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Published By Universidade Tecnologica Federal Do Parana

2179-5282, 0104-9992

2020 ◽  
Vol 22 (38) ◽  
Author(s):  
Maria Gomes de Medeiros ◽  
Ana Cristina Marinho
Keyword(s):  

O presente trabalho envolve pesquisas sobre a história de vida e os percursos da juremeira Inês dos Santos na cidade de João Pessoa, na Paraíba. Interessa-nos entender, a partir da experiência de Inês, como as narrativas coletivas de terreiros de Jurema e Umbanda (re)constroem a memória mítica (Sodré, 2018) de populações em contextos de diáspora afro-ameríndia nesta cidade. Nesse sentido, interessam-nos também as roupas e comidas ritualísticas enquanto construções narrativas. Nos valemos do conceito de Literatura Menor (DELEUZE e GUATARI, 1995) para entendermos as narrativas de Inês, conforme seus imperativos éticos e políticos, e utilizamos, ainda, conceitos dos estudos culturais, feministas e decoloniais, autores e autoras que se debruçaram sobre temas como “colonialidade” e “decolonialidade”, “diáspora”, “epistemicídio”, “justiça social e cognitiva” (FANON, 1968; QUIJANO, 2005; SOUSA SANTOS, 2019). Adotamos metodologias de pesquisa de campo voltadas para a história oral, como técnica de entrevista, e o testemunho, como postura social e política para que, ao final, possamos traçar uma cartografia da cidade construída a partir da voz e do corpo dessa mulher negra, filha de Oxum e devota dos encantados da Jurema.


2020 ◽  
Vol 22 (38) ◽  
Author(s):  
Walace Rodrigues ◽  
Sariza Oliveira Caetano Venâncio
Keyword(s):  

Este escrito busca pensar sobre a riqueza simbólica e cultural que os negros escravizados trouxeram de África para o Brasil e que resiste e toma força na religião do candomblé. Uma multiplicidade de povos negros africanos foi forçada a vir para o Brasil e tais povos ainda podem ser identificados em nossa sociedade atual. Influenciando as mais diversas áreas culturais brasileiras, a população negra contribuiu de forma significativa para a constituição do que vem a ser atualmente o Brasil. Trazidos de diferentes lugares do continente africano, os negros escravizados trouxeram consigo uma forte memória histórica e cultural. Trouxeram, também, suas crenças religiosas e seus orixás. Neste texto, tomaremos como caso de estudo a arte do artista plástico baiano Rubem Valentim (Salvador, 1922 - São Paulo, 1991), importante utilizador dos signos do candomblé para compor seus trabalhos visuais de arte abstrata. Valentim criou uma verdadeira linguagem estética própria de utilização dos signos do candomblé em seus trabalgos. Esta pesquisa tem cunho analítico-qualitativo e busca suas bases em uma bibliografia nas áreas da antropologia e das artes. Os resultados deste trabalho mostram a fundamental relevância do candomblé na formação cultural brasileira e sua inserção nas mais variadas áreas de saberes e fazeres, assim como o fez nas artes plásticas e, em especial nas obras de Rubem Valentim, que foi extremamente influenciado pelo candomblé. Além disto, este texto pode auxiliar na divulgação da arte afro-brasileira abstrata, deixando conhecer não somente a arte visual do artista Rubem Valentim, mas instigando outras buscas em relação às artes e o candomblé.


2020 ◽  
Vol 22 (38) ◽  
Author(s):  
Gean Paulo Gonçalves Santana
Keyword(s):  

Os cantos-poemas, construídos a partir de experiências intersubjetivas, ora são respostas, ora são questionamentos às circunstâncias históricas, socioafetivas e aos confrontos da vida cotidiana dada a sua sacralidade. Descrever essa poética no que traz de expressões que lidam com a representação da herança africana, suas identidades, ressignificações e resistência, constitui-se objeto de estudo do percurso discursivo metodológico deste texto. Destaca-se, nesse trabalho, o papel que o canto-poema revela em relação à comunidade quilombola do Extremo Sul da Bahia e às comunidades negras da Região do Pacífico do Valle del Cauca. As análises que sustentam esse trabalho dialogam com as teorias da tradição viva, poética da oralidade, estudos culturais. Os cantos-poemas, como instrumento poético, explicitam histórias ancestrais, louvores e orações.


2020 ◽  
Vol 22 (38) ◽  
Author(s):  
Juliana Franco Alves-Garbim ◽  
Eliane Aparecida Galvão Ribeiro Ferreira ◽  
Francisco Cláudio Alves Marques
Keyword(s):  

Este artigo tem por objetivo apresentar, a partir do aporte teórico da Estética da Recepção (JAUSS, 1994; ISER, 1996, 1999), análises de dois contos que integram a coletânea Caroço de Dendê (2008), intitulados “A rainha mãe e o príncipe lagarto” (p.45-47) e “A pena de Ekodidé” (p.43-44), escritos por Mãe Beata de Yemonjá (1931-2017). Para tanto, almeja-se refletir sobre os pontos de intersecção entre oralidade e Candomblé que avultam nesses contos de tradição oral afro-brasileira. Na análise desses contos, busca-se  refletir sobre sua estrutura de comunicação, se esta instaura vazios no texto (JAUSS, 1994; ISER, 1996, 1999), assegurando ao leitor implícito, no seu preenchimento, exercício de produtividade em busca da concretude e revisão de conceitos prévios, a qual fomenta a ampliação dos horizontes de expectativa. Em especial, visa-se refletir acerca da contribuição desses textos na formação do leitor, mais propriamente, no ensino de literatura africana e afro-brasileira, amparado pela Lei 10.639/03 (BRASIL, 2019). Parte-se do pressuposto de que sua leitura em âmbito escolar fomenta o combate ao racismo e à desfragmentação das referências culturais e identitárias, promove a igualdade em meio à diversidade cultural e democratiza a cultura, pois valoriza as tradições, inclusive, de viés religioso. Constrói-se a hipótese de que um trabalho voltado à formação do leitor crítico e/ou estético (ECO, 2003; gqr, 2008), pode promover a superação de conceitos prévios e ampliar horizontes de expectativa, em especial, no que concerne à diversidade.


2020 ◽  
Vol 22 (38) ◽  
Author(s):  
Denis Moura de Quadros
Keyword(s):  

São diversas as formas de resistência negra no Brasil. Cada região recebera escravos de diversas partes da África concebendo e desenvolvendo as práticas religiosas de maneiras distintas. O mesmo ocorre no Rio Grande do Sul em que não há a presença de Terreiros de Candomblé, mas sim de Batuque, uma religião de matriz africana específica da região sul estendendo-se ao Uruguai. Pouco conhecida e divulgada, a religião afro-gaúcha carece de estudos teóricos, ao que nos propomos nesse artigo partindo do trabalho antropológico basilar (CORRÊA, 2016) e de outros que partem da vivência diária no Terreiro (FERREIRA, 2008; OXALÁ, 2009; SILVA, 2016; OXALÁ, 2017). Além disso, a partir da Literatura Afrofeminina (SANTIAGO, 2012), analisaremos dois contos da autora negra gaúcha Maria Helena Vargas da Silveira (1940-2009): Jogo de búzios, de Odara: Fantasia e realidade (1993), e Tia Bernarda de Ogum, de Tipuana (1997), em que o Batuque é central para o desenvolvimento das narrativas que recuperam a tradição afrodiaspórico gaúcha.


2020 ◽  
Vol 22 (38) ◽  
Author(s):  
José Ricardo da Costa

O presente trabalho trata da poética oral mítica afro-gaúcha, analisando os processos de representação das narrativas míticas orais a respeito dos orixás, divindades do Batuque do Rio Grande do Sul. A partir de um registro realizado com sacerdotes de Porto Alegre e Região Metropolitana e a observação de seus rituais durante o período de dois anos, realizamos uma análise de sua performance, estudando os artifícios que compõem essa poética, com ênfase nos aspectos estruturais e miméticos expressos em três eixos: voz, corpo e memória. Essa pesquisa serviu de base para nossa dissertação de mestrado (COSTA, 2016).


2020 ◽  
Vol 22 (38) ◽  
Author(s):  
Alice Atsuko Matsuda

2020 ◽  
Vol 22 (38) ◽  
Author(s):  
Leandro Passos

Este artigo analisa o modo como a escritora Conceição Evaristo insere elementos da cultura iorubá e banto atrelados à cultura judaico-cristã, ao gênero e à classe social a partir do conto “Lumbiá”, inserido na obra Olhos d´água. Para tanto, serão utilizados os estudos críticos de Martins (2003 e 2010) acerca dos termos negritude, negrice e negritice; os de Freitas (2019) e de Oliveira e Almirante (2017) sobre as entidades da umbanda e do candomblé erê; os de Cuti (2010) no que diz respeito à literatura negra, dentre outros teóricos e críticos. Justifica-se a escrita deste artigo pela proposta do Dossiê “Sociedade e religiões de matriz africana: diálogos”, na qual torna-se possível refletir a cultura do terreiro e da divindade criança por meio da linguagem literária.


2020 ◽  
Vol 22 (38) ◽  
Author(s):  
Camila Bastos Lopes da Silva ◽  
Carla Regina Santos Paes ◽  
José Guilherme de Oliveira Castro
Keyword(s):  

O presente artigo teve como intuito discutir os contos Kiriku e a Feiticeira e A Árvore da Chuva com base nas teorias de Jung e seu conceito de arquétipo (2002), Iwashita (1991) e Ford (2000) com os conceitos de Grande Deusa e a mitologia africana, Mircea Eliade (2000; 2007) e os conceitos sobre religião e simbolismo, assim como o estudo de símbolos maternos, tais como água e árvore, entre outros, no intuito de averiguar a mitologia africana incorporada nos contos em análise, assim como a imagem de arquétipos, principalmente o arquétipo materno que se transfigura nas narrativas como traço fundamental para a formação do herói que naturalmente age por meio do gênero maravilhoso nos contos. O estudo é de caráter qualitativo e analisa também a teoria do gênero maravilhoso com base nos estudos de Irlemar Chiampi (1980) e de Marçal (2010). Portanto, a importância da pesquisa se deve ao fato de discutir temáticas afro-brasileiras tão importantes para o aumento do acervo histórico e cultural em nosso dia-a-dia, a partir de obras infanto-juvenis que aprofundam nosso conhecimento sobre a África e sua diversidade cultural.


2020 ◽  
Vol 22 (36) ◽  
Author(s):  
Julio Cesar Paula Neves ◽  
Aline Graciele Ferreira

Considerando os modos de comunicação proporcionados pelas redes sociais, percebe-se que as pessoas interagem e se expressam por meio de postagens e comentários, e que isso, muitas vezes, se revela de forma violenta e intolerante.  Amparados pelas contribuições teóricas de Barros (2007; 2011; 2016), Bakhtin (2006), Recuero (2009) e Charaudeau (2014), o objetivo geral deste artigo visa a compreender de que forma são construídos discursos intolerantes em comentários nas publicações do Instagram, mais precisamente, em 2017, na página do Deputado Federal Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil. Para atingir esse propósito, selecionamos quatro comentários para a análise; identificamos os discursos intolerantes; e descrevemos a construção desses discursos, tendo em vista os atos de fala e os contratos e estratégias de discurso. Observamos que os sujeitos, através da linguagem, expressam-se por meio de um discurso violento e intolerante para tratar de outros sujeitos que não pertencem ao seu corpo de práticas sociais e possuem princípios e convicções diferentes.


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