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Published By Universidade Federal De Grande Dourados

2358-9205

2021 ◽  
Vol 8 (14) ◽  
pp. 189-208
Author(s):  
Nina Desgranges ◽  
Wickson Ribeiro

O presente artigo analisa a divulgação e repercussão nas redes sociais das manifestações de entregadores de aplicativo no Brasil durante a pandemia da covid-19 – os Breques dos Apps, que aconteceram em julho de 2020 – contribuindo para os estudos sobre trabalho em plataformas digitais. Para analisar o uso de redes sociais por entregadores como ferramenta de denúncia da precarização do trabalho e reivindicação de direitos, combinou-se metodologia quantitativa e qualitativa visando análise densa da rede, a partir da extração e observação de 1162 publicações no Instagram contendo a tag #ApoioBrequeDosApps, e 50 vídeos na plataforma YouTube. Além da análise de dados, utiliza-se material etnográfico coletado, há mais de dois anos, em canais de YouTube de entregadores-influencers. Os dados extraídos apontaram para um êxito na divulgação do Breque e a observação de entregadores-influencers e seu público apontam para a constituição de novos elementos e narrativas que permitem arranjos de organização e mobilização diferentes do sindicalismo, características das novas formas de organização do trabalho.


2021 ◽  
Vol 8 (14) ◽  
pp. 11-23
Author(s):  
Agnes Cruz De Souza
Keyword(s):  

O artigo discute perspectivas contemporâneas relacionadas ao mundo do trabalho e a intensidade das transformações práticas, teóricas e discursivas no contexto da ordem capitalista neoliberal que invocam, por um lado, a noção de liberdade, autonomia, flexibilização e incentivo ao empreendedorismo e, por outro, redimensionam o âmbito da precarização configurando uma ordem facetada por reformas trabalhistas e sociais que reduzem o espaço de direitos. Referencia-se o processo de uberização do trabalho, a noção de cansaço, colonização de tempo 24/7 e a incrustação da precarização de categorias amplas e significativas de trabalhadores. Procura-se observar de que maneira os fatores elencados associam-se à legitimação, cristalização, incentivo e acentuação da falta de limites com relação à exploração e desestabilização das condições de trabalho na atualidade. Conclui-se que a tecnologia inaugura novos padrões e processos de trabalho e estes são permeados por empregos precários, mal remunerados e instáveis afetando de forma ampla a vida dos trabalhadores uberizados, para além da esfera laboral. Os recursos metodológicos do texto perpassam por recortes teóricos das obras de Antunes (2020, 2018, 2009), Abílio (2020, 2019a, 2019b), Crary (2016) e Han (2017), além de aportes midiáticos e artísticos para referenciar a realidade das condições e experiências do trabalho na atualidade: a série Years and years (2019) produzida pela BBC e HBO, o curta-documentário Vidas Entregues (2019) de Renato Prata Bitar, o filme Você não estava aqui (2019) dirigido por Ken Loach e o quadro modernista de Goya, O sono da razão produz monstros.


2021 ◽  
Vol 8 (14) ◽  
pp. 157-175
Author(s):  
João Fernando de Lima Parra
Keyword(s):  

A ideia do the great reset, preconizada pelo 51º Fórum Econômico Mundialde 2021,tem incluído naagenda uma nova forma de se pensar o capitalismo que exigirá uma grande mudança em suas bases estruturais. Este artigo visa contribuir com o debate de como as startups, neste contexto, podem ser vistas como um elemento disruptivo por se diferenciarem das corporações tradicionais originando novas relações de trabalho. O objetivo é traçar um percurso teórico que busca entender as bases do surgimento tanto deste modelo de empresa quanto do seus criadores, os empreendedores inovadores. Veremos que assubjetividades desses empreendedores vêm sendo mobilizadas pelo componente ideológico das startups, reforçando o seu enquadramento ao capitalismo preconizado pelo Fórum.Conclui-se que, por trás de todo este manto ideológico, os modos de extração de mais-valia se mantém, se diferenciando em sua aparência, mas não em sua essência.


2021 ◽  
Vol 8 (14) ◽  
pp. 110-123
Author(s):  
João Gustavo Jara Russo ◽  
Vinicius Faria de Souza

O presente artigo tem por objetivo abordar a terceirização na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), especificamente em tempos de pandemia do Sars-CoV-2 (COVID-19) no intuito de dar visibilidade à questão e aos trabalhadores terceirizados. Há um quadro de tendência global em que a terceirização no mundo do trabalho se apresenta como reflexo da implementação de políticas neoliberais, resultando em negação e perda de direitos laborais, fragmentação da classe trabalhadora, degradação do trabalho, desvalorização, desrespeito, invisibilidade e exclusão do trabalhador terceirizado. O referencial teórico metodológico utilizado será o da sociologia do trabalho, a partir de uma revisão bibliográfica com natureza exploratória, não objetivando esgotar a temática (considerando que o enfrentamento à pandemia não se findou), com enfoque na situação da terceirização anteriormente à pandemia, bem como através da técnica de pesquisa da análise documental de documentos públicos emitidos pela UFGD na atualidade pandêmica sobre a questão. A princípio será apresentado um breve panorama da terceirização na Administração Pública brasileira, bem como a posição da UFGD neste cenário, utilizando dados coletados de uma pesquisa de mestrado realizada no Programa de Pós-Graduação em Sociologia que analisou o processo de terceirização na instituição de ensino. Em um segundo momento, será abordada, através da análise de documentos públicos institucionais, os aspectos que implicam na conjuntura da terceirização na instituição durante a pandemia. Os resultados demonstram o reforço da questão da precarização do trabalho por diversos aspectos, dentre os quais a invisibilidade e exclusão do trabalhador terceirizado do quadro da comunidade acadêmica.


2021 ◽  
Vol 8 (14) ◽  
pp. 216-233
Author(s):  
Alexandre Espreafico Guelerman Ramos
Keyword(s):  

De que modo a profunda crise sócio-reprodutiva da pandemia de COVID-19 impactou as estratégias sindicais em cada contexto político-institucional? Neste trabalho, contribuímos a essa questão analisando as estratégias de coalizão entre sindicatos de saúde e movimentos sociais na cidade de São Paulo, mediante sete entrevistas semi-dirigidas realizadas com dirigentes do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep) e lideranças de movimentos populares de saúde (atuantes também em conselhos gestores). Em São Paulo, os impactos da pandemia devem ser entendidos em conexão com uma gestão municipal (2017-2020) pouco permeável à sociedade civil e com políticas de precarização do sistema de saúde, incluindo desvalorização dos servidores públicos e terceirização das unidades de saúde (com efeitos não apenas sobre a qualidade dos serviços, mas também sobre a organização sindical). Em reação a esse contexto, sindicatos e movimentos sociais de saúde já vinham recorrendo a campanhas em coalizão antes mesmo da pandemia e, com o advento desta, buscaram mobilizar a comoção social e obtiveram êxito a nível local, apesar de importantes derrotas a nível do município. As campanhas analisadas apresentam distintos graus de “profundidade” e resultados, mas entre seus elementos importantes incluem-se, em geral: a realização de pequenos protestos e “atos relâmpago”; a combinação de comunicação através de redes sociais com a busca por chamar a atenção de veículos de imprensa; o apoio de parlamentares e de outros movimentos sociais dos bairros (em alguns casos mesmo de associações sem grande trajetória reivindicativa prévia); e apelos ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Município.


2021 ◽  
Vol 8 (14) ◽  
pp. 94-109
Author(s):  
José Wilson Assis Neves Júnior

O presente artigo teve por intuito problematizar os impactos decorrentes do atual estágio de desenvolvimento das redes sociais de comunicação, com ênfase para o Facebook e o Instagram, no âmbito social do ser. O objeto foi abordado a partir da percepção ontológica do materialismo histórico-dialético proposta por George Lukács. No que tange ao Facebook, indicou-se tanto o seu potencial de articulação política e social que, em determinados casos, viabilizaria transformações efetivas nas relações de dominação quanto a sua apropriação como mecanismo de isolamento do ser em relação à totalidade da vida social, contribuindo para o aprofundamento das tendências alienantes. No caso do Instagram, por sua vez, evidenciou-se a sua consolidação enquanto um espaço digital que possibilita a completa distorção da realidade concreta do sujeito singular, potencializando, não só, a reprodução de uma lógica de resignação do ser social em relação às pressuposições de uma realidade de ideologia única, como também, a ascensão de espaços de fuga dos problemas materiais, que aprofundam o caráter alienante do ser social na conjuntura contemporânea.


2021 ◽  
Vol 8 (14) ◽  
pp. 142-156
Author(s):  
Cesar Sanson

Teóricos dos estudos sobre o mundo trabalho identificam três mudanças em curso que vem provocando rupturas na sociedade do trabalho: a evolução das forças produtivas, o enfraquecimento do Estado como regulador da assimetria entre o capital e o trabalho e a financeirização da economia. Há uma crescente percepção que a sociedade salarial em sua versão fordista caracterizada pelo pleno emprego, estabilidade, renda satisfatória e previdência social já não consegue incluir todos. O presente artigo apresenta uma breve síntese das abordagens teóricas, sobretudo no debate acadêmico, acerca da crise da sociedade salarial a partir de autores contemporâneos.


2021 ◽  
Vol 8 (14) ◽  
pp. 124-141
Author(s):  
Julia Ferreira Scavitti
Keyword(s):  

O presente artigo procura discutir as migrações internacionais contemporâneas a partir da correlação entre a teoria da mobilidade do trabalho, referenciada aqui em Jean Paul de Gaudemar e Saskia Sassen, e os estudos migratórios, principalmente a partir da teoria de Abdelmalek Sayad, que procuram entender os deslocamentos humanos a partir da perspectiva do mercado internacional laboral. A partir de uma análise crítica do papel do Estado-Nação como produtor de leis e regulamentação sobre a imigração, a reflexão pretende entender como se constrói a figura do/da imigrante na sociedade de destino, sua participação nas economias dessas sociedades, bem como a produção de estigmas de legalidade/ilegalidade que recaem sobre essas pessoas, afetando sua inserção e reprodução em novos territórios pelo mundo. Para sua elaboração foram consultadas produções teóricas principalmente no campo dos estudos migratórios, bem como notícias produzidas e divulgadas por diferentes meios de comunicação que possuem páginas online de periodismo.


2021 ◽  
Vol 8 (14) ◽  
pp. 24-43
Author(s):  
Ana Cláudia Bessa

O presente artigo relata dados da pesquisa monográfica para um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) para graduação em Sociologia. O tema da pesquisa foi sobre as representações da atividade por aplicativo para os trabalhadores brasileiros e o recorte para este texto se refere aos dados obtidos sobre o perfil dos trabalhadores que atuam na atividade em todo o Brasil. A pesquisa teve o propósito, através da descrição e análise do perfil e das condições da atividade, contribuir com informações empíricas originais que permitam desenvolvimentos nos estudos sobre emprego, desemprego e mercado de trabalho no Brasil, a partir de uma perspectiva sociológica. O objetivo deste texto é apresentar os resultados quantitativos obtidos sobre o perfil dos trabalhadores que desempenham a atividade a partir das respostas coletadas pelo questionário e relatar as análises considerando as características em variáveis como gênero, idade, região, estado civil, entre outras. As respostas permitem observar relações entre a atividade e os trabalhadores, revelando uma população composta majoritariamente por indivíduos provedores de suas famílias que atuam em uma atividade cuja lógica flexível é baseada em incertezas e baixa qualificação.


2021 ◽  
Vol 8 (14) ◽  
pp. 65-93
Author(s):  
Hannah Glimpse Nario-Lopez

This paper analyzes narratives on emotional labor among officers working in an overpopulated and undermanned city jail in the Philippines. Taking off from Hochschild (1983) and Crawley (2004) as theoretical departure points and using Sikolohiyang Pilipino as an approach in deploying institutional ethnography, I forward three arguments that enrich the understanding of emotion management dynamics in the carceral setting. First, emotional labor in the city jail is largely based on rank. Rank is a fixed navigation point where officers need to be in their “rightful place” (lugar) in interacting with and expressing emotions to others. Second, leadership regimes in forms of sistema (substandard yet acceptable ways of doing things) or kalakaran (corrupted sistema) also dictate emotion regimes among officers in the facility. And third, narratives of professionalism dominate accounts that normalize, reify, moralize, and even prize emotional laboring. In contrast to existing literature, data suggest that emotion management can be endowing, as it clarifies expectations and harmonizes relationships. Officers, in addition, claim that they are willing to endure emotional labor as it helps them to be more dutiful as a public servant. In fact, officers value emotional labor with a nationalist tone. With strong appreciation for emotional management in the narratives, I end with critical reflections and forwarded interrogations on the danger of moralizing emotional labor and recommend further investigation of its aspects that could lead to mundane violence.


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