Considerando a necessidade do diálogo intercultural crítico na prática didática, investigou-se a organização escolar indígena e não indígena, com o olhar voltado ao atendimento do aluno índio nestes dois segmentos educacionais - à luz da legislação, nomeadamente, à educação indígena pós-Constituição Federal de 1988. O aporte teórico ao tema se sustentou em autores como Geertz (2008), Boas (2005), Aguilera Urquiza (2010; 2017) Candau (2016), Sacristán e Gómez (1998). A análise transcursou, a um só tempo, pelos Projetos Políticos Pedagógicos de duas escolas estaduais: uma indígena e outra não indígena, ambas se localizam na cidade de Dourados, MS. Desse modo, a pesquisa se caracteriza exploratória, do ponto de vista de seu objetivo, bibliográfica e documental, por seus procedimentos. Os achados esboçam perspectivas e incongruências referentes ao conhecimento tradicional e o hegemônico ocidental no cotidiano escolar, sobretudo, do caso em questão, da índole pedagógica avessa a etnohistoricidade sociocultural dos povos indígenas, bem como, a prevalência de um certo entendimento da parte dos professores em relação à temática. A realidade que se apresenta é a de alunos indígenas sem acesso à escola, o que perpetua a desigualdade e a iniquidade pela fragmentação social e, por conseguinte, subjugações cujo efeito gera a exclusão étnica. Espera-se, com o resultado delineado pela análise, contribuir para a reflexão sobre a necessidade de comunicação entre os dois universos culturais, da formação de professores à correção das insuficiências nas práticas pedagógicas ordinárias.Palavras-chave: Educação; Legislação; Prática Pedagógica; Diálogo.