Revista Ideação
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Published By Universidade Estadual De Feira De Santana

2359-6384, 1415-4668

2021 ◽  
Vol 1 (43) ◽  
pp. 53
Author(s):  
Alessandro Campi

O tema das conspirações é frequentemente utilizado nos trabalhos de Maquiavel. Para isso, aliás, ele dedicou um dos seus mais famosos capítulos dos Discursos (III, 6). Não obstante, histórias de intriga e conspiração perpassam as histórias do Florentino, como em seus “escritos da chancelaria diplomática”. Observando a literatura predominante, “tem-se falado de maneira inapropriada sobre conspirações políticas e maquinações em O Príncipe (XIX) e nos textos histórico-políticos. Diferente de outros autores clássicos, a partir de Sallustio, Maquiavel não se limitou a descrever conspirações. Por meio de uma forma muito peculiar de enfrentamento, Maquiavel construiu uma verdadeira teoria ou fenomenologia, de um modo jamais alcançado por outros pensadores. Ele classificou as conspirações, identificadas em suas diversas variações históricas, desvelando-as em sua dimensão técnico-operacional, ilustrando as fases e os métodos de desenvolvimento, as motivações ideais, as justificativas materiais e as matrizes sociológicas. Além disso, ele apresentou uma chave da interpretação eminentemente histórica e política. Isso precisa ser salientado porque, durante muito tempo, essas interpretações limitaram-se às motivações psicológicas dos conspiradores


2021 ◽  
Vol 1 (43) ◽  
pp. 327
Author(s):  
Rodrigo Dos Santos

O presente artigo tem por objetivo analisar e apresentar o estudo da relação dos homens com o tempo que supera de todo modo a afirmação da maldade humana e ou de uma pura e simples decadente natureza. E, apesar de aparente contradição entre a percepção da virtude ou não no príncipe, no ator político em Maquiavel, a questão posta é se – há príncipes virtuosos? Se é possível na “aparente” bondade encontrar tão somente uma substância má na perspectiva antropológica? Se considerarmos que se assim fosse, não haveria virtude e nem julgamentos dignos de elogios a serem imitados no pensamento corrente político do Florentino. Assim, sob o enfoque de três assuntos, a configuração do artigo, se analisará: (a) a teoria da virtú e da boa fortuna; (b) a necessidade do armamento, do conflito e da guerra na civiltà e (c) o modus operandis de investimento nesta formação de bons manuseadores de armas. Maquiavel, nestes capítulos do Discorsi nos dá a ideia da virtualidade dos príncipes para produção de benefícios para a república, na medida em que as sucessões e as políticas de expansão se fizerem prioridade dos seus líderes, tanto é que a verificação, pode-se ver diante da obra de Tito Lívio, quando ele citará Rômulo, que foi um rei feroz e belicoso; Numa Pompílio, rei tranquilo e religioso e Túlio Hostílio, pouco mais semelhante a Rômulo, só que mais amante da guerra do que da paz.


2021 ◽  
Vol 1 (43) ◽  
pp. 421
Author(s):  
Lucas Ribeiro Vollet

A política de policiamento rigoroso dos atributos e outros esquemas de individuação feita por W. Quine – em Relatividade Ontológica e outros ensaios (1969) – guarda uma semelhança argumentativa com a polarização da ciência contra a antropomorfização do discurso teórico. Apesar de disfarçada, essa semelhança retórica encontra eco em trechos de Falando de Objetos e em Dois Dogmas do Empirismo. Nesse artigo, seguindo a sugestão de Ruth B. Marcus de que o discurso intensional se distingue do extensional por uma pretensão de força da identidade invocada, iremos propor que Quine está preso a um preconceito cientificista antigo, cuja característica principal é a incapacidade de reconhecer – ou relegar à recursos de uma época pré-científica (antropomórfica) – meios não ortodoxos ou informais de consolidar a força dos padrões de identidade da linguagem. Isso nos ajudará a sugerir um argumento em que a discussão sobre as intensões envolve uma miscigenação com problemas hermenêuticos e históricos sobre o significado e a interpretação.


2021 ◽  
Vol 1 (43) ◽  
pp. 265
Author(s):  
Luiz Carlos Montans Braga

Uma das agudezas de Espinosa consiste em fazer uso de termos da tradição e dar a eles novas cores, subvertendo-os. Com efeito, Deus, conceito-chave em seu sistema, equivale a natureza ou substância. Não ato puro e transcendente, como em Tomás de Aquino, mas imanente. Direito, por seu turno, é o mesmo que potentia, derivado da potência absoluta da substância ou natureza. Tese que, importa sublinhar, estiola por completo a divisão estanque direito natural versus direito positivo, visto que todo direito é por definição potência, sendo, por esta razão, o direito natural em estado de natureza mera opinião, como escreve no Tratado político. O mesmo se dá com outros conceitos, tais como liberdade e afetos. O objetivo do artigo é tratar de um conceito menos frequentado pelos comentadores, mas que, hipótese que será defendida, é igualmente reconceitualizado por Espinosa. Trata-se do conceito de justiça. O foco inicial será Tomás de Aquino, como autor paradigmático da tradição que analisa o conceito de justiça. Isto para, por contraste, explicitar em quê Espinosa modifica a definição. Com este objetivo, o escólio 2 da Proposição 37 da Parte IV da Ética será analisado à luz do sistema espinosano. Isso implica que outras partes do corpus serão movimentadas para a compreensão deste excerto central da Ética quanto ao tema da justiça. A questão-chave que norteará a exposição será a seguinte: Espinosa possui um conceito de justiça? Se sim, ele se distancia da tradição, aqui representada por Tomás de Aquino? Por fim, trata-se de investigar se há um, e apenas um, conceito de justiça espinosano.


2021 ◽  
Vol 1 (43) ◽  
pp. 350
Author(s):  
Pietro Sebastianelli

Il presente articolo intende indagare alcuni trattati sull’economica cinque e seicentesca nel tentativo di evidenziare, da un punto di vista genealogico, la nascita di una nuova arte di governo, che prende il nome di economia politica. Confrontando i trattati di Giovanni Battista Assandri (Della economica overo disciplina domestica, 1616) e di Bartolomeo Frigerio (L’economo prudente, 1629) con la tradizione dell’oikonomia aristotelica ed evidenziando la loro originalità del contesto della riflessione tardo rinascimentale italiana sulle arti di governo, l’obiettivo che si intende perseguire consiste nel descrivere il momento storico a partire dal quale si verifica un’inedita convergenza tra economica e politica. Alla luce della presente indagine, la convergenza tra economica e politica, che si verifica nel solco tracciato dal discorso della ragion di Stato di Giovanni Botero, sembra configurarsi come una nuova del governo dello Stato che avrà un’importanza decisiva nella formazione della razionalità politica e della «governamentalità» moderna.


2021 ◽  
Vol 1 (43) ◽  
pp. 448
Author(s):  
Francisco Romário De Queiroz Silva ◽  
Francisco Clebio Figueiredo

Considerando a relevância que os termos ordem e amor possuem na doutrina de Santo Agostinho, objetiva-se apresentar como o amor constitui-se o fundamento ontológico da ordem nos escritos agostinianos. Para tanto, procede-se à um estudo da teoria dos dois amores e das duas cidades, bem como a uma investigação do conceito de ordem em Santo Agostinho. Desse modo, observa-se que o amor é um impulso que move a vontade do homem a um determinado objeto e, por sua vez, é a origem e o princípio das duas cidades. O amor será reto se, obedecendo à ordem hierárquica dos seres, tender ao que há de mais elevado, de modo que o indivíduo ascenda ao inteligível. Por outra via, o amor será desordenado se o homem, não distinguindo os seres superiores dos inferiores, optar por usar do que se deve fruir e fruir do que deve ser utilizado. Enquanto o amor unicamente a si é a origem mesma da desordem, o amor desprendido e devotado a Deus e ao próximo é o fundamento da comunhão. O que permite concluir que o amor constitui o fundamento da ordem na ontologia de Santo Agostinho.


2021 ◽  
Vol 1 (43) ◽  
pp. 106
Author(s):  
Antonio Cesar Ferreira da Silva

Para Rousseau, ao se pensar sobre a estrutura política, é fundamental que se leve em conta a condição humana. Compreender como o homem pôde se realizar fora do contexto natural é compreender que a sociabilidade foi a única via possível para tal intento. Pensar política, pensar sociedade é pensar o homem. E isso Rousseau fez de forma exemplar, partindo sempre da condição que poderia viabilizar a realização do indivíduo; e procurou uma solução a partir da unidade entre aquilo que o homem queria construir para lhe fornecer uma boa condição de vida e aquilo que ele aspirava no seu mais íntimo sentimento, o sentimento de existência. Procurou considerar a vida do homem não dissociando as estruturas do estado em que o homem vivia e as estruturas da sua constituição. Essa via dá unidade ao pensamento rousseauniano, pois é a via que liga suas obras mais sistêmicas às obras de cunho mais antropológico. Daí não se compreender o projeto social de Rousseau sem a ligação com obras que abordam o homem em sua constituição, como é o caso do  Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens . Assim, tratar sobre a melhor forma de sociabilidade é tratar da relação entre essa forma e as aspirações do homem expressas pelo seu sentimento de existência.


2021 ◽  
Vol 1 (43) ◽  
pp. 13
Author(s):  
Adelmo José Da Silva
Keyword(s):  

Pretendemos refletir sobre os conceitos de pacto social e autopreservação em Hobbes, partindo da ideia de que a alegria é proporcionada pela posse do que causa prazer. Os homens empreendem uma corrida desenfreada e altamente competitiva, a partir da percepção de que os objetos da busca pelo que causa prazer são comuns a todas as ambições e desejos. Quando mais de um desejo se volta ao mesmo objeto, o conflito é inevitável, sobressaindo-se aquele que possui maior poder para atingir seu objetivo. A história, neste contexto, é concebida como um campo destinado ao confronto incessante.


2021 ◽  
Vol 1 (43) ◽  
pp. 163
Author(s):  
Charliston Nascimento

“Le Vite” (As Vidas), de Giorgio Vasari, é reconhecidamente um dos textos mais relevantes da história da arte. Sob a perspectiva de biografar os mais renomados pintores, escultores e arquitetos de sua época, o texto vasariano se tornou célebre tanto como uma primeira história da arte, como o registro basilar para o estudo da arte italiana renascentista e, por fim, também para a compreensão do desenvolvimento e entendimento da arte em um de seus períodos históricos mais proeminentes, qual seja, a arte italiana de Cimabue a Michelangelo Buonarroti. Esses fatos podem nos conduzir a uma interpretação equivocada: a de que o texto de Vasari seja uma obra delimitada ao mero estudo histórico e artefatual, de modo que expandir a compreensão dos fenômenos que aquela obra abarca para os problemas filosóficos da arte de nosso tempo ou da arte em geral constituiria uma tarefa fadada ao anacronismo. No presente artigo, demonstraremos como “Le Vite”, pelo contrário, alicerça o conceito de era da arte para uma das principais filosofias da arte contemporânea, qual seja, o essencialismo histórico de Arthur Danto, e em seguida defenderemos em que medida naquela obra do Cinquecento já se fazem presentes e em germinação alguns dos principais aspectos da nossa compreensão atual do termo arte.


2021 ◽  
Vol 1 (43) ◽  
pp. 38
Author(s):  
Alessandra Petrina

London, in the year 1584, was a crossroads of cultural exchange, philosophical elaboration, religious dissent. The present contribution focuses on this year considering the circulation of people – especially foreign intellectuals – and books: it looks at the cultural circle established in the household of the French ambassador, Michel de Castelnau; at works such as Giordano Bruno’s his Cena de le ceneri and John Florio’s First Fruites; at a cultural mediator, William Fowler, and at his translation of Machiavelli’s Prince. Through the investigation of the meetings and exchanges that took place in this pivotal year the present contribution attempts to shed light on the cultural dynamics, supported by book-buying, translation, quotation and allusion, that constitute such a fundamental element of the construction of Elizabethan culture.


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