scholarly journals Façam completo silêncio

Navegações ◽  
2021 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
pp. e40702
Author(s):  
Nuno Brito

O presente artigo surgiu de uma necessidade de pensar o tema da lentidão e do questionamento na obra de Carlos Drummond de Andrade, tomando como ponto de partida estes dois elementos enquanto geradores de uma ideia de diferença. Para isso é estudada a forma como a poesia de Drummond pensa a diferença através de um constante apelo à desaceleração que cruza a sua criação literária, desaceleração da escrita, mas também da leitura, do processo criativo e de um contacto mais intenso com a realidade. Para isso são estudados e alguns poemas de Carlos Drummond de Andrade em contacto com poetas como Manuel Bandeira, Wislawa Szymborska e Jorge Luís Borges.

Author(s):  
Juliana Lopes Melo Ferreira Sabino

O presente trabalho tem o objetivo principal de analisar a maneira como se constrói a temática da morte e da solidão nos poemas de Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira, por meio da utilização das figuras de linguagem, utilizando como corpus quatro poemas, dois de cada autor. Manuel Bandeira é um dos principais nomes da primeira geração do modernismo brasileiro. Dentre os poemas que compõem suas obras há vários voltados ao universo infanto-juvenil, como o famoso “Trem de Ferro”. Mesmo que nas produções literárias Drummonianas o público alvo não sejam, especialmente, voltadas às crianças, grande parte de seus poemas são recomendados para leitura durante essa fase. A Literatura infanto-juvenil não deve ser considerada com gênero menor e sim tomada com a mesma importância que as outras, pois as habilidades e competências discursivas de leitura são desenvolvidas em cada fase de desenvolvimento do ser humano.  


Author(s):  
José Luís Jobim

Neste trabalho, pretendemos explorar as questões das referências francesa e europeia, principalmente em cartas de Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade e Manuel Bandeira, nos anos 1920, chamando a atenção para os imaginários construídos com as noções de “aqui” (Minas, São Paulo, Rio, Brasil, América Latina) e “lá” (França, Europa), na palavra que circula entre e através desses autores. Também formularemos uma hipótese sobre crítica literária “interna” e “externa”, envolvendo essa correspondência.


Author(s):  
Hu Xudong

É constrangedor confessar, mas antes de eu ir ao Brasil em 2003, ignorava por completo a riqueza da poesia modernista desse grande país. Na realidade, eu não era o único. O desconhecimento total da poesia brasileira entre os poetas contemporâneos chineses ainda é uma situação comum. Antes de eu deixar o Brasil em 2005, além de Vinícius de Moraes, eu também havia traduzido alguns poemas de Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Mário Quintana, Paulo Leminski, Ana Cristina César. Contudo, logo descobri minha meta de tradução: João Cabral de Melo Neto, mestre da poesia modernista brasileira.


2017 ◽  
Vol 6 (2) ◽  
pp. 105-115
Author(s):  
Sheila Maria dos Santos

É inegável a importância da editora Globo de Porto Alegre na consolidação de uma literatura estrangeira de qualidade no Brasil. Por seu intermédio, leitores brasileiros puderam conhecer, em impecáveis traduções, obras de Thomas Mann, Somerset Maughan, Virginia Woolf, Marcel Proust, Giovanni Papini, Conrad, Graham Greene, Aldous Huxley, John Steinbeck, autores das mais diversas nacionalidades. Para fazê-lo, os editores Bertaso e Verissimo, responsáveis pela seleção das obras que seriam traduzidas pela Globo, bem como pela escolha do tradutor incumbido para tal função, faziam questão de manter um seleto e experiente grupo de escritores-tradutores, que contou com nomes tais como Mario Quintana, um dos tradutores mais produtivos da Casa, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, José Lins do Rego, além do próprio Erico Verissimo. Tendo em vista tais fatos, pretende-se, com esse trabalho, investigar o quadro de tradutores da Coleção Nobel, única coleção da editora Globo dedicada exclusivamente à literatura traduzida, atentando para a escolha dos tradutores de acordo com o valor literário atribuído à obra a ser traduzida, a fim de refletir acerca da influência do escritor-tradutor na formação do cânone de literatura traduzida no Brasil.


2020 ◽  
Vol 1 (39) ◽  
Author(s):  
Sheila Maria dos Santos

O Brasil é um dos poucos países no mundo a possuir duas traduções integrais da obra maior de Marcel Proust, À la Recherche du temps perdu (1919-1927), ambas realizadas por escritores-tradutores renomados, a saber, Mario Quintana, tradutor dos quatro primeiros volumes, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Lucia Miguel Pereira, pela Livraria do Globo, entre 1948 e 1957, bem como a retradução, assinada integralmente por Fernando Py, publicada pela Ediouro, em 2001. Além de conferir prestígio e credibilidade à tradução, a presença do escritor-tradutor suscita uma série de questionamentos quanto à identificação das vozes poéticas presentes nesse novo texto traduzido. Em vista disso, este trabalho pretende analisar a forma como os escritores-tradutores lidaram com aspectos fundamentais do texto proustiano, tais como o ritmo, a pontuação e o componente cultural, no segundo volume da Recherche, À l’ombre des jeunes filles en fleurs (1919). Para tanto, serãoutilizadas como base teórica as contribuições de Henri Meschonnic, no que concerne à questão rítmica do texto literário, bem como os aportes de Isabelle Serça, particularmente a respeito da pontuação e do ritmo proustianos. Outrossim, no que tange ao componente cultural da Recherche, a reflexão partirá do pressuposto da transculturação para explicar as diversas transformações culturais identificadas nas traduções de Mario Quintana e Fernando Py, com base nas reflexões propostas por Fernando Ortiz e que foram, posteriormente, aplicadas à literatura, por Ángel Rama. Palavras-chave: Escritor-tradutor. Tradução rítmica. Marcel Proust.


2020 ◽  
Vol 11 (16) ◽  
pp. 82-97
Author(s):  
Aurora Fornoni Bernardini

Este ensaio apresenta as principais contribuições da teoria formalista russa para o estudo da poesia. Seu foco incide nos principais achados teóricos de Iúri Tyniánov no que se refere à abordagem da linguagem poética. Também aponta analogias e “semelhanças de família” entre as teorias de Tyniánov e as poéticas de Carlos Drummond de Andrade e de Manuel Bandeira.


Author(s):  
Paulo Henrique Araújo

Por meio deste artigo, pretendemos analisar como os projetos estético e ideológico do Modernismo brasileiro propiciaram, em virtude de seu caráter experimental, o surgimento de vertentes do nacionalismo completamente distintas entre si. Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira nos fornecerão exemplos dessa multiplicidade, por intermédio de alguns de seus poemas, publicados entre as décadas de 1920 e 1930.Palavras-chave: Estética. Ideologia. Poesia. Modernismo.


Author(s):  
Lenita Rimoli Esteves

O trabalho analisa cinco antologias de poesia brasileira em inglês publicadas entre 1954 e 1972, período em que nossa poesia começou a ser difundida no exterior com maior regularidade, principalmente nos Estados Unidos, em virtude de interesses políticos desse país. Primeiramente há uma descrição de cada antologia e das condições em que ela foi produzida: se foi financiada por instituições universitárias, agências governamentais, ou alguma outra fonte. A atuação de agentes culturais específicos, como poetas e tradutores estrangeiros que se envolveram com a poesia brasileira e por ela se interessaram, também é abordada. Ao final, apresenta-se o modo como quatro poetas modernistas − Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira − foram caracterizados em cada antologia.


Magma ◽  
2015 ◽  
pp. 231
Author(s):  
Patrícia De Oliveira Leme

Este ensaio constitui-se como uma modulação entre o olhar e a voz em "El aleph" (1997), conto de Jorge Luis Borges, dois registros a serem sustentados a partir da cisão estrutural da narrativa: quando a via do olhar fracassa, instaura-se um silêncio que nos convoca à sua escuta. Em um momento subsequente, "A máquina do mundo" (2001), de Carlos Drummond de Andrade, será trazida para invocar o registro da voz na narrativa borgeana: nesse poema, o sujeito poético não cede a uma torrente de imagens, mas implica-se no puro acontecimento textual. O trajeto teórico, então, parte da falência da imagem para posteriormente abrir-se àquilo que se funda como enunciação. Trata-se de uma delimitação dos efeitos inaugurados por dois regimes de leitura: não se pretende dar aos textos uma interpretação conclusiva, mas questionar os modos pelos quais eles ativam o lugar do olhar e da voz.


2020 ◽  
Vol 31 (61) ◽  
pp. 200-228
Author(s):  
Ilca Vieira de Oliveira ◽  
Wesley Thales De Almeida Rocha

O poeta simbolista Alphonsus de Guimaraens foi diversas vezes celebrado pelos escritores modernistas, como Mário de Andrade e Manuel Bandeira, como representante do patrimônio cultural brasileiro, conforme também o eram, para eles, a arte e a arquitetura das cidades históricas mineiras. Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes, dois dos mais importantes modernistas de Minas, estenderam essa celebração em seus versos, associando a imagem e a obra do poeta oitocentista ao universo simbólico de Minas. Do alto da modernidade, em afirmação na cultura e na literatura brasileiras, Drummond e Murilo voltam o olhar para o poeta do passado, à sua figura oclusa entre as ‘minas” de Ouro Preto e Mariana e à sua poesia melódica e quimérica, e as reinserem no contexto pouco contemplativo do século XX.  Este trabalho objetiva elaborar uma leitura crítica dos poemas: ‘Luar para Alphonsus”, de Versiprosa, ‘A visita”, de A paixão medida, e ‘Em memória de Alphonsus de Guimaraens”, Amar se aprende amando, de Carlos Drummond, e do poema ‘Contemplação de Alphonsus”, de Contemplação de Ouro Preto, de Murilo Mendes, observando como a imagem do poeta simbolista se faz presente nos versos desses poetas mineiros do século XX e como ela insere novos signos e sentidos à poética dos dois autores e à existência no mundo moderno.


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