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Published By Edipucrs

1984-7726, 0101-3335

2021 ◽  
Vol 56 (2) ◽  
pp. 241-250
Author(s):  
Larissa Dias Barbosa ◽  
Mauro Dunder
Keyword(s):  

O presente artigo discute onde se situa o discurso da lesbianidade e as maneiras de fazê-lo na literatura de Natalia Borges Polesso. A partir dos conceitos de “outro lugar” e “space-off” de Tereza da Lauretis (1994), de “continuum lésbico”, de Adrienne Rich (2010) e de “subalternidade”, de Gayatri Spivak, (2010) procuramos elucidar os espaços de onde emergem os textos da lesbianidade em meio ao discurso hegemônico, essencialmente heteronormativo e patriarcal. Para isso, debruçamo-nos sobre os contos “Flor, flores, ferro retorcido” e “As tias” da escritora brasileira Natalia Polesso, analisando a maneira com a qual a autora rompe esse discurso hegemônico, através da revisão de estereótipos e do pensar o estar-no-mundo das personagens.


2021 ◽  
Vol 56 (2) ◽  
pp. 251-261
Author(s):  
Luciana Pereira Queiroz Pimenta Ferreira ◽  
Luísa Consentino de Araújo ◽  
Maria Luiza Simplicio Rodrigues ◽  
Yanca Abreu Câmara

Este artigo se propõe a analisar a poética de Conceição Evaristo - escrevivência - como performance de uma corporalidade negra, marcada por traumas e cicatrizes herdados de uma cultura de colonização escravocrata. Objetivamos mostrar como a escrevivência opera uma contranarrativa em face de uma história monocultural e monorracional, alterando a perspectiva e o protagonismo das experiências e memórias narradas. Para tanto, adotamos como referente literário desta abordagem a obra “Olhos d’água”, cuja leitura e análise permitem concluir que a escrevivência é uma estratégia político-discursiva de resistência e promove a desconstrução de imagens e alteração dos lugares reservados aos corpos negros, sob perspectivas epistemicidas e eurocêntricas.


2021 ◽  
Vol 56 (2) ◽  
pp. 232-240
Author(s):  
Franciane Conceição da Silva ◽  
Yve Almeida Leão
Keyword(s):  

O presente trabalho tem como objetivo analisar a categoria violência de gênero a partir do estudo dos contos “Aramides Florença” e “Shirley Paixão”, extraídos da obra Insubmissas Lágrimas de Mulheres (2011), da escritora Conceição Evaristo. Procedemos a uma análise de natureza qualitativa, partindo da categoria analítica que envolve dois fenômenos sociais complexos: a violência de gênero e a relação de poder exercida pelos homens sobre as mulheres. A fundamentação teórica é embasada em Pierre Bourdieu (2012) e Heleieth Saffioti (2015). Em uma análise preliminar, observamos que a violência praticada contra as personagens dos contos estudados, vítimas de espancamentos e estupros, representa a objetificação do corpo dessas mulheres e da perpetuação da dominação-exploração feminina, legitimados por um discurso sexista e patriarcal.


2021 ◽  
Vol 56 (2) ◽  
pp. 144-151
Author(s):  
Carlos Alexandre Baumgarten ◽  
Helena Bonito Couto Pereira

-


2021 ◽  
Vol 56 (2) ◽  
pp. 369-384
Author(s):  
Vanessa Massoni da Rocha ◽  
Luciely da Silva

Este artigo se propõe a cartografar a ideia de (não-) pertencimento de personagens negros retratados no livro de contos Olhos d’água (2014), da escritora mineira Conceição Evaristo. Em nossas análises, privilegiaremos três contos da obra, “Duzu-Querença”, “O cooper de Cida” e “Ei, Ardoca”, nos quais se descortinam os matizes da obra, tais como o racismo, o silenciamento, o sofrimento, as dores, o anonimato, a violência e o suicídio. Intenciona-se fomentar o debate a respeito de como os caminhos são negados (ou, ao menos, dificultados) para sujeitos negros no seio da sociedade e, por outro lado, busca-se ressaltar o viés literário como espaço de visibilidade para seres anônimos reiteradamente cantonados.  De maneira mais detalhada, pretende-se observar aspectos da tessitura textual de Conceição Evaristo, notadamente no que diz respeito à constituição das vozes narrativas. Para isso, adotamos a perspectiva decolonial (Almeida, Césaire, Kilomba, Salgueiro), ressaltamos as reflexões em torno do feminismo negro (Akotirene, Kilomba, Ribeiro), da necropolítica (Mbembe), da presença dos negros na literatura feminina contemporânea (Dalcastagnè), além de percorrer obras literárias e entrevistas de Evaristo, além de críticas teóricas sobre sua obra.


2021 ◽  
Vol 56 (2) ◽  
pp. 163-172
Author(s):  
Ana Cláudia Munari ◽  
Kelin Camila Beilke

Neste trabalho trazemos alguns elementos que exemplificam os modos como a infância é representada nos livros Teresa, que esperava as uvas e O Deus dos insetos, que compõem a obra de Monique Revillion. Para tal, fazemos alguns apontamentos acerca dos conceitos de infância e memória, nos contextos social e literário.  A memória, aqui, nos interessa a partir da ideia de um narrador adulto que relata um acontecimento da infância. A partir dessa perspectiva, selecionamos os contos que tratam desse tema e analisamos aqueles que trazem personagens crianças e suas ações. O viés de análise parte de um conhecimento sobre o corpus, que mostrou a relação íntima entre a infância e a violência como o subtema mais recorrente nas narrativas. A partir dessa leitura e desses exemplos, o trabalho deixa ver a diversidade de vivências apresentadas pelas infâncias na obra de Monique Revillion, bem como algumas implicações dessa relação entre infância e violência, caracterizando o que entendemos como uma “não infância”.  


2021 ◽  
Vol 56 (2) ◽  
pp. 385-394
Author(s):  
Monalisa Medrado Bomfim
Keyword(s):  

O presente trabalho analisou dois poemas de Maria do Carmo Ferreira: As parcas e De mim pra mins, com o objetivo de fornecer a poeta o reconhecimento histórico que cabe a ela, ao lado dos concretos, como alguém que não deixa a dever nem em referências poéticas, tampouco em articulação crítica. Para isso, levantou-se o fato de a poeta já ter publicado junto aos concretos na revista Invenção 5 e admitiu-se que a sua criação poética continua carregada de aspectos caros à poesia concreta. Para demonstrar que a poeta tinha consciência dos cercos que à invisibilizaram e que era por meio de sua poética que buscava transcendê-los, os poemas foram lidos a luz dos textos da Mística feminina, de Betty Friedan, que busca delinear o que é o feminino e como ele é perigoso para as mulheres. Assim, se Maria do Carmo pretendeu comer o mundo com seus poemas, aqui, dar-se-á garfo e faca a ela.


2021 ◽  
Vol 56 (2) ◽  
pp. 215-231
Author(s):  
Fabiano Tadeu Grazioli ◽  
Rosemar Eurico Coenga ◽  
Anna Maria Ribeiro F. M. da Costa
Keyword(s):  

No artigo, investiga-se a fantasia e a imaginação, tomadas como recursos no contexto da criação do conto contemporâneo destinado à criança, por meio de uma pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa, que permite aproximar considerações teóricas da obra Tua mão na minha, de Eloí Bocheco, autora brasileira, sobretudo catarinense. O percurso delineado para o artigo parte de uma breve consulta a ponderações sobre o conto, o que se faz a partir de Charles Kiefer (2004), em direção às considerações de Vera Teixeira de Aguiar (2001), Nelly Novaes Coelho (2000), Marta Morais da Costa (2006, 2007), Bruno Bettelheim (2007), Diana Lichetenstein Corso e Mario Corso (2006) e Regina Zilberman (2005, 2014), entre outros. Esse arcabouço permite perceber, pela história e pelas características específicas desta narrativa, a importância da fantasia e da imaginação na sua constituição. Em seguida, apresenta-se uma leitura do conto de Bocheco, explorando os aspectos nos quais a fantasia e a imaginação são potencializadas no enredo e nas ações de Dúnia, a protagonista da narrativa. Ao final, das muitas possibilidades e sugestões que o conto em questão inventivamente inaugura e provoca, atesta-se que Tua mão na minha, tecido a partir da memória e, por isso mesmo, capaz de investir tanto nos recursos imaginativos, é narrativa que, no seu enredo, duplifica-se, à medida que lhe é permitido imaginar, e, em uma atividade genuína da infância, mobilizar recursos do mundo interior quando é necessário lidar com situações-limites que se encontram na trajetória/travessia do leitor.


2021 ◽  
Vol 56 (2) ◽  
pp. 262-271
Author(s):  
Marcio Roberto Pereira ◽  
Ana Paula Vicente Carneiro

Em uma leitura sociológica de “A noite não me deixa dormir” (2018), exploraremos a ambiguidade presente no conto que, assim como Piglia (2004) aponta como característica marcante do gênero, narra duas histórias, ao mesclar o real com o fantástico, indo desde um amante frustrado pelo abandono até o portador de uma misteriosa maldição. Para analisar o jogo verbal, assim como observado por Bosi (1974), presente na narrativa, que atualiza o arquétipo vampiresco de acordo com a permutabilidade do tema (HUMPHREYS, 2018), recorreremos a visão de Hall (1992) sobre a fragmentação da identidade do sujeito pós-moderno, a Bauman (2004), em referência aos relacionamentos sexuais conturbados presentes na narrativa, além de Augé (1994) e Benjamin (1987), nas discussões sobre os espaços e a representação destes nos conflitos autodiegeticamente narrados no conto.


2021 ◽  
Vol 56 (2) ◽  
pp. 204-214
Author(s):  
Eliane Campello

Neste artigo, analiso “Fios de ouro” (p. 49-52) e “O sagrado pão dos filhos” (p. 37-40), contos de Conceição Evaristo, publicados em Histórias de leves enganos e parecenças (2016). Nestas narrativas, a escritora tematiza o segredo e ou o mistério em situações relacionados à afro-brasilidade, o que me leva a abordagens a partir de conceitos tais quais a interseccionalidade, empoderamento, ancestralidade, entre outros. Tomo por base estudos de várias teóricas, entre elas: Carla Akotirene, Djamila Ribeiro, Joice Berth e Lélia González. Examino os contos com o fim de expandir suas fronteiras via as intersecções, especialmente com raça, gênero, classe e cultura.  


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