scholarly journals A família Orchidaceae no município de Morro do Chapéu, Bahia, Brasil

Rodriguésia ◽  
2012 ◽  
Vol 63 (4) ◽  
pp. 883-927 ◽  
Author(s):  
Cláudia Araújo Bastos ◽  
Cássio van den Berg

Este trabalho apresenta um estudo florístico das Orchidaceae de Morro do Chapéu, município pertencente à Chapada Diamantina e localizado no estado da Bahia, Brasil. Cinquenta e três espécies distribuídas em 29 gêneros foram reconhecidas no presente trabalho. Dentre os gêneros mais diversos no município destacam-se Epidendrum (cinco espécies), Gomesa (cinco), Encyclia (quatro), e Habenaria (quatro). Morro do Chapéu apresentou 25 espécies exclusivas quando comparado com outros levantamentos regionais da Chapada Diamantina, contribuindo com quatro novos registros para esta área (Galeandra beyrichii, Gomesa barbata, Habenaria josephensis e Prescottia oligantha). Quinze espécies listadas neste levantamento não ocorrem nas outras áreas do leste brasileiro comparadas, estando distribuídas apenas ao longo da Cadeia do Espinhaço. Diferenças no tipo vegetacional, extensão territorial, grau de antropização e amostragem parecem interferir na similaridade florística dessas áreas. São apresentados chave de identificação, descrições, ilustrações e comentários sobre as espécies.

Rodriguésia ◽  
2015 ◽  
Vol 66 (3) ◽  
pp. 675-683 ◽  
Author(s):  
Abel Augusto Conceição ◽  
Fabiciana da Hora de Cristo ◽  
Alex de Almeida dos Santos ◽  
Juliana Barbosa dos Santos ◽  
Emile Lemos Freitas ◽  
...  

ResumoCampos rupestres constituem uma vegetação típica de montanhas da Cadeia do Espinhaço e com elevado grau de endemismo de plantas, contendo algumas áreas com histórico de perturbações por garimpo e pisoteio. O presente estudo foca em duas perguntas principais: 1) Campos rupestres que foram perturbados pelo garimpo há cerca de 15 anos atrás possuem composição florística e estrutura similares a áreas sem perturbação? 2) A riqueza e abundância de espécies exóticas invasoras e de espécies nativas de ampla distribuição tendem a ser mais elevadas nessas áreas garimpadas ou pisoteadas? Quatro campos rupestres foram amostrados em Igatu, Andaraí, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil: dois onde a atividade de garimpo cessou há 15 anos, um sob perturbação atual por pisoteio, mas sem histórico de garimpo e outro em uma área conservada (vegetação amostrada por 16 parcelas de 10x10 m, quatro em cada área). A distribuição geográfica das espécies foram determinadas com base na literatura e análises de classificação e ordenação foram feitas. A composição florística dos campos rupestres foi afetada pelas perturbações, mas apenas a perturbação por garimpo teve efeito marcante sobre a estrutura da vegetação. Espécies de ampla distribuição mais generalistas e a espécie invasora Melinis minutiflora P.Beauv. foram restritas às áreas perturbadas, mostrando a necessidade de monitoramento de espécies invasoras nas áreas garimpadas do Parque Nacional da Chapada Diamantina.


Rodriguésia ◽  
2016 ◽  
Vol 67 (1) ◽  
pp. 125-202 ◽  
Author(s):  
Nádia Roque ◽  
Edlaine C. de Oliveira ◽  
Lúcia Moura ◽  
Aline S. Quaresma ◽  
Helen A. Ogasawara ◽  
...  

Levantamentos florísticos de Asteraceae na Cadeia do Espinhaço têm confirmado uma significante riqueza de espécies e de endemismos dessa família para as vegetações campestres. O presente trabalho tem como objetivo realizar um inventário florístico de Asteraceae no município de Mucugê, Bahia, oferecendo subsídios para o reconhecimento da família na região. As coletas têm sido realizadas na região há pelo menos uma década e meia cobrindo grande parte da área do Município. Foram estudados também os materiais provenientes dos herbários ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS, MBM, NYBG, RB, SP, SPF e UB. A família Asteraceae está representada em Mucugê por 18 tribos, 78 gêneros e 167 espécies. As tribos com maior número de espécies são Eupatorieae (49 spp.), Vernonieae (46 spp.), Astereae (18 spp.) e Heliantheae (11 spp.). Dos gêneros registrados, cinco são monoespecíficos (Pseudostifftia, Platypodanthera, Bahianthus, Conocliniopsis e Prolobus) e cinco são endêmicos da Bahia (Pseudostifftia, Stylotrichium, Lasiolaena e Semiria). Dentre os gêneros com maior riqueza, destacam-se Baccharis (17 spp.), Lychnophora (11 spp.), Mikania (10 spp.), Lepidaploa e Lessingianthus (7 spp.) cada. São apresentadas chaves de identificação para as tribos, gêneros e espécies, comentários taxonômicos e distribuição geográfica para cada táxon, além de ilustrações e fotos.


2003 ◽  
Vol 17 (1) ◽  
pp. 49-70 ◽  
Author(s):  
Reyjane Patrícia de Oliveira ◽  
Hilda Maria Longhi-Wagner ◽  
Ana Maria Giulietti

É apresentado o levantamento das espécies do gênero Ichnanthus P. Beauv. (Poaceae) presentes na Chapada Diamantina, parte norte da Cadeia do Espinhaço, situada na região central do Estado da Bahia, Brasil. O trabalho foi feito com base em estudo de espécimes de herbários, coletas intensivas e análise das populações no campo. Foi confirmada a ocorrência de nove espécies que habitam geralmente bordas de matas (I. leiocarpus, I. nemoralis e I. pallens), algumas das quais presentes também nos campos rupestres e cerrados (I. bambusiflorus, I. calvescens, I. dasycoleus, I. inconstans e I. procurrens), ou predominando nestes, sendo apenas uma restrita a áreas de caatinga (I. zehntneri). Este trabalho apresenta chave analítica para a identificação das espécies, descrições e ilustrações das mesmas, além de comentários taxonômicos e ecológicos.


Hoehnea ◽  
2014 ◽  
Vol 41 (3) ◽  
pp. 469-482 ◽  
Author(s):  
Tiago Luiz Vieira ◽  
Fábio de Barros ◽  
Nádia Roque

Este trabalho teve como objetivo desenvolver um estudo florístico da família Orchidaceae para o município de Jacobina, Chapada Diamantina, BA, Brasil. Foram realizadas cinco viagens de coleta (2011-2012) e visitas aos herbários ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS, SP e SPF. Identificou-se 28 espécies distribuídas em 20 gêneros, sendo os com maior riqueza Epidendrum (cinco espécies) e Cyrtopodium (quatro espécies). Foram encontradas quatro novas ocorrências para a Chapada Diamantina (Aspidogyne argentea, Baptistonia nitida, Catasetum purum e Cyrtopodium holstii) e uma para o Estado da Bahia (Wullschlaegelia aphylla). Em análise comparada da flora de Orchidaceae entre localidades da Cadeia do Espinhaço, a partir de índice de Jaccard e análise de agrupamento (UPGMA), as localidades do Estado da Bahia formaram um grupo distinto das de Minas Gerais, e o município de Jacobina apresentou maior similaridade com o Morro do Chapéu (J = 0,24). Proximidade geográfica e fitofisionomia predominante são fatores que influenciaram o padrão de agrupamento encontrado. São apresentadas lista, chave de identificação e distribuição geográfica das espécies, bem como comentários taxonômicos e biológicos.


Hoehnea ◽  
2013 ◽  
Vol 40 (1) ◽  
pp. 51-76 ◽  
Author(s):  
Gisele de Oliveira Silva ◽  
Maria das Graças Lapa Wanderley

O presente trabalho tem como objetivo estudar as Xyridaceae do município de Mucugê, como parte do Projeto Flora da Bahia. Mucugê localiza-se no centro do Estado da Bahia, no limite norte da Cadeia do Espinhaço, abrigando parte do Parque Nacional da Chapada Diamantina e o Parque Municipal de Mucugê. O tipo vegetacional predominante em Mucugê é o campo rupestre, um dos maiores centros de diversidade da flora brasileira. O trabalho foi baseado em coleções de herbário e novas coletas. Contém descrições, ilustrações, chaves de identificação e dados de localização geográfica dos táxons, bem como comentários taxonômicos. Foram reconhecidas 19 espécies para o município de Mucugê, pertencentes ao gênero Xyris, sendo cinco táxons endêmicos da Chapada Diamantina.


Author(s):  
Amanda Lima Pinheiro

Entre os gêneros de bromélias encontrados na Cadeia do Espinhaço está o Orthophytum (VERSIEUX et al., 2008). No estado baiano, é encontrada a espécie Orthophytum mucugense (Wand.e Conceição). Os relatos acerca da sua distribuição geográfica revelam que a sua ocorrência está restrita ao município de Mucugê – Chapada Diamantina (BELLINTANI, 2006). Esta espécie é considerada vulnerável por seu endemismo e por ser alvo de extrativismo (LIMA et al. 2012) sendo necessários estudos que visem a conservação desta espécie.A cultura de tecidos vegetais pode ser uma opção viável para a conservação ex situ de O. mucugense através do crescimento mínimo. Esta técnica permite que uma grande quantidade de plantas seja conservada em um espaço físico reduzido, sem os riscos existentes no campo e mantendo a fidelidade genética, o que garante assim a disponibilidade de material para o intercâmbio de germoplasma e estudos de melhoramento genético (FARIA et al., 2006).Não há relatos de estudos de conservação in vitro para O. mucugense, portanto o objetivo deste trabalho foi avaliar os aspectos morfofisiológicos e a viabilidade das plantas de Orthophytum mucugense submetidas a conservação in vitro.


Author(s):  
Ariadne De Aráujo Sampaio

A família Ericaceae é representante do clado das Asterídeas, ordem Ericales (APG 2016). Apresenta distribuição cosmopolita, com cerca de 124 gêneros e 4.100 espécies, e é encontrada frequentemente em áreas tropicais e temperadas, habitando áreas ensolaradas e de solo ácidos (Souza & Lorenzi 2012). No Brasil ocorrem 12 gêneros e 99 espécies, dois eles encontrados na Bahia (Agarista D.Don ex G.Don e Gaylussacia Kunth), com ca. 19 espécies e 13 variedades. Ambos são ocorrentes na Bahia, encontrados ao longo da Chapada Diamantina, especialmente em áreas de campos rupestres (Sampaio e Oliveira 2017).Agarista está inserido na tribo Lyonieae, subfamília Vaccinioideae (Romão, 2011) sendo registradas 21 espécies desse gênero no Brasil, a maioria em campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Romão & Souza, 2014). Estudos anteriores realizados por Sampaio & Oliveira (2017) indicaram a ocorrência de seis espécies e um morfotipo desse gênerona Chapada Diamantina, cujos aspectos morfológicos não concordavam com nenhuma das referidas espécies, algumas delas com limites confusos, necessitando de reavaliação taxonômica.Assim, o presente trabalho teve como objetivo principal analisar mais detalhadamente a identidade taxonômica de espécies de Agarista ocorrentes na Chapada Diamantina, especialmente de A. coriifolia (Thunb.) Hook. ex Nied, afim de reavaliar a existência de novos caracteres que auxiliem na delimitação das mesmas, tanto do ponto de vista macro quanto micromorfológico.


Phytotaxa ◽  
2020 ◽  
Vol 450 (2) ◽  
pp. 119-148 ◽  
Author(s):  
RICARDO PACIFICO ◽  
FRANK ALMEDA ◽  
AUGUSTO FROTA ◽  
KARINA FIDANZA

In this study we describe areas of endemism from Brazilian mountaintops associated with campo rupestre vegetation based on taxonomically verified records of Microlicieae (Melastomataceae). To test the relevance of taxonomically vetted data, we compared these areas with those recovered using records downloaded from the Global Biodiversity Information Facility (GBIF) website. A total of 12 areas of endemism are recognized and described, of which only eight (66%) were retrieved using GBIF data. With 1º and 0.5º cells, analyses of GBIF data didn’t detect both individual and consensus areas of endemism with Endemicity scores as high as analyses of taxonomically verified data. Records based on misidentified specimens and/or incorrect coordinates affected the detection of areas of endemism using GBIF data. Our results show that taxonomically verified data may improve the efficiency of areas of endemism identification. Besides, the results suggest that the recovery of stable and continuous areas of endemism may be improved by using larger cells and adopting the loose criterion rule to merge individual areas of endemism into consensus areas. Biogeographically, the results indicate that the evolutionary histories of Chapada Diamantina, Southern Espinhaço and Brazilian Central Plateau were related to the radiation of Microlicieae, especially the genera Lavoisiera, Microlicia, and Trembleya. The expansion of areas of endemism in the Cadeia do Espinhaço was probably accelerated by climatic instability and glaciation cycles from Pliocene to Pleistocene.


2013 ◽  
Vol 13 (3) ◽  
pp. 289-314 ◽  
Author(s):  
Luzicléia Araújo Sousa ◽  
Hortensia Pousada Bautista ◽  
Jomar Gomes Jardim

Este trabalho consiste no levantamento das espécies de Rubiaceae encontradas na Serra da Fumaça - complexo de Serras da Jacobina, Bahia. No período de junho de 2011 a agosto de 2012 foram realizadas coletas mensais de material botânico ao longo de trilhas e no interior da floresta contemplando todas as fitofisionomias existentes na área. Foram registradas 36 espécies distribuídas em 20 gêneros. Os gêneros mais representativos em número de espécies foram Borreria G.Mey. (5 spp.), Diodella Small, Mitracarpus Zucc. exSchult. & Schult.f. e Psychotria L. (3 spp. cada), seguidas porCoccocypselum P.Browne, Declieuxia Kunth,Palicourea Aubl., Perama Aubl., Richardia L. eStaelia Cham. & Schltdl. (2 spp. cada). Os demais gêneros foram representandos por apenas uma espécie cada: Cordiera elliptica(Cham.) Kuntze, Coutarea hexandra (Jacq.) K.Schum.,Emmeorhiza umbellata (Spreng.) K.Schum., Genipa americana L., Guettarda sericea Müll. Arg., Malanea macrophylla Bartl. ex Griseb., Manettia cordifolia Mart.,Posoqueria latifolia (Rudge) Roem. & Schult., Sabicea grisea Cham. & Schltdl., Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K.Schum. Foram registradas duas espécies endêmicas, uma da Chapada Diamantina (Perama harleyi J.H.Kirkbr. & Steyerm.) e outra da caatinga (Guettarda sericea Müll.Arg.). Psychotria jambosioides Schltdl. e P. mapourioides DC. foram registradas pela primeira vez para a Cadeia do Espinhaço, ambas conhecidas apenas da Mata Atlântica litorânea. Chave de identificação para as espécies, descrições, ilustrações e informações sobre a distribuição geográfica das espécies e dados fenológicos são apresentados.


Author(s):  
Hémilly Marques Seixas

A região do Semiárido ocupa ca. 900.000 Km2, incluindo parte dos Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais, correspondendo basicamente à delimitação do Bioma Caatinga (Queiroz et al. 2006). Essa região é bastante heterogênea e no centro da Bahia inclui a Chapada Diamantina, que representa a porção norte da Cadeia do Espinhaço. O principal tipo de vegetação da Chapada é o campo rupestre, que se desenvolve acima de 900m, composto basicamente por plantas herbáceas e arbustivas; mas outros tipos de vegetação também são encontrados, como florestas nas encostas das montanhas e caatingas nas áreas mais baixas (Giulietti et al. 1997). Muitos estudos florísticos vêm sendo realizados nessa região, com grande número de gêneros e espécies endêmicas, além de frequentes novas espécies e novos registros de ocorrência (Zappi et al. 2002; Rapini et al. 2008).Cyperaceae é uma família de monocotiledôneas inserida na ordem Poales (APG 2016). É bem representada na Chapada Diamantina e inclui ervas rizomatosas, com caule triangular, bainhas fechadas, sem lígula e folhas frequentemente formando rosetas na base das plantas; as inflorescências ocorrem em complexos arranjos de espiguetas, normalmente subtendidas por brácteas (Judd et al. 2009). Ocorre especialmente em lagoas temporárias e outros ambientes úmidos ou alagados, incluindo as subfamílias Mapanioideae e Cyperoideae, diferenciadas por unidades reprodutivas (Monteiro 2015).Com distribuição cosmopolita, Cyperaceae inclui ca. 5.000 espécies (Oliveira et al., 2011) e para o Brasil foram citados 39 gêneros e 667 espécies, sendo 177 endêmicas. Esses dados têm sido continuamente revisados, e atualmente, segundo o Flora do Brasil 2020, são registrados 32 gêneros e 667 espécies, dos quais 21 gêneros e 288 espécies ocorrem no Nordeste. Destes, 20 gêneros e 257 espécies são citadas para a Bahia, sendo 11 gêneros e 65 espécies listadas para áreas cobertas por vegetação de campo rupestre (Flora do Brasil 2020, em construção). Entretanto, não existem informações consistentes sobre a família Cyperaceae na Chapada Diamantina, o que justificou a realização do presente trabalho.Estudos taxonômicos e florísticos envolvendo Cyperaceae no Brasil são desejáveis, uma vez que existem muitas coleções em herbário sem qualquer identificação além de espécies com morfologias muito variáveis (Luceño & Alves 1997), causando confusões taxonômicas. Muitas dessas coleções foram feitas no Semiárido, cuja flora conhecidamente tem grande potencial para estudos nesse sentido.Assim, a fim de ampliar o conhecimento a respeito da família na região, o presentetrabalho representa um importante ponto de partida, enfocando amostras oriundas daChapada Diamantina, uma vez que a família é muito numerosa no Semiárido como umtodo. Outro grande objetivo é incentivar a formação de mais um taxonomista nessegrupo, que carece de especialistas tanto na Bahia quanto no Nordeste.


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