scholarly journals COVO RECICLADO: NOVO MODELO DE ARMADILHA DE PESCA PARA MINIMIZAR OS CONFLITOS ENTRE A LONTRA E OS PESCADORES

2020 ◽  
Vol 7 ◽  
pp. 1-14
Author(s):  
Rafael Turibio Moraes de Sousa ◽  
Izabela Costa Laurentino ◽  
Gilberto Corso

São várias as espécies de mustelídeos que interagem com populações pesqueiras por todo o mundo, porém, são poucos os estudos que abordam o tema no Brasil. Este é o segundo estudo que enfoca os conflitos entre a Lontra longicaudis (Olfers, 1818 - Ordem: Carnivora; Família: Mustelidae; Subfamília: Lutrinae) com a população pesqueira da APA Bonfim Guaraira, localizada no Estado do Rio Grande do Norte. Foram entrevistadas cinco comunidades que ainda realizam a atividade de pesca com covos artesanais em diferentes municípios. A principal preocupação apontada pelos pescadores foi o interesse da L. longicaudis sobre os covos utilizados para pesca de camarão de rio Macrobrachium sp. (Ordem: Decapoda; Família: Palaemonidae) que estão periodicamente sendo quebrados pela lontra, ademais os covos são confeccionados com materiais oriundos da vegetação in locu. Portanto, o objetivo deste trabalho é apresentar uma solução para melhorar os apetrechos (covos) dos pescadores, através da reciclagem com canos de PVC. O covo produzido foi um sucesso para a pesca artesanal e também gerou subsídios para conservação da L. longicaudis. Apesar da constante perseguição na região, é possível constatar que a grande maioria dos pescadores pensam de maneira diferente, compreendendo que as lontras, assim como eles, também dependem do camarão, do peixe e do rio para sobreviver, neste processo novas ideias foram estimuladas entre os demais pescadores para diminuir este conflito.

2004 ◽  
Vol 21 (3) ◽  
pp. 499-503 ◽  
Author(s):  
Carlos Benhur Kasper ◽  
Juliana Salvi ◽  
Hamilton César Zanardi Grillo

O presente estudo foi realizado no Vale do Taquari, região central do Estado do Rio Grande do Sul, sul do Brasil. Entre dezembro de 2001 e dezembro de 2002 foi realizado um estudo sobre a predação de Cichlidae por Lontra longicaudis (Olfers, 1818) através de análise das escamas encontradas nas fezes de lontra. Foi identificada a predação sobre Gimnogeophagus labiatus (Hensel, 1870) e Crenicichla punctata Hensel, 1870, e a ocorrência destas espécies de peixe na dieta é mais elevada do que sua disponibilidade relativa no ambiente. Foi encontrada uma correlação positiva entre o tamanho do peixe e das escamas, permitindo a construção de uma curva de regressão para estimar o tamanho dos peixes predados baseado no tamanho das escamas encontradas nas fezes de lontra. Neste estudo, os ciclídeos mais frequentemente predados variaram no comprimento entre 100 e 150 mm e no peso entre 22 e 37 g.


2004 ◽  
Vol 21 (1) ◽  
pp. 65-72 ◽  
Author(s):  
Carlos Benhur Kasper ◽  
Maria Júlia Feldens ◽  
Juliana Salvi ◽  
Hamilton César Zanardi Grillo

O estudo foi realizado em duas áreas no Vale do Taquari, região central do Estado do Rio Grande do Sul, Sul do Brasil. Entre agosto de 2000 e dezembro de 2001 foi realizado um estudo sobre a dieta e o uso de abrigos e marcas odoríferas por Lontra longicaudis (Olfers, 1818). Coletaram-se 275 marcas odoríferas, das quais 261 foram analisadas para determinação da dieta. O uso de marcas odoríferas ocorreu por deposição de fezes, sobretudo sobre locais conspícuos das margens dos rios ou no interior dos abrigos. Os abrigos foram formados principalmente por escavação paralela a margem dos rios. Estes abrigos foram altamente reutilizados. Ocorreu predação sobre três grupos de presas: peixes, mamíferos e insetos. Os peixes formam a base da dieta, e as famílias Loricariidae/Callichthyidae, Cichlidae, Pimelodidae/Auchenipteridae e Erythrinidae foram as mais freqüentes nas análises fecais. A ocorrência destes grupos de peixes na dieta é maior do que sua disponibilidade relativa no ambiente.


2012 ◽  
Vol 55 (6) ◽  
pp. 877-886 ◽  
Author(s):  
Fernando Marques Quintela ◽  
Luiz Guilherme Schultz Artioli ◽  
Rafael Almeida Porciuncula

2008 ◽  
Vol 98 (4) ◽  
pp. 469-474 ◽  
Author(s):  
Carlos Benhur Kasper ◽  
Vinicius Augusto G. Bastazini ◽  
Juliana Salvi ◽  
Hamilton Cézar Z. Grillo

This manuscript presents information about the ecology of Lontra longicaudis (Olfers, 1818) in the Taquari Valley, State of Rio Grande do Sul, southern Brazil. The study was carried out in two areas located in the Forquetinha Creek and in the Forqueta River from January to December 2003. The otters are specialist feeders (Bsta = 0.24), with a diet based mostly on fish, especially those of the families Loricariidae and Cichlidae. Most shelters used by the species were excavated burrows underneath tree roots, while shelters within rocks were used less frequently. The burrows showed great variation in size, being found on average 3.5 m (sd = 3.6 m) away from the margin and 2.5 m (sd = 1.2 m) above the water level. Scent marks were made preferentially on rocks and fallen tree trunks at the edge of the water. There was a tendency to increase the reutilization of latrines in detriment of using new sites throughout the sample period.


Check List ◽  
2020 ◽  
Vol 16 (1) ◽  
pp. 83-87
Author(s):  
Izabela Costa Laurentino ◽  
Rafael Turíbio Moraes de Sousa ◽  
Gilberto Corso

Lontra longicaudis (Olfers, 1818), Neotropical Otter, is a medium-sized, carnivorous, semi-aquatic mammal with a wide geographic distribution from Mexico to Uruguay. Although the number of studies on this species has been increasing, the vast majority of them focus on diet and habitat use. This paper updates the distribution of this species by providing new records from 19 municipalities (13 in the Atlantic Forest) in the state of Rio Grande do Norte. These new records are important for the conservation of L. longicaudis.


2008 ◽  
Vol 8 (1) ◽  
pp. 125-131 ◽  
Author(s):  
Tiago Gomes dos Santos ◽  
Marcia Regina Spies ◽  
Katia Kopp ◽  
Rafael Trevisan ◽  
Sonia Zanini Cechin

O estudo foi desenvolvido no Campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), localizado na Depressão Central do Rio Grande do Sul, no bioma Pampa. Aqui uma listagem de mamíferos é apresentada e são discutidas a ocupação espacial e estratégias de conservação da mastofauna local. Entre novembro de 2001 e outubro de 2002 foram registradas 26 espécies nativas e duas espécies exóticas (Lepus europaeus e Mus musculus) de mamíferos, distribuídas em 14 famílias. A maioria das espécies registradas apresenta ampla distribuição, é comumente associada a áreas abertas e apresenta tolerância a distúrbios antrópicos. Entretanto, também foram registradas espécies consideradas raras ou ameaçadas no Estado do Rio Grande do Sul (Lontra longicaudis, Monodelphis dimidiata e Nyctinomops laticaudatus), para as quais são sugeridas estratégias de conservação. A baixa diversidade de espécies registrada no Campus pode estar relacionada à forte pressão de modificações antrópicas, à pequena extensão da área estudada ou a fatores históricos, já que a área de estudo é originalmente campestre (Pampa), tipo de ambiente que abriga menor diversidade de mamíferos que áreas de florestas nativas.


2013 ◽  
Vol 103 (3) ◽  
pp. 240-245 ◽  
Author(s):  
Luciane D. Coletti ◽  
Thaís Michel ◽  
Daniela Sanfelice ◽  
Márcia M. A. Jardim

A utilização de abrigos e do espaço pela lontra neotropical (Lontra longicaudis) (Olfers, 1818), foi estudada em um ambiente alterado e com presença humana no rio Caí, Triunfo, RS. A maioria dos sítios de marcação teve uso ocasional, e uma pequena percentagem teve uso frequente e intenso. A maioria das marcações de cheiro se encontrava no solo a uma média de distância de 1,65m da linha d'água. Ao todo foram encontrados sete abrigos na área de estudo, sendo que a lontra demonstrou preferência por abrigos específicos. O abrigo mais utilizado se constituía em escavações na barranca do rio sob as raízes de uma árvore, sendo este o de maiores dimensões e o único com galerias sob o solo. Os demais abrigos se encontravam no nível do solo e consistiam em emaranhados de galhos sob a vegetação, ou de raízes e/ou troncos caídos. O uso do espaço pela lontra esteve correlacionado à localização de suas tocas, ao grau de cobertura vegetal do local e parece ter sido pouco influenciado pelo distúrbio humano. Para medidas de conservação da lontra neotropical ressalta-se a importância da manutenção da mata ciliar e a proteção das áreas com a presença de abrigos.


Therya ◽  
2013 ◽  
Vol 4 (2) ◽  
pp. 281-296 ◽  
Author(s):  
Diana Laura Duque-Dávila ◽  
Emilio Martínez-Ramírez ◽  
Francisco Javier Botello-López ◽  
Víctor Sánchez-Cordero

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