scholarly journals Vegetação endêmica e espécie invasora em campos rupestres de áreas garimpadas

Rodriguésia ◽  
2015 ◽  
Vol 66 (3) ◽  
pp. 675-683 ◽  
Author(s):  
Abel Augusto Conceição ◽  
Fabiciana da Hora de Cristo ◽  
Alex de Almeida dos Santos ◽  
Juliana Barbosa dos Santos ◽  
Emile Lemos Freitas ◽  
...  

ResumoCampos rupestres constituem uma vegetação típica de montanhas da Cadeia do Espinhaço e com elevado grau de endemismo de plantas, contendo algumas áreas com histórico de perturbações por garimpo e pisoteio. O presente estudo foca em duas perguntas principais: 1) Campos rupestres que foram perturbados pelo garimpo há cerca de 15 anos atrás possuem composição florística e estrutura similares a áreas sem perturbação? 2) A riqueza e abundância de espécies exóticas invasoras e de espécies nativas de ampla distribuição tendem a ser mais elevadas nessas áreas garimpadas ou pisoteadas? Quatro campos rupestres foram amostrados em Igatu, Andaraí, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil: dois onde a atividade de garimpo cessou há 15 anos, um sob perturbação atual por pisoteio, mas sem histórico de garimpo e outro em uma área conservada (vegetação amostrada por 16 parcelas de 10x10 m, quatro em cada área). A distribuição geográfica das espécies foram determinadas com base na literatura e análises de classificação e ordenação foram feitas. A composição florística dos campos rupestres foi afetada pelas perturbações, mas apenas a perturbação por garimpo teve efeito marcante sobre a estrutura da vegetação. Espécies de ampla distribuição mais generalistas e a espécie invasora Melinis minutiflora P.Beauv. foram restritas às áreas perturbadas, mostrando a necessidade de monitoramento de espécies invasoras nas áreas garimpadas do Parque Nacional da Chapada Diamantina.

2003 ◽  
Vol 17 (1) ◽  
pp. 49-70 ◽  
Author(s):  
Reyjane Patrícia de Oliveira ◽  
Hilda Maria Longhi-Wagner ◽  
Ana Maria Giulietti

É apresentado o levantamento das espécies do gênero Ichnanthus P. Beauv. (Poaceae) presentes na Chapada Diamantina, parte norte da Cadeia do Espinhaço, situada na região central do Estado da Bahia, Brasil. O trabalho foi feito com base em estudo de espécimes de herbários, coletas intensivas e análise das populações no campo. Foi confirmada a ocorrência de nove espécies que habitam geralmente bordas de matas (I. leiocarpus, I. nemoralis e I. pallens), algumas das quais presentes também nos campos rupestres e cerrados (I. bambusiflorus, I. calvescens, I. dasycoleus, I. inconstans e I. procurrens), ou predominando nestes, sendo apenas uma restrita a áreas de caatinga (I. zehntneri). Este trabalho apresenta chave analítica para a identificação das espécies, descrições e ilustrações das mesmas, além de comentários taxonômicos e ecológicos.


Author(s):  
Ariadne De Aráujo Sampaio

A família Ericaceae é representante do clado das Asterídeas, ordem Ericales (APG 2016). Apresenta distribuição cosmopolita, com cerca de 124 gêneros e 4.100 espécies, e é encontrada frequentemente em áreas tropicais e temperadas, habitando áreas ensolaradas e de solo ácidos (Souza & Lorenzi 2012). No Brasil ocorrem 12 gêneros e 99 espécies, dois eles encontrados na Bahia (Agarista D.Don ex G.Don e Gaylussacia Kunth), com ca. 19 espécies e 13 variedades. Ambos são ocorrentes na Bahia, encontrados ao longo da Chapada Diamantina, especialmente em áreas de campos rupestres (Sampaio e Oliveira 2017).Agarista está inserido na tribo Lyonieae, subfamília Vaccinioideae (Romão, 2011) sendo registradas 21 espécies desse gênero no Brasil, a maioria em campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Romão & Souza, 2014). Estudos anteriores realizados por Sampaio & Oliveira (2017) indicaram a ocorrência de seis espécies e um morfotipo desse gênerona Chapada Diamantina, cujos aspectos morfológicos não concordavam com nenhuma das referidas espécies, algumas delas com limites confusos, necessitando de reavaliação taxonômica.Assim, o presente trabalho teve como objetivo principal analisar mais detalhadamente a identidade taxonômica de espécies de Agarista ocorrentes na Chapada Diamantina, especialmente de A. coriifolia (Thunb.) Hook. ex Nied, afim de reavaliar a existência de novos caracteres que auxiliem na delimitação das mesmas, tanto do ponto de vista macro quanto micromorfológico.


Rodriguésia ◽  
2016 ◽  
Vol 67 (1) ◽  
pp. 125-202 ◽  
Author(s):  
Nádia Roque ◽  
Edlaine C. de Oliveira ◽  
Lúcia Moura ◽  
Aline S. Quaresma ◽  
Helen A. Ogasawara ◽  
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Levantamentos florísticos de Asteraceae na Cadeia do Espinhaço têm confirmado uma significante riqueza de espécies e de endemismos dessa família para as vegetações campestres. O presente trabalho tem como objetivo realizar um inventário florístico de Asteraceae no município de Mucugê, Bahia, oferecendo subsídios para o reconhecimento da família na região. As coletas têm sido realizadas na região há pelo menos uma década e meia cobrindo grande parte da área do Município. Foram estudados também os materiais provenientes dos herbários ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS, MBM, NYBG, RB, SP, SPF e UB. A família Asteraceae está representada em Mucugê por 18 tribos, 78 gêneros e 167 espécies. As tribos com maior número de espécies são Eupatorieae (49 spp.), Vernonieae (46 spp.), Astereae (18 spp.) e Heliantheae (11 spp.). Dos gêneros registrados, cinco são monoespecíficos (Pseudostifftia, Platypodanthera, Bahianthus, Conocliniopsis e Prolobus) e cinco são endêmicos da Bahia (Pseudostifftia, Stylotrichium, Lasiolaena e Semiria). Dentre os gêneros com maior riqueza, destacam-se Baccharis (17 spp.), Lychnophora (11 spp.), Mikania (10 spp.), Lepidaploa e Lessingianthus (7 spp.) cada. São apresentadas chaves de identificação para as tribos, gêneros e espécies, comentários taxonômicos e distribuição geográfica para cada táxon, além de ilustrações e fotos.


Author(s):  
Fernanda De Jesus Oliveira Bastos

Neoregelia mucugensis é uma espécie típica dos campos rupestres, e ocorre noParque Nacional da Chapada Diamantina, contudo não é considerada protegida devido àsextensas queimadas que anualmente atingem esta região (Bellintani, 2006). O que tornanecessária a realização de estudos que visem a conservação dessa espécie.


Rodriguésia ◽  
2019 ◽  
Vol 70 ◽  
Author(s):  
Laís Couto Zeferino ◽  
Rubens Teixeira de Queiroz ◽  
Juliana Gastaldello Rando ◽  
Matheus Martins T. Cota ◽  
Isabella Fernandes Fantini ◽  
...  

Resumo O gênero Chamaecrista possui distribuição pantropical e está bem representado na flora brasileira, principalmente em campos rupestres e matas ciliares. No Brasil são encontradas 256 espécies, sendo que 149 delas aparecem somente em Minas Gerais, o que corresponde mais da metade da diversidade do gênero no país. A área selecionada para o estudo, o Parque Estadual do Rio Preto (PERP), pertence à Cadeia do Espinhaço. A vegetação é composta principalmente por fitofisionomias de Cerrado e Campo rupestre existindo também áreas de matas ciliares e de galerias. O estudo em questão teve como objetivo realizar o levantamento florístico e um estudo taxonômico de Chamaecrista no PERP, abrangendo chave de identificação das espécies e descrições taxonômicas das mesmas. As coletas foram realizadas dentro de um período de dois anos, por meio de caminhadas assistemáticas. O material coletado foi identificado e depositado na coleção do Herbário OUPR. Foram coletados e descritos 19 táxons que compreendem às seções Absus, Chamaecrista e Xerocalyx.


2013 ◽  
Vol 38 (3) ◽  
pp. 624-630 ◽  
Author(s):  
Karena M. Pimenta ◽  
Gabriel H. Rua ◽  
Kelly R. B. Leite ◽  
Reyjane P. Oliveira

Rodriguésia ◽  
2012 ◽  
Vol 63 (4) ◽  
pp. 857-881 ◽  
Author(s):  
Mariana de Oliveira Bünger ◽  
Viviane Renata Scalon ◽  
Marcos Sobral ◽  
João Renato Stehmann

Apresentamos neste trabalho o estudo taxonômico das Myrtaceae ocorrentes no Parque Estadual do Itacolomi (PEIT), uma Unidade de Conservação localizada no estado de Minas Gerais, no sul da Cadeia do Espinhaço. A vegetação da área é formada por florestas montanas tropicais e campos rupestres. Para o tratamento taxonômico foram elaboradas descrições, comentários, chaves de identificação e ilustrações. Foram realizadas coletas de setembro 2009 a dezembro de 2010 e foram revisados os herbários BHCB, OUPR, RB e VIC. A família está representada no PEIT por 11 gêneros e 44 espécies: Blepharocalyx (1 sp.), Calyptranthes (1 sp.), Campomanesia (4 spp.), Eugenia (4 spp.), Marlierea (3 spp.), Myrceugenia (2 spp.), Myrcia (20 spp.), Myrciaria (1 sp.), Plinia (1 sp.), Psidium (3 spp.) e Siphoneugena (4 spp.).


Hoehnea ◽  
2018 ◽  
Vol 45 (3) ◽  
pp. 484-508 ◽  
Author(s):  
Dimas Marchi do Carmo ◽  
Jéssica Soares de Lima ◽  
Marcela Inácio da Silva ◽  
Leandro de Almeida Amélio ◽  
Denilson Fernandes Peralta

RESUMO A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) da Serra do Caraça está localizada no complexo orográfico da Cadeia do Espinhaço e caracteriza-se como uma área de transição entre dois importantes domínios fitogeográficos brasileiros, a Mata Atlântica e o Cerrado. Essa Reserva é composta por diferentes tipos de formações vegetais e apresenta, predominantemente, os campos rupestres. Na Reserva Particular do Patrimônio Natural da Serra do Caraça foram encontradas 439 espécies de briófitas (238 musgos, 199 hepáticas e dois antóceros), 74 (17%) espécies endêmicas brasileiras e 80 (18%) novos registros para o Estado de Minas Gerais. A família de hepáticas Lejeuneaceae foi a mais rica, com 75 espécies, enquanto Sphagnaceae apresentou maior riqueza para os musgos, com 29 espécies. A maioria das espécies encontradas apresenta uma distribuição moderada para o país e são neotropicais.


Rodriguésia ◽  
2012 ◽  
Vol 63 (4) ◽  
pp. 883-927 ◽  
Author(s):  
Cláudia Araújo Bastos ◽  
Cássio van den Berg

Este trabalho apresenta um estudo florístico das Orchidaceae de Morro do Chapéu, município pertencente à Chapada Diamantina e localizado no estado da Bahia, Brasil. Cinquenta e três espécies distribuídas em 29 gêneros foram reconhecidas no presente trabalho. Dentre os gêneros mais diversos no município destacam-se Epidendrum (cinco espécies), Gomesa (cinco), Encyclia (quatro), e Habenaria (quatro). Morro do Chapéu apresentou 25 espécies exclusivas quando comparado com outros levantamentos regionais da Chapada Diamantina, contribuindo com quatro novos registros para esta área (Galeandra beyrichii, Gomesa barbata, Habenaria josephensis e Prescottia oligantha). Quinze espécies listadas neste levantamento não ocorrem nas outras áreas do leste brasileiro comparadas, estando distribuídas apenas ao longo da Cadeia do Espinhaço. Diferenças no tipo vegetacional, extensão territorial, grau de antropização e amostragem parecem interferir na similaridade florística dessas áreas. São apresentados chave de identificação, descrições, ilustrações e comentários sobre as espécies.


Author(s):  
Brena Araújo Cedraz

O gênero Hemipogon (Apocynaceae-Asclepiadoideae) pode ser reconhecido pelas folhas estreitas,corona frequentemente ausente ou composta por cinco lobos simples e asas das anteras geralmentetriangulares ou falcadas medianamente. O gênero está distribuído nos cerrados do Planalto Centrale nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Rapini 2010).


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