Revista Portuguesa de História
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Published By Coimbra University Press

0870-4147, 0870-4147

2021 ◽  
Vol 52 ◽  
pp. 367-396
Author(s):  
Carlos Manuel Faísca ◽  
Dulce Freire

Nos últimos anos, seguindo uma tendência europeia com várias décadas, a historiografia portuguesa tem construído séries estatísticas de longa duração para diversos indicadores económicos e sociais. Ainda que a agricultura seja uma das atividades historicamente mais relevantes, esses indicadores continuam a faltar. Resultando de uma longa pesquisa que tem tentado colmatar algumas das lacunas identificadas, apresentam-se as primeiras séries de produção agrícola regional para Portugal Continental. A análise começa no século XIX, quando os serviços oficiais passaram a recolher sistematicamente alguns dados estatísticos. O artigo está focado no processo de produção destas fontes históricas, avaliando como as mudanças no enquadramento institucional e nos objetivos do Estado podem ter influenciado a qualidade dos dados existentes para cada região. Seguidamente, traça um roteiro dos fundos documentais guardados e disponíveis nos arquivos nacionais e distritais, facilitando o desenvolvimento de futuras investigações.


2021 ◽  
Vol 52 ◽  
pp. 55-76
Author(s):  
Ismael Vieira

A historiografia da saúde é consensual a considerar a tuberculose como a doença infetocontagiosa mais letal da contemporaneidade. Muito se tem escrito acerca das correntes de pensamento médico sobre a tuberculose a par dos vários tratamentos, incluindo o sanatorial, mas pelo contrário as estratégias preventivas têm tido menor expressão. Com este trabalho pretendemos analisar as medidas profiláticas mais relevantes destinadas ao combate à tuberculose em Portugal, empreendidas por várias instituições e personalidades ligadas ao problema na primeira metade do século XX.


2021 ◽  
Vol 52 ◽  
pp. 175-208
Author(s):  
José Luís Barbosa

O presente estudo pretende analisar as despesas da Câmara Municipal de Coimbra, entre 1762 e 1820. Trata-se de um período de grandes dificuldades para a gestão camarária coimbrã, que levou a algumas alterações significativas na forma de arrecadar as receitas, o que permitiu um crescimento dos gastos. Com recurso a uma metodologia quantitativa e comparativa, aspira-se, com esta investigação, compreender em que medida a composição e a evolução da despesa foi afetada pela evolução da receita. Pretendemos examinar a evolução da despesa e de cada uma das suas categorias individualmente, com o objetivo de apurar: qual era a estrutura das despesas da Câmara Municipal de Coimbra, entre 1762 e 1820; como evoluíram os gastos; identificar as semelhanças e diferenças existentes entre Coimbra e outras câmaras municipais do mesmo período; que continuidades e ruturas se podem traçar com a realidade financeira coimbrã do séc. XVII. O núcleo central de fontes corresponde aos Livros de Receita e Despesa, à guarda do Arquivo Histórico Municipal. Pretendemos que este estudo carreie um importante contributo para a compreensão das finanças municipais nos finais de Antigo Regime.


2021 ◽  
Vol 52 ◽  
pp. 347-365
Author(s):  
Rita Paiva Costa

Quando se perspetiva historicamente o comportamento linguístico de uma sociedade percebemos a importância do teor das palavras e o seu uso intencional como superior manifestação de uma sensibilidade. A retrospetiva histórica é, nesse sentido, essencial para compreendermos não só as transformações ao longo do tempo, mas sobretudo para reconhecer as continuidades que subsistem na linguagem e, assim sendo, nas próprias mentalidades.Os processos judiciais de injúrias e ofensa à moral pública refletem, na sua maioria, situações em que as relações interpessoais estão exasperadas e as palavras ganham, assim, um significado crítico que é entendido pelos envolvidos, pela comunidade e pela lei como um insulto. A análise desta documentação permitir-nos-á identificar, para os finais do século XIX, os mecanismos usuais da afronta pessoal, com o necessário cariz público, através das palavras injuriosas mais comuns, as considerações dos queixosos, que recaem nas noções de honra e perceção perante os outros, as testemunhas e a resolução do juiz. O estudo do significado histórico da linguagem, que funciona aqui como arma e como crime, possibilita a apreensão de um código social comum, sobretudo ao nível da oralidade, que com as devidas diferenças e aproximações é, ainda, compreendido por todos.


2021 ◽  
Vol 52 ◽  
pp. 77-106
Author(s):  
Luís Gonçalves Ferreira

Any study of Hospital of Santiago has remained untackled to date. This institution housed women in a situation of great economic and social vulnerability, mainly elderly, single or widows with few or no surviving family relations. This text aims to discuss the women’s poverty by comparing their stances towards death. The study is based on the analysis of parish records and accounting sources considered via a qualitative methodology. The results problematize the phenomena of the impoverishment of women in an urban context and debate the relevance of work, networks and formal assistance in the survival of the poor during the Early Modern Age.


2021 ◽  
Vol 52 ◽  
pp. 5-10
Author(s):  
Margarida Sobral Neto

A Revista Portuguesa de História (RPH) cumpre este ano 80 anos de publicação ininterrupta de artigos e recensões críticas. No ano em que se completam oito décadas de publicação, decidimos dedicar o editorial aos princípios fundadores desta publicação científica e enlaçar esta celebração com uma evocação breve da obra do Prof. Doutor António de Oliveira, que nos deixou no dia 1 de janeiro de 2021.


2021 ◽  
Vol 52 ◽  
pp. 107-129
Author(s):  
Anabela Ramos

O objetivo deste trabalho é analisar as determinações da Congregação de São Bento para promover o tratamento e cuidado do doente, nas comunidades monásticas beneditinas. Em especial, observam-se as ações desenvolvidas nos Mosteiros de São Martinho de Tibães e no de São Miguel Refojos de Basto. O primeiro, localizado junto à cidade de Braga, onde havia um bom serviço médico-farmacêutico, com as boticas do Carmo e da Companhia de Jesus, só vai instituir botica em 1797. Porém, mesmo sem boticário residente, o monge enfermeiro desenvolvia já muitas ações terapêuticas sob prescrição dos médicos que atendiam os doentes. Por outro lado, no Mosteiro de São Miguel de Refojos de Basto, localizado longe dos centros urbanos e sem serviços médicos de relevo, vai-se fundar uma botica em 1745, pelo impulso de Frei João de Jesus Maria, monge boticário com curso aprovado pela Universidade de Coimbra. A partir daí fazemos o percurso deste boticário e a importância que teve na disponibilização de serviços farmacêuticos nos mosteiros da Congregação. Em 1834, no momento de extinção daquele mosteiro percebemos ainda a intensa atividade farmacêutica aí desenvolvida e o papel social que desempenhava na comunidade envolvente e na formação de novos boticários.


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