Revista Maracanan
Latest Publications


TOTAL DOCUMENTS

354
(FIVE YEARS 126)

H-INDEX

1
(FIVE YEARS 0)

Published By Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro Uerj

2359-0092, 1807-989x

2021 ◽  
pp. 31-60
Author(s):  
Maria Alice Ribeiro Gabriel

A obra do médico e memorialista brasileiro Pedro da Silva Nava (1903-1984) oferece uma série de alusões à alimentação. Em Baú de Ossos (1972), primeiro volume das Memórias, inúmeras definições relativas à aparência, cores, sabores, componentes alimentares, ingredientes e texturas são apresentados e avaliados. Considerando o valor histórico de tais referências, este artigo pretende expor menções de Pedro Nava à cozinha regional, relativas à Região Nordeste, no século XIX e princípios do século XX. Este estudo desenvolve uma análise histórico-comparativa para examinar os temas relativos à alimentação e à culinária que emergem de episódios biográficos sobre a família Nava. A análise indica como Pedro Nava descreveu aspectos culturais e sociais de pratos populares e tradicionais do Nordeste brasileiro.


2021 ◽  
pp. 239-257
Author(s):  
Samira Peruchi Moretto
Keyword(s):  

O Estado de Santa Catarina passou por diversas transformações ambientais, em sua maioria, provocadas pela antropização da paisagem. O desmatamento foi intensificado a partir da primeira metade do século XX, após o processo de ocupação da região e em função das atividades madeireiras. O objetivo desde artigo foi analisar algumas práticas de desmatamento e de reflorestamento, no Oeste de Santa Catarina, nas décadas de 1960 e 1970. Nos anos de 1950 e 1960 ocorreu o auge das atividades madeireiras no estado. Nos governos dos presidentes da ditadura civil militar foram aprovados via governos estadual e federal, projetos desenvolvimentistas, de cunho imediatistas, que acarretaram em grandes perdas ambientais. Na década seguinte, foram introduzidas práticas de reflorestamento, porém caracterizadas por serem realizadas através de monocultura de espécies florestais, por não estarem alinhadas às medidas de recomposição da flora original. Para atingir o objetivo proposto, as fontes utilizadas são: mapas, relatórios de governo, censos demográficos, os periódicos regionais e estaduais, iconografia, e a legislação federal. Visa-se, portanto, entender como ocorreu o processo de transformação da paisagem, e as medidas para conservação ou não dos ecossistemas envolvidos.


2021 ◽  
pp. 441-462
Author(s):  
Ilana Peliciari Rocha
Keyword(s):  

A Companhia de Jesus destacou-se durante o período colonial com uma atuação não apenas no campo espiritual, mas também nas esferas político-econômicas. Acumulou poder local e um patrimônio significativo resultado da habilidade administrativa, de doações de particulares e da Coroa. Não há um inventário suficiente desse conjunto patrimonial, mas seguramente era um dos maiores para a época. Com as reformas pombalinas, os jesuítas acabaram por serem expulsos e seus bens confiscados pela Coroa portuguesa. Faziam parte do patrimônio jesuítico imóveis, escravizados e gado, entre outros, além da administração de aldeamentos, e distribuíam-se por toda a colônia. Com o confisco, o direcionamento desses bens foi variado; alguns foram utilizados pela administração colonial; outros resultaram em receita, por venda e arrendamento, à exceção dos que continuaram com a Igreja por meio de outras ordens religiosas. Esse direcionamento variado e o encaminhamento administrativo com relação a esses bens resultaram numa confusão administrativa e numa tentativa de reforma ilustrada empreendida pelo pombalismo. Portanto, esta pesquisa corresponde ao período entre o confisco dos bens e o último administrador do período pombalino. A análise de diversos documentos dos administradores após o confisco permitiu algumas conclusões, em síntese, das dificuldades de administração, como a má administração por meio de desvios, corrupção e disputas locais. Como fonte foram utilizados os documentos oficiais da Biblioteca Digital Luso-brasileira e da publicação Documentos Interessantes para a História e Costume de São Paulo, disponível na Biblioteca Digital UNESP. Essas fontes compreendem relatórios oficiais, correspondências e procedimentos administrativos e permitiram apontar os debates e decisões em torno desse patrimônio.


2021 ◽  
pp. 259-280
Author(s):  
Leda Agnes Simões de Melo ◽  
Camila De Sousa Freire
Keyword(s):  

O presente artigo trata das imagens construídas sobre o sertanejo, desde as narrativas do Instituto do Ceará até a criação do campo de concentração do Alagadiço, na seca de 1915. Para isso, analisaremos como o Instituto do Ceará, criado em 1887, através da sua Revista do Instituto do Ceará, vinculou o pioneirismo cearense em relação à abolição da escravatura também ao fato da província ser acometida pela seca. A ideia da natureza ser condicionante da vida da região e ser uma narrativa construída historicamente para retratar o Ceará, fez parte do pensamento da elite que estava à frente do Instituto, e é parte fundamental do que se vai narrar sobre os sertões, os sertanejos, seus costumes, seus modos de ser e agir nos anos posteriores. Nesse sentido, a seca ganha espaço como campo de lutas que também são simbólicas, e justificam medidas segregadoras e excludentes como o campo de concentração do Alagadiço. Por meio de ofícios e relatórios do governo e da Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), propomos uma reflexão acerca dos discursos que estavam na ordem do dia na seca de 1877 e que fizeram parte da narrativa da própria criação do campo do Alagadiço em 1915.


2021 ◽  
pp. 147-193
Author(s):  
Camila Scacchetti ◽  
Luciana Suarez Galvão
Keyword(s):  

Por meio do estudo das leis orçamentárias paulistas, dos Relatórios de Presidente de Província e da documentação manuscrita preservada pelo Acervo Histórico da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o presente trabalho busca quantificar a trajetória ascendente do “dízimo”, tributo esse posteriormente denominado “direitos de saída”, nas finanças públicas paulistas no decorrer do século XIX. Desta maneira, a metodologia empregada na discussão consiste na análise e mensuração dos “direitos de saída” no cômputo total do orçamento provincial. Em boa medida, é possível traçar um paralelo entre a evolução cafeeira e as expectativas arrecadatórias provenientes do imposto incidente sobre a exportação.


2021 ◽  
pp. 195-217
Author(s):  
Ana Flávia Braun Vieira ◽  
Miguel Archanjo de Freitas Junior

Este artigo estudou a história da cidade-empresa de Monte Alegre (atual município de Telêmaco Borba – PR), de propriedade das Indústrias Klabin, buscando compreender como a região conhecida como sertões do Tibagi se tornou uma referência para a industrialização e urbanização nacional de meados do século XX. Sob a perspectiva da teoria dos processos civilizadores, foi realizada a análise de conteúdo das crônicas de Hellê Vellozo Fernandes, publicadas no jornal O Tibagi entre 1948 e 1964, visando identificar as sensibilidades que orientaram o processo de civilização naquela formação social e as esferas da vida às quais as publicações eram dirigidas, como também para compreender os processos de adequação comportamental e as ações de resistência. Os resultados da análise, além de permitirem conhecer aspectos das relações sociais e emocionais da formação social em questão, indicam os jornais como um elemento potencialmente acelerador do processo civilizador, uma vez que suas narrativas funcionam como pressões que direcionam a transformação comportamental, alterando o ritmo e os conteúdos das aprendizagens em seu espaço de abrangência. O estudo aponta ainda que o processo de recepção das narrativas jornalísticas tem características heterogêneas, variando o sentido de acordo com as diferentes classes envolvidas – sendo a mais afetada a camada média, pressionada pelo desejo de prestígio e o medo de perder a posição social já conquistada.


2021 ◽  
pp. 307-325
Author(s):  
Raimundo Helio Lopes

O artigo analisa o movimento pelo generalato de Juarez Távora no imediato pós-1930. Por sua ação na tomada de poder, Távora era um destacado herói nacional, o que possibilitou a força dessa iniciativa, organizada por civis e militares do “Norte”, região geopolítica que Távora liderava. Tendo como fontes centrais de análise a documentação do arquivo pessoal de Juarez Távora e a imprensa da região Norte, é possível analisar como esse movimento foi amplo e fundamental para definir as estratégias do grupo que formava essa região. O generalato não foi efetivado, mas esse movimento deixa antever muitos aspectos para se entender a Revolução de 1930 e os primeiros momentos do Governo Provisório.


2021 ◽  
pp. 351-368
Author(s):  
Eliana Santos Laurentino ◽  
Rui Aniceto Fernandes

A proposta deste trabalho é apresentar como o Instituto Histórico da Câmara de Duque de Caxias (RJ), fundado em 1971, foi útil para edificar uma memória de “progresso” para o município, durante o período em que a cidade foi enquadrada como “área interesse de segurança nacional”. As ações do legislativo e do fortalecimento de imagens, com símbolos e comemorações no espaço, favoreceram a participação e o diálogo com regime político. O lugar de memória é aqui considerado no sentido proposto por Pierre Nora, que a memória não se constrói livremente, mas é alimentada por arquivos, aniversários e celebrações. A seleção de fontes incluiu os periódicos locais, como: o jornal Municipal e a Luta Democrática, bem como a produção realizada por Dalva Lazaroni, no período de gestão do Instituto Histórico, com o livro Esboço Histórico Geográfico do Município de Duque de Caxias (1978). A partir da análise das ações realizadas pelo espaço e a produção da diretora, foram encontrados indicativos do reconhecimento do lugar de poder e prestígio do instituto, e a aplicabilidade de projetos historiográficos na consolidação de projetos políticos, potencializando o lugar de produção como parte do processo de construção do território.


2021 ◽  
pp. 219-238
Author(s):  
Jougi Guimarães Yamashita

O objetivo do artigo é o de analisar a relevância da Universidade de Estrasburgo para a criação da revista Annales d`Histoire Économique et Sociale pela dupla Marc Bloch e Lucien Febvre. Partindo dos recentes debates sobre a História Regional, procuramos estabelecer a relação entre o esforço político de afirmação da Alsácia como região francesa a partir de 1919 (após quase quatro décadas sob domínio alemão) com as possibilidades e os limites enfrentados pelos historiadores para idealizar e levar a cabo o seu célebre empreendimento historiográfico. Apresentamos ainda, a partir das revistas históricas – especificamente a Revue Historique e a Revue de Synthèse – e da conexão de seus editores com Bloch e Febvre e com a instituição alsaciana, o enredo político e intelectual que orientou a decisão. Parece-nos claro que ocupar cadeiras naquela universidade foi fundamental – para além do encontro entre os dois – para o sucesso da publicação.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document