Fractal Revista de Psicologia
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Published By "Pro Reitoria De Pesquisa, Pos Graduacao E Inovacao - Uff"

1984-0292, 1984-0292

2019 ◽  
Vol 31 (3) ◽  
pp. 328
Author(s):  
Mario Cesar Carvalho de Moura Candido ◽  
Maria Cristina Campello Lavrador ◽  
Rafaela Gomes Amorim

Estes escritos versam sobre figuras do cotidiano de ex-internos de um hospital psiquiátrico em uma residência terapêutica na cidade de Vitória-ES. Após anos de isolamento manicomial, seus moradores e parceiros criam caminhos comuns de uma vida em liberdade, abrindo-se à imprevisibilidade das relações sociais, temporais, afetivas etc., que se dão no espaço comunitário, bem como às lutas e resistências diante dos mecanismos biopolíticos de normalização. Foram utilizados registros em caderno de campo como ferramenta metodológica, inspirando a produção de pequenas narrativas, fragmentos de histórias, que compõem e ativam o fluxo de experiências associadas à reforma psiquiátrica e à luta antimanicomial, com o objetivo de contribuir para uma manutenção das conquistas desse campo e também para o avanço desses processos. Os resultados apontam para a produção de um cuidado em saúde mental indissociável de uma dimensão ético-estético-política, afirmando práticas de potencialização de liberdades, buscando afetações e trocas com outras formas de sociabilidade.


2019 ◽  
Vol 31 (3) ◽  
pp. 305
Author(s):  
Patrícia Menezes Visentin ◽  
Cristina Lhullier

A paternidade pode ser compreendida como uma construção social, sofrendo modificações na forma como é vivenciada e exercida em virtude de transformações da sociedade. Este trabalho buscou comparar as representações sociais da paternidade no ano de 2004 e no ano de 2014. Foi utilizado conteúdo de 17 depoimentos apresentados na sessão ‘Conversa de Homem’ da revista do tipo magazine Pais & Filhos. O referencial escolhido para a análise dos dados foi o método de associação de ideias de Spink. Identificou-se que, em cada momento investigado, o pai apresenta preocupações diferenciadas, as quais são influenciadas pelas demandas sociais vigentes e por sua bagagem pessoal. O homem parece cada vez mais interessado pelo universo infantil, buscando conhecimentos para se inserir de forma participativa na vida dos filhos. Além disso, prepara-se internamente para exercer a paternidade. Esse maior envolvimento do pai contribui para a transformação subjetiva do homem como sujeito.


2019 ◽  
Vol 31 (3) ◽  
pp. 320
Author(s):  
Danilo Marques Godinho ◽  
Carlos Augusto Peixoto Junior
Keyword(s):  

O artigo aborda a prática do acompanhamento terapêutico em sua dimensão clínica-política. Pretende-se desenvolver uma reflexão a respeito da potência de se tomar a cidade como matéria da clínica a partir da prática do acompanhamento terapêutico. Para tanto, faremos uma incursão pelo modo a partir do qual se desenvolveu, na modernidade, a constituição dos discursos e medidas adotados com vistas a abarcar a experiência da loucura sob o estigma de doença mental. Em seguida, apresentaremos o contexto de revisionismo crítico acerca dos alicerces do saber médico-psiquiátrico, a partir da segunda metade do século XX, com o questionamento dos critérios utilizados para designar, delimitar e caracterizar os sujeitos alçados à categoria de alienados.  O embasamento teórico está centrado em autores tais como Michel Foucault, Robert Castel e Franco Basaglia. O investimento nos espaços públicos faz com que esta estratégia de intervenção seja um importante ator no processo de Reforma psiquiátrica brasileira.


2019 ◽  
Vol 31 (3) ◽  
pp. 313
Author(s):  
Beatriz Sernache de Castro Neves ◽  
Maria Celina Peixoto Lima

O termo prevenção em saúde vem sendo utilizado desde a mudança no paradigma médico com certa frequência dentro e fora do campo da medicina. Entretanto, ao se debater esse conceito fora desse campo, torna-se necessário trazer algumas particularidades em questões atravessadas pelo tempo e espaço em que se dão. Este artigo problematiza a ideia de prevenção no pensamento de Freud. Assim, investigam-se, a partir de uma revisão dos seus escritos, os diversos empregos e concepções que ele faz dos termos prevenção e profilaxia. Com origem nos textos de 1896, passando por outros textos em 1910, 1913, 1926, 1934 até os artigos mais tardios de 1937, destacam-se suas principais elaborações sobre a temática, marcadas por uma flutuação de posicionamentos referentes às possibilidades e limites de uma prática psicanalítica de caráter preventivo. Para auxiliar na articulação utilizamos também escritos de outros psicanalistas sobre o tema, com o objetivo de reatualizar o debate da noção de prevenção em psicanálise.


2019 ◽  
Vol 31 (3) ◽  
pp. 298
Author(s):  
Diego Drescher de Castro ◽  
Jaqueline Tittoni

Este estudo discute alguns elementos para se pensar as relações entre a produção do discurso acadêmico e o lugar da Universidade, a partir da problematização da episteme moderna e da produção da noção de ciência e de conhecimento científico. Para tanto, busca principalmente no pensamento foucaultiano subsídios para construir a noção de conhecimento científico como verdade sobre o mundo e a vida, produzidos em relações de poder e de força em disputa. Desta forma, disciplina e controle transversalizam a episteme moderna e se enraízam não só em manicômios e prisões, mas também em instituições de ensino formal, produzindo diferentes tipos de clausura. Se, nas sociedades disciplinares, a clausura se dava sobre o corpo, pode-se dizer que nas sociedades de controle o controle investido nos corpos faz com que esses reproduzam as mais diversas formas de clausura. Sustentar práticas de resistência a partir de reflexões éticas que enfrentem este enclausuramento afirma-se como uma necessidade do contemporâneo.


2019 ◽  
Vol 31 (3) ◽  
pp. 292
Author(s):  
Thiago Drumond Moraes ◽  
Iasmin Libalde Nascimento

Este relato de experiência, calcada na perspectiva ergológica, apresenta questões que moveram uma intervenção em uma Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda de um município do Espírito Santo e alguns dos efeitos observados entre os participantes deste trabalho. Procuramos demonstrar que a produção de um gênero profissional em serviço público se dá em uma tripla temporalidade: uma temporalidade caracterizada pela marcação cronológica do que se vive no aqui-e-agora, fortemente influenciada pela superação cotidiana das demandas do serviço; uma temporalidade dos acontecimentos sucessivos ao longo do tempo, como a sucessão de gestores do serviço; e uma temporalidade não cronológica e intermediária, constitutiva das regras partilhadas pelos trabalhadores, onde se conjugam os meios de se enfrentar as ambiguidades impostas pela intensidade dos tempos mais longos, e as impostas pelas demandas do dia a dia. A produção desse gênero profissional envolve diálogos e enfrentamentos constantes com outros gêneros que operam nesse tipo de serviço, em particular o gênero das relações político-partidárias. Uma intervenção nesse cenário requer a compreensão dessa complexidade de coletivos e histórias ali presentes, para que seus efeitos sejam mais efetivos.


2019 ◽  
Vol 31 (3) ◽  
pp. 283
Author(s):  
Ana Maria Pereira Lopes
Keyword(s):  

Em um estudo sobre promoção da saúde como uma biopolítica, objetivou-se analisar como práticas biopolíticas, no processo de democratização brasileira nos anos de 1980 e 1990, constituem sujeitos, por meio da objetivação pelos discursos e normas. A pesquisa teve como fonte documentos que instalam a promoção da saúde, considerando-os como monumentos, intencionais, com efeitos na objetivação de sujeitos. A promoção da saúde é considerada como prática histórica, datada e como dispositivo estratégico de governamentalidade. Organizando-se os documentos em subarquivos, a análise foi conduzida pela problematização – arqueológica e genealógica – de Michel Foucault. A promoção da saúde é articulada estrategicamente com o discurso da saúde ampliada e relações econômicas desenvolvimentistas. Em meio ao governo médico da vida ocorre a objetivação de sujeitos na relação com práticas de promoção da saúde, sobretudo na atenção básica, o que possibilita aportes para se problematizar a subjetividade nesses espaços.


2019 ◽  
Vol 31 ◽  
pp. 228
Author(s):  
Andrea García-Salazar ◽  
Karol Cotes-Cantillo

2019 ◽  
Vol 31 ◽  
pp. 185
Author(s):  
Áurea Alves Cardoso ◽  
Cecília Maria Bouças Coimbra

Neste artigo, inspirado nos passos de Conceição Evaristo, ensaiamos uma “Escrevivência”. A partir de epistemologias ribeirinhas, negras e indígenas, buscamos problematizar práticas ditas de cuidados presentes na área da psicologia que têm se aliado a lógicas repressoras, controladoras e punitivas - vide o contexto no qual foi regulamentada no Brasil. Para fazer essa discussão, partimos do entendimento de que o racismo é estruturante na constituição da sociedade e, portanto, ele deve estar no centro de nossas discussões. Assim, ensaiamos, neste trabalho, pensar práticas de cuidado aliadas que valorizem os protagonismos/protagonistas dos moradores sobreviventes da guerrilha do Araguaia, de ribeirinhos, negros e indígenas. Desse modo, através de nossa escrita, apostamos em ações que estejam comprometidas com modos localizados de existir e que tenham como protagonistas as pessoas para as quais essas políticas são pensadas, partindo das noções de mundo que querem construir.


2019 ◽  
Vol 31 ◽  
pp. 249
Author(s):  
Lucienne Martins Borges ◽  
Mariá Boeira Lodetti ◽  
Márcio Jibrin ◽  
Jean-Bernard Pocreau

A Etnopsiquiatria, fundada por Geroges Devereux, surge enquanto possibilidade de refletir o encontro intercultural e seus desdobramentos quanto à compreensão do adoecimento psíquico e à coerência entre terapêuticas e etiologias deste adoecimento. A síntese teórica que levou à criação da disciplina emerge de inflexões baseadas principalmente nos estudos de Freud, Malinowski, Róheim e de contribuições posteriores de Lévi-Strauss e Bastide. Tobie Nathan é responsável pela criação do modelo de intervenção que coloca em prática a aplicação da teoria. Este artigo visa apresentar o histórico dos princípios precursores que levaram Devereux à síntese teórica e à criação da Etnopsiquiatria e expor as considerações da experiência adquirida na aplicação da disciplina pelo modelo proposto por Nathan e multiplicado por outros clínicos. Do postulado da universalidade do psiquismo que se constitui na particularidade da cultura, compreende-se uma relação intrínseca existente entre cultura e psiquismo, em que a cultura utiliza-se dos mesmos elementos, processos e mecanismos de defesa do psiquismo. Adotando o duplo discurso – Psicanálise e Etnologia – a disciplina define-se complementarista. A Etnopsiquiatria surge enquanto possibilidade diante da lacuna que a lógica da psiquiatria ocidental deixou para explicar o adoecimento psíquico e seu modelo de intervenção viabiliza o posicionamento de aprendiz no encontro intercultural.


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