesquisa realizada durante o período de outubro de 2016 a março de 2018, que teve como metodologia de trabalho a História Oral, permitiu compreender como as imagens e os símbolos relacionados ao catolicismo e aos saberes de matriz africana estão em processos contínuos de negociação e se engendram em outras redes que regulam o cotidiano da comunidade, traduzindo no que definimos como a experiência religiosa na comunidade do Baixão. Para a apreensão dessa experiência, a figura de duas rezadeiras, mais conhecidas como Dona Tuga e Dona Bezinha, é o elemento chave e representa a memória, os saberes, e especialmente, a presença simbólica de um antepassado. Os seus altares tornaram-se o centro da nossa análise porque contam muito da história de suas rezadeiras e da comunidade, trata-se de um espaço sacralizado e socialmente identificado.

Hacer investigación en la sociabilidad nocturna: una reflexión metodológica sobre los proyectos migratorios de las mujeres trans y travestis sudamericanas en el AMBA

En este artículo presento una reflexión metodológica sobre la práctica investigativa en espacios de sociabilidad nocturna (discotecas y bares) sobre un estudio acerca de los proyectos migratorios de las travestis/trans sudamericanas que residieron en el AMBA durante los años 2017-2019, teniendo en cuenta algunas características de estos itinerarios. Aquí, me preguntó por los modos de proceder en la noche dado los desafíos éticos que supone. La tradición etnográfica que ha investigado a la población travesti/trans desde la década de 1990 se ha preocupado por las maneras en que los/as investigadores acceden a campo teniendo en cuenta que la reflexividad, la posicionalidad y la subjetividad del etnógrafo resultan fundamentales. En particular, el lugar del cuerpo sexuado del investigador/a ha adquirido relevancia central en las preocupaciones antropológicas debido a que se considera que posee múltiples implicancias en el trabajo investigativo. De acuerdo con los procedimientos aplicados describo las performances llevadas a cabo en la noche, es decir, en la sociabilidad nocturna, prestándole atención a los desafíos teóricos metodológicos.

La antropología de la nueva normalidad: una realidad digital

En este artículo se abordará el campo de la antropología digital desde la comprensión de sus orígenes y de los personajes que han aportado a la construcción teórica y práctica de esta disciplina. Se explorarán los diversos campos donde el papel de la antropología digital es fundamental para explicar fenómenos sociales, culturales y tecnológicos. También se propondrá una reflexión sobre el cuestionamiento de la disciplina con miras al entendimiento de la aplicabilidad de la antropología digital en el campo laboral, tomando como ejemplo el caso colombiano y los hallazgos que al respecto arroja la “Encuesta sobre el mercado laboral de la antropología en Colombia” desarrollada por Antropolab.

Un antropólogo en el museo: reflexiones a partir de la experiencia de la profesionalización de la antropología en los museos colombianos

La presencia de la antropología en los museos tiene una larga tradición, tanto en las tradiciones hegemónicas como subalternas de la disciplina. Desde finales del siglo XX, el tratamiento de las colecciones de “los otros” de la modernidad, históricamente ligado a la experticia de los antropólogos, ha sido objeto de cuestionamiento crítico desde distintos lugares, tanto académicos como no-académicos. Este texto presenta una mirada personal sobre esos asuntos para proponer una forma específica de hacer y pensar la antropología en los museos.

Trabalhadores de Pikine

Este ensaio busca retratar a constituição do ethos para trabalho e a circulação de mercadorias entre trabalhadores de rua de Pikine, um departamento da região de Dakar, no Senegal. Constituído de dez fotografias, oito delas, focalizando fragmentos da trajetória de um trabalhador, bem como a manufatura específica comercializada, o ensaio propõe, também, uma reflexão sobre a relação entre corporalidade, trabalho e cultura material no contexto da venda de rua naquele país. As mercadorias, comercializadas por esses trabalhadores, elucidam as formas de agenciamento da cultura material local, as suas estratégias de venda e a maneira como os senegaleses consomem cotidianamente.

Feito faíscas: esboço da imagem mais viva do progresso

Neste ensaio, busco refletir sobre as inerências do progresso econômico e tecnológico do capitalismo na sociedade contemporânea, considerando, sobretudo, o lado avesso desse progresso, seus rastros, suas faíscas. Com inspiração em escritos de Walter Benjamin, faço esta leitura a partir — e através — da imagem alegórica do fogo, despertada a mim em duas passagens pelos canaviais incendiados no interior paulista. Desde essas passagens, outros fragmentos são trazidos neste ensaio a fim de desvendar algumas camadas de sentido possíveis do fogo — possíveis, destarte, desse progresso. Categorias, tais como história, memória e memoricídio entrelaçam as palavras aqui presentes visando ilustrar como esses fragmentos mostram-se arraigados nos escombros que, dialeticamente, acionam a lembrança e o esquecimento. Da mesma forma, mostram-se arraigados às inerências do progresso que, segundo Benjamin, levaria a humanidade rumo à catástrofe.

Um antropólogo no gabinete: Notas sobre etnografia e o trabalho no parlamento

Este artigo discute como se dá o cotidiano do trabalho de um antropólogo no parlamento. A partir de reflexões de tom etnográfico de experiências do trabalho na equipe técnica do Deputado Distrital Fábio Félix (PSOL – DF) na Câmara Legislativa do Distrito Federal, discuto o impacto da trajetória de formação em antropologia na feitura de documentos legislativos e na maneira de encarar o jogo político. As distintas maneiras de conceber relevância política, valorar os temas e contar histórias são discrepâncias que produzem estranhamentos no antropólogo que atuam no parlamento. Em síntese, no que pese as diferenças entre fazer etnografias e produzir leis, encarar o parlamento sem levar tão a sério a brincadeira é uma conciliação possível para seguir fazendo as duas coisas.

Processo legislativo e antropologia: dá jogo?

Falar sobre o Congresso Nacional como campo de atuação profissional de antropólogas/os, exige discorrer brevemente sobre as representações sobre a antropologia nos discursos parlamentares e o crescente espaço técnico e político ocupado pela antropologia no processo legislativo , mesmo num contexto político adverso para as populações por ela tradicionalmente estudadas. Nesse processo, importante também identificar as etnografias que tem o Parlamento como objeto e o que estão debatendo

Rolezão preto: Uma autoetnografia sobre o corpo negro em um centro cultural no Rio de Janeiro

Este texto objetiva refletir sobre as formas de ocupação do corpo negro nos espaços. Farei isso, a partir de um exercício autoetnográfico que, por meio dos sentidos e sensibilidades suscitados na minha participação de uma visita mediada a exposição de arte de um artista negro dos Estados Unidos, no Rio de Janeiro. Diante disso, a discussão do texto perpassa sobre as lutas históricas para transformar a ausência e presença, apontando para a utilização do rolezinho como ferramenta política potente na ocupação dos espaços.