scholarly journals Orchidaceae no município de Jacobina, estado da Bahia, Brasil

Hoehnea ◽  
2014 ◽  
Vol 41 (3) ◽  
pp. 469-482 ◽  
Author(s):  
Tiago Luiz Vieira ◽  
Fábio de Barros ◽  
Nádia Roque

Este trabalho teve como objetivo desenvolver um estudo florístico da família Orchidaceae para o município de Jacobina, Chapada Diamantina, BA, Brasil. Foram realizadas cinco viagens de coleta (2011-2012) e visitas aos herbários ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS, SP e SPF. Identificou-se 28 espécies distribuídas em 20 gêneros, sendo os com maior riqueza Epidendrum (cinco espécies) e Cyrtopodium (quatro espécies). Foram encontradas quatro novas ocorrências para a Chapada Diamantina (Aspidogyne argentea, Baptistonia nitida, Catasetum purum e Cyrtopodium holstii) e uma para o Estado da Bahia (Wullschlaegelia aphylla). Em análise comparada da flora de Orchidaceae entre localidades da Cadeia do Espinhaço, a partir de índice de Jaccard e análise de agrupamento (UPGMA), as localidades do Estado da Bahia formaram um grupo distinto das de Minas Gerais, e o município de Jacobina apresentou maior similaridade com o Morro do Chapéu (J = 0,24). Proximidade geográfica e fitofisionomia predominante são fatores que influenciaram o padrão de agrupamento encontrado. São apresentadas lista, chave de identificação e distribuição geográfica das espécies, bem como comentários taxonômicos e biológicos.

Author(s):  
Hémilly Marques Seixas

A região do Semiárido ocupa ca. 900.000 Km2, incluindo parte dos Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais, correspondendo basicamente à delimitação do Bioma Caatinga (Queiroz et al. 2006). Essa região é bastante heterogênea e no centro da Bahia inclui a Chapada Diamantina, que representa a porção norte da Cadeia do Espinhaço. O principal tipo de vegetação da Chapada é o campo rupestre, que se desenvolve acima de 900m, composto basicamente por plantas herbáceas e arbustivas; mas outros tipos de vegetação também são encontrados, como florestas nas encostas das montanhas e caatingas nas áreas mais baixas (Giulietti et al. 1997). Muitos estudos florísticos vêm sendo realizados nessa região, com grande número de gêneros e espécies endêmicas, além de frequentes novas espécies e novos registros de ocorrência (Zappi et al. 2002; Rapini et al. 2008).Cyperaceae é uma família de monocotiledôneas inserida na ordem Poales (APG 2016). É bem representada na Chapada Diamantina e inclui ervas rizomatosas, com caule triangular, bainhas fechadas, sem lígula e folhas frequentemente formando rosetas na base das plantas; as inflorescências ocorrem em complexos arranjos de espiguetas, normalmente subtendidas por brácteas (Judd et al. 2009). Ocorre especialmente em lagoas temporárias e outros ambientes úmidos ou alagados, incluindo as subfamílias Mapanioideae e Cyperoideae, diferenciadas por unidades reprodutivas (Monteiro 2015).Com distribuição cosmopolita, Cyperaceae inclui ca. 5.000 espécies (Oliveira et al., 2011) e para o Brasil foram citados 39 gêneros e 667 espécies, sendo 177 endêmicas. Esses dados têm sido continuamente revisados, e atualmente, segundo o Flora do Brasil 2020, são registrados 32 gêneros e 667 espécies, dos quais 21 gêneros e 288 espécies ocorrem no Nordeste. Destes, 20 gêneros e 257 espécies são citadas para a Bahia, sendo 11 gêneros e 65 espécies listadas para áreas cobertas por vegetação de campo rupestre (Flora do Brasil 2020, em construção). Entretanto, não existem informações consistentes sobre a família Cyperaceae na Chapada Diamantina, o que justificou a realização do presente trabalho.Estudos taxonômicos e florísticos envolvendo Cyperaceae no Brasil são desejáveis, uma vez que existem muitas coleções em herbário sem qualquer identificação além de espécies com morfologias muito variáveis (Luceño & Alves 1997), causando confusões taxonômicas. Muitas dessas coleções foram feitas no Semiárido, cuja flora conhecidamente tem grande potencial para estudos nesse sentido.Assim, a fim de ampliar o conhecimento a respeito da família na região, o presentetrabalho representa um importante ponto de partida, enfocando amostras oriundas daChapada Diamantina, uma vez que a família é muito numerosa no Semiárido como umtodo. Outro grande objetivo é incentivar a formação de mais um taxonomista nessegrupo, que carece de especialistas tanto na Bahia quanto no Nordeste.


2017 ◽  
Vol 17 (1) ◽  
pp. 31
Author(s):  
Mario Luiz de Sá Carneiro Chaves ◽  
Luiz Alberto Dias Menezes Filho

O trabalho descreve quatro minerais do grupo da crichtonita encontrados em veios hidrotermais de quartzo, que cortam diversas formações geológicas da Serra do Espinhaço (Supergrupo Espinhaço). Esses minerais – senaíta, crichtonita, almeidaíta e gramaccioliíta-(Y) – foram coletados em duas regiões: Presidente Kubitschek, ao sul de Diamantina (MG), e Novo Horizonte, na Chapada Diamantina Ocidental (BA). A idade de tais veios é relacionada ao final do Ciclo Brasiliano, em ca. 490 Ma. A senaíta é um mineral descoberto no Brasil e classicamente identificado nos aluviões diamantíferos da região de Diamantina; sua primeira ocorrência primária é aqui descrita. A crichtonita, apesar de conhecida desde longa data, teve seu primeiro depósito no país reportado nessa mesma região. A almeidaíta é o 61º e um dos mais recentes dos “minerais brasileiros”, sendo encontrada na região de Novo Horizonte. A gramaccioliíta-(Y), uma espécie descoberta na última década (Itália), tem sua primeira ocorrência brasileira descrita também nessa região. Os depósitos e as composições químicas desses minerais são caracterizados, bem como as problemáticas envolvidas até suas definições finais.


Rodriguésia ◽  
2015 ◽  
Vol 66 (3) ◽  
pp. 675-683 ◽  
Author(s):  
Abel Augusto Conceição ◽  
Fabiciana da Hora de Cristo ◽  
Alex de Almeida dos Santos ◽  
Juliana Barbosa dos Santos ◽  
Emile Lemos Freitas ◽  
...  

ResumoCampos rupestres constituem uma vegetação típica de montanhas da Cadeia do Espinhaço e com elevado grau de endemismo de plantas, contendo algumas áreas com histórico de perturbações por garimpo e pisoteio. O presente estudo foca em duas perguntas principais: 1) Campos rupestres que foram perturbados pelo garimpo há cerca de 15 anos atrás possuem composição florística e estrutura similares a áreas sem perturbação? 2) A riqueza e abundância de espécies exóticas invasoras e de espécies nativas de ampla distribuição tendem a ser mais elevadas nessas áreas garimpadas ou pisoteadas? Quatro campos rupestres foram amostrados em Igatu, Andaraí, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil: dois onde a atividade de garimpo cessou há 15 anos, um sob perturbação atual por pisoteio, mas sem histórico de garimpo e outro em uma área conservada (vegetação amostrada por 16 parcelas de 10x10 m, quatro em cada área). A distribuição geográfica das espécies foram determinadas com base na literatura e análises de classificação e ordenação foram feitas. A composição florística dos campos rupestres foi afetada pelas perturbações, mas apenas a perturbação por garimpo teve efeito marcante sobre a estrutura da vegetação. Espécies de ampla distribuição mais generalistas e a espécie invasora Melinis minutiflora P.Beauv. foram restritas às áreas perturbadas, mostrando a necessidade de monitoramento de espécies invasoras nas áreas garimpadas do Parque Nacional da Chapada Diamantina.


Rodriguésia ◽  
2016 ◽  
Vol 67 (1) ◽  
pp. 125-202 ◽  
Author(s):  
Nádia Roque ◽  
Edlaine C. de Oliveira ◽  
Lúcia Moura ◽  
Aline S. Quaresma ◽  
Helen A. Ogasawara ◽  
...  

Levantamentos florísticos de Asteraceae na Cadeia do Espinhaço têm confirmado uma significante riqueza de espécies e de endemismos dessa família para as vegetações campestres. O presente trabalho tem como objetivo realizar um inventário florístico de Asteraceae no município de Mucugê, Bahia, oferecendo subsídios para o reconhecimento da família na região. As coletas têm sido realizadas na região há pelo menos uma década e meia cobrindo grande parte da área do Município. Foram estudados também os materiais provenientes dos herbários ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS, MBM, NYBG, RB, SP, SPF e UB. A família Asteraceae está representada em Mucugê por 18 tribos, 78 gêneros e 167 espécies. As tribos com maior número de espécies são Eupatorieae (49 spp.), Vernonieae (46 spp.), Astereae (18 spp.) e Heliantheae (11 spp.). Dos gêneros registrados, cinco são monoespecíficos (Pseudostifftia, Platypodanthera, Bahianthus, Conocliniopsis e Prolobus) e cinco são endêmicos da Bahia (Pseudostifftia, Stylotrichium, Lasiolaena e Semiria). Dentre os gêneros com maior riqueza, destacam-se Baccharis (17 spp.), Lychnophora (11 spp.), Mikania (10 spp.), Lepidaploa e Lessingianthus (7 spp.) cada. São apresentadas chaves de identificação para as tribos, gêneros e espécies, comentários taxonômicos e distribuição geográfica para cada táxon, além de ilustrações e fotos.


2003 ◽  
Vol 17 (1) ◽  
pp. 49-70 ◽  
Author(s):  
Reyjane Patrícia de Oliveira ◽  
Hilda Maria Longhi-Wagner ◽  
Ana Maria Giulietti

É apresentado o levantamento das espécies do gênero Ichnanthus P. Beauv. (Poaceae) presentes na Chapada Diamantina, parte norte da Cadeia do Espinhaço, situada na região central do Estado da Bahia, Brasil. O trabalho foi feito com base em estudo de espécimes de herbários, coletas intensivas e análise das populações no campo. Foi confirmada a ocorrência de nove espécies que habitam geralmente bordas de matas (I. leiocarpus, I. nemoralis e I. pallens), algumas das quais presentes também nos campos rupestres e cerrados (I. bambusiflorus, I. calvescens, I. dasycoleus, I. inconstans e I. procurrens), ou predominando nestes, sendo apenas uma restrita a áreas de caatinga (I. zehntneri). Este trabalho apresenta chave analítica para a identificação das espécies, descrições e ilustrações das mesmas, além de comentários taxonômicos e ecológicos.


Rodriguésia ◽  
2019 ◽  
Vol 70 ◽  
Author(s):  
Pedro Henrique Cardoso ◽  
Andressa Cabral ◽  
Fernanda Santos-Silva ◽  
Fátima Regina Gonçalves Salimena

Resumo O Parque Estadual da Serra do Papagaio está localizado no sul de Minas Gerais, e faz parte do Complexo da Serra da Mantiqueira, com vegetação representada por campos de altitude, floresta ombrófila densa e floresta ombrófila mista. O presente estudo teve como objetivo realizar um tratamento florístico para Verbenaceae nesta Unidade de Conservação. A família está representada no Parque por dez táxons distribuídos em quatro gêneros: Glandularia (G. lobata var. glabrata e G. phlogiflora), Lantana (L. camara e L. fucata), Lippia (L. lupulina, L. rotundifolia, L. stachyoides var. martiana e L. triplinervis) e Verbena (V. alata e V. hirta). Verbena alata destaca-se como nova ocorrência para o estado de Minas Gerais. Lippia rotundifolia e L. stachyoides var. martiana, comuns na Cadeia do Espinhaço, são registradas pela primeira vez na Serra da Mantiqueira, no domínio Atlântico. São apresentadas chaves de identificação, descrições, ilustrações e comentários ecológicos, taxonômicos e de distribuição geográfica dos táxons.


2005 ◽  
Vol 28 (1) ◽  
pp. 109-135 ◽  
Author(s):  
Andréa O Araujo ◽  
Vinicius C Souza ◽  
Alain Chautems

Rodriguésia ◽  
2019 ◽  
Vol 70 ◽  
Author(s):  
Laís Couto Zeferino ◽  
Rubens Teixeira de Queiroz ◽  
Juliana Gastaldello Rando ◽  
Matheus Martins T. Cota ◽  
Isabella Fernandes Fantini ◽  
...  

Resumo O gênero Chamaecrista possui distribuição pantropical e está bem representado na flora brasileira, principalmente em campos rupestres e matas ciliares. No Brasil são encontradas 256 espécies, sendo que 149 delas aparecem somente em Minas Gerais, o que corresponde mais da metade da diversidade do gênero no país. A área selecionada para o estudo, o Parque Estadual do Rio Preto (PERP), pertence à Cadeia do Espinhaço. A vegetação é composta principalmente por fitofisionomias de Cerrado e Campo rupestre existindo também áreas de matas ciliares e de galerias. O estudo em questão teve como objetivo realizar o levantamento florístico e um estudo taxonômico de Chamaecrista no PERP, abrangendo chave de identificação das espécies e descrições taxonômicas das mesmas. As coletas foram realizadas dentro de um período de dois anos, por meio de caminhadas assistemáticas. O material coletado foi identificado e depositado na coleção do Herbário OUPR. Foram coletados e descritos 19 táxons que compreendem às seções Absus, Chamaecrista e Xerocalyx.


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