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Published By Edipucrs

1983-4276, 1982-8527

Navegações ◽  
2021 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
pp. e40702
Author(s):  
Nuno Brito

O presente artigo surgiu de uma necessidade de pensar o tema da lentidão e do questionamento na obra de Carlos Drummond de Andrade, tomando como ponto de partida estes dois elementos enquanto geradores de uma ideia de diferença. Para isso é estudada a forma como a poesia de Drummond pensa a diferença através de um constante apelo à desaceleração que cruza a sua criação literária, desaceleração da escrita, mas também da leitura, do processo criativo e de um contacto mais intenso com a realidade. Para isso são estudados e alguns poemas de Carlos Drummond de Andrade em contacto com poetas como Manuel Bandeira, Wislawa Szymborska e Jorge Luís Borges.


Navegações ◽  
2021 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
pp. e40401
Author(s):  
Luciana Brandão Leal

Este artigo apresenta leitura da obra poética de Virgílio de Lemos, ortônimo, considerando os ciclos representativos da escrita desse autor moçambicano, especialmente o que foi produzido entre 1944 e 1963. Para tanto, consideram-se os trânsitos e diásporas desse poeta e de sua poesia pelas ilhas moçambicanas e pelas águas do Oceano Índico. Analisam-se, ainda, outros trânsitos de Virgílio de Lemos, como a opção pelo barroco estético. Esses trânsitos revelam uma lírica rebelde e transgressora em relação ao modelo literário predominante em Moçambique, fortalecendo uma atitude estética que ecoa subversão e resistência à repressão colonialista.


Navegações ◽  
2021 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
pp. e35687
Author(s):  
Elizane Souza dos Santos Henriques ◽  
Inara de Oliveira Rodrigues

Neste estudo, problematizamos as relações entre a história e a ficção em quatro, dos nove, contos que compõem a narrativa afro-brasileira Só as mulheres sangram, escrita por Lia Vieira (2017). A obra aponta à vulnerabilidade social da população negra no Brasil, e às heranças escravagista, colonial e patriarcal. Para desvendar tais questões a pesquisa, bibliográfica e analítica, tem como base teórica as relações entre a História e a Literatura (PESAVENTO, 2003; RICOUER, 1997; GINZBURG, 2007); a concepção de literatura afro-brasileira (DUARTE; 2016); e a Teoria do conto (GOTLIB, 2012; MARIA, 2004). A análise permitiu concluir que os contos mantêm diálogo constante com a realidade histórica na qual se inserem. Ao dar ênfase à afetividade e a ancestralidade do povo negro, bem como à emancipação feminina, tais narrativas valorizam a identidade e o lócus enunciativo desses sujeitos, fomentando, assim, reflexões sobre a necessidade de enfrentamento das desigualdades e dos fluxos hegemônicos.


Navegações ◽  
2021 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
pp. e40885
Author(s):  
Samla Borges Canilha

Autora de uma potente e pouco tratada obra, a portuguesa Mafalda Ivo Cruz tem uma escrita não raro considerada hermética devido à fragmentação, à não linearidade e à diversidade de vozes, muitas vezes apresentadas de forma caótica e associadas a uma ruptura espaciotemporal. Em Oz (2006), essas características estão a serviço de uma narrativa que trata da prisão de um artista – Oz – pelo abuso sexual de sua vizinha. A justiça do encarceramento é posta em questão, e a narrativa baseia-se nessa dúvida. Para tanto, Cruz recorre a um texto composto por diferentes perspectivas e vozes narrativas, de forma que as falhas de memória de uma personagem e os pontos omitidos são preenchidos por outras, formando um todo coeso. Isso, porém, não significa necessariamente clareza, mas pelo contrário: temos que tentar, sozinhos, organizar o caos em que nos colocados. Resolver o mote da narrativa, acaba, assim, ultrapassando a simples descoberta do culpado, principalmente porque somos guiados nessa investigação por vozes que não sabemos se confiáveis – incluindo, aliás, um possível criminoso. Com isso, a rede estética em que Cruz nos enreda acaba mostrando-se muito mais importante que a resolução da investigação criminosa.


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2021 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
pp. e41616
Author(s):  
Francisco Topa
Keyword(s):  

O artigo aborda a parábola como recurso literário, pedagógico e de pensamento, tomando por base dois contos de escritores brasileiros de origem judaica, nascidos no leste europeu: “Parábola do filho”, de Samuel Rawet, e “Os desastres de Sofia”, de Clarice Lispector.


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2021 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
pp. e41146
Author(s):  
Arthur Almeida Passos
Keyword(s):  

Neste artigo, analisamos a construção do espaço em duas narrativas das literaturas de língua portuguesa – “O feto”, do autor angolano João Melo, e “Monólogo de Tuquinha Batista”, do autor brasileiro Aníbal Machado –, com ênfase na composição das zonas rural e urbana de Angola, no primeiro caso, e do subúrbio e zona sul da cidade do Rio de Janeiro, no segundo. Nossa hipótese é que esses espaços, tal como tecidos pelo trabalho autoral nos olhares e vozes das narradoras de cada conto, apresentam-se como diametralmente opostos: por um lado, o mato e o subúrbio seriam considerados de modos inteiramente positivos pelas referidas enunciadoras; por outro, a cidade e a zona sul seriam tratadas de formas completamente negativas pelas mesmas personagens. Para verificar se essa suposição interpretativa se sustenta ou não, recorremos, como referencial analítico específico, ao conceito de espaço como focalização, ponto de vista ou perspectiva, e ressaltamos, como princípios analíticos gerais, a condição das narradoras enquanto sujeitos literários e a natureza estética dos espaços em destaque.


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2021 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
pp. e42146
Author(s):  
Paulo Ricardo Kralik Angelini ◽  
Alva Martínez Teixeiro

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2021 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
pp. e41611
Author(s):  
Fernando Cambauva Breda

Escrita no fim dos anos 1960, a peça A lata de lixo da história se insere num momento da maior importância da vida social brasileira e, igualmente, da de seu autor, Roberto Schwarz. Seu contexto de produção foi, do ponto de vista nacional, de acirramento repressivo da ditadura civil-militar brasileira e, do ponto de vista pessoal de Schwarz, de sedimentação de uma virada crítica bastante significativa. Nesse sentido, é interesse deste trabalho analisar a peça à luz das transformações pelas quais passava o país em articulação com uma certa sedimentação de derrota histórica da ideia de formação nacional que ia se afigurando ao jovem Roberto Schwarz. No centro de nossa análise está a noção de dialética, tão central ao ponto de vista materialista de Schwarz. A despeito de variados estudos que têm sido feitos a respeito de sua obra, pouco tem se discutido, a não ser em chave celebratória, sobre o modo como a dialética se opera em seu trabalho. Refiro-me, sobretudo, ao modo como a luta de classes em sua acepção brasileira é figurada pelo crítico, levando em conta, sobretudo, sua visão sobre a margem de arbítrio praticamente absoluto das elites brasileiras e uma noção algo estática das relações escravistas. A escolha pela peça se deu justamente porque ela cristaliza uma convivência de temporalidades contraditórias que revela um certo sentimento de época diante do que significava a ascensão dos militares ao poder em 1964, bem como elucida aspectos contraditórios da produção schwarziana pouco comentados em sua fortuna crítica.


Navegações ◽  
2021 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
pp. e40620
Author(s):  
Moisés Carlos de Amorim ◽  
María Emilia Landaeta Silva

A poesia nacionalista de Casimiro de Abreu, influenciada pela 1ª geração romântica, configura-se numa linguagem simbólica em torno da terra natal, estabelecendo mitos e arquétipos que possibilitam representar o sentimento de “regresso ao lar”, entrevisto na sua produção lírica de exaltação “matriótica”, termo semanticamente mais adequado para ilustrar o nacionalismo. Este sentimento, instituído na tensão entre o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo, funda a imagem da Grande Mãe benfazeja como isomorfa à nação. Desde as primeiras recordações da infância sublimada pela imagem do berço, até o findar da existência, estabelecida pela imagem do sepulcro, os valores de intimidade maternal povoam o imaginário lírico de Casimiro de Abreu. Tais imagens, além de fortalecer o símbolo da Grande Mãe, também apontam uma reflexão de que a terra natal (isomorficamente materna) transmite paz ao sujeito lírico, tornando-se a cavidade uterina para onde voltará os seus despojos. 


Navegações ◽  
2021 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
pp. e41665
Author(s):  
Gabriela Cristina Borborema Bozzo

O cidadão (português) medíocre é aquele que abdica da própria individualidade, se aliena, se rende ao sistema socioeconômico e é submisso. Assim, o cidadão (português) medíocre figura, em uma seção da obra de Dulce Maria Cardoso, um ser sem nome, sem identidade fixa, chamado de “funcionário”, que são todos parecidos uns com os outros, para desidentificar a humanidade deles. Nosso corpus, por sua vez, é composto por Campo de sangue e Os meus sentimentos, os dois primeiros romances publicados pela escritora portuguesa contemporânea. Objetivamos, no presente artigo, delinear o perfil desses ditos “funcionários”, bem como investigar sua presença e função no corpus. Para tanto, embasar-nos-emos em O que é a não pertença e como se dá a sua construção em Os meus sentimentos, de Dulce Maria Cardoso, de Gabriela Cristina Borborema Bozzo; Manifesto comunista, de Marx e Engels, Adorno e Freud em “Civilização e alienação: diálogo com Freud e Adorno” (2006), de Danelon e O romance português contemporâneo (1950-2010), de Miguel Real.


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