scholarly journals Campanulaceae na região serrana do estado Rio de Janeiro, Brasil

Rodriguésia ◽  
2020 ◽  
Vol 71 ◽  
Author(s):  
Isis de Mello Rollim ◽  
Marcelo Trovó

Resumo Campanulaceae possui distribuição cosmopolita, sendo composta por cerca de 2.400 espécies e 84 gêneros. No Brasil, compreende 55 espécies, distribuídas majoritariamente na Mata Atlântica do sudeste. Este trabalho teve por objetivo realizar o tratamento florístico das espécies da família na região serrana do Rio de Janeiro, representando a porção norte da Serra do Mar no estado. Foram registradas 18 espécies distribuídas em cinco gêneros: Centropogon (1 spp.), Hippobroma (1 spp.), Triodanis (1 spp.), Lobelia (5 spp.) e Siphocampylus (10 spp.). A maioria das espécies ocorre em campos de altitude e áreas antropizadas, como beira de estradas. L. santos-limae é a única espécie endêmica do estado, sendo avaliada como criticamente em perigo de extinção. Ressalta-se a ocorrência de Triodanis perfoliata, que não havia sua distribuição atribuída ao estado. São apresentadas ilustrações, descrições, chave de identificação, além de comentários sobre distribuição geográfica e variação morfológica das espécies.

Author(s):  
Marcos Cabrerisso Hilario ◽  
Marcelo Teixeira César de Oliveira

O Parque Estadual da Serra do Mar (PESM) foi criado pelo Decreto nº 10.251, de 30/08/77, ampliado pelos decretos nº 13.313, de 06/03/79 e nº 19.448, de 30/08/82 e tombado pelo CONDEPHAAT pela resolução de nº 40 de 06/06/1985. Possui uma área de 315.390,69 ha com terras em diversos municípios do estado de São Paulo e com diversos Núcleos Administrativos (Caraguatatuba, Cunha, Curucutu, Itutinga-Pilões, Itarirú, Picinguaba, Santa Virgínia e São Sebastião). Integra o grande corredor de biodiversidade de Mata Atlântica, sendo constituído também por biomas como os manguezais. O presente estudo foi realizado no Núcleo Picinguaba, no município de Ubatuba e com uma área 47.500,00 ha, próximo a divisa com o estado do Rio de Janeiro sendo o único núcleo ao nível do mar. Tem sobreposição de parte de sua área com o Parque Nacional da Serra da Bocaina. Dentro do parque encontram-se cinco vilas de caiçaras que mantém a tradição da cultura praticando a pesca artesanal e cultivo de subsistência. O objetivo deste trabalho foi o de realizar a avaliação preliminar da infra-estrutura de uso público e de pessoal, verificando suas condições, adequação e atividades. O trabalho foi iniciado com pesquisa bibliográfica, webgráfica e complementada com o levantamento de campo através de observação, anotações, fotografias, relatos dos administradores e de monitores executado durante o primeiro semestre de 2009. Possui hospedagem para receber grupos compostos por 30 a 40 pessoas com pré-agendamento com marcação bastante concorrida. Possui centro de visitantes com sala para 120 lugares equipado com telão, data show, mapa de todo o PESM, sanitários, bebedouros, sala de exposições com painéis explicativos dos biomas existentes no núcleo, animais empalhados, conchas, rochas e outros materiais, biblioteca, mapoteca e videoteca abertas aos visitantes. A Praia da Fazenda, próxima a sede do núcleo é a única aberta à visitação livre. São dez as trilhas abertas ao público e são feitas em grupos de no máximo 20 visitantes orientados por monitores moradores da região com capacitação oferecida pela Secretaria do Meio Ambiente. Os percursos são todos sinalizados indicando locais de paradas para observação de espécies de flora, fauna e particularidades de cada ambiente, além dos avisos de proibição de acessos. Os monitores foram acompanhados em três trilhas e demonstraram conhecimento da região fornecendo informações das características naturais dos biomas, a fauna e a flora durante o trajeto. A área estudada apresenta infra-estrutura boa para visitação e hospedagem, bem como fornece informações adequadas sobre o local no centro de visitantes, completadas com as palestras e acompanhamento nas trilhas, no entanto, falta material informativo que possa ser entregue aos visitantes com fins de difusão do conhecimento apresentado sobre a área conservada e que poderia servir para aprofundá-lo e colaborar na multiplicação do mesmo para completar o trabalho de interpretação ambiental.


2021 ◽  
Vol 14 (34) ◽  
Author(s):  
Viviane de Almeida Duarte de Oliveira ◽  
Yasmim Calixto Carvalho da Silva ◽  
Patrícia Regina Chaves Drach

As vilas Dois Rios e do Abraão, localizadas na Ilha Grande, uma região costeira de Angra dos Reis, integram a Costa Verde do estado do Rio de Janeiro. Por suas características naturais importantes, como a presença da Mata Atlântica, do relevo definido pela Serra do Mar e dos consideráveis corpos hídricos (79 bacias), trata-se de uma área de preservação ambiental e sociocultural histórica. O conjunto paisagístico-urbano é um atrativo turístico que faz com que a região receba um grande contingente de visitantes durante o ano. A diversidade cultural e do ecossistema, presentes na Ilha Grande, torna a região um pólo de atração para pesquisadores e estudantes vinculados ou não à universidade e centros de pesquisa que estão presentes na região. O objetivo deste trabalho é entender a ocupação urbana na região e sua evolução a partir das grandes transformações que ocorreram no local. Dentre elas pode ser apontado o fechamento do Instituto Penal Cândido Mendes – IPCM, o posterior crescimento do interesse de visitantes e os novos moradores na região. Através do levantamento efetuado e dos mapas desenvolvidos para entender essa ocupação, foi possível observar que apesar de não ter ocorrido uma importante expansão do contorno do núcleo urbano, observa-se no interior do conjunto, majoritariamente na Vila do Abraão, uma ocupação desordenada para atender ao aumento da população.


2006 ◽  
Vol 23 (3) ◽  
pp. 597-607 ◽  
Author(s):  
Henrique Rajão ◽  
Rui Cerqueira

Foram descritas e analisadas as distribuições altitudinais das seis espécies de Drymophila Swainson, 1824, endêmicas da Mata Atlântica e identificados e discutidos os casos de simpatria. Para isso, foram usados dois conjuntos de dados, um em escala local (a Serra dos Órgãos, um segmento da Serra do Mar no Estado do Rio de Janeiro) e outro em escala regional (Mata Atlântica). Os registros e as altitudes na Serra dos Órgãos foram obtidos diretamente no campo enquanto que os dados da Mata Atlântica foram obtidos principalmente a partir de exemplares depositados em museus de história natural. Os dois conjuntos de dados mostraram um padrão similar de distribuição altitudinal das espécies: D. squamata (Lichtenstein, 1823) e D. ferruginea (Temminck, 1822) nas menores altitudes, D. malura (Temminck, 1825), D. ochropyga (Hellmayr, 1906) e D. rubricollis (Bertoni, 1901) com limites altitudinais semelhantes entre si e intermediários em relação às demais espécies e D. genei (Filippi, 1847), restrita às maiores altitudes. A maior parte das localidades na Mata Atlântica e pontos de observação na Serra dos Órgãos apresenta apenas uma ou duas espécies. Isso sugere que, embora possam ocorrer nas mesmas áreas ou localidades, as espécies tendem a se excluir. Drymophila squamata e D. malura foram as espécies que menos vezes ocorreram em simpatria proporcionalmente, nas duas escalas de análise. A simpatria entre as espécies irmãs D. ochropyga-D. genei e D. ferruginea-D. rubricollis ocorreu em localidades nas Serras do Mar e da Mantiqueira, sempre em faixas altitudinais estreitas, nunca superiores a 300 m de intervalo.


Rodriguésia ◽  
2001 ◽  
Vol 52 (81) ◽  
pp. 65-105 ◽  
Author(s):  
Inês da Silva Santos ◽  
Ariane Luna Peixoto

RESUMO A família Monimiaceae engloba 30 gêneros e cerca de 400 espécies de árvores ou arbustos distribuídos pelas regiões tropicais e subtropicais, especialmente do Hemisfério Sul. Está representada no Brasil por seis gêneros e cerca de 95 espécies, sendo os gêneros mais ricos em espécies Mollinedia e Siparuna. Macropeplus, gênero endêmico do Brasil, ocorre em áreas florestadas nos campos rupestres, cerrados e mata atlântica, acima de 1.000 m de altitude, nos estados da Bahia, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. Desde a sua criação, no final do século passado, e até o presente estudo era considerado monoespecífico e compreendendo oito variedades. O presente estudo reconhece quatro táxons, que foram elevados à categoria de espécie: Macropeplus dentatus (Perkins) I.Santos & Peixoto, M. friburgensis (Perkins) I.Santos & Peixoto, M. ligustrinus (Tul.) Perkins e M. schwackeanus (Perkins) I.Santos & Peixoto. As espécies são distintas predominantemente com base na margem e consistência das folhas bem como na coloração que adquirem quando secas, tanto em campo quanto em laboratório; utilizou-se também, como caracteres diferenciais, comprimento do pedúnculo, do pedicelo, dos lobos florais e o número de estames. M. ligustrinus é a espécie de maior área de distribuição, ocorrendo na Bahia, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal; M. friburgensis é exclusiva da Serra do Mar, no Rio de Janeiro, ocorrendo nos municípios de Nova Friburgo e Teresópolis; M. schwackeanus é endêmica de Minas Gerais, ocorrendo na Serra de Ouro Preto e Serra do Caparaó; M. dentatus ocorre na Serra do Mar e na Serra da Mantiqueira, no Rio Janeiro e São Paulo. Durante o presente estudo foram localizadas nove populações no campo: cinco de M. ligustrinus, uma de M. friburgensis e três de M. dentatus. Não se pode localizar ainda nenhuma população de M. scwackeanus no campo.


1995 ◽  
Vol 5 (2-3) ◽  
pp. 421-439 ◽  
Author(s):  
Bret M. Whitney ◽  
José Fernando Pacheco

SummaryWe review the distribution and habitat of four Myrmotherula antwrens endemic to the Atlantic Forest of eastern Brazil, and present data to correct and update the information available in the literature. Based primarily on field experience over the past several years, we show that these birds are highly threatened despite having beenrecorded in several reserves. The chief issue affecting the continuedsurvival of these Myrmotherulas is that very little lowland (i.e. below 300 m) forest is included in the reserve system, and almostnone exists outside the protected areas. Those lowland forests that do exist, both within and outside of reserves, are invariably under greater human pressure than the much more extensive forests of the adjacent uplands, and are disappearing at a much greater rate. With the aim of protecting not only these Myrmotherulas but also the entire lowland fauna of the Atlantic Forest, we recommend that funding for a significant and monitored increase in the guard system be made available to help ensure the integrity of the existing forest reservesinto the future. As probably the single most important lowland forestpatch in Espirito Santo/Rio de Janeiro that does not have official reserve status, we highly recommend that negotiation to establish “Fazenda Uniāo” in northern Rio de Janeiro as a carefully maintained protection area be initiated immediately, before thepossibility to preserve it passes.Apresenta-se uma resenha da distribuição e habitat de quatro espécies endêmicas do gênero Myrmotherula da Mata Atlântica e também dados para corrigir e atualizar a informaçao disponivel em literatura. Baseando-se principalmente na experiência de campo dos autores durante os ultimos anos, evidências são fornecidas para demonstrar que a sobrevivência destas espécies está claramente ameaaçcada a despeito da ocorrência destas em diversas unidades de conservaaçcão existentes ao longo de suasdistribuiaçcōes. O dado mais relevante que interfere diretamente na continuada sobrevivência destas formas é quemuito pouco das florestas baixo-montanas estao inseridas no sistema de unidades de conservaaçcão ao longo da Serra do Mar e mesmo quase nada existe destes ambientes fora das reservas. Estas poraçcões de floresta nas baixadas ou em cotas inferiores a 300 m quando existem, fora ou dentro das unidades de conservaaçcão, estão invariavelmente sob maior pressão humana e assim desaparecendo em muito maior proporaçcāo do que as mais extensas florestas montanas adjacentes. Dentro de uma perspectiva conservacionista n???amacr;o somente destas quatro especies de Myrmotherula mas de toda fauna da Mata Atlântica de baixas altitudes recomenda-se o investimento monitorado a longo prazo de um expressivo sistema de guarda-parques para garantir a integridade das unidades de conservaaçcāo existentes permanentemente. Recomenda-se especialmente tambem a negociaaçcão imediata para o estabelecimento da Fazenda Uniao no norte do Estado de Rio de Janeiro como unidade de conservaaçc‘atilde;o para que esta area, provavelmente o mais importante trecho de floresta nao preservada legalmente dos estados Espirito Santo/Rio de Janeiro, desapareaçca antes da sua possibilidade de preservaaçcāo.


Author(s):  
Maria Aparecida de Souza ◽  
Jorge Medina

Na Região Serrana, no Estado do Rio de Janeiro, foi criada a Unidade de Conservação de Proteção Integral Parque Estadual dos Três Picos. Sua formação física apresenta-se de forma significativa na composição de paisagens e ambientes de exótica e espetacular beleza cênica. Esta também contribuiu na formação de uma rica biodiversidade no domínio de Mata Atlântica. O uso público desta unidade de conservação destina-se essencialmente às atividades de ecoturismo nas diversas trilhas, cachoeiras, observação de pássaros e no montanhismo. Este trabalho tem como objetivo identificar, analisar e promover atividades de geoturismo e ecoturismo na área, buscando-se junto ao visitante a sensibilização e a interpretação dos diversos cenários existentes. A metodologia utilizada foi revisão de bibliografia pertinente ao tema, trabalho de campo, e a observação e análise de locais e trilhas onde há possibilidade de desenvolvimento dessas atividades. tendo como base a educação ambiental. Busca-se como resultado o melhor uso público combinando atividades relacionadas ao geoturismo e ao ecoturismo. Palavras-chave: Geoturismo; Ecoturismo; Unidade de Conservação; Educação Ambiental


Rodriguésia ◽  
2017 ◽  
Vol 68 (1) ◽  
pp. 233-244 ◽  
Author(s):  
Igor Musauer Kessous ◽  
Andrea Ferreira da Costa

Resumo O Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO) está localizado entre os municípios fluminenses de Teresópolis, Petrópolis, Guapimirim e Magé abrangendo ambientes desde Floresta Pluvial Baixo Montana até Campos de Altitude. A família Bromeliaceae possui cerca de 3.503 espécies distribuídas em 59 gêneros. Os gêneros Canistropsis e Nidularium são endêmicos do Brasil e possuem seu centro de diversidade na Mata Atlântica. O objetivo deste trabalho foi inventariar e descrever os táxons presentes no PARNASO, além de propor chaves de identificação dos gêneros e das espécies e fornecer informações sobre a distribuição geográfica e caracterizar sua ocorrência na área do parque. O levantamento bibliográfico e de exsicatas foi feito através das principais monografias da família e pela visita aos principais herbários do Rio de Janeiro. O trabalho de campo consistiu em expedições para coleta de exemplares no parque. As descrições e a análise dos dados foram feitas com auxílio de literatura especializada. Foram inventariados oito táxons no parque, um de Canistropsis e sete de Nidularium. O presente trabalho contribui com a taxonomia dos gêneros e conservação das espécies no Parque Nacional da Serra dos Órgãos.


2012 ◽  
Vol 102 (4) ◽  
pp. 438-447 ◽  
Author(s):  
Francisco Mallet-Rodrigues

A região onde se localiza o estado do Rio de Janeiro pode ser considerada biogeograficamente importante por abrigar os limites geográficos extremos da Serra do Mar e das florestas dos tabuleiros (ou de baixada), formações bastante significativas para a distribuição de diversas espécies de aves. Nesse estudo, através de extensa consulta bibliográfica, foram encontradas 59 espécies de aves com seu limite sul (40 espécies) ou norte (19 espécies) de distribuição geográfica localizado no estado do Rio de Janeiro. As espécies com limite sul de distribuição no estado têm registros em quase todo o território fluminense, exceto na região do alto vale do rio Paraíba do Sul e na porção mais ocidental da costa fluminense. São espécies predominantemente associadas às florestas de baixada e submontanas e mais da metade está incluída na lista de espécies ameaçadas de extinção do estado. As espécies com limite norte de distribuição no Rio de Janeiro podem ser classificadas em dois grupos básicos quanto ao seu padrão de distribuição em território fluminense. O primeiro grupo é composto por espécies de ambientes florestais montanos e endêmicas da Mata Atlântica, enquanto o segundo grupo é constituído por visitantes ocasionais associados a ambientes aquáticos. A baixa representatividade de espécies ameaçadas entre aquelas com limite norte de distribuição no Rio de Janeiro pode ser explicada pela elevada proporção, entre suas espécies florestais, de representantes de matas serranas, melhor preservadas que as matas de baixada.


2009 ◽  
Vol 9 (2) ◽  
pp. 139-150 ◽  
Author(s):  
Otavio Augusto Vuolo Marques ◽  
Donizete Neves Pereira ◽  
Fausto Erritto Barbo ◽  
Valdir José Germano ◽  
Ricardo Jannini Sawaya

O Município de São Paulo é uma área bem amostrada em relação à fauna de répteis devido à coleta intensiva feita pela população local nos últimos 100 anos. Neste trabalho consultamos registros e examinamos exemplares de coleções científicas para elaborar uma lista das espécies da região. A fauna de répteis também foi caracterizada em relação a três parâmetros ecológicos: uso do ambiente, uso de substrato e hábitos alimentares. Registramos um total de 97 espécies de répteis (dois quelônios, um crocodiliano, 19 lagartos, sete anfisbenídeos e 68 serpentes). Aproximadamente 70% da fauna de lagartos e 40% das serpentes é composta por espécies típicas de ambientes florestais e ocorrem na Serra do Mar. Outros squamata são característicos de formações abertas e são encontrados, sobretudo nas formações abertas de Cerrado do interior paulista. Todas tartarugas e o crodiliano estão associados a corpos da água. Aproximadamente 63% dos lagartos são predominantemente terrícolas e os demais são arborícolas. A maior parte das espécies de serpentes é terrícola (38%) ou subterrânea/criptozóica (25%), menor parte é arborícola (18%) ou aquática (9%). Artrópodes são o item predominante na dieta de lagartos. Quase 50% das espécies de serpentes alimentam-se exclusivamente ou predominantemente de anfíbios anuros. Outros itens alimentares importantes são mamíferos (24%), lagartos (18%), vertebrados subterrâneos (10%) e invertebrados (minhocas, moluscos e artrópodes; 15%). Um total de 51 espécies não tem sido registrado ao longo dos últimos seis anos no município. Provavelmente muitas dessas espécies já estão extintas na região em função da intensa urbanização e perda de hábitats. O levantamento de espécies coletadas no Município de São Paulo e recebidas pelo Instituto Butantan em anos recentes permitiu identificar pelo menos 42 espécies de serpentes e 10 lagartos que ainda ocorrem na região. A elevada riqueza desta fauna pretérita parece ser decorrente da localização geográfica do município, que, no passado, apresentava um mosaico de áreas florestais de Mata Atlântica e formações naturais abertas (cerrados, campos de altitude). Desse modo, a região deveria permitir originalmente a ocorrência concomitante de muitas espécies de áreas florestais e abertas. A fauna de serpentes atual registrada ao longo dos últimos três anos indica que houve uma perda maior da biodiversidade de espécies de formações abertas em relação àquelas de formações florestais.


2002 ◽  
Vol 26 (6) ◽  
pp. 727-742 ◽  
Author(s):  
Rosângela Alves Tristão Borém ◽  
Ary Teixeira de Oliveira-Filho

Este estudo foi realizado em um fragmento de Floresta Atlântica pertencente à fazenda Biovert, no município de Silva Jardim, Rio de Janeiro. Teve como objetivos a caracterização da vegetação e a análise da estrutura da comunidade arbórea que ocorre ao longo de uma toposseqüência de um trecho de Floresta Atlântica bastante alterado antropicamente, de forma a estabelecer critérios adequados para seu manejo e sua recuperação. Para o estudo foi empregado o método de amostragem por parcelas de área fixa, distribuídas de forma sistemática, na toposseqüência. Os dados foram coletados de parcelas amostrais de 600 m², alocadas nos terços inferior, médio e superior de uma toposseqüência. Foram registrados, por espécie, os nomes vulgares e científicos e a circunferência do tronco a 1,30 m (CAP). No levantamento da composição florística foram constatadas 43 famílias, 95 gêneros e 129 espécies, obtendo-se um índice de diversidade de Shannon (H') de 4,137 nats/indivíduo. As espécies mais importantes (VI) foram Euterpe edulis, Cecropia glaziovii, Astrocaryum aculeatissimum e Piptadenia gonoacantha.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document