Filosofia e História da Biologia
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Published By Universidade De Sao Paulo, Agencia USP De Gestao Da Informacao Academica (AGUIA)

2178-6224, 1983-053x

2021 ◽  
Vol 16 (2) ◽  
pp. 131-171
Author(s):  
Anderson Ricardo Carlos ◽  
Maria Elice de Brzezinski Prestes

O presente artigo faz uma discussão do livro de Charles Darwin (1809-1882) The Descent of Man and Selection in Relation to Sex, de 1871, cuja primeira edição completa 150 anos de publicação em 2021. Embora tão famoso, e importante, quanto A origem das espécies, o Descent é, contudo, menos lido e o mais controvertido livro de Darwin, desde seu lançamento até os dias atuais. Os objetivos são o de recolher aspectos do contexto em que o livro foi escrito e problematizar algumas das questões polêmicas que o cercam. Para isso, inicialmente, por aproximações aos estudos de Darwin publicados a partir dos anos 1980, a abordagem historiográfica adotada é caracterizada como pós-positivista, contextualista e enriquecida por teorias multiculturais do conhecimento. O escopo e objetivos do Descent são apresentados, tendo em vista seu autor como representante da elite intelectual inglesa do século XIX. A seleção das polêmicas vivas hoje ocorreu em dois fóruns acadêmicos de 2021, uma disciplina sobre Darwin e um congresso internacional de estudos metacientíficos da biologia. As polêmicas foram reunidas em três grupos: 1) a escola craniométrica e a hierarquia das raças e civilizações; 2) a seleção sexual e os estereótipos culturais de gênero; 3) a seleção natural no âmbito humano e os movimentos eugênicos. As conclusões são desenhadas em convergência com os achados da historiografia recente, reconhecendo que a construção da teoria evolucionista de Darwin se deu na interação de mão dupla entre a ciência e a cultura, como é da natureza da construção de todo conhecimento científico. O seu trabalho teórico reflete elementos da sociedade vitoriana, com a qual o naturalista compartilhava as virtudes e os vícios.


2021 ◽  
Vol 16 (2) ◽  
pp. 262-281
Author(s):  
Tomás Antonio Freire de Pinho
Keyword(s):  

O conceito de natureza humana é alvo de discussão entre especialistas das ciências humanas e naturais. Um marco incontornável do debate é o livro Sociobiology: the new synthesis de Edward Wilson e sua interpretação darwinista do comportamento humano. O presente artigo investiga os principais instrumentos teóricos e conhecimentos científicos usados pelo autor para realizar esse tipo de interpretação. Defendemos que, ao fazê-lo, Wilson almeja dialogar com especialistas de outras áreas e “biologizar” as humanidades. Exploraremos em particular como o autor explica a natureza humana a partir do dilema altruísmo-egoísmo. Identificamos que a análise de Wilson sobre o comportamento humano assume a forma de premissas e inferências envolvendo a ubiquidade, a origem genética, a adaptação e o tratamento matemático.


2021 ◽  
Vol 16 (2) ◽  
pp. 237-259
Author(s):  
Pedro de Lima Navarro

De modo análogo a outros estudiosos no período do Renascimento, Pierre Belon (1517-1564), se dedicou ao estudo de vários aspectos do mundo natural, porém ele é geralmente lembrado por uma ilustração presente na obra L’histoire de la nature des oyseaux (1555) onde chama a atenção para as semelhanças anatômicas entre os esqueletos de aves e do homem.  O propósito principal deste artigo é tornar o capítulo da referida obra onde figura a comparação entre o esqueleto humano e o das aves, mais acessível para os falantes de português. Acrescentamos também informações sobre sua vida, obra e recepção de suas ideias. Esperamos que este trabalho possa contribuir para a difusão das ideias de Belon e seu contexto.


2021 ◽  
Vol 16 (2) ◽  
pp. 209-236
Author(s):  
Larissa Nunes Durigan ◽  
Lilian Al-Chueyr Pereira Martins

O presente artigo se refere ao período da chamada genética clássica. Seu objetivo é discutir sobre as concepções e terminologia aplicadas ao material hereditário entre 1900 (“redescoberta” do trabalho de Mendel) e a publicação do livro The theory of the gene (1926) de Thomas Hunt Morgan (1866-1945), procurando averiguar se houve mudanças em relação a esses aspectos durante o período. O foco de nossa análise são as contribuições de dois grupos: o grupo britânico liderado por William Bateson (1861-1926) e o grupo norte-americano, liderado por Morgan. No período estudado, a terminologia foi mudando de “fator”, “caracteres”, “caracteres-unitários” e “gene”, que foi adotado a partir de 1926. Apesar de Bateson e Morgan considerarem que os agentes hereditários estivessem nas células germinativas, desconheciam sua composição. Esta pesquisa mostrou que durante o estabelecimento de uma nova área de estudo vão ocorrendo modificações em relação à terminologia empregada bem como à conotação dos termos, até que haja um consenso por parte da comunidade científica que os adote.


2021 ◽  
Vol 16 (2) ◽  
pp. 173-207
Author(s):  
Fernando Moreno Castilho

Como é sabido, a obra mais conhecida de Charles Robert Darwin (1809-1882) é o Origin of species (1859) que teve seis edições. Contudo, ele publicou também outras obras, dentre elas, The expression of the emotions in man and animals (1872). Nesta obra, ele tratou de aspectos comportamentais de antepassados primitivos do homem e outros animais, segundo os mecanismos evolutivos propostos no Origin of species (1859). O objetivo do presente artigo é discutir sobre alguns aspectos relacionados à mesma. Nesse sentido, comentaremos brevemente sobre seu conteúdo, traduções, edições e alguns desdobramentos posteriores. Este estudo levou à conclusão de que The expression of the emotions in man and animals foi relevante no conjunto de obras de Darwin, considerando a grande quantidade de impressões e traduções para os diferentes idiomas dessa obra. Além disso, levando em conta a repercussão das ideias nela contidas em estudos posteriores como aqueles feitos por Konrad Lorenz (1903-1989) e Nikolaas Tinbergen (1907-1988) e suas contribuições para a emergência da disciplina Etologia, voltada ao estudo do comportamento animal, na década de 1960.


2021 ◽  
Vol 16 (1) ◽  
pp. 113-129
Author(s):  
Viviane Arruda do Carmo
Keyword(s):  
De Novo ◽  

Desde o início da carreira de Alfred Russel Wallace (1823-1913) como naturalista, além de se interessar pela origem das espécies, ele se preocupou com a distribuição geográfica dos animais e plantas. Contudo, Wallace não foi o único autor de sua época a se interessar por esse assunto. Philip Lutley Sclater (1829-1913) zoólogo inglês, propôs em 1858 um modelo de para explicar a distribuição geográfica das aves. O objetivo deste artigo é discutir sobre a proposta de Sclater no contexto da biogeografia da época, procurando apontar em que evidências ele se baseou. Adicionalmente, esclarecer quais aspectos da proposta de Sclater foram aceitos por Wallace, bem como o que Sclater acrescentou de novo em relação ao assunto. Este estudo levou à conclusão de que embora Wallace tenha defendido e se baseado no modelo de distribuição biogeográfica de Sclater para explicar a distribuição geográfica de outras classes de animais, ele não negou os problemas a ela inerentes. Apontou a existência de casos da distribuição geográfica de alguns grupos que não se enquadravam na proposta de Sclater.


2021 ◽  
Vol 16 (1) ◽  
pp. vi-viii
Author(s):  
Lilian Al-Chueyr Pereira Martins ◽  
Maria Elice de Brzezinski Prestes

Editorial da revista


2021 ◽  
Vol 16 (1) ◽  
pp. 59-85
Author(s):  
Diogenes Rafael de Camargo ◽  
Kátia Vanessa Tarantini Silvestri

Mediante às proposições de desenvolvimento sustentável, recursos naturais e sustentabilidade, deve se compreender a natureza em um contexto polivalente permeado pelos discursos políticos, científicos, sociais, artísticos e filosóficos. De abordagem qualitativa, o procedimento metodológico fez revisão sistemática acerca do conceito physis na história da filosofia objetivando traçar 1. um percurso semântico até a função desenvolvimento sustentável, 2. propor uma inflexão às proposições de desenvolvimento sustentável e, 3. evitar ambiguidades dos termos homem e humano. Para tanto, fundamenta-se a revisão sistemática em Heidegger (1989; 2017), Deleuze e Guattari (2016), Loureiro (2012), Montibeller-Filho (2008), Unger (2006), Guattari (2006), Singer (2000). A pesquisa desenvolvida mostrou que após as grandes catástrofes sociais e ambientais que o mundo assistiu na primeira metade do século XX, ocorreu a emergência de muitas correntes ambientalistas. Algumas dessas correntes partiram de um viés propagandista e ideológico oficial pelo qual se propagaram os sistemas discursivos mais bem estruturados e, um pouco mais estagnados na dinâmica entre supra e infraestrutura, utilizando o discurso ambiental. Este que começava a brotar na sociedade, como ferramenta de garantia da manutenção de uma hegemonia econômica e política contribuiu historicamente para o abismo da dicotomia Homem versus Natureza.


2021 ◽  
Vol 16 (1) ◽  
pp. 29-57
Author(s):  
Daniela Frey ◽  
Ricardo Waizbort

Nosso objetivo é fomentar a articulação entre o ensino de doenças infectocontagiosas e de evolução, a partir do filme (como estratégia de ensino) “O despertar de uma paixão” (2006), que retrata uma epidemia de cólera na China. A metodologia envolveu uma abordagem qualitativa, de intervenção, com alunos de um curso técnico integrado ao Ensino Médio, de uma escola pública, em Petrópolis (RJ). Após responderem a um questionário inicial, eles assistiram ao referido filme e a trechos do documentário “A corrida das espécies”, que apresenta aspectos evolutivos de doenças. Depois, houve um debate e um estudo sobre possíveis relações entre Epidemiologia e Evolução. Por fim, aplicamos outro questionário para tentar reconhecer mudanças nas respostas. Os resultados indicam que certos conceitos evolutivos passaram a coexistir com conceitos prévios.


2021 ◽  
Vol 16 (1) ◽  
pp. 87-112
Author(s):  
Víctor Emilio Parra Leal

This paper assesses some challenges posed by evolutionary debunking arguments in Joyce’s function and Street’s contingency versions to moral realism, understood as the metaethical theory according to which there are moral facts that are absolute, universal and context-independent. Some argue that Copp’s society centred realism is untenable given that it cannot support counterfactuals. Shafer-Landau and Huemer’s arguments are also subject to debunking because they cannot persuasively show that human morality is unaffected by evolutionary forces. In Huemer’s view, moral progress is proof of moral facts. It requires moral realism due to progress being context-dependent. From an evolutionary point of view, there are no previous standards and ideals concerning the direction of progress. Finally, a possible answer to the function version of the evolutionary debunking arguments is the possibility that the nature of human language (including moral language) is such that, in essence, it cannot be convincingly divided in language about facts and language about value.


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